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CARMEM ANTONIETA TRINDADE DA SILVA
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MEMORIAS DE CARPINTEIROS: O SABER FAZER DA CARPINTARIA NAVAL NA AMAZONIA COSTEIRA
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Orientador : ROBERTA SA LEITAO BARBOZA
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Data: 22/12/2023
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Está dissertação de mestrado em Linguagens e Saberes na Amazônia, nasceu das experiências vivenciadas no campo da pesquisa do Projeto de pesquisa e extensão: “Navegar é preciso”: diagnóstico das embarcações pesqueiras, relações sociais e saberes incutidos na carpintaria naval paraense, vinculado ao laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão Pesqueira junto a Comunidades Amazônicas - LABPEXCA do Campus Universitário de Bragança-UFPA, coordenado pela professora Dra. Roberta Sá Leitão Barboza. Tecendo redes de conhecimentos, através da possibilidade de prover a integração dos saberes entre a comunidade e a academia. Tendo como cenário o dia a dia nos estaleiros navais, com sua produção e socialização dos saberes tradicionais, em que seus atores mergulham no rio das recordações, revelando suas histórias de vida, em um tempo que não existe mais. Suas memórias nos fazem navegar por entre mares, rios e oceanos, desvendando a prática da carpintaria naval artesanal na região Bragantina, possibilitando a visibilidade desta profissão tão antiga e importante para a sociedade amazônica. Registro neste estudo o percurso histórico e social no processo de mudanças do modo de construir as embarcações artesanais de madeira na região. O lócus da pesquisa está localizado no município de Augusto Côrrea - PA, em dois estaleiros, próximos um do outro pela margem do rio Urumajó, cujos mestres carpinteiros são os protagonistas com suas histórias de vida. A metodologia utilizada, foi baseada na oralidade, através de pesquisas qualitativas, em que as palavras foram dando vida as lembranças traçando a evolução e a identidade desse ofício. Proporcionando um cenário de imagem e práticas da produção de saberes e fazeres na arte de construir embarcações pesqueiras, transmitidos de gerações em gerações. Trago para reflexão e debate, quais os principais desafios da construção de embarcações artesanais no município de Augusto Côrrea/Pa, incluindo os processos dos saberes, suas relações sociais de trabalho e inovação tecnológicas, no percurso histórico da vida desses dois mestres carpinteiros. Tendo como principal objetivo analisar, através das narrativas desses dois mestres carpinteiros navais, os processos de mudanças no modo de fazer embarcações artesanais em Augusto Correa/PA, identificando nas falas dos sujeitos a prática da carpintaria naval, suas relações com a natureza, o modo de vida, as mudanças no modo de produzir as embarcações e as dificuldades em manter este ofício. Seus objetivos específicos consistiram em: a) Identificar através das memórias narradas por mestre Valdemar Glória sua relação com a natureza, a relação entre os saberes, sua inserção na carpintaria naval, as transformações no modo de vida na região e sua inserção na carpintaria naval; b) Compreender o processo produtivo e a inserção de novas tecnologias na arte de fazer embarcações artesanais, através da história de vida do mestre Nonato Assis; c) Analisar o modo de produção e as relações sociais de trabalho existente nos estaleiros. Concluo o texto com uma análise reflexiva entre os pontos mais relevantes no modo de produção e nas relações sociais de trabalho existente nos estaleiros.
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HELGA SAMARA FERREIRA BRAUN
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O PROCESSO DE ADAPTAÇÃO DE ESTUDANTES QUILOMBOLAS À CULTURA ACADÊMICA NO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE BRAGANÇA/UFPA, NORDESTE DO PARÁ
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Data: 30/09/2023
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O presente estudo traz à tona estudo sobre o processo de adaptação de estudantes quilombolas que ingressam no ensino superior por meio do sistema de cotas na Universidade Federal do Pará, Campus de Bragança. Objetivou-se investigar as possibilidades adaptativas à cultura acadêmica no Campus de Bragança. Nesse sentido, emergiu a seguinte pergunta: como a cultura acadêmica e a identidade dos universitários quilombolas são obstáculos para a adptação ao meio acadêmico? A escolha da temática foi motivada por minha experiência profissional, pois, além de ter sido professora substituta nos cursos de Pedagogia, História, Letras, Biologia e Ciências Naturais, nos Campi de Bragança, Capanema e Capitão Poço, sou psicóloga e trabalho há quatro anos em um hospital, no município de Bragança, que possui 23 leitos de retaguarda em saúde mental e tenho acompanhado a internação de vários estudantes universitários, bem como atendido, em consultório, demandas de estresse, ansiedade, depressão e ideações suicidas e, ao longo desse tempo, pude constatar, através da escuta profissional, que muitos desses acadêmicos, relataram sofrimento psíquico decorrentes das mudanças advindas da experiência universitária. A abordagem metodológica de pesquisa é a qualitativa, no campo da pesquisa social. A área de estudo esteve concentrada no Campus Universitário de Bragança, local em que os(as) estudantes quilombolas estão concentrados(as) nos seus respectivos cursos de graduação. Os dados foram coletados por meio do questionário produzido na plataforma google forms. Para a análise, optou-se pela Análise de Conteúdo (AC), visando compreender os elementos simbólicos da discursividade e sua produção de sentido, relacionado à linguagem, à história e ao contexto territorial dos pesquisados. Os principais resultados apontaram que a maior dificuldade está no processo de leitura, escrita e interpretação de textos, assim como às metodologias aplicadas por docentes no processo didático-pedagógica no ensinar e aprender e as relações interpessoais entre docentes e estudantes e estudantes e estudantes não quilombolas. A principal conclusão é de que o processo de adaptação à cultura acadêmica é determinada por muitos fatores, desde a qualidade da oferta da educação básica até o sua saída e chegada a territórios novos.
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MANOEL DE SOUZA RAMOS
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“SERRA VELHA” REAVIVANDO AS MEMÓRIAS, INDIVIDUAL E COLETIVA, EM UMA COMUNIDADE PESQUEIRA NO LITORAL DA AMAZÔNIA EM TEMPOS DE PANDEMIA
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Data: 29/09/2023
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A Serra Velha foi uma brincadeira que durante muitos anos fez parte da cultura e tradição dos pescadores da comunidade de Ajuruteua. No entanto, desde a década de 80, a brincadeira está adormecida para a maioria das pessoas do lugar. Ajuruteua é uma comunidade composta por pescadores artesanais, localizada no Nordeste paraense, dista aproximadamente 250 quilômetros da capital Belém. Este trabalho tem o intuito de mostrar, ao mesmo tempo em que tenta fazer o resgate dos saberes que envolvem essa brincadeira tradicional na referida comunidade. Dessa maneira, esse estudo se faz necessário, tanto para a comunidade pesqueira, quanto para a Acadêmica, pois os saberes e fazeres que foram repassados de pais para filhos durante gerações se apressam em se fazerem conhecidos, para que não fiquem esquecidos das gerações futuras. Foi pensado assim, porque o maior objetivo deste era realmente fazer o resgate dessa brincadeira, como obviamente aconteceu. A pesquisa metodológica foi desenvolvida nos anos de 2020 e 2021, respeitando todas as normas de precauções referentes a covid 19,por meio do método etnográfico, com observação participante e entrevista. Conversamos com os mestres do passado, fizemos uma descrição dos principais sujeitos, como o chamador, o testamenteiro, assim como os instrumentos e a função de cada participante no manuseio destes. O resgate aconteceu, em um momento muito adverso, pois o medo ainda circundava os nossos lares, mas de forma muito agradável a brincadeira voltou a ser vista como atração cultural na comunidade. O mundo também ficou conhecendo essa tradição através de um documentário exibido pelo coletivo artesão das águas, onde reuniram-e os antigos e novos mestres e feito uma roupagem diferente da que acontecia no passado, onde somente os adultos do sexo masculino podiam participar, foram incluidos jovens de ambos os sexos. Dessa forma, através do estudo da Serra Velha foi possível compreender como se produzem as relações entre os pescadores e suas tradições culturais. Palavras-chave: Serra Velha. Tradições culturais. Brincadeira. Ajuruteua. Pescadores.
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KHELMESON STELLY FARIAS PEREIRA
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"O TERRENO, COBERTO DE MAGNIFICAS MATTAS, PARECEO-ME ADEPTO AS LAVOURAS: SABERES, SABORES E O DISCURSO DE ESCASSEZ NA PROVÍNCIA DO PARÁ EM MEADOS DO SÉCULO XIX
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Data: 28/09/2023
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A pesquisa tem como objetivo investigar o universo das dinâmicas socioculturais que ocorreram na região nordeste da Província do Pará durante meados do século XIX, região conhecida pela historiografia regional como Zona Bragantina, em função de um projeto político de incentivo à ocupação das terras paraense, promovido pelas autoridades provinciais da época. O principal propósito daocupação das terras do nordeste paraense estava em promover o fortalecimento da economia agrícola, com base em um intenso processo de modernização da Província Paraense, na tentativa de substituir as formas tradicionais de uso da terra, por tecnologias voltadas para produção agrícola em grande escala. Desse modo, analisaremos os discursos oficiais, proferidos pelas autoridades políticas da época, relacionados ao contexto histórico de escassez de gêneros alimentícios e das iniciativas pública para o enfretamento destas condições. Isso será realizado a partir das leituras dos Relatórios dos Presidentes da Província do Pará, com intuito de explorar a perspectiva de um arranjo documental possuidor de dimensões oficiais. Também contextualizaremos o cotidiano da população paraense no período da segunda metade do século XIX. Para isso utilizaremos dos depoimentos e impressões dos naturalistas ingleses Alfred Russel Wallace e Henry Walter Bates, sobretudo suas vivências com a população paraense, os viajantes expedicionários que tiveram sua passagem pela Província do Pará em meados do século XIX. Assim, pretende-se apresentar como os costumes e os modos de vida das populações paraenses, especialmente os hábitos alimentares e a circularidade dos saberes e dos sabores locais se contrapõem ao um discurso de escassez de alimentos proferido pelas autoridades políticas da época. Para isso, realizaremos uma abordagem crítica das fontes, sob a ótica da historiografia da alimentação e do abastecimento, que desempenha um papel indispensável para compreender as dinâmicas interações interculturais que moldaram um circuito de sociabilidades entre as populações locais e suas adjacências, interpretando o contexto histórico das conexões e assimilações dos hábitos alimentares e das formas de comer, diretamente interligados à natureza circundante.
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TAYANE GLEICE PINHEIRO LIMA
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FLORESTA-ESCOLA: TERRITORIALIDADES EDUCATIVAS EM DISPUTAS NA AMAZONIA MARAJOARA
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Data: 01/09/2023
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A temática dessa pesquisa se desenvolve a partir do entendimento da natureza como sujeito, como guardiã e detentora dos saberes ancestrais das populações amazônicas, cujo metabolismo exerce influência em todo o planeta. Nesse sentido, Floresta-Escola é, portanto, uma modalidade de prática educativa fundamentada no processo de decolonização epistemológica e consequentemente, de (re)educação sobre a própria instituição escolar entendida como um espaço fértil para a construção do conhecimento e das práticas pedagógicas mediatizadas pelas linguagens e saberes sobre/na/com as ancestralidades. Outrossim, esse estudo se desenvolve a partir problemática vivenciada pela tentativa de padronização dos currículos escolares no território nacional que se mostrou com mais intensidade na proposta conhecida como BNCC Base Nacional Comum Curricular, que marginaliza saberes e práticas culturais vivenciadas pelas populações amazônicas. A pesquisa tem como objetivo geral analisar os projetos políticos-pedagógicos em disputa no território educativo da Floresta-Escola Marajoara. Metodologicamente ancorada no método qualitativo como condutor para o levantamento e análise dos dados e numa incursão pela transdisciplinaridade descrita por Santos (2008). Como técnica para coleta dados optou-se pela pesquisa documental e pela pesquisa empírica, em que foram realizadas observações e entrevistas com os sujeitos envolvidas com as práticas educativa da Floresta-Escola Marajoara. Para compreender a interseção transfronteiriça entre os saberes da floresta, os dados foram analisados, considerando o processo de triangulação das informações, sistematizadas em três categorias temáticas: a) Territorialização da Escola no espaço da Floresta; b) Interações transfronteiriças: os arranjos e conflitos dos projetos em disputas na Escola Zeneide; c) Práticas educativas não colonizadoras a (re)existência da Floresta-Escola.
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FERNANDA MIRANDA FREITAS
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ESMOLAÇÃO A SÃO BENEDITO DA PRAIA: Ritual e Musicalidade devocional na Amazônia Atlântica
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Data: 31/08/2023
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Esta pesquisa tem como objetivo geral descrever e dar visibilidade ao ritual de Esmolação a São Benedito da Praia em Bragança, Pará, a partir das vozes/narrativas de seus praticantes. Assim, esse trabalho pretende conhecer e dar voz aos esmoleiros beneditinos, e ainda, documentar em mídia o ritual das Esmolações, a fim de registrar sua contribuição na construção da identidade religiosa e cultural na Marujada de São Benedito. Para tanto, a pesquisa foi desenvolvida em três etapas: entrevista com mestre encarregado da Esmolação, a pesquisa de campo com observação participante no acompanhamento do Ritual, e análise e triangulação dos dados a partir da Análise de Conteúdo. Os resultados da pesquisa são apresentados em três seções de análise, obedecendo a mesma categorização organizada na etapa de interpretação referencial, sendo eles: i) O Ritual de Esmolação de São Benedito das Praias; ii) Esmoleiros: Trabalhadores do Santo; iii) Ladainhas e musicalidade no ritual de Esmolação.
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MARCIA DO CARMO SOUSA
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RESISTÊNCIAS NEGRO-NDIO: RELAÇÕES DE SABERES NA PRODUÇÃO DAS ROÇAS DOS QUILOMBOLAS DE ITAMOARI
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Data: 31/08/2023
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Este trabalho objetiva compreender como se produz os saberes das roças na relação entre indígenas e negros no quilombo de Itamoari. Também entender como os saberes e fazeres são repassados pelos mais velhos aos mais novos quilombolas pela oralidade, e por meio do que eles denominam de dons, reza e saberes espirituais. Com este estudo pretendo colaborar com a comunidade de Itamoari que fica localizada no nordeste paraense no município de Cachoeira do Piriá no sentido de tornar visível nosso modo de existir (e produzir), preservando a floresta em pé. O quilombo de Itamoari é formado pelo casamento entre Tembé e descendentes de negros escravizados. É a união desses dois universos culturais que possibilitam entender como se produz a roça nessa comunidade. Os relatos orais, buscam dá sentido ao recorte metodológico escolhido para fundamentar a pesquisa, ou seja, a história oral e a escrevivência de minha trajetória como quilombola que vive em uma comunidade de fronteira entre o Pará e o Maranhão, na Amazônia brasileira. Percebi no decorrer da pesquisa que os moradores de Itamoari utilizam a prática de agricultura familiar, quer na caça, na pesca e na coleta, obedecendo sempre o regime da natureza, relacionado com o ciclo da lua, as vazantes e enchentes do rio. Os aportes teóricos que norteiam este trabalho são fundamentados nas ideias de Antônio Bispo (2015, 2021), Conceição Evaristo (2006), Thompson (2012), dentre outros, os quais contribuíram nas reflexões e entendimentos do que é viver em uma comunidade de negros-índios e produzir uma economia de suficiência (Clastres, 1977). Considero esse trabalho de suma importância para entendermos como se produzem as relações entre negros e índios na formação de quilombos na Amazônia, tendo o quilombo de Itamoari como exemplo desses processos históricos, mas também para elucidarmos a centralidade da terra no debate acerca dos saberes quilombolas, o que pode aportar enorme contribuição para entendermos a economia amazônica.
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LYDIANE RODRIGUES DE AMORIM
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PRÁTICAS CORPORAIS DE PROFESSORES (AS) DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO MODULAR RURAL EM ESCOLAS ÀS MARGENS DOS RIOS E FUROS NA AMAZÔNIA MARAJOARA
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Data: 31/08/2023
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A temática desta pesquisa de Mestrado investiga as práticas corporais de professores (as) de Educação Física em Escolas às margens dos rios e furos da Rede Municipal de Breves na Amazônia Marajoara. Esse contexto de Escolas das águas se justifica por que é na Organização do Sistema de Ensino Modular Rural que atuam os (as) docentes do componente curricular Educação Física. A pesquisa apresenta o problema como fenômeno social a ser investigado, portanto busca investigar, de que forma os (as) professores (as) de Educação Física desenvolvem as práticas corporais em escolas das águas que estão às margens dos rios e furos na Amazônia Marajoara? Tendo como objetivo geral analisar as falas de professores (as) de Educação Física do Sistema de Ensino Modular Rural sobre as práticas corporais desenvolvidas em escolas às margens dos rios e furos, no município de Breves, na Amazônia Marajoara. O caminho metodológico é baseado no método interacional que segundo Gatti (1999) são estudos que abordam o cotidiano na relação com o contexto escolar, e do tipo de abordagem qualitativa por se tratar do fenômeno social, que segundo Chizzotti (2006), todas as pessoas que participam da pesquisa são reconhecidas como sujeitos que elaboram conhecimentos e produzem práticas no dia a dia, a pesquisa também é documental. O documento analisado é o Documento Curricular da Rede Municipal de Breves para o Ensino Fundamental. Para a coleta de dados optou-se pela técnica da entrevista semiestruturada e o uso de fotografias de espaços escolares que são utilizados para o desenvolvimento das práticas corporais de professores (as) e os estudantes do Sistema de Ensino Modular de Breves. Tomou-se como instrumento de análise dos dados, as técnicas com base na Análise de Conteúdo, segundo Bardin (2016). Os resultados da pesquisa mostram, principalmente, que há um único Documento Curricular, voltado tanto a educação escolar urbana, quanto a educação rural das águas de escolas as margens dos rios e furos, fazendo com os (as) professores (as) criem estratégias de adaptação das práticas corporais o conforme o contexto social de cada escola do Sistema de Ensino Modular Rural ou até mesmo o não desenvolvimento de práticas corporais indicadas no Documento Curricular da Rede Municipal de Breves para o Ensino Fundamental e o documento normativo como a Base Nacional Comum Curricular, devido falta de material pedagógico esportivo, quadra esportiva, estrutura física das escolas do Sistema de Ensino Modular Rural. A pesquisa, portanto, conclui que há nas falas de professores (as) um indicativo de denúncia, da necessidade de ação e reflexão sobre a construção de um currículo para as escolas das águas. Além, da ausência de políticas públicas direcionadas para o Sistema de Ensino Modular Rural.
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MARIA PAULA ANTUNES VALE DA SILVA
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HISTÓRIA, VIVÊNCIAS E PRÁTICAS DE PARTEIRAS TRADICIONAIS DE UMA COMUNIDADE RIBEIRINHA NO NORDESTE DO PARÁ
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Data: 30/08/2023
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Fazer referência às parteiras tradicionais no Brasil, na atualidade, é o mesmo que expressar uma realidade existente e vigente. O Ministério da Saúde posta como definição de parteira tradicional aquela que dispensa assistência ao parto realizado em domicílio pautado em saberes e práticas. O objetivo do presente estudo foi efetivar uma análise comparativa entre a assistência feita por parteiras tradicionais em um momento durante o pré-natal e outro no pós-parto, em uma comunidade ribeirinha no nordeste paraense e as recomendações atuais. A avaliação considerou as parteiras em atividade na localidade de Fernandes Belo, distrito do Município de Viseu, Pará. O estudo foi estruturado em oito seções, contando com a introdução, sendo tecidas considerações sobre o contexto histórico mundial e brasileiro, as referências mundiais e em relação às parteiras tradicionais. A segunda seção versou sobre o problema desta pesquisa, na terceira, a justificativa do tema em estudo e do local pesquisado. Já na quarta seção, sobre os objetivos, geral e específicos, na quinta, versou sobre a metodologia aplicada, na sexta, o resultado e na sétima, a discussão, por fim, sendo tecidas as considerações finais. A metodologia empregada no estudo foi caracterizada como uma pesquisa exploratória e descritiva, de natureza qualitativa, utilizando técnica de amostragem por conveniência. Em resultado, foram feitas análises evidenciando alguns pontos de divergências, convergências e completudes observadas, possibilitando a ocorrência de uma análise comparativa entre as evidências científicas e recomendações oficiais e as práticas adotadas pelas parteiras, evidenciando as práticas observadas pelo ofício de parteira em uma comunidade ribeirinha no nordeste paraense dialogando com evidências científicas encontradas.
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YURY LUCENA PONÇADILHA
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POLÍTICAS DE AÇÕES AFIRMATIVAS PARA A EQUIDADE RACIAL NOS DISCURSOS DE DOCENTES DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ, CAMPUS CASTANHAL
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Data: 30/08/2023
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Está pesquisa resulta da Dissertação de Mestrado em Linguagens e Saberes na Amazônia com foco nas políticas de ações afirmativas para a equidade racial nos discursos de docentes do curso de Educação Física da Universidade Federal do Pará, Campus Castanhal analisando os seus discursos sobre as políticas de ações afirmativas para equidade racial no processo de formação do curso. Para isso, apresento o problema de pesquisa: quais os discursos de docentes sobre as políticas de ações afirmativas para a equidade racial no curso de Educação Física da Universidade Federal do Pará, Campus Castanhal? O estudo assume uma discussão à luz de teóricos que discutem a temática racial e Políticas de Ações Afirmativas, tais como Abdias Nascimento, Nilma Lino Gomes, Zélia Amador de Deus, Kabengele Munanga, dentre outros. Para tratar da temática sobre Educação Física, trago como referencial teórico Lino Castellani Filho, Ari Lazzarotti Filho, Suraya Cristina Darido, dentre outros. Para análise dos dados utilizo o método do materialismo histórico e dialético. As políticas de ações afirmativas são instrumentos legais que atuam na democratização do acesso e no combate legal das desigualdades e discriminações étnicas, raciais, gênero, sexualidade e outras promovendo efetiva participação dessas minorias políticas no acesso à educação, saúde, emprego e outros. Nesta pesquisa, a teoria marxiana contribui para identificar as contradições existentes nos discursos dos docentes de Educação Física a respeito das políticas de ações afirmativas para a equidade racial dentro do processo de formação dos alunos e de que maneira trabalham essas questões em suas disciplinas no objetivo de promover uma educação das relações étnico-raciais voltada ao combate ao racismo. Para a geração de dados utilizei a técnica da entrevista semiestruturada. Para o tratamento dos dados coletados, utilizei a técnica da análise do conteúdo BARDIN (2005). Participaram da pesquisa 4 docentes do Campus de Castanhal. As análises revelam que apesar de todo o avanço sobre a temática racial e das ações reparatórias existentes na Universidade, visando equilibrar as oportunidades para os estudantes negros, alguns docentes em suas práticas pedagógicas, não aplicam uma educação voltada às relações étnico-raciais. A pesquisa Políticas de Ações Afirmativas para a Equidade Racial na Formação de Docentes de Educação Física da Universidade Federeal do Pará, Campus Castanhal conclui que é preciso reorganizar o PPC do curso de Educação Física para que nesse documento, a educação voltada à equidade racial, visando uma educação antirracista, sirva como embasamento teórico/legal para os docentes, se apropriando de um debate voltado à uma educação plural, inclusiva e diversa, formando docentes inseridos no combate às desigualdades raciais.
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GESSE ANTONIO DA SILVA CONDE
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CURTAS-METRAGENS AMAZÔNICOS: POSSIBILIDADES PARA DISCUTIR EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA
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Data: 29/08/2023
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A utilização de filmes de animação como recurso didático tem sido cada vez mais explorada em sala de aula, nos mais variados campos do conhecimento, e tem contribuído para a participação mais ativa dos estudantes em sala de aula, uma vez que eles costumam ter boa aceitação desse tipo de metodologia. A inserção da Educação Ambiental no currículo escolar busca promover a ampliação das relações que podem ser estabelecidas com o ambiente, promovendo a constituição de sujeitos críticos, que possam problematizar e refletir sobre suas escolhas e avaliar suas consequências. A presente pesquisa se propõe a discutir o potencial de curtas metragens de animação, produzidos na região amazônica, para explorar questões ambientais na Educação Básica, visando despertar o interesse e sensibilizar estudantes em relação ao contexto socioambiental no qual estão inseridos. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de caráter interdisciplinar, inserida no campo das linguagens e saberes na Amazônia, mais especificamente na linha de Educação, Linguagens e Culturas na Amazônia. Selecionamos cinco animações que fazem parte do acervo da Cinemateca Paraense: Cadê o verde que estava aqui? (2004); O menino urubu (2006); O rapto do peixe-boi (2009); A onda – Festa na pororoca (2003) e A revolta das mangueiras (2004), que foram apresentados a professores estagiários vinculados a dois programas de iniciação à docência: PIBID e Residência Pedagógica, para que pudessem avaliar o potencial desse material em sala de aula. Nesse caminho, foram elaborados roteiros, relacionando os principais conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais (ZABALA, 1998) selecionados após a análise dos curtas metragens a partir da oficina “curtas-metragens de animação para discutir educação ambiental” na qual os filmes foram apresentados e discutidos. Em seguida, para avaliar o potencial dessa metodologia, responderam os professores estagiários responderam a um questionário semiestruturado com cinco perguntas. A organização e análise dos dados obedeceram às etapas descritas para análise de conteúdo de Bardin (2016). Participaram da Oficina 20 professores estagiários e foram elaborados cinco roteiros, um para cada curta metragem. De uma forma geral o material produzido ao longo da oficina levanta questões ambientais muito importantes, tais como: descarte correto de resíduos sólidos, aterro sanitário, biodiversidade, desmatamento, uso sustentável dos recursos naturais, linguagem regional (sotaque), identificação de espécies, poluição (ar, solo, água), conceito dos “Sete erres”, planejamento urbano e responsabilidades sobre o patrimônio público. Em relação ao potencial dos curtas metragens para Educação Ambiental os professores estagiários sinalizam que, embora não tivessem conhecimento desse material em particular, ele se mostra promissor por ser um instrumento que permite discutir as questões ambientais a partir de um contexto familiar ao estudante. Podemos dizer que esta pesquisa, além de visibilizar parte da produção cinematográfica regional contribuiu para a produção de conhecimento na área das Ciências Humanas, mais especificamente no campo do currículo e da formação de professores, produzindo material didático que pode ser utilizado em sala de aula para potencializar o processo de ensino-aprendizagem na região amazônica.
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MARIA JOSE BORGES DA SILVA
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NARRATIVAS ORAIS DE MULHERES PRETAS E QUILOMBOLAS SOBRE O EMPODERAMENTO FEMININO NEGRO NO SINDICATO DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS RURAIS DE CAMETÁ-PA
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Data: 29/08/2023
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Este estudo analisa o Empoderamento Feminino Negro nas narrativas orais de mulheres pretas e quilombolas no Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR) de Cametá-PA. Problematiza o lugar que a mulher preta e quilombola ocupa nesse Sindicato frente ao contexto histórico majoritariamente masculino. A pesquisa baseia-se na Teoria da Filosofia da Linguagem em Bakhtin considerando os gêneros do discurso e no Método da Interseccionalidade com base em Collins (2021) e Akotirene (2020). O referencial teórico para as discussões sobre Feminismo e Empoderamento Negro baseiam-se em bell hooks (2020), Ribeiro (2021), Gonzalez (2020), Kilomba (2019), Lerner (2019), Carneiro (2011), entre outras. Para a incursão sobre o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais dialogamos com Fiel (2014). Metodologicamente o estudo é de abordagem qualitativa a partir das narrativas orais com 04 (quatro) mulheres pretas e quilombolas que atuaram como membras associadas no STTR de Cametá-PA por mais de 20 anos. Nesse estudo utiliza-se a análise do discurso em Bakhtin a partir do conceito de enunciação. Os resultados revelam que essas mulheres foram pioneiras na luta pelo empoderamento no STTR, lutaram para ocupar seus lugares de fala e atuação nesse espaço histórico de predominância masculina que silencia, mesmo elas ocupando lugares de poder (delegadas e Vice-presidenta do STTR), sofreram racismo, preconceito e discriminação, tendo o lugar de fala oprimido pelas vozes de homens que até então eram os únicos a ocupar lugares de privilégio na Instituição. Concluímos que nas narrativas orais de mulheres pretas e quilombolas, o empoderamento feminino negro ocorre por meio de um movimento de lutas e resistências de mulheres pretas e quilombolas pelos seus direitos e visibilidade, um processo político, geracional, identitário, demarcado por uma rede de proteção familiar e comunitária entre as mulheres do Sindicato, quilombolas, religiosas e trabalhadoras rurais, que mesmo tendo suas trajetórias no STTR influenciadas pelas relações interseccionais de raça, gênero e classe que interagem entre si modificando a maneira como essas mulheres experienciam a vida, ainda assim ocuparam os espaços que lhes foram historicamente negados pelo racismo, machismo e pela herança patriarcal.
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ANGELA DO SOCORRO FERREIRA RODRIGUES
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O grito das águas: Experiência de vida, Decolonialidade e Representatividade das pescadoras de camarão (em um projeto de assentamento agroextrativista) na Amazônia
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Data: 29/08/2023
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As pescadoras do PAE Nossa Senhora do Livramento (Abaetetuba-PA) são as principais responsáveis pela captura, beneficiamento e comercialização do camarão regional (Macrobrachium amazonicum). Elas também realizam a pesca de peixe, confecção e manutenção dos apetrechos de pesca, trabalham no extrativismo vegetal, na criação de pequenos animais, são liderança familiar e comunitária. No entanto, de forma geral, o protagonismo das mulheres é invisibilizado ou desvalorizado. Estudos sobre as lutas e conquistas das mulheres são necessários para dar visibilidade ao trabalho da pescadora artesanal, pois os estudos científicos também são referências para a produção de políticas públicas. O objetivo deste estudo foi identificar como foram construídas as relações de gênero no PAE NSL, tendo como focos o trabalho, processo de participação e representação das pescadoras de camarão regional nas organizações sociais do PAE e entidades representativas da pesca artesanal. A metodologia utilizada foi qualitativa usando-se etnografia e autoetnografia, por meio das minhas memórias de vivência junto às pescadoras artesanais antes do período de pesquisa e após a fase preliminar de estudo bibliográfico (agosto de 2021 a dezembro de 2022). A minha vivência, como moradora da comunidade, possibilitou maior aproximação com as pescadoras. A análise dos dados foi descritiva através do processo indutivo com base na vivência, anotações do diário de campo, fotografias e estudos bibliográficos. O estudo procurou responder algumas questões: Como as relações de gênero entre homens e mulheres foram estabelecidas na atividade pesqueira nesta comunidade? Qual a compreensão das pescadoras de camarão regional sobre a importância do seu trabalho para o meio familiar e também para o PAE? Quem eu sou nesse processo? Os resultados obtidos por meio da autoetnografia reafirmaram minha identidade como mulher ribeirinha, a qual cresceu em meio as lutas sociais desenvolvidas por pescadoras artesanais resilientes, e foram essas pescadoras artesanais que contribuíram para meu processo nos estudos acadêmicos. E por meio da etnografia foi possível identificar que as pescadoras desenvolvem o etnoconhecimento necessário para desenvolverem as atividades de pesca e extrativista vegetal. São as principais responsáveis pela transmissão desses conhecimentos que são culturalmente passados entre as gerações. Somado a isso, a relação de gênero é baseada em contextos de dominação e subordinação advindas da cultura patriarcal, as quais contribuem para a invisibilidade feminina nas atividades produtivas e gera sobrecarga de trabalho nas atividades reprodutivas. Todavia, as pescadoras estão paulatinamente rompendo com essa herança ao protagonizarem papéis de lideranças familiar e comunitária. Elas têm se engajado principalmente em âmbito local, participando em ações de grupos diversos, tais como as Comunidades Eclesiais de Base, associações de moradores, movimentos sociais, Colônia e Sindicato dos Pescadores e Pescadoras Artesanais. Por fim, foi possível perceber que essas pescadoras estão conquistando autonomia e se reconhecem como pescadoras capazes de negociar, questionar e reivindicar melhores condições de vida para suas famílias e comunidade.
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JOSÉ RODRIGO SOUSA DE LIMA DENIUR
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INFÂNCIAS RIBEIRINHAS NO CONTEXTO DE BRINCARES E PRÁTICAS CORPORAIS NAS MARÉS DE RIO NA AMAZÔNIA AMAPAENSE
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Data: 28/08/2023
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Esta dissertação tem foco nas infâncias ribeirinhas da Comunidade do Igarapé da Fortaleza, localizada na Amazônia Amapaense, região próxima à capital Macapá, no Estado do Amapá. Esse território se insere na floresta Amazônica brasileira, espaço de riqueza natural, diversidade de flora e fauna. Segundo os dados do IBGE (2010) a população infantil era de 1398 crianças e adolescentes entre zero e 14 anos. O objetivo principal da pesquisa é analisar as discursividades das crianças em situação de brincares e as práticas corporais das infâncias ribeirinhas nas marés do rio da comunidade do Igarapé da Fortaleza, na região da Amazônia amapaense. A pesquisa se fundamenta na no campo da Educação assumindo que as crianças são pessoas que vivenciam a infância nos brincares com a natureza e constroem culturas infantis no espaço da pesca artesanal, ao tomar banho de rio, nos estaleiros, no processo da fabricação de barcos brincando em cima dos barcos empinando pipas e pulando de cima desses barcos em construção nos estaleiros. O método do materialismo histórico-dialético, abordagem da pesquisa qualitativa, a técnica da observação participante e roda de conversa serviram para a geração dos dados e análise do conteúdo. Participaram 14 crianças com idades entre 09 e 12 anos, nascidas e moradoras da Comunidade do Igarapé da Fortaleza. Os resultados a priori revelam que as práticas corporais manifestadas nos brincares das crianças, são manter equilíbrio nas canoas, ao pular da ponte no rio, elas jogam o futebol praticado na beira do rio na vazante da maré, a queimada, a pira pega dentro e fora d’agua. Ainda, infere-se que as infâncias das crianças ribeirinhas estão intrinsecamente ligadas às suas práticas corporais e brincares, bem como às vivências infantis no universo ribeirinho. A pesquisa infere que os brincares nas marés desenvolvem muitas habilidades nas crianças como aprender a nadar nas águas sozinhas, coordenação motora grossa na agilidade ao brincar de pira pega saltando de cima dos barcos, sumindo e aparecendo para enganar o colega que está tentando lhe pegar. Elas socializam ao brincarem de futebol na vazante da maré e se equilibram nas pontes ao brincarem de lençinho. Elas desenvolvem a criatividade e socialização de aprendizados entre si e constroem relações afetivas. Tomam banho de rio, pulam das pontes, ficam amuadas quando perdem no jogo. Elas esperam ansiosamente, tanto as cheias da maré quanto a vazante, importa pular da ponte e dos barcos no rio e jogar o futebol. No futebol ou na queimada são muitas as habilidades das crianças, usam apelidos, caçoam uma das outras, choram, riem, brincam, se alegram com as conquistas e ficam com raiva quando perdem em algumas das atividades. No método apresento o diálogo com as categorias brincares e o trabalho como princípio educativo, práticas corporais e emancipação social das crianças.
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UARLEY IRAN PEIXOTO DA SILVA
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“AFINAL DE CONTAS, QUE ESPÉCIE DE PROTEÇÃO É ESSA?”: INDÍGENAS, NATUREZA E O SERVIÇO DE PROTEÇÃO AOS ÍNDIOS NA AMAZÔNIA (1940-1950)
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Data: 22/08/2023
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Essa pesquisa objetiva analisar as relações socioambientais, o protagonismo indígena e as visões sobre a natureza que emergiram da atuação do Estado Brasileiro no território do Alto Rio Guamá, bioma amazônico entre os rios Guamá e Gurupi, durante o fim da primeira metade do século XX (1940-1950), especificamente a partir da atuação do Serviço de Proteção aos Índios (SPI) junto aos Tenetehar-Tembé e outros grupos indígenas, como os Urubu-Ka’apor, na fronteira dos estados do Pará e do Maranhão desde as atividades dos postos indígenas (PI) Felipe Camarão, Pedro Dantas e Tembé. Sob o comando de Getúlio Vargas esse período, conhecido como Estado Novo (1937-1945), inaugura uma nova forma de pensar a Amazônia. As fontes utilizadas são documentos da 2a Inspetoria Regional (IR) do SPI, entre os anos de 1940 e 1950, além de decretos, fotografias, matérias de jornais e entrevistas realizadas em campo com indígenas Tembé. A documentação proveniente do SPI está disponível no Laboratório de História e Patrimônio Cultural da Amazônia (LABHIST), em razão de acordo realizado entre a Faculdade de História da UFPA (FAHIST), campus Bragança, com a Fundação Nacional do Índio (FUNAI). A metodologia utilizada para analisar as fontes foi baseada na história documental, alinhada na perspectiva apontada por Bacellar (2008). A leitura crítica dessas fontes sob a perspectiva da história ambiental permitiu ampliar a compreensão sobre as dinâmicas sociais existentes e tornaram possível perceber as disputas e negociações que se criaram em torno do uso e da exploração dos recursos naturais disponíveis na região. Esses postos indígenas podem ser compreendidos como verdadeiros sistemas produtivos que deveriam auxiliar na implementação da política varguista na Amazonia e seriam os responsáveis por levar a “técnica” de trabalho e elementos nacionalistas que finalmente integrariam a região e os indígenas ao restante do país. Através da análise das fontes argumentamos que os conhecimentos indígenas sobre o ambiente da região foram decisivos para o funcionamento desses postos, visto que puderam definir a prosperidade ou o fracasso desses empreendimentos. A partir das complexas negociações e relações estabelecidas entre os Tembé e outras etnias com os trabalhadores do SPI podemos refletir também sobre como elementos ambientais podem ter limitado algumas atividades desses postos, ao mesmo tempo que o funcionamento destes causaram impactos ambientais nessa área.
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FERNANDA CAMPOS DE ARAÚJO
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A atuação do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais em Bragança, Pará: memórias, movimentos e lugares de gênero
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Data: 15/08/2023
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O Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR) de Bragança, Pará é uma entidade que representa a categoria dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, daqueles que são agricultores familiares. O trabalho tem como principal objetivo visibilizar a atuação do STTR no município de Bragança, Pará. A metodologia empregada nessa pesquisa baseia-se na abordagem qualitativa, tendo como instrumentos de coletas de dados a realização de entrevistas com roteiros semiestruturados juntos aos sócios do STTR de Bragança, Pará, as quais foram estudadas a partir da análise do discurso da escola francesa. Nos capítulos dessa dissertação são apresentados uma parte da história do sindicato e como se dá a participação dos membros nessa organização, entendendo os movimentos de avanços e retrocessos, destacando os lugares que homens, mulheres e jovens no ocupam no interior da organização. Fazer uma pesquisa inédita sobre o STTR de Bragança a partir dos registro das memórias narrativas dos trabalhadores e trabalhadoras ruais sindicalizados, além de ser uma contraposição à narrativa hegemônica brasileira, é também um resgate desses atores como agentes históricos, que ao agir, reumanizam-se. Identificou-se que a organização sindical é atravessada desde sua origem por um processo de silenciamento por meio das ideologias dominantes, que se propagam pela violência da colonialidade. A participação no sindicato tem sofrido transformações, hoje as agricultoras familiares têm protagonizado a luta na organização, enquanto homens e a juventude no meio rural tem sido menos evidente, sendo este um fator que bota em risco a sobrevivência da organização. Pode-se perceber também, que nesses espaços emergem muitas linguagens de “rexistência”. Dessa maneira, abre-se uma porta para desenvolvimento de possíveis contribuições para futuros projetos no campo dos estudos das dinâmicas organizacionais dos agricultores familiares da Amazônia.
Palavras-chaves: Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, agricultores familiares; organização social; relações de gênero.
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MARILIA COSTA DE OLIVEIRA
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A CONSTRUÇÃO SOCIAL DOS PERSONAGENS NO ROMANCE CANDUNGA: LITERATURA E ALIMENTAÇÃO EM BRUNO DE MENEZES
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Data: 31/07/2023
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Esta pesquisa tem como fonte principal o romance Candunga (1954) de Bruno de Menezes e parte para análises das práticas alimentares na construção social dos personagens. O principal objetivo dessa dissertação é analisar como a alimentação cumpriu um papel essencial no romance e como Bruno de Menezes adotou a comida como mediadora entre classes e meio, criando uma espécie de panorama alimentar nas regiões onde se passa a narrativa. O romance apresenta preciosas descrições sobre os hábitos alimentares e como a comida e a falta dela descrevem a realidade social de migrantes no século XX. A pesquisa leva em consideração, também, assuntos primordiais nas décadas de 1940 e 1950 como a migração e ocupação de terras no nordeste paraense, além da busca por alternativas de sobrevivência. Aqui faz-se um exercício de pensar uma realidade, em um certo recorte temporal, a partir dos hábitos alimentares que vão muito além de suprir a necessidade fisiológica e a comida, e todo seu processo, como um processo de comunicação.
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ANDRÉ OLIVEIRA SILVA
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CARIMBÓ: RAÍZES E IDENTIDADE CULTURAL,EM IRITUIA, NORDESTE PARAENSE, AMAZÔNIA BRASILEIRA
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Data: 29/07/2023
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Esta pesquisa analisa o carimbó em na cidade de Irituia a partir das suas raízes e de como o município tornou-se uma das referências em manutenção do carimbó como identidade cultural principal do município, portanto, visa revelar quais são os fatores e os saberes que contribuíram para que o município de Irituia no nordeste paraense Amazônia brasileira se tornasse em um dos principais produtores e reprodutores de Carimbó e em que medida os saberes populares do carimbó foram passados de geração a geração, até os dias atuais. Desse modo, apresenta como objetivo geral: analisar os fatores que contribuíram para que Irituia tenha se tornado umas das principais referências em Carimbó, já que é uma manifestação cultural de suma importância para valorização da comunidade Irituiense. Assim, a pesquisa faz uma abordagem dialogando com autores como Antônio Francisco Maciel (1981), Vicente Salles (2015) e Stuart Hall (2014) para desenvolver o debate sobre a história do carimbó no Pará e as questões de identidades. A pesquisa é alicerçada na abordagem qualitativa, dessa forma, a fim de coletar as impressões e concepções sobre as expressões e saberes culturais do carimbó, será utilizado a técnica de entrevista diretiva a três (03) representantes grupos de carimbó.
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JOSE MATEUS SOUSA CONCEIÇAO
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AS PRÁTICAS DOS EXTRATIVISTAS DO CARANGUEJO-UÇÁ (Ucides cordatus) NOS MANGUEZAIS DO MUNICÍPIO DE BRAGANÇA-PA, COSTA AMAZÔNICA BRASILEIRA
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Data: 14/07/2023
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O presente estudo, intitulado "As práticas dos extrativistas do caranguejo-uçá (Ucides cordatus) nos manguezais do município de Bragança-PA, Costa Amazônica Brasileira", adota uma abordagem fenomenológica e tem como objetivo investigar as práticas dos extrativistas de caranguejo-uçá nos manguezais de Bragança-PA, com ênfase nos aspectos territoriais e ambientais, assim como mapear o percurso realizado por esses extrativistas a partir do parâmetro áreas de fácil e difícil acesso nos manguezais da Reserva Extrativista Marinha Caeté-Taperaçu em Bragança-PA. Os procedimentos metodológicos adotados recorreram à abordagem qualitativa de pesquisa, em que a coleta de dados se deu por meio de entrevistas apoiadas por um questionário com perguntas semiestruturadas, assim como por meio de observações de campo, registradas em um diário, incluindo expressões locais, questionamentos dos pescadores em relação à pesquisa, assim como registros fotográficos de áreas e recursos naturais do manguezal. A amostragem foi composta por 50 extrativistas que pescam nas áreas de fácil e de difícil acesso. Os principais resultados e conclusões apontam que os extrativistas de caranguejo-uçá são residentes das comunidades costeiro-estuarinas e têm um profundo conhecimento sobre o recurso caranguejo-uçá, desde a sua posição na cadeia alimentar até o processo de reprodução. O estudo fornece insights valiosos sobre as práticas de extrativismo do caranguejo-uçá e contribuições para o entendimento dos aspectos socioeconômicos e ambientais envolvidos nessa atividade nas comunidades costeiras do Município de Bragança-PA.
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CLEONILSON ROSARIO DA COSTA
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SABERES TRADICIONAIS E A PEDAGOGIA NÃO FORMAL NA APRENDIZAGEM DAS PRÁTICAS PRODUTIVAS DAS CATADORAS DE CARANGUEJO-UÇÁ (UCIDES CORDATUS) NA COMUNIDADE DE CARATATEUA - BRAGANÇA-PA.
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Data: 10/07/2023
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Esta pesquisa se propõe compreender os processos de aprendizagem de crianças e adolescentes acerca das práticas produtivas da Catação do Caranguejo-Uçá na comunidade de Caratateua, município de Bragança, Estado do Pará, Amazônia Oriental. A pesquisa foi realizada com 5 (cinco) famílias de catadores(as), compostas de catadores(as), crianças e adolescentes que foram acompanhadas no decorrer do estudo. A metodologia utilizada é qualitativa, envolvendo pesquisa de campo com observação participante, entrevistas semiestruturadas e registros fotográficos realizados de março de 2021 a março de 2023. Os principais resultados indicam: a) os saberes tradicionais apreendidos por crianças e adolescentes na catação de caranguejo-uçá na Vila de Caratateua acontecem de maneira não formal, através da convivência social, observação dos catadores mais experientes e ensinamentos repassados por seus antepassados; b) o processo de beneficiamento do caranguejo-uçá envolve uma série de saberes tradicionais necessários para se tornar um(a) catador(a) e, apesar de acontecer fora dos muros da escola e não ter um acompanhamento pedagógico, existe uma metodologia para que as crianças e adolescente assimilem tais conhecimentos; e c) Os saberes envolvidos na catação do caranguejo-uçá, apesar de algumas vezes se assemelharem aos conhecimentos ensinados nas instituições formais, de acordo com as crianças, adolescentes e catadores(as) são pouco explorados pelas escolas presentes na comunidade. Os dados obtidos no presente estudo evidenciam a necessidade de políticas públicas que possibilitem melhor qualidade de vida às famílias envolvidas na catação do caranguejo-uçá.
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JOAO LISBOA CONDE
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PASQUIM EM URUMAJÓ: CONTESTAÇÃO E RESISTENCIA NA AMAZÔNIA ATLANTICA DO NORDESTE PARAENSE – SEC. XXI
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Data: 30/06/2023
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Compreender o Pasquim de Urumajó como um fenômeno de contestação e resistência é o grande desafio deste trabalho. O ponto de partida para o estudo de natureza interdisciplinar foi a descoberta do pasquim O Lobo e as Gazelas do ano 2003 – objeto de estudo. Pasquins são fontes históricas e documentais que agregam saberes milenares, reafirmam culturas, constroem identidades e vivenciam realidades, sobretudo em Urumajó, onde o fenômeno ocorre desde o século XX. Ressalta-se que a pesquisa se delineou pelos campos da história e da linguística moderna adotando o estudo documental, estudos bibliográficos e a análise de conteúdo como caminhos metodológicos para se alcançar os objetivos e as respostas ao problema de pesquisa. O objetivo do trabalho é compreender se o pasquim O Lobo e as gazelas constitui-se um instrumento de contestação e resistência ao período político em que foi propagado na cidade de Urumajó. No que diz respeito ao problema de pesquisa indaga-se: O pasquim O Lobo e as Gazelas é um instrumento da contestação e da resistência política em Urumajó ao cenário político da época em que foi propagado? Que elementos do texto contribuem para a reforçar ou refutar a questão levantada? O aporte teórico apoia-se nos estudos de Luciano Figueiredo (2014) e Carvalho et. al, (2012), em que se apresenta uma abordagem específica dos pasquins no Brasil. Ribeiro Júnior (2012), Oliveira (2012), Azevedo (1999) e Campos (2002) contribuem com estudos sobre a historiografia do Lócus da pesquisa, fundamentais para se compreender o contexto político social onde circularam os panfletos. Em Michael Pollak (1989) trabalha-se o tema das memórias. Michael Bakhtin (1997), Marchuschi (2008), Balocco (2005) e Astor Soethe (2008), aborda-se questões voltadas aos gêneros textuais, linguagem e sátira, pois é necessário adentrar esses campos do conhecimento em virtude de situarmos os impressos como fenômenos da linguagem escrita. O tema da identidade é tratado no trabalho a partir de Hall (2003). Em Bardin (1977) aborda-se a análise de conteúdo como procedimento técnico de análise da narrativa. Em Bosi (2002) trataremos dos estudos sobre resistência, como categoria a ser desenvolvida no trabalho. Diante disso chega-se à hipótese que o pasquim O Lobo e as Gazelas é um instrumento/estratégia da contestação e da resistência política em Urumajó ao cenário político da época em que foi propagado, pois os resultados apontam que os manuscritos e impressos da cidade de Urumajó são manifestações da linguagem escrita que há décadas funcionam como instrumentos de contestação à política cultural no nordeste paraense.
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EDILCELIA NARJARA SILVA DE SOUZA
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UMA ANÁLISE SOBRE OS MEIOS DE FORMAÇÃO E SOCIALIZAÇÃO DE CONHECIMENTOS NO MOVIMENTO DE MULHERES DO NORDESTE PARAENSE (MMNEPA). UM ESTUDO NO MUNICÍPIO DE CAPANEMA-PA
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Data: 30/06/2023
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O avanço do capitalismo trouxe como consequência o afinamento da função soberana do Estado, priorizando os interesses dos grupos políticos e econômicos em detrimento das políticas sociais. Desde o início do século XXI, organizações e movimentos sociais têm implantado ações com o objetivo de protesto, denúncia e intervenção social e política por meio da emancipação da mulher, combatendo as muitas formas de violência sofrida por elas. O presente trabalho é orientado para a análise desse ativismo social e político, cristalizado nos últimos anos em uma série de mobilizações massivas no mundo e no Brasil com ênfase na luta feminista. O papel da mulher na sociedade deve ser discutido não apenas em termos de mercado de trabalho, mas dentro de uma perspectiva abrangente de democracia e com uma visão estratégica para minimizar a exclusão social. A ação das mulheres, desde o século passado, foi fundamental para inserir na sociedade a democracia social, que tem como princípio a igualdade de gênero. Um dos dilemas da sociedade contemporânea é entender que não haverá desenvolvimento social e econômico com justiça se não houver igualdade de oportunidades para homens e mulheres. É válido demonstrar a importância dos Movimentos Sociais voltados para o público feminino e que através deles, mulheres conseguiram alcançar essa igualdade social dentro de sua realidade, principalmente quando estas ampliaram seu nível de educação formal, tornando-se protagonistas e não mais coadjuvantes em sua comunidade. Nesta perspectiva, elegemos o MOVIMENTO DE MULHERES DO NORDESTE PARAENSE - MMNEPA para embasar o estudo sobre a melhoria da qualidade de vida das mulheres que participam do movimento, através de entrevistas e questionários com algumas participantes, de modo a demonstrar que quando as mulheres encontram suporte em um Movimento Social Feminista, conseguem estabelecer novos padrões sociais que as conduzem a liberdade.
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DENNI BAIA DE SOUZA
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ANÁLISE DO ROMANCE MAD MARIA DE MÁRCIO SOUZA TRADUZIDO PARA O ESPANHOL EUROPEU POR BASILIO LOSADA: MOVIMENTOS TRADUTÓRIOS SOB PERSPECTIVA
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Data: 29/06/2023
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A presente dissertação inserida no contexto temático dos Estudos da Tradução, mais especificamente no âmbito da tradução literária, toma como objeto a tradução do romance Mad Maria, de Márcio Souza, para o espanhol europeu, por Basilio Losada, publicado em 2017 em Madrid - Espanha, pela Editora Volcano. Márcio Souza publicou o romance Mad Maria em 1980, pela Editora Civilização Brasileira no Rio de Janeiro. O estudo de natureza analítico-descritiva apresentado nesta dissertação debruça-se sobre as soluções tradutórias empregadas pelo mediador intercultural – o tradutor – no processo de transposição interlinguística das imagens-representações Amazônicas manifestas discursivamente dentro da estética literária do texto fonte para o universo linguístico-cultural estrangeiro, provocando de forma irremediável o confronto entre os contextos de produção e recepção, cultura e situação, característicos dos estudos em que uma obra desloca-se internacionalmente e interculturalmente por meio do trabalho desafiador do tradutor. Neste sentido, o estudo parte das hipóteses de que o contexto de recepção é norteador do trabalho tradutório e pode produzir legítimos efeitos manipulatórios de recriação (CAMPOS, 2013); de que, o contexto Amazônico, por suas características peculiares demandam, por vezes, adaptações domesticadoras ou estrangeirizações que preservem as peculiaridades lexicais locais. O estudo apresenta como questões-problema: é possível perceber as nuances de perdas e ganhos em estrangeirização ou domesticação no cotejamento envolvendo texto fonte e texto meta? É possível identificar questões imagológicas que suscitem considerações identitárias na obra traduzida? Como objetivos a pesquisa propõe-se a produzir reflexões e inferências sobre as manobras, desafios e consensos percebidos na ação tradutória interlinguística através do ato de cotejamento de trechos dos textos fonte e texto meta, para fins de relacionar os movimentos de estrangeirização e domesticação, analisar as imagens da Amazônia reveladas ou recriadas na tradução e, comparativamente, perceber como os dois contextos de recepção ( da obra em Português e da obra em Espanhol) podem impactar o processo tradutório. Serão, entre outros autores, referenciais basilares: Torop (2008, 2000), Berman (2013), Campos (2011-2015), Hurtado-Albir (2001), Iser (2000), Jakobson (1971); Jauss (1969) and Venuti (1995).
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DYANDRA JAMYLLE ROSARIO DA SILVA
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POR ELES E PARA ELES: a execução do Plano Individual de Atendimento no cumprimento de Medida Socioeducativa em Meio Aberto, Capanema, Pará
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Data: 29/06/2023
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A pesquisa apresenta uma análise da execução do Plano Individual de Atendimento (PIA) no contexto da Medida Socioeducativa (MSE) em Meio Aberto realizado em um Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), em Capanema, Pará. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, referendada no método do materialismo histórico-dialético e utilizou como procedimento metodológico a pesquisa bibliográfica, documental e de campo empírico por meio da observação participante e análise documental dos PIA’s de adolescentes na faixa de 15 e 16 anos que cumpriram MSE no período de 2018-2020. Os resultados indicaram que os adolescentes são majoritariamente do sexo masculino, cumprindo Liberdade Assistida, residentes na Zona Urbana, porém em bairros periféricos, usuários de álcool e outras drogas. Identificou-se o PIA como uma ferramenta pedagógica importante na execução da MSE para além da responsabilização, porém a ausência do instrumental na maioria dos casos demonstra a fragilidade no cumprimento da MSE. Desta forma, ressalta-se a importância de um planejamento individualizado que direcione as ações socioeducativas na perspectiva da desaprovação das condutas infracionais e na garantia dos seus direitos individuais e sociais.
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DEISIANE AVIZ DO NASCIMENTO
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DISCURSO, CINEMA, MEIO AMBIENTE E A PRODUÇÃO DA INFÂNCIA AMAZÔNIDA
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Data: 28/06/2023
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Ao pesquisar infância e Amazônia tendo o cinema enquanto meio de produção de imagens e socialização de representações sociais tomamos esse veículo midiático enquanto artefato cultural, que se dirige à educação das pessoas mobilizando com isso saberes, tradições, identidades, que atuam na produção de sujeitos e subjetividades no contexto amazônico. Desse modo, julgamos importante olhar com mais atenção para os dispositivos da mídia voltados para o público infanto-juvenil pois crianças e jovens estão inseridos na dinâmica da vida e de seus condicionantes, vivenciam o contexto, compõem a sociedade, refletem saberes e subjetividades, inclusive, constroem a realidade do/sobre o ambiente em que vivem, desse modo, consideramos que o gênero cinematográfico voltado para esse público produz e divulga conhecimentos, representações etc. Nosso estudo objetiva discutir e problematizar as representações que os filmes da trilogia Tainá apresentam para o público infanto-juvenil sobre o território amazônico e as infâncias amazônidas. Tomamos como objeto de estudo os filmes de ficção: Tainá - Uma Aventura na Amazônia, lançado em 2000, Tainá 2 – A aventura continua, lançado em 2004 e Tainá – A origem, lançado em 2013. Subsidiadas nos Estudos Culturais e nas Análises Discursivas de Michel Foucault adotou-se a Etnografia de Tela como como estratégia metodológica. Os resultados apontam que a trilogia Tainá apresenta um universo de simbologias, significações e representações, manifestadas por meio de discursos. É sustentada a ideia de Amazônia associada a concepções de extraordinário mundo verde, pulmão do mundo, composto por uma imensa extensão de terras isoladas. Configurado como um espaço habitado exclusivamente por indígenas, por sua vez, desenhados como “bons selvagens” e “defensores da floresta”, vivem na mata e sobrevivem dos seus recursos. Acionando sobre eles a representação de concepções que fortalecem uma identidade fixa. Essa forma de “retratá-los” faz com que sejam concebidos como uma população única e homogênea. Os filmes acionam também a existência de duas formas de conhecimentos: o saber tradicional e o saber científico/tecnológico. Aos nativos são designados como detentores dos saberes da tradição e o conhecimento científico aparece como um atributo de pessoas da cidade, aliado à ideia de modernidade. Contatou-se que os filmes são fundamentados em uma perspectiva de divisão e oposição de mundos, ou seja, um mundo dividido entre moderno e selvagem, brancos e nativos, bem e mal, saberes tradicionais e conhecimentos científicos. Além disso, detectamos a reprodução de dois tipos de infância, uma vivida por crianças nativas e outra, pelas crianças da cidade. Os discursos retratam a infância indígena como homogênea e apresenta a criança nativa como espelho da criança amazônida; designadas como não dispor de conhecimentos e acesso aos aparatos tecnológicos e modernos, oposta à infância da criança “branca”, que habita o ambiente constituído pela “modernidade” e suas tecnologias. Ao analisar a sequência dos filmes e refletir sobre seus enunciados é possível concluir que as obras cinematográficas apresentam representações do contexto amazônico, de nativos e infâncias associada a perspectivas estereotipadas, limitadas e distante das distintas realidades que não consideram a existência de infâncias amazônidas diversificadas e plurais. Conclui-se que as obras cinematográficas endereçadas ao público infanto-juvenil propõem temáticas pertinentes e de relevância social, porém, sinalizamos a necessidade de que essas problematizações e análises reflexivas sejam colocadas em operação em sala de aula como forma de não reforçar e disseminar os tantos estereótipos associados à essa imensa e diversificada região.
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JOYCE MARIA DA SILVA CONDE
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REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SOBRE INFÂNCIA E NATUREZA: UM DIÁLOGO COM CRIANÇAS DA COMUNIDADE FAZENDINHA, NA AMAZÔNIA BRAGANTINA
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Data: 27/06/2023
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A presente pesquisa foi desenvolvida na Comunidade Fazendinha, situada no Município de Bragança, no estado do Pará. O estudo parte de questionamentos ligados a quais representações sociais as crianças da Amazônia bragantina da comunidade fazendinha estão construindo sobre infância e a natureza e como estas reverberam nos modos de vida que a infância amazônica constrói com a natureza? Assim, objetivou-se analisar as representações sociais das crianças da comunidade fazendinha sobre a infância e a natureza e como estas reverberam nos modos de vida que a infância amazônica constrói com a natureza. Utilizou-se como base teórica – metodológica o modelo de tríade dialógica proposto por Moscovici (1971) e desdobrado em sentido dinâmico por Marková (2006), como Alter, Ego e Objeto. Como técnicas de coleta de dados utilizou-se a observação, entrevistas e os desenhos. Na análise dos dados, os elementos constitutivos: Alter-Ego-Objeto configuraram-se como as três dimensões de análise, sendo elas: Alter, onde as crianças estão expostas? Ego, o que sabem? Objeto, os processos dialógicos que revelam as reverberações entre presente e futuro das representações sociais. Os resultados possibilitam aferir que no universo das crianças amazônicas da comunidade fazendinha, foi possível encontrar todo um conjunto de saberes e atividades realizadas na comunidade como: religião, trabalho, lazer, entre outros. Identificou-se múltiplos aspectos do movimento das crianças no contexto pesquisado, as crianças vivenciam dentro de seus contextos mais amplo, subcontextos oriundos de suas relações com seus pares. Sobre o que as crianças sabem, os discursos destacam que a infância na comunidade fazendinha está diretamente ligado a forte relação com a natureza e com as vivências da comunidade, elas conseguem diferenciar e dizer o nome de cada pássaro e fruta; é perceptível a intensa relação delas com meio, bem como a excitação de liberdade em estar nos espaços da comunidade. As crianças correm e brincam com as árvores, suas vozes, seus gritos, suas risadas, misturam-se aos sons da natureza. As crianças tem na natureza uma grande referência, isto é a natureza representa “o ponto de equilíbrio da própria vida. Dentro dos processos dialógicos que revelam nas reverberações entre o presente e futuro, a infância na comunidade fazendinha é representada nos diálogos e desenhos pelas atividades mediadas em seu contexto sociocultural que oferece às crianças uma ampla estrutura básica para mudanças das necessidades e tomada de consciência, que, sem dúvida contribuirão para o seu desenvolvimento intelectual e social, revelando que as crianças almejam para o futuro uma infância que desfrute de brinquedos e ambientes encontrados nos centros das cidades. Sobre a natureza os desenhos apresentam a forte influências dos saberes a partir da relação com a natureza do tempo presente, que tem suas bases na relação entre o brincar e o modo de vida da comunidade e sobre o futuro embora apresentem um novo modo de viver com a natureza, sua projeção futura revelam uma busca por novas estruturas de casas e de urbanização do espaço, marcados por novos significados para a humanidade amazônica, onde o urbano e a natureza possam coexistir de forma mais harmônica
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LUZILEIDA SOUSA CORREA
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INFÂNCIAS MARUJAS NA FESTIVIDADE DE SÃO BENEDITO
Tradição e Culturas Infantis na Amazônia Bragantina
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Data: 27/06/2023
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Esta pesquisa é resultado da Dissertação de Mestrado em Linguagens e Saberes na Amazônia, que analisa os discursos de crianças sobre as infâncias marujas na Festa de São Benedito e Marujada a fim de compreender as culturas infantis pela dimensão da tradição no contexto da Amazônia bragantina. Essas tradições religiosas e culturais são realizadas no município de Bragança entre os meses de abril e dezembro, período que acontece os cortejos como missas, esmolação, ensaios dançantes, ladainha, procissão do Glorioso Santo Preto, são momentos históricos constituintes da identidade do povo bragantino. Nessa perspectiva, apresento as análises discursivas de crianças vestidas de marujas constituídas dos discursos das culturas infantis a partir das suas experiências de vida e tradição de marujas, que foram geradas no âmbito de suas casas durante a realização da pesquisa de campo empírico com técnicas e procedimentos metodológicos da pesquisa social e método etnográfico, bem como dos princípios da análise dialógica do discurso polifonia, esfera/campo, discurso ideológico sob o viés teórico do círculo de Bakhtin. As reflexões apresentadas são fundamentas na perspectiva filosófica da sócio-histórica de Vygotsky e Bakhtin como outro paradigma das infâncias que é compreender as suas singularidades, bem como o ser criança, uma pessoa socialmente atuante na sociedade, pessoa de direito à proteção, que vivência um período geracional e intergeracional nas interações sociais constituidoras das culturas infantis. A pesquisa com as crianças marujas permitiu a construção dos discursos sobre a Festividade de São Benedito e Marujada como um tempo de constituição das culturas infantis (brincares, vestir a indumentária, participar dos ensaios, das comitivas e dos diálogos com adultos nos festejos). Nas falas das crianças marujas permeia o discurso da tradição de continuidade pelas infâncias da fé e da cultura do ser maruja e marujo presente no ambiente familiar; ainda as crianças manifestam a tradição da fé sacra de promessas feitas ao Santo Preto por adulto. Nas vozes das crianças está presente a diversidade de vivências durante os festejos. As crianças marujas da Amazônia bragantina revelam vivências de suas infâncias atravessadas por fios dialógicos e ideológicos como tradição, crença, cura e promessa nas interações sociais familiares (pai, mãe, avó, avô) como aprendentes da tradição da Festividade de São Benedito e Festa da Marujada como identidade da religiosidade e cultura da população bragantina.
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TIAGO AUGUSTO NASCIMENTO RODRIGUES
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O PAPEL DO TRADUTOR/INTÉRPRETE DE LIBRAS NA EDUCAÇÃO SUPERIOR: Representações Sociais de Tradutores/Intérpretes da Universidade Federal do Pará- dos Campi(s) Universitários de Castanhal e Belém
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Data: 26/06/2023
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A atuação do Tradutor/Intérprete de Libras representa parte das conquistas que, historicamente, vem se acumulando em relação à garantia de direitos da comunidade surda. Essa atuação tem se desdobrado em inúmeras questões que implicam diretamente no cotidiano desses profissionais. Nesses termos, a pesquisa se desenvolveu com o objetivo de investigar o papel do tradutor/intérprete de libras na educação de surdos na Universidade Federal do Pará, por meio das Representações Sociais de Tradutores/Intérpretes dos Campus Universitário de Castanhal e Belém. Os sujeitos da pesquisa são 03 tradutores e interpretes de LIBRAS da UFPA, que partilharam suas representações sobre sua atuação no nível superior. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de campo, para a produção dos dados foram usados um questionário e a entrevista estruturada como técnicas. A abordagem no campo das Representações Sociais (RS) é a processual de Moscovici (2009), metodologia que trás as RS, avaliando os processos de formação, a qual pondera a historicidade e o conjunto de produção, compondo, deste modo, os elementos constituidores: a objetivação e a ancoragem. A organização e análise de dados se deram, com base nos fundamentos da técnica de análise de conteúdo categorial de Bardin (2011). A fundamentação teórica está sustentada, sobretudo, em perspectivas de Lacerda (2000, 2009), Sanchez e Teodoro (2006), Cabral e Córdula (2017) além das Representações Sociais Moscovici (2009), Jodelete (2001). Os resultados apontam que a representações sociais partilhadas pelos intérpretes comungam na afirmação de que este profissional está em processo de construção identitária. Assim, a pesquisa evidenciou que o ato de interpretar não é somente técnico, exigindo um compromisso com a qualificação profissional continua e com a parceria docente e IE além do tempo necessário para que o TIL se qualifique se prepare.
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LARISSA MELO DOS SANTOS
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Abarcando o barco: patrimônio cultural e turismo em diálogo com a carpintaria naval artesanal em Bragança-Pa
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Data: 23/06/2023
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O Pará possui uma pluralidade de manifestações que caracterizam um rico patrimônio cultural e reforçam identidades locais. O município de Bragança, um dos mais antigos do estado e fortemente vocacionado à atividade pesqueira, possui características que o tornam destaque também enquanto destino turístico. O universo da pesca aciona saberes ligados às populações tradicionais que se dão a partir de uma estreita relação entre humano e meio. Os saberes de mestres carpinteiros navais, cujo ofício é a fabricação artesanal de embarcações, fazem parte do acervo de manifestações culturais e compõem uma cultura material tanto quanto imaterial tradicional da Amazônia. A presente investigação tem a intenção de identificar o lugar da carpintaria naval artesanal no contexto turístico de Bragança-PA. Sustenta-se na compreensão de que a atividade turística pode ser um meio de valorização deste elemento da cultura paraense e parte do pressuposto que os saberes da tradição relacionados com a carpintaria naval, bem como a paisagem cultural formada pelos estaleiros e beiradões localizados às margens do rio Caeté, podem integrar a atividade turística existente em Bragança. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de caráter exploratório, que buscou respaldo no paradigma da complexidade na fruição por diferentes áreas do conhecimento, na busca por responder à pergunta: existe lugar para a carpintaria naval artesanal no turismo bragantino? Neste intento foi realizada uma revisão bibliográfica integrada à análise de documentos e pesquisa de campo. O primeiro capítulo traz o referencial teórico que abrange o campo conceitual do Turismo em diálogo com o patrimônio cultural, flertando com o caráter educativo que a ele pode ser atribuído, além de apresentar brevemente as principais políticas de planejamento do turismo na Amazônia paraense. O segundo capítulo apresenta a carpintaria naval artesanal amazônida e traz o contexto bragantino à partir da fala dos interlocutores que integram e vivem a/da construção de embarcações. O terceiro capítulo contextualiza aspectos relevantes sobre o município lócus da pesquisa, Bragança-PA, em termos históricos, sociais e geográficos e analisa os principais instrumentos norteadores do turismo bragantino, investigando a existência de relações entre a atividade turística e o patrimônio cultural manifestado nos estaleiros da carpintaria naval artesanal bragantina. O quarto capítulo sugere lugar(es) para a carpintaria naval no turismo bragantino. O itinerário permitiu identificar elementos que corroboram a afirmação da carpintaria naval artesanal enquanto patrimônio cultural bragantino, possibilitou constatar a efetiva existência de visitação à estaleiros da carpintaria naval, principalmente para fins educacionais, e constatou a existência de potencial para um melhor aproveitamento dos princípios do turismo enquanto ação educativa voltada à valorização dos saberes e práticas incutidas na carpintaria naval artesanal.
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ANTONIO VAGUINER PEREIRA RODRIGUES
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Narrativas de violência contra mulheres em Benevides-PA: um estudo de caso sobre o programa Alforria da mulher
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Data: 15/06/2023
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A violência contra mulheres apresenta dados alarmantes em todo o país, o que não é muito diferente na realidade do Pará, como no município de Benevides. A partir da participação junto ao Projeto Alforria da Mulher (PAM) que conta com o apoio de diversas instituições de estado, bem como da Faculdade Adventista da Amazônia (FAAMA) fica evidenciado que ainda há um longo caminho no enfrentamento à violência contra mulheres. O projeto Alforria tem avançado no sentido de enfrentar este quadro e romper com os ciclos de violência. Acompanhando as atividades do projeto pudemos ouvir narrativas dramáticas de violência, contadas pelas vítimas e também por agentes, como, policiais, delegadas, juízes, bem como a coordenadora do projeto que tem se dedicado a enfrentar um grave problema social que atinge às vidas de famílias inteiras. Assim, no presente projeto se busca compreender esta realidade, destacando as vozes das/dos protagonistas para analisar um quadro de violência que infelizmente ocorre, desafiando os mecanismos da sociedade para enfrentar e combater este grave problema social.
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HONESIO DACE MUNDURUKU
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O LEGADO DE KARO SAKAYBU: CANTOS E MITOLOGIA NA COSMOVISÃO MUNDURUKU
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Data: 06/06/2023
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Este estudo aborda o cântico como objeto de estudo, na condição de elemento mnemônico, da mitologia e da ancestralidade Munduruku. Tem-se como fundamento teórico Viveiros de Castro (2004), isso porque a obra facilita a compreensão sobre a perspectiva subjetiva dos Munduruku, a relação que mantém com a natureza, os seres espirituais animados e inanimados e o legado de Karo Sakaybu. O trabalho é de cunho metodológico descritivo, bibliográfico, documental e pesquisa-participante, tendo, como fonte de pesquisa, literaturas, documentos, compilado de cânticos, materiais audiovisuais, registros, áudios e outros arquivos afins, isso devido o período de pandemia ter mudado totalmente a orientação metodológica. O cântico é ato de expressão da cosmologia, cosmovisão, cosmogonia e cosmopolítica do mundo antigo Munduruku. Nesse período ancestral, ele era usado como instrumento de comunicação com espíritos, visando ao bem estar, à paz, harmonia e à fartura. Na antiguidade, quando os espíritos estavam alegres, os humanos também estavam em paz e com fartura, pois há uma relação de dependência entre os seres e que toda ação humana causa reação da natureza. Essa é a perspectiva dos Munduruku. Aos poucos os cânticos foram drasticamente comprometidos, resultado do contato interétnico e muitos elementos da tradição se extinguiram. Aldeias foram abandonadas, assim como os legados, a língua, foram subjugadas e impostas as novas aprendizagens.
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NANA PATRICIA LISBOA DE ANDRADE
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VASOS COMUNICANTES AFRO-INDÍGENAS EM MEU VÔ APOLINÁRIO: UM MERGULHO NO RIO DA (MINHA) MEMÓRIA, DE DANIEL MUNDURUKU E NO CONTO NAS ÁGUAS DO TEMPO, DE MIA COUTO
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Data: 01/06/2023
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Tem por objetivo analisar os vasos comunicantes afro-indígenas nas literaturas indígenas/amazônica/paraense por meio das obras Meu vô Apolinário: um mergulho no rio de (minha) memória (2005), de Daniel Munduruku e, do conto africano Nas águas do tempo (1994), do moçambicano Mia Couto, sob o viés da Literatura Comparada. Brasil e Moçambique são países que partilham em comum acordo a colonização portuguesa. Nações que na contemporaneidade trazem resquícios de momentos sombrios de suas memórias oficiais, como o período da Ditadura Militar em 1964, no Brasil e o fim da Guerra Civil moçambicana em 1994, no continente africano. Momentos históricos presentes nos escritos analisados. Assim, a literatura africana de expressão portuguesa, de Mia Couto e a indígena, de Daniel Munduruku, elegem em seu cerne a valorização das memórias afro-indígenas. Esses vasos comunicantes são responsáveis por formarem as transmissões dos saberes orais de seus povos. Nesse ínterim, o personagem Apolinário e o idoso não nomeado na escrita coutiana, apresentam-se como universos demarcatórios desses legados, perante as novas gerações. Nesse estudo, as novas gerações são representadas pelas figuras dos netos, que nas narrativas apresentadas convivem com esses sábios/avós em uma comunidade africana e numa aldeia Munduruku, espaços utilizados como caminhos que guardam e transmitem aprendizados aos mais novos. Ademais, o aporte teórico está baseado nos conceitos de memórias de velhos, vasos comunicantes, além da relação literatura/memória/história. A dissertação contém quatro subdivisões: 1 Diálogos interdisciplinares entre Brasil e Moçambique. 2 Entre as literaturas, as memórias e a história; 3 vasos comunicantes nas narrativas de Daniel Munduruku e Mia Couto, além de os vasos comunicantes afroindígenas em Meu vô Apolinário e Nas águas do tempo. Neste sentido, obtém-se que ao delimitar os estudos dentro dessas obras Munduruku e Couto estabelecem os mais velhos, ora como peça fundamental para entendermos as memórias afro-indígenas dentro da composição amazônica e universal, ora como dimensão invisibilizada perante o sistema capitalista que oprime e apaga essas rememorações, tendo como caráter inovador a relação entre a literatura indígena e africana, além de serem textos híbridos que conversam entre si. Portanto, é por meio dos diálogos interdisciplinares e intertextuais que torna possível a compreensão dos vasos comunicantes afro-indígena nesses personagens velhos no período da infância e como se constrói esse intercruzamento em diferentes narrativas, bem como chama atenção para as peculiaridades da velhice no contexto amazônico e africano
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DEYLSON SILVA PAIXAO
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CULTURA ALIMENTAR E SABERES: um estudo em comunidades amazônicas, usuárias da RESEX Gurupi Piriá
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Data: 01/06/2023
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Este trabalho teve como objetivo conhecer a cultura alimentar e os saberes das comunidades usuárias da RESEX Gurupi Piriá, buscando contribuir para a melhor qualidade de vida local. O mesmo foi desenvolvido em duas comunidades usuárias da RESEX Gurupi Piriá, Basilia, localizada em região estuarina do Rio Piriá, e Apeú Salvador, localizada na foz do rio Piriá, no oceano atlântico. A pesquisa foi desenvolvida com base no método etnográfico e a abordagem qualitativa, utilizando, na pesquisa de campo, entrevistas semiestruturada, observação direta, registros fotográficos, entre outros. Como resultado pode-se perceber que nestas comunidades usuárias da RESEX, a alimentação ocorre com base em produtos alimentícios originários da pesca artesanal, do extrativismo e da agricultura familiar. E isto acontece diante de uma relação diária que proporciona uma construção de saberes culturais às gerações mais novas. No entanto, percebeu-se uma diferença na alimentação da geração mais adulta, que utiliza para a sua alimentação estes produtos, antes citados. A maioria das pessoas da geração mais jovem consome mais produtos ultraprocessados. O que desperta para a necessidade de ações sociais e de políticas públicas mais adequadas as questões alimentares, influentes nesta geração mais jovens para assim possibilitar melhor qualidade de vida as comunidades da RESEX Gurupi Piriá
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JAQUELINE DOS SANTOS SOUZA
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O PROCESSO DE RETOMADA DA LÍNGUA INDÍGENA TENETEHAR (TEMBÉ) NAS ALDEIAS DO GUAMÁ
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Data: 04/04/2023
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O presente estudo junto ao povo Tembé, na região do Guamá, deve por objetivo estudar o processo de Retomada da Língua Tembé nas aldeias do Guamá da TIARG. A pesquisa parte de um apanhado bibliográfico, constituindo-se em uma pesquisa qualitativa, apoiando-se em Deslandes (2009), Chizzotti (2008), Severino (2010) e Minayo (2009). De modo que os dados foram coletados mediante entrevistas semiestruturadas. Assim, chegou-se aos resultados através de uma análise de conteúdo. Para tanto, o estudo dialoga com os autores Sales (2000), Wagley e Galvão (1961), Alonso (1996) e Ponte (2014) para abordar a história de Tembé. Calvet (2002), Rodrigues (1985), para falar da língua Tembé e política linguística. Cunha (2009), Freitas (2014), Ribeiro e Meiran (2021), Krenak (2019), Castro (2006) Lima (2011), Baniwa (2013) e Grupione (2019) para tratar da organização interna Tembé e da importância da escola para o processo de retomada da língua Tembé. Ao final, a pesquisa apontou a importância da experiência de Bewãri Tembé em sua incursão nas aldeias do Gurupi, assim como a valorização e o domínio da língua Tembé pelos indígenas do Guamá é uma forma de autoafirmação da sua indianidade, além do que a retomada da língua Tembé acontece junto com a reativação cultural dos costumes Tenetehar, ademais a escola Félix Tembé tem papel fundamental neste processo, na difusão e da promoção do ensino da língua e dos costumes tradicionais.
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RENATA LARISSA DO NASCIMENTO FARIAS
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A COSMOLOGIA DE PLANTAS E BICHOS, OS SABERES TEMBÉ E A INTERCULTURALIDADE COM OS ÓRGÃOS INDIGENISTAS
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Data: 31/03/2023
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Este estudo tem por objetivo investigar os conflitos e resistências entre os saberes de cuidado e cura com plantas medicinais entre os Tenetehar-Tembé (Terra Indígena do Alto Rio Guamá) e as práticas de saúde do Subsistema de Saúde Indígena implantadas nas aldeias Sede e Ituaçu, descrevendo a relação saúde e doença e as práticas de cuidado com o corpo, sobretudo, em festas e rituais, documentando como os sujeitos classificam e atribuem importância cultural as etnoespécies medicinais. Essa pesquisa se ampara em dados qualitativos oferecidos pela perspectiva da etnobiologia, favorecendo uma discussão interdisciplinar. Relaciona as plantas medicinais ligadas aos fatores que compõem a sociocosmologia do grupo e a interação sobrenatural que cerca o território da TIARG, compondo as práticas xamânicas e o poder das plantas no reestabelecimento da saúde e na produção da pessoa Tembé. Nesse sentido, o estudo etnobotânico das plantas medicinais entre populações indígenas na Amazônia, que classificam a partir das relações de cuidado com o corpo e espiritualidade, entrelaçadas às questões territoriais, possibilita a construção de diálogos entre as ciências, situando-se na fronteira entre antropologia e botânica, possibilitando uma análise mútua entre o cultural, o botânico e o simbólico.
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LUCIDALVA MACIEL XAVIER
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A INFÂNCIA SOBRE TRONCOS E BARRANCOS NA AMAZÔNIA MARAJOARA: diálogos sobre abuso e exploração sexual infanto-juvenil e o currículo escolar
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Data: 30/03/2023
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As violências fazem parte do cotidiano das crianças e adolescentes marajoara. Na lista de violência encontra-se no topo uma das mais cruéis e violenta – a violência sexual. Nesse sentido, esta pesquisa analisa o panorama das ações de enfrentamento da violência sexual infanto-juvenil na região do Marajó ocidental e a sua relação com o contexto escolar, com um recorte para a realidade de Portel (PA). Metodologicamente, para responder as questões de nossa pesquisa assumimos às abordagens qualitativa e quantitativa, considerando que as diferenças de ambas podem ser articuladas, ou melhor que a pesquisa quantitativa é também qualitativa. As análises revelam que a violência sexual de crianças e adolescente ocorrem num jogo de interdições e poder, cujo silenciamento é a regra, ao qual se amplia para além das vítimas, chegando em diversas instâncias, seja por ameaças, medo e vergonha das vítimas; seja por omissão de dados, o não registro deles, falta de formação nesta área e ou até mesmo pelo professor que não aborda o tema em sua sala de aula porque não encontra espaço no conteúdo de sua disciplina, entre tantas outras. isso tem implicações e efeitos devastadores para a sociedade, em sentido mais amplo, e para a escola e estudantes de maneira mais imediata. Outro, fator que contribui para isso, são ações de enfrentamento dessa violência sexual ocorrerem isolada e esporadicamente, em torno do dia 18 de maio. Contudo, a pesquisa concluir resultados animador, identificamos que seus docentes, gestores e coordenadores pedagógicos estão empenhados e dispostos a aprender mais sobre o tema, no sentido de dar novos rumos às ações que desempenham. Nesse sentido, vemos que uma das diversas maneiras de acabar ou pelos diminuir essa a violência é quebrando com a cultura da impunidade e do silêncio, para isso é imperativo que a temática do enfrentamento da violência sexual infantojuvenil seja incorporada no currículo escolar, de forma integrada ao planejamento e a gestão escolar, uma vez que a qualidade do enfrentamento da violência depende de ações planejadas, contextualizadas ao contexto escolar. Além da realização de formação específica e continuada aos professores de forma regular.
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MIGUEL PEREIRA DE SOUSA
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REPRESENTAÇÕES DE PROFESSORES DO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE BRAGANÇA SOBRE O USO DO GOOGLE MEET NA AMAZÔNIA PARAENSE - BRASIL
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Data: 28/03/2023
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É fato que a pandemia de Covid-19 alterou todas as formas de relacionamentos cotidianas da sociedade e, por consequência exigiu dos governos mundiais, inúmeras estratégias de combate à disseminação do vírus, tal como o isolamento social. No Brasil, os impactos da doença foram logo sentidos, tanto que em fevereiro de 2020, o Ministério da Saúde dirigido por Luiz Henrique Mandetta, publicou a Portaria nº 188 de 03 de fevereiro de 2020, que declarava a “Emergência em saúde Pública de Importância Nacional [...] e Estabelecer o Centro de Operações Emergenciais em saúde Pública (COE-nCOV)” (PORTARIA Nº 188, DE 3 DE FEVEREIRO DE 2020). A partir disso, uma série de atos administrativos foram emitidos pelo Ministério da Saúde a fim de tentar conter o avanço do vírus no País, dentre essas medidas, houve a suspensão de atividades presenciais na Administração pública federal e a autorização para que as atividades laborais fossem feitas em regime remoto onde “fica autorizado o regime de trabalho remoto, em caráter temporário e excepcional, para atividades como o exercício de competências dos órgãos da Presidência da república”, conforme a portaria Nº 08, de 17 de março de 2020. Diante de tais mudanças no cenário educacional, foram usadas diversas plataformas digitais para operar o Ensino Remoto Emergencial nas instituições de Ensino Superior (IES), dentre elas a do Google Meet, objeto desta pesquisa. Desse modo, nosso objetivo foi o de identificar o modo como os professores representam o uso do Google Meet, numa realidade social construída, pensada e dada a ler, no Campus Universitário de Bragança, durante o Ensino Remoto Emergencial em tempos de Pandemia da COVID-19 na Amazônia Paraense, Brasil. A questão problema é: que representações os professores de licenciaturas do Campus Universitário de Bragança atribuíram ao uso do Google Meet durante o Ensino Remoto
Emergencial em tempos de pandemia da COVID - 19, na Amazônia Paraense - Brasil? O percurso metodológico constitui-se pela Abordagem da Nova História Cultural (NHC) e tem como instrumentos de pesquisa o uso de um formulário via Google drive e o levantamento de documentos: atas, portarias, decretos, resoluções que possibilitaram identificar o uso do Google Meet durante o período pandêmico, desde a formação ofertada pelo CAPACIT/PROGEP/UFPA para os professores da Universidade Federal do Pará (UFPA); o Ensino Remoto Emergencial, e os sentidos e significados dos professores sobre o uso do Google Meet. As técnicas de coleta e análise dos dados foram formuladas com base nos três eixos indissociáveis da NHC: a história do objeto em sua materialidade; as práticas nas suas diferenças e os dispositivos em suas configurações sociais, em diálogo, com as teias de conhecimento constituídas em Freire (1983). Os resultados apontam as formações desenvolvidas pelo CAPACIT/PROGEP/UFPA para os professores, como importantes para o desenvolvimento das atividades síncronas e assíncronas durante o ERE, no entanto, o tempo para se apropriar das linguagens/saberes tecnológicos da Informação e Comunicação Digital (TDICs) foi um dos principais desafios enfrentados pelos docentes universitários. O desenvolvimento do ERE tinha por finalidade o exercício da flexibilização curricular para o aprimoramento de práticas pedagógicas docentes “velhas e novas”, em ambientes virtuais, sendo promovida pela cultura digital entre os docentes. Constatou-se ainda, que o Google Meet é uma plataforma de Webconferência, criada em 2017 e consolidada em 2020, para o provimento de aulas remotas durante o contexto pandêmico. Em seu uso, há práticas de desterritorialização dos espaços de formação entre docentes e discentes; práticas de acesso a tela intuitiva do Google Meet associada a outras materialidades tecnológicas e, por fim, a construção dos sentidos dos docentes sobre as maneiras de ensinar e aprender com o uso desta ferramenta tecnológica no Campus Universitário de Bragança, Amazônia Paraense, Brasil.
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AMOS SANTOS AMORIM
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ENTRE MARÉS E MEMÓRIAS: O PRAIEIRO NA MULTITERRITORIALIDADE DO MARETÓRIO DE URUMAJÓ (AUGUSTO CORRÊA, PA)
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Data: 28/03/2023
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Este trabalho apresenta as múltiplas identidades tecidas por meio das memórias de praieiros do maretório da Costa de Urumajó descrevendo os aspectos socioeconômicos, culturais e ambientais da pesca artesanal. Com isso, a pesquisa se norteia pela seguinte pergunta: como as identidades praieiras se (des)(re)constroem a partir da multiterritorialidade constituída? Para tanto, esse estudo teve como lócus a comunidade de Perimirim, em Augusto Corrêa-Pará, tomando como objetivo principal identificar e apresentar as identidades praieiras e como essas são formadas na dinâmica espaço-tempo nos múltiplos territórios desse maretório. Este teve como perspectiva metodológica o método histórico com uma abordagem fenomenológica defendido por Miguens (2009). Para a coleta de informação usei a técnica de História de Vida (HV) de Bauer e Gaskell (2015) com uso das memórias do tempo quando os praieiros ocuparam os múltiplos territórios, principalmente a Praia de Coroa Comprida e logo na mudança para a comunidade de Perimirim. Foram entrevistados quatro praieiros experientes através da amostragem do tipo snowball e, assim, analisou-se o cotidiano e o meio de vida dos praieiros, principalmente suas mobilidades geográficas para a pesca. A pesquisa mostra como as práticas artesanais de pesca sofrem influências tecnológicas e, aos poucos, as técnicas empíricas da atividade, ainda vivenciadas na comunidade, como as de curral e espinhel são impostas à lógica do mercado e outras práticas e outros instrumentos surgem no cotidiano dos praieiros pelas novas gerações. Essas características podem ser percebidas nas falas dos praieiros interlocutores da pesquisa, mesmo que esses ainda possuam o sentimento de pertencimento sobre as praias e ilhas onde habitavam antes e atualmente usam para o desenvolvimento da atividade da pesca e como apoio para os pesqueiros próximos. No mais, símbolos como o “nome praieiro”, a transgeracionalidade, o compadrio, a pescaria, o conhecimento tradicional, a salga, a marretagem, a religiosidade e as embarcações tornam vivas uma identidade do “ser praieiro” com multiterritorialidade, e realçam a tradicional cultura praieira, trazendo na sua configuração, a identidade do pescador local formada em múltiplos territórios.
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WELLERSON BRUNO FARIAS DOS REIS
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ESPAÇOS DA BORRACHA: UMA CARTOGRAFIA AFETIVA E HISTÓRICA DE PARÁ, CAPITAL: BELÉM
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Data: 28/02/2023
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O Ciclo da Borracha (1870-1912) trouxe muitos benefícios para a região norte do Brasil, sendo eles na economia, na arquitetura, na cultura, e nas artes vistos no cotidiano de boa parte da sociedade da época. Em Belém, por exemplo, que durante o período que corresponde à Belle Époque amazônica foi conhecida como a Paris dos trópicos, ou Paris N’América em menção a loja, uma caracterização correspondente ao espelhamento da capital francesa nas ruas e na arquitetura da capital paraense. Sendo esse então, para este estudo, ponto importante de análises, pois a dissertação com base em Pará, Capital: Belém Memória e Pessoas e Coisas e Loisas da Cidade (2000), antologia de Haroldo Maranhão, discute temas como: o tempo e os aspectos físicos e sociais numa cidade; memórias e testemunhos; costumes, comidas e fé de um povo e, principalmente, a historicidade e poética nos espaços referentes ao Ciclo da borracha. Discussões que enveredam bem como a perspectiva de Maranhão, como uma cartografia histórica e afetiva da cidade de Belém.
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DANIELA DE OLIVEIRA SILVA
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“MEU ROMANCE É UM ROMANCE POLÍTICO”: INTENCIONALIDADES E INQUIETAÇÕES DE DALCÍDIO JURANDIR EM PONTE DO GALO
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Data: 23/02/2023
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Sétimo livro do Ciclo do Extremo Norte– constituído por 10 romances –, Ponte do Galo (1971), do escritor paraense Dalcídio Jurandir, dá continuidade a saga do menino Alfredo narrando, precisamente, o seu transitar e habitar entre as terras do Marajó e Belém do Pará. Nesse romance, Dalcídio Jurandir expressa, por meio da trajetória de Alfredo, o entrecruzamento e a interligação entre esses dois espaços, possibilitando diversas reflexões sobre a situação da Amazônia nesses ambientes, por meio das identidades, dos diálogos, das vivências e convivências de relações sociais e culturais construídas por seus personagens. Diante disso, e sendo o escritor paraense engajado político e socialmente, intenta-se nesta pesquisa analisar os aspectos políticos contidos em Ponte do Galo, tendo no termo “político” o seu sentido mais amplo, que aborda problemas sociais e os denuncia, assim como o faz Jurandir no romance em questão. Busca-se não essencialmente encontrar respostas, mas levantar questões e problematizar a situação da Amazônia que é exposta pelo romancista, sendo esta a do declínio do Ciclo da Borracha na região. Assim, a fim de estabelecer os diálogos que fazem-se pertinentes neste trabalho, sendo o da Literatura com outras áreas do conhecimento, como História, Antropologia e Sociologia, parte-se então da Literatura Comparada como abordagem de investigação, especialmente por seu caráter interdisciplinar e intertextual (CARVALHAL, 2006; MACHADO; PAGEAUX, 2001), bem como faz-se uso também da Sociologia da Literatura (CANDIDO, 2006; SAPIRO, 2019) como metodologia, partindo da relação entre as condições de produção da obra e as influências sociais e políticas do escritor, como é o caso desta pesquisa.
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LUCENILDA DOS SANTOS PASSOS
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“HEROÍNAS DA RUA”: A PRESENÇA DE MULHERES NA CAPOEIRA EM BELÉM DO PARÁ (1876-1911)
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Data: 13/02/2023
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O presente trabalho aborda a participação de mulheres das camadas populares em Belém no contexto que se estende entre os anos de 1876 a 1911 envolvidas na prática da capoeira e categorias associadas como a vagabundagem, vadiagem e a desordem. O presente trabalho possui como objetivo geral analisar a atuação feminina na capoeira e categorias associadas no espaço urbano de Belém, frente ao modelo de comportamento proposto pelas políticas contidas na virada do século XIX para o século XX. Os objetivos específicos estão baseados na observação das punições feitas às mulheres capoeiras, desordeiras, “vadias”, dentre outras; o trabalho desenvolvido por elas e como se dava a sua presença no ambiente público. A metodologia de pesquisa utilizada se detém na abordagem qualitativa utilizando o procedimento técnico da análise documental e bibliográfica, sendo verificados relatos jornalísticos e dos códigos de postura e penal, Atas, fotografias, realizando o cruzamento das fontes, examinando as ações desempenhadas pelas mulheres nos espaços públicos; como o trabalho no meretrício e o envolvimento na capoeiragem, essas práticas segundo o Poder Público da época tinham ligação direta com a vagabundagem, portanto consideradas perigosas para os “esplendores morais” da cidade. Desse modo, o trabalho faz uma abordagem envolvendo autores como Vicente Salles (2015) e Augusto Leal (2008,2009) para desenvolver o debate em torno da história social da capoeira no Pará republicano, onde os mesmos são precursores nas pesquisas envolvendo a capoeira no Norte do Brasil, dando visibilidade regional e nacional para a temática, apontando homens e mulheres envolvidos na capoeira como sujeitos históricos e sociais. Além, da utilização de autoras feministas como Michelle Perrot (2003), Bell Hooks (2014), Isildinha Nogueira (1998), Paula Foltran (2019), Mônica Beltrão (2021), entre outras que são aporte teórico para o desenvolvimento das contribuições dos estudos de gênero, e posteriormente para o desenvolvimento das narrativas das mulheres. Portanto, os resultados alcançados com a presente pesquisa avaliam que as experiências das mulheres capoeiras e práticas associadas nas ruas de Belém, revelam as estratégias de sobrevivência e resistências que quebram com as condutas que foram dirigidas a elas sobre um padrão de comportamento, seus corpos foram um dos principais mecanismos de resistência em meio a essa sociedade. Nesse viés, contar a história dessas paraenses das camadas populares da cidade de Belém envolvidas na capoeira, que foram excluídas por muito tempo dos relatos históricos, evidência a construção e o fortalecimento dessa prática cultural afro-brasileira que é a capoeira.
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