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Banca de DEFESA: DEISIANE AVIZ DO NASCIMENTO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: DEISIANE AVIZ DO NASCIMENTO
DATA: 28/06/2023
HORA: 18:30
LOCAL: UFPA-PPLSA
TÍTULO:

DISCURSO, CINEMA, MEIO AMBIENTE E A PRODUÇÃO DA INFÂNCIA AMAZÔNIDA


PALAVRAS-CHAVES:

Discurso. Cinema. Meio Ambiente. Infâncias. Amazônia.


PÁGINAS: 106
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Educação
SUBÁREA: Currículo
RESUMO:

Ao pesquisar infância e Amazônia tendo o cinema enquanto meio de produção de imagens e socialização de representações sociais tomamos esse veículo midiático enquanto artefato cultural, que se dirige à educação das pessoas mobilizando com isso saberes, tradições, identidades, que atuam na produção de sujeitos e subjetividades no contexto amazônico. Desse modo, julgamos importante olhar com mais atenção para os dispositivos da mídia voltados para o público infanto-juvenil pois crianças e jovens estão inseridos na dinâmica da vida e de seus condicionantes, vivenciam o contexto, compõem a sociedade, refletem saberes e subjetividades, inclusive, constroem a realidade do/sobre o ambiente em que vivem, desse modo, consideramos que o gênero cinematográfico voltado para esse público produz e divulga conhecimentos, representações etc. Nosso estudo objetiva discutir e problematizar as representações que os filmes da trilogia Tainá apresentam para o público infanto-juvenil sobre o território amazônico e as infâncias amazônidas. Tomamos como objeto de estudo os filmes de ficção: Tainá - Uma Aventura na Amazônia, lançado em 2000, Tainá 2 – A aventura continua, lançado em 2004 e Tainá – A origem, lançado em 2013. Subsidiadas nos Estudos Culturais e nas Análises Discursivas de Michel Foucault adotou-se a Etnografia de Tela como como estratégia metodológica. Os resultados apontam que a trilogia Tainá apresenta um universo de simbologias, significações e representações, manifestadas por meio de discursos. É sustentada a ideia de Amazônia associada a concepções de extraordinário mundo verde, pulmão do mundo, composto por uma imensa extensão de terras isoladas. Configurado como um espaço habitado exclusivamente por indígenas, por sua vez, desenhados como “bons selvagens” e “defensores da floresta”, vivem na mata e sobrevivem dos seus recursos. Acionando sobre eles a representação de concepções que fortalecem uma identidade fixa. Essa forma de “retratá-los” faz com que sejam concebidos como uma população única e homogênea. Os filmes acionam também a existência de duas formas de conhecimentos: o saber tradicional e o saber científico/tecnológico. Aos nativos são designados como detentores dos saberes da tradição e o conhecimento científico aparece como um atributo de pessoas da cidade, aliado à ideia de modernidade. Contatou-se que os filmes são fundamentados em uma perspectiva de divisão e oposição de mundos, ou seja, um mundo dividido entre moderno e selvagem, brancos e nativos, bem e mal, saberes tradicionais e conhecimentos científicos. Além disso, detectamos a reprodução de dois tipos de infância, uma vivida por crianças nativas e outra, pelas crianças da cidade. Os discursos retratam a infância indígena como homogênea e apresenta a criança nativa como espelho da criança amazônida; designadas como não dispor de conhecimentos e acesso aos aparatos tecnológicos e modernos, oposta à infância da criança “branca”, que habita o ambiente constituído pela “modernidade” e suas tecnologias. Ao analisar a sequência dos filmes e refletir sobre seus enunciados é possível concluir que as obras cinematográficas apresentam representações do contexto amazônico, de nativos e infâncias associada a perspectivas estereotipadas, limitadas e distante das distintas realidades que não consideram a existência de infâncias amazônidas diversificadas e plurais. Conclui-se que as obras cinematográficas endereçadas ao público infanto-juvenil propõem temáticas pertinentes e de relevância social, porém, sinalizamos a necessidade de que essas problematizações e análises reflexivas sejam colocadas em operação em sala de aula como forma de não reforçar e disseminar os tantos estereótipos associados à essa imensa e diversificada região.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2205806 - SANDRA NAZARE DIAS BASTOS
Interno - 3449353 - NORMA CRISTINA VIEIRA COSTA
Externo à Instituição - LEDA VALERIA ALVES DA SILVA
Notícia cadastrada em: 28/06/2023 15:57
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