Dissertações/Teses

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2024
Descrição
  • LEDIANE ARANHA NASCIMENTO ALVES
  •  

    A CARTILHA “PESCANDO SABERES DA AMAZÔNIA” NO PROCESSO DE ESCOLARIZAÇÃO DE ESTUDANTES DE COMUNIDADES PESQUEIRAS DA AMAZÔNIA ORIENTAL

     

     

  • Orientador : NORMA CRISTINA VIEIRA COSTA
  • Data: 25/04/2024
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  • Ao considerar os saberes tradicionais de uma comunidade local da área costeira, localizada na comunidade em Ajuruteua, no município de Bragança do Estado do Pará, nordeste paraense, foi criada uma cartilha de alfabetização e letramento, composta por variados temas relacionados a natureza e a conservação das memórias da comunidade, narradas pelo pescador e cordelista Manoel Ramos. A cartilha foi constituída por vinte e seis cordéis descritas em cada estrofe os detalhes dos conhecimentos e vivências da comunidade aos aprendizes, utilizadas como um material didático- pedagógico complementar em sala de aula.  Diante disto questiona-se: quais resultados foram alcançados com a cartilha “Pescando Saberes” em uma turma do Ensino Fundamental da Escola do Município? Será que ela atende as necessidades dos alunos e das alunas da turma em questão? Quais seriam os saberes ecológicos que podem ser trabalhados? O que a cartilha representa para estes alunos e alunas? A pesquisa ocorreu na Escola Municipal Domingos de Sousa Melo, localizada na comunidade da Vila do Bonifácio, em uma turma do 5º ano, composta por dezenove (19) alunos/as e dois (02) professores da comunidade, ambos formados em Língua Portuguesa. O percurso metodológico ocorreu a partir da aplicação de um pré-teste, direcionando três professores (convidados e a pesquisadora) a elaborar uma sequência didática a partir da análise das respostas dadas pelo aprendizes e finalizamos a coleta de dados com a aplicação do pós-teste para analisar os resultados que permitissem:  I)Identificar as áreas de conhecimentos que podem ser trabalhadas a partir da cartilha; II) Avaliar a representatividade dos saberes ecológicos locais para alunos e alunas do ensino fundamental de comunidades pesqueiras da Amazônia oriental. III) visibilizar os resultados que a Cartilha “Pescando Saberes” teve no processo de letramento. Assim, os resultado indicaram que a cartilha colaborou diretamente com o reconhecimento dos saberes da comunidade, a partir das transcrições em cordéis, valorizando a sua cultura e alertando sobre a proteção do meio ambiente, permitindo perpetuar temas importantes como RESEX, Educação do Campo e valorização do saber local, possibilitando a visibilidade de comunidades amazônidas, promovendo aos sujeitos envolvidos na pesquisa contribuir também no processo de letramento de crianças e adolescentes.

     

  • ARLETE ALMEIDA MONTEIRO DOS SANTOS
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    SABERES E TRADIÇÕES INDÍGENAS DA AMAZÔNIA: O Imaginário das Crianças Assurini do Trocará-Tucuruí /Pa.

  • Orientador : SEBASTIAO RODRIGUES DA SILVA JUNIOR
  • Data: 07/03/2024
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  • O Brasil é um país mergulhado em um mosaico cultural, onde 60% do seu território constitui a Amazônia Legal. Além de ser um espaço geográfico, também é político e social formado por imaginações, ideologias e diferentes sujeitos. Entre estes, os indígenas, distribuídos por todo o território brasileiro, porém é na Amazônia que estão a maioria desses povos. Este estudo analisa a estreita relação entre a natureza e os saberes na construção do imaginário das crianças indígenas da aldeia Trocará. A teoria do imaginário ganhou notoriedade no percurso do século XX, sendo foco de diferentes campos de conhecimento; para esta pesquisa compreender o imaginário correspondente aos aspectos insondáveis do ser humano que produz os condicionantes psíquicos e sociais, importantes para a criatividade da imaginação (RUÍZ, 2020). A trajetória metodológica seguiu uma abordagem qualitativa com a coleta de dados realizada por meio de entrevista do grupo focal de imagens artística, realizada junto a 10 crianças, discentes da Escola Wararaawa Assurini, onde foi estimulada a produção de desenhos com o intuito de materializar seus imaginários. Esta pesquisa tem caráter interdisciplinar e faz parte da linha de pesquisa narrativas, memórias e imagens na Amazônia. Durante a pesquisa, foi observado que a criança Assurini introjeta mentalmente a imagem percebida na natureza, as narrativas dos anciãos e demais membros da aldeia, que por sua vez, solidificam seus imaginários durante o processo de socialização.

  • FRANCISCO CLAUDIO ARAUJO DE CASTRO DA PAZ
  • A POLÍTICA EDUCACIONAL DE EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS NOS
    DISCURSOS DE GESTORAS E PROFESSORES(AS) DA E.E.E.M. PROFA.
    FLORENTINA DASMASCENO, SANTA LUZIA DO PARÁ-PA

  • Data: 29/02/2024
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  • O objeto de estudo desta dissertação é a política educacional da Educação em Direitos Humanos
    nos discursos da diretora, da vice-diretora, da coordenadora pedagógica e dos(as)
    professores(as) da Escola Estadual de Ensino Médio Professora Florentina Damasceno, do
    Município de Santa Luzia do Pará, na Amazônia paraense, procurando identificar as
    concepções de Educação em Direitos Humanos, as situações de discriminação presentes na
    escola e os desafios à implementação dessa política manifestadas na falas desses(as)
    profissionais. Sob o viés crítico, a Educação em Direitos Humanos é definida como um
    processo sistemático e multidimensional que orienta a formação do sujeito de direitos a partir
    da apreensão de conhecimentos historicamente produzidos sobre os Direitos Humanos e deve
    ser um dos eixos fundamentais da Educação Básica. O estudo assume o método do materialismo
    histórico-dialético e a perspectiva crítica dos Direitos Humanos, compreendendo a política
    educacional em Direitos Humanos como potencialmente ambivalente, ao possibilitar a
    transformação/emancipação ou reproduzir as estruturas hegemônicas na lógica do capital,
    dependendo das condições materiais e dos seus agentes. A pesquisa fundamenta-se nos
    princípios de abordagem qualitativa, de campo empírico e do tipo documental sobre os marcos
    histórico-regulatórios dessa política. Como instrumento da coleta dos dados, adotou-se a
    técnica de entrevista semiestruturada e a análise do conteúdo. O lócus desta investigação é a
    Escola Estadual de Ensino Médio Profa. Florentina Damasceno, sendo a única escola que oferta
    esse nível de educação no município santa-luziense. Participaram da pesquisa uma diretora,
    uma vice-diretora, uma coordenadora pedagógica e cinco professores(as). Sobre as concepções,
    de Educação em Direitos Humanos, a pesquisa evidencia uma heterogeneidade de
    interpretações nas falas desses(as) profissionais, cuja compreensão considera, ao mesmo tempo,
    essa educação a partir do estabelecimento de um ambiente pedagógico interativo, como um
    processo de respeito às individualidades e como uma educação multidimensional de formação
    integral. Com relação às situações de discriminação presenciadas na Escola Professora
    Florentina Damasceno por esses(as) profissionais, a pesquisa indica as práticas de racismo,
    homofobia e intolerância política, demonstrando que esta unidade escolar se constitui como um
    espaço de disputas ideológicas que reflete a ausência de implementação e efetividade das
    políticas de ações afirmativas voltadas ao combate ao racismo e orientadas à promoção da
    diversidade sexual e política na escola. Quantos aos desafios à implementação dessa política na
    escola, a pesquisa aponta: a ausência de políticas públicas educacionais de formação continuada
    por parte da Secretaria de Estado de Educação do Pará, distanciando a equipe gestora e os
    professores(as) da escola das discussões relacionadas à Educação em Direitos Humanos; a
    disseminação das fakes news pelas plataformas digitais de conteúdo que, por sua vez, violam
    os Direitos Humanos e distorcem o seu conteúdo na escola; e a Reforma do Ensino Médio,
    consolidada pela Lei n. 13.415/17, que precarizou ainda mais a possiblidade de discussão da
    EDH a partir da centralidade no controle do fluxo dos conteúdos formativos e da sobrecarga de
    trabalho dos(as) professores(as) na Escola Professora Florentina Damasceno. Por fim, esta
    investigação atenta para a relevância de tratar a Educação como/em Direito/s Humano/s como
    uma das agendas prioritárias do Estado, cuja implementação e efetividade devem acontecer no
    âmbito das políticas públicas educacionais que assegurem o compromisso ético e político com
    a proteção e defesa dos Direitos Humanos na escola.
    PALAVRAS-CHAVE: Direitos Humanos. Educação em Direitos Humanos. Políticas
    Educacionais. Escola Profa. Florentina Damasceno.

  • JOANA DARTE SOUSA PIEDADE
  • A NARRATIVA DO FOGO DO CAMPO EM TAPERAÇU CAMPO: UMA PERSPECTIVA DECOLONIAL DOS SABERES AMAZÔNICOS

  • Orientador : VANDERLUCIA DA SILVA PONTE
  • Data: 29/02/2024
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  • Esta dissertação tem como foco de estudo a narrativa do fogo do campo na Comunidade de Taperaçu, localizada na Amazônia bragantina, na cidade de Bragança, no Estado do PA. A comunidade de Taperaçu dos Campos se localiza na reserva Resex Caeté Taperaçu, espaço de riqueza natural, diversidade de flora e fauna. A pesquisa procura analisar os saberes provenientes da narrativa mítica “Fogo do campo” na referida comunidade, pensando o mito como expressão de conhecimentos locais, buscando entender as relações com as dimensões culturais, sociais e ambientais, tendo em vista a produção de conhecimentos numa visão decolonial. O referido estudo tem sua importância no sentido de contribuir para a valorização do conhecimento local, como um dos saberes produzido na Amazônia, o que pode convergir para reflexões a respeito da necessidade da superação da ideia de exclusividade da ciência. Outro elemento importante é os conhecimentos locais ser vistos como indispensáveis para a valorização das identidades. O método utilizado na pesquisa é o etnográfico, sendo a abordagem da pesquisa qualitativa, por meio da observação participante os quais servirão para a geração dos dados. 

  • ANGELICA DA SILVA PINHEIRO
  • FILHAS DE JUDÁ NA AMAZÔNIA: lamento de judias prostituídas nas obras de Marcos Serruya, Cabelos de fogo, Ilko Minev, A filha dos rios e na peça teatral de Márcio Souza, “Eretz Amazônia”.

  • Orientador : ALESSANDRA FABRICIA CONDE DA SILVA
  • Data: 29/02/2024
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  • Esta dissertação estuda a presença do tema das judias prostituídas na literatura judaico-amazônica, considerando como o processo diaspórico e as relações transculturais de judias prostituídas estão representados nos textos literários selecionados de autores amazônicos de ascendência judaica. Mais especificamente, a análise volta-se para os romances Cabelos de fogo (2010), do escritor Marcos Serruya, A filha dos rios (2015), de Ilko Minev e na peça teatral “Eretz Amazônia” de Márcio Souza, presente no livro Teatro seleto (2018). O tema das “polacas” aparece na literatura brasileira por volta do século XX. Escritores judeus e não judeus retrataram a vida de judias prostituídas no Brasil. Na Amazônia, alguns escritores retomam o tema, nos séculos XX e XXI. Marcos Serruya era judeu, filho de uma tradicional família marroquina-sefardita. Ilko Minev é judeu búlgaro radicado na Amazônia. Márcio Souza é manauara e reconhece sua ascendência judaica, apesar de não professar a fé hebraica. Esses autores, em seus trabalhos literários, denunciam o tráfico de judias trazidas da Europa Oriental para América Latina, no final no século XIX e início no século XX, por uma organização criminosa denominada Zwi Migdal. Os romances e peça referenciados descrevem a presença dessas judias na Amazônia, bem como as circunstâncias que as levaram à entrada na região, isto é, a diáspora das “polacas”. A presença dessas mulheres na Amazônia, na condição de prostitutas, impediu que fossem acolhidas pelo grupo étnico judeu marroquino que na região se encontrava desde as primeiras décadas dos oitocentos. Aqui travaram batalhas e no processo transcultural a que foram submetidas, choraram suas frustações, solidões e dores. Esta dissertação pretende conhecer essas judias e entender como viveram na diáspora amazônica.

  • MARCIO DE SOUZA MENEZES
  • Carpintaria Naval Artesanal em Breves-Marajó-Brasil: saberes e práticas envolvidas na construção de uma rabeta.

  • Data: 29/02/2024
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  • O objetivo são os saberes da tradição envolvidos na carpintaria naval artesanal, em Breves – Marajó – Brasil. A partir de entrevistas com carpinteiros navais reunimos um conjunto de depoimentos desses artesãos profissionais para compor o corpus de análise, os registros foram feitos em vídeo, considerando técnica de entrevista semiestruturada. Elegemos dois grupos, os mestres e os ajudantes, para que pudéssemos permanecer tão somente na característica artesanal da produção de rabetas em Breves/Marajó. Pretende-se contribuir ao lançar luz sobre a importância desses profissionais frente a dinâmica de deslocamento aquático imposta pela geografia marajoara aos moradores de Breves e região. Portanto, objetivou-se compreender os saberes da tradição envolvidos na construção de uma rabeta pelos carpinteiros artesanais. A pesquisa se concentrou em 03 (três) estaleiros. Metodologicamente, as etapas dividiram-se em: a) Entrevistas semiestruturadas com 04 carpinteiros navais artesanais e 03 ajudantes/aprendizes, com o objetivo de descobrir seus saberes tradicionais; b) Observação das dinâmicas de estaleiro; e, c) Pesquisas bibliográficas sobre a temática. Identificou-se que: 1 - Esta atividade é desenvolvida por profissionais especializados, como mestres carpinteiros, ajudantes, calafates e pintores, que possuem conhecimentos aprofundados sobre a construção naval artesanal; 2 - No ato de fabricar artefatos de madeira, eles preservam a tradição e transmitem seus conhecimentos; e, 3 - Ao transformar a madeira em obras de arte (as embarcações) são criados objetos repletos de simbologias. Verificou-se ainda que o trabalho dos artesãos é fundamental na vida dos moradores de Breves e região e, por fim, a atividade da carpintaria naval está embasada nos saberes da tradição, carregada de herança ancestral transmitida oralmente de forma geracional, valorizando, assim, sua origem e enaltecendo a cultura local.

  • AMANDA FERREIRA FERREIRA
  • PROCESSOS CULTURAIS E IDENTIFICATÓRIOS: um olhar sobre os rezadores de ladainha das comunidades ribeirinhas quilombolas Genipaúba e Alto Itacuruçá, em Abaetetuba-PA

  • Data: 08/02/2024
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  • O cenário amazônico é rodeado de indivíduos detentores de saberes e praticantes de variadas manifestações que fazem parte de seu repertório cultural. Esses sujeitos possuem uma diversidade cultural muito significativa, e realizam manifestações que já existem e resistem há séculos. Dentre essas manifestações, que são realizadas e perpassadas adiante por meio da oralidade, estão as ladainhas. Assim, o objeto de estudo escolhido são as narrativas orais dos rezadores de ladainha do município de Abaetetuba-Pa. Especificamente, os rezadores do Rio Genipaúba e Alto Itacuruçá, duas comunidades que, além de ribeirinhas, também são remanescentes de quilombos. A presente pesquisa tem como objetivo, compreender a ladainha como parte dos processos identificatórios e culturais dos rezadores das comunidades ribeirinhas quilombolas Genipaúba e Alto Itacuruçá. A mesma faz parte do programa em Linguagens e Saberes da Amazônia, dentro da linha de pesquisa Narrativas, Memórias e Imagens na Amazônia e tem caráter interdisciplinar. Utilizou-se, portanto, como referencial teórico, os pressupostos de Stuart Hall (2006), Bauman (2012), Maués (1995), Jelin (2001), Benjamin (1994), entre outros. As técnicas de pesquisa utilizadas são: pesquisa descritiva, utilizando-se de fragmentos das falas dos rezadores; e pesquisa de campo, com aplicação de entrevistas semiestruturadas, que ocorreram na residência dos seis rezadores entrevistados. Fazendo uso da história oral como método de pesquisa, para enfatizar o uso da memória como fonte de pesquisa do passado vivido pelos rezadores de ladainha e analisar cenas vividas por eles desde que aprenderam a rezar essa manifestação. Dentre as considerações, destaca-se que os rezadores, por meio de suas narrativas orais, compreendem a ladainha como parte dos seus processos culturais e identificatórios, além dessa manifestação ser considerada um patrimônio imaterial dentro dessas comunidades. As memórias e narrativas desses rezadores também possibilitaram conhecer suas experiências individuais e coletivas. Esse ritual também fortalece as relações sociais e os laços que os membros dessas comunidades estabelecem diariamente.

  • MARCELO FERREIRA PEREIRA
  • Diálogos entre cosmologia, perspectivismo e multinaturalismo em cuentos amazónicos de Juan Carlos Galeano

  • Data: 07/02/2024
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  • A presente pesquisa tem por objetivo analisar os possíveis diálogos entre cosmologia, multinaturalismo e perspectivismo por meio dos contos Pumayuyu, Yakuruna, Wayramama, Chicua e Kanaima presentes na obra Cuentos Amazónicos (2014), de Juan Carlos Galeano, estabelecendo uma interlocução com a obra Metafísicas Canibais (2015) de Eduardo Viveiros de Castro. O aporte teórico desta pesquisa está baseado aos conceitos de cosmologia de acordo com Eliade (1992), a concepção de pajelança e xamanismo contidas na obra de Figueiredo (1996) e a teoria do perspectivismo e multinaturalismo proposta por Viveiros de Castro (2015). Inicialmente será feita uma discussão com outros autores que abordarão temáticas relativas ao espaço amazônico em suas dinâmicas de (re)construção, sendo os autores: Ianni (1976), Pizarro (2012), Loureiro (2015), Godin (2007) e Holanda (2010), refletindo a este espaço a presença de um antropocentrismo colonizador e o devir ameríndio, de acordo com os autores: Malheiros (2022), Viveiros de Castro (2015), Ailton Krenak (2019), Gonzaga (2021) e Deleuze; Guatarri (1995). Por fim, com o objeto de pesquisa, os contos, em cada um deles será observada e contextualizada a Amazônia que foram catalogados, no caso Pumayuyu e Yakuruna a Amazônia Equatoriana, em Wayramama a Amazônia Peruana, em Chicua a Amazônia Colombiana e em Kanaima a Amazônia Guyana, e juntamente com estas análises serão observadas as concepções de cosmologia, multinaturalismo e perspectivismo, corroborando ou confrontando com as representações dos personagens pertencentes ao espaço amazônico evidenciados nos contos num espaço de ambivalência.

  • JEAN SOUSA DE SOUSA
  • Mulheres e quintais da Amazônia Costeira Paraense: um estudo de caso sobre o projeto

    Paneiro do Mangal

  • Data: 25/01/2024
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  • Este estudo é o resultado de uma pesquisa sobre os quintas Tamatateuenses, as mulheres
    e o projeto Paneiro do Mangal, que atualmente tem destaque na Amazônia Costeira no
    que se refere a iniciativas socioambientais. A presente pesquisa tem como objetivo
    principal compreender a importância dos quintais para as mulheres de Tamatateua e
    como contribuem para um processo de cadeia de curta comercialização realizada pelo
    projeto Paneiro do Mangal. Os procedimentos metodológicos são divididos em pesquisa
    bibliográfica, de campo e análise de dados, seguida da escrita. Sendo uma pesquisa de
    campo qualitativa, de abordagem empírica, utilizando a análise de conteúdo. Para a
    coleta de dados foi utilizada a observação participante, enquanto bolsista do projeto
    Paneiro do Mangal, e aplicação de entrevistas com questionário semiestruturado e
    registro audiovisual. O locus da pesquisa foi a comunidade de Tamatateua, Bragança-
    PA, uma das 42 comunidades existentes no entorno da RESEX marinha Caeté-Taperaçu
    no município de Bragança, nordeste do estado do Pará. A comunidade de Tamatateua
    está localizada a cerca de 18 km da sede do município. Este estudo teve como
    interlocutoras as mulheres do coletivo “Mulheres Guerreiras de Tamatateua”, assim
    como representantes das instituições de apoio do projeto Paneiro do Mangal (Instituto
    Federal do Pará - IFPA, Universidade Federal do Pará - UFPA, Instituto Nova
    Amazônia - INÃ e Organização Não-Governamental Rare do Brasil), e os parceiros
    (consumidores do paneiro do mangal). Verificou-se que os quintais Tamatateuenses são
    espaços de convivência (entre o grupo familiar , as mulheres e o projeto Paneiro do
    Mangal), onde as mulheres exercem um trabalho para fins de produção econômica em
    prol do aumento na renda familiar e de uma alimentação saudável. Logo, ao reconhecer
    a importância dos quintais e do coletivo de mulheres que os habitam, percebe-se o
    sentimento de gratidão através do reconhecimento da grande importância desses espaços
    no cotidiano dessas mulheres. Espaços que têm grande representatividade para elas,
    uma vez que é neles que elas desenvolvem suas atividades e trabalham a terra, portanto
    são considerados como patrimônio familiar. Os quintais de Tamatateua desempenham
    importante papel no sentido de dar autonomia na forma de produção, consumo e venda,
    e na valorização da mulher dentro do sistema produtivo local. Os quintais vem
    contribuindo para o processo de cadeia de curta comercialização através do Paneiro do
    Mangal, realizando a venda direta ao consumidor, sem a presença do atravessador. O
    projeto Paneiro do Mangal foi instituído com objetivo de enfrentamento às adversidades
    ocasionadas pela pandemia de Covid-19 nas comunidades tradicionais, e que para sua
    organização foram necessárias parcerias de várias instituições (IFPA, UFPA, INÃ e Rare
    do Brasil). Em face do que foi pesquisado, as mulheres mantêm diversidade em seus
    quintais e produzem a maior parte dos alimentos para a família, contribuindo assim, não
    só para a renda familiar. Em contrapartida, percebeu-se que tais mulheres não são
    reconhecidas e apoiadas pela gestão municipal/estadual e federal, no desenvolvimento
    das atividades dos quintais, à vista disso, espera-se que a promoção da justiça social,
    com estratégias de cuidado às mulheres extrativistas estejam nas pautas, políticas e
    programas governamentais.

2023
Descrição
  • CARMEM ANTONIETA TRINDADE DA SILVA
  • MEMORIAS DE CARPINTEIROS: O SABER FAZER DA CARPINTARIA NAVAL NA AMAZONIA COSTEIRA

  • Orientador : ROBERTA SA LEITAO BARBOZA
  • Data: 22/12/2023
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  • Está dissertação de mestrado em Linguagens e Saberes na Amazônia, nasceu das
    experiências vivenciadas no campo da pesquisa do Projeto de pesquisa e extensão:
    “Navegar é preciso”: diagnóstico das embarcações pesqueiras, relações sociais e saberes
    incutidos na carpintaria naval paraense, vinculado ao laboratório de Ensino, Pesquisa e
    Extensão Pesqueira junto a Comunidades Amazônicas - LABPEXCA do Campus
    Universitário de Bragança-UFPA, coordenado pela professora Dra. Roberta Sá Leitão
    Barboza. Tecendo redes de conhecimentos, através da possibilidade de prover a
    integração dos saberes entre a comunidade e a academia. Tendo como cenário o dia a
    dia nos estaleiros navais, com sua produção e socialização dos saberes tradicionais, em
    que seus atores mergulham no rio das recordações, revelando suas histórias de vida, em
    um tempo que não existe mais. Suas memórias nos fazem navegar por entre mares, rios
    e oceanos, desvendando a prática da carpintaria naval artesanal na região Bragantina,
    possibilitando a visibilidade desta profissão tão antiga e importante para a sociedade
    amazônica. Registro neste estudo o percurso histórico e social no processo de mudanças
    do modo de construir as embarcações artesanais de madeira na região. O lócus da
    pesquisa está localizado no município de Augusto Côrrea - PA, em dois estaleiros,
    próximos um do outro pela margem do rio Urumajó, cujos mestres carpinteiros são os
    protagonistas com suas histórias de vida. A metodologia utilizada, foi baseada na
    oralidade, através de pesquisas qualitativas, em que as palavras foram dando vida as
    lembranças traçando a evolução e a identidade desse ofício. Proporcionando um cenário
    de imagem e práticas da produção de saberes e fazeres na arte de construir embarcações
    pesqueiras, transmitidos de gerações em gerações. Trago para reflexão e debate, quais
    os principais desafios da construção de embarcações artesanais no município de
    Augusto Côrrea/Pa, incluindo os processos dos saberes, suas relações sociais de
    trabalho e inovação tecnológicas, no percurso histórico da vida desses dois mestres
    carpinteiros. Tendo como principal objetivo analisar, através das narrativas desses dois
    mestres carpinteiros navais, os processos de mudanças no modo de fazer embarcações
    artesanais em Augusto Correa/PA, identificando nas falas dos sujeitos a prática da
    carpintaria naval, suas relações com a natureza, o modo de vida, as mudanças no modo
    de produzir as embarcações e as dificuldades em manter este ofício. Seus objetivos
    específicos consistiram em: a) Identificar através das memórias narradas por mestre
    Valdemar Glória sua relação com a natureza, a relação entre os saberes, sua inserção na
    carpintaria naval, as transformações no modo de vida na região e sua inserção na
    carpintaria naval; b) Compreender o processo produtivo e a inserção de novas
    tecnologias na arte de fazer embarcações artesanais, através da história de vida do
    mestre Nonato Assis; c) Analisar o modo de produção e as relações sociais de trabalho
    existente nos estaleiros. Concluo o texto com uma análise reflexiva entre os pontos mais
    relevantes no modo de produção e nas relações sociais de trabalho existente nos
    estaleiros.

  • HELGA SAMARA FERREIRA BRAUN
  • O PROCESSO DE ADAPTAÇÃO DE ESTUDANTES QUILOMBOLAS À CULTURA ACADÊMICA NO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE BRAGANÇA/UFPA, NORDESTE DO PARÁ

  • Data: 30/09/2023
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  • O presente estudo traz à tona estudo sobre o processo de adaptação de estudantes quilombolas que ingressam no ensino superior por meio do sistema de cotas na Universidade Federal do Pará, Campus de Bragança. Objetivou-se investigar as possibilidades adaptativas à cultura acadêmica no Campus de Bragança. Nesse sentido, emergiu a seguinte pergunta: como a cultura acadêmica e a identidade dos universitários quilombolas são obstáculos para a adptação ao meio acadêmico? A escolha da temática foi motivada por minha experiência profissional, pois, além de ter sido professora substituta nos cursos de Pedagogia, História, Letras, Biologia e Ciências Naturais, nos Campi de Bragança, Capanema e Capitão Poço, sou psicóloga e trabalho há quatro anos em um hospital, no município de Bragança, que possui 23 leitos de retaguarda em saúde mental e tenho acompanhado a internação de vários estudantes universitários, bem como atendido, em consultório, demandas de estresse, ansiedade, depressão e ideações suicidas e, ao longo desse tempo, pude constatar, através da escuta profissional, que muitos desses acadêmicos, relataram sofrimento psíquico decorrentes das mudanças advindas da experiência universitária. A abordagem metodológica de pesquisa é a qualitativa, no campo da pesquisa social. A área de estudo esteve concentrada no Campus Universitário de Bragança, local em que os(as) estudantes quilombolas estão concentrados(as) nos seus respectivos cursos de graduação. Os dados foram coletados por meio do questionário produzido na plataforma google forms. Para a análise, optou-se pela Análise de Conteúdo (AC), visando compreender os elementos simbólicos da discursividade e sua produção de sentido, relacionado à linguagem, à história e ao contexto territorial dos pesquisados. Os principais resultados apontaram que a maior dificuldade está no processo de leitura, escrita e interpretação de textos, assim como às metodologias aplicadas por docentes no processo didático-pedagógica no ensinar e aprender e as relações interpessoais entre docentes e estudantes e estudantes e estudantes não quilombolas. A principal conclusão é de que o processo de adaptação à cultura acadêmica é determinada por muitos fatores, desde a qualidade da oferta da educação básica até o sua saída e chegada a territórios novos.

  • MANOEL DE SOUZA RAMOS
  • “SERRA VELHA” REAVIVANDO AS MEMÓRIAS, INDIVIDUAL E COLETIVA, EM UMA COMUNIDADE PESQUEIRA NO LITORAL DA AMAZÔNIA EM TEMPOS DE PANDEMIA

  • Data: 29/09/2023
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  • A Serra Velha foi uma brincadeira que durante muitos anos fez parte da cultura e tradição dos pescadores da comunidade de Ajuruteua. No entanto, desde a década de 80, a brincadeira está adormecida para a maioria das pessoas do lugar. Ajuruteua é uma comunidade composta por pescadores artesanais, localizada no Nordeste paraense, dista aproximadamente 250 quilômetros da capital Belém. Este trabalho tem o intuito de mostrar, ao mesmo tempo em que tenta fazer o resgate dos saberes que envolvem essa brincadeira tradicional na referida comunidade. Dessa maneira, esse estudo se faz necessário, tanto para a comunidade pesqueira, quanto para a Acadêmica, pois os saberes e fazeres que foram repassados de pais para filhos durante gerações se apressam em se fazerem conhecidos, para que não fiquem esquecidos das gerações futuras. Foi pensado assim, porque o maior objetivo deste era realmente fazer o resgate dessa brincadeira, como obviamente aconteceu. A pesquisa metodológica foi desenvolvida nos anos de 2020 e 2021, respeitando todas as normas de precauções referentes a covid 19,por meio do método etnográfico, com observação participante e entrevista. Conversamos com os mestres do passado, fizemos uma descrição dos principais sujeitos, como o chamador, o testamenteiro, assim como os instrumentos e a função de cada participante no manuseio destes. O resgate aconteceu, em um momento muito adverso, pois o medo ainda circundava os nossos lares, mas de forma muito agradável a brincadeira voltou a ser vista como atração cultural na comunidade. O mundo também ficou conhecendo essa tradição através de um documentário exibido pelo coletivo artesão das águas, onde reuniram-e os antigos e novos mestres e feito uma roupagem diferente da que acontecia no passado, onde somente os adultos do sexo masculino podiam participar, foram incluidos jovens de ambos os sexos. Dessa forma, através do estudo da Serra Velha foi possível compreender como se produzem as relações entre os pescadores e suas tradições culturais.
    Palavras-chave: Serra Velha. Tradições culturais. Brincadeira. Ajuruteua. Pescadores.

  • KHELMESON STELLY FARIAS PEREIRA
  • "O TERRENO, COBERTO DE MAGNIFICAS MATTAS, PARECEO-ME ADEPTO AS LAVOURAS: SABERES, SABORES E O DISCURSO DE ESCASSEZ NA PROVÍNCIA DO PARÁ EM MEADOS DO SÉCULO XIX

  • Orientador : ERICO SILVA ALVES MUNIZ
  • Data: 28/09/2023
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  • A pesquisa tem como objetivo investigar o universo das dinâmicas socioculturais que ocorreram na região nordeste da Província do Pará durante meados do século XIX, região conhecida pela historiografia regional como Zona Bragantina, em função de um projeto político de incentivo à ocupação das terras paraense,
    promovido pelas autoridades provinciais da época. O principal propósito daocupação das terras do nordeste paraense estava em promover o fortalecimento da economia agrícola, com base em um intenso processo de modernização da Província Paraense, na tentativa de substituir as formas tradicionais de uso da
    terra, por tecnologias voltadas para produção agrícola em grande escala. Desse modo, analisaremos os discursos oficiais, proferidos pelas autoridades políticas da época, relacionados ao contexto histórico de escassez de gêneros alimentícios e das iniciativas pública para o enfretamento destas condições. Isso
    será realizado a partir das leituras dos Relatórios dos Presidentes da Província do Pará, com intuito de explorar a perspectiva de um arranjo documental possuidor de dimensões oficiais. Também contextualizaremos o cotidiano da população paraense no período da segunda metade do século XIX. Para isso utilizaremos dos depoimentos e impressões dos naturalistas ingleses Alfred Russel Wallace e Henry Walter Bates, sobretudo suas vivências com a população paraense, os viajantes expedicionários que tiveram sua passagem
    pela Província do Pará em meados do século XIX. Assim, pretende-se apresentar como os costumes e os modos de vida das populações paraenses, especialmente os hábitos alimentares e a circularidade dos saberes e dos sabores locais se contrapõem ao um discurso de escassez de alimentos proferido pelas autoridades políticas da época. Para isso, realizaremos uma abordagem crítica das fontes, sob a ótica da historiografia da alimentação e do abastecimento, que desempenha um papel indispensável para compreender as
    dinâmicas interações interculturais que moldaram um circuito de sociabilidades entre as populações locais e suas adjacências, interpretando o contexto histórico das conexões e assimilações dos hábitos alimentares e das formas de comer, diretamente interligados à natureza circundante.

  • TAYANE GLEICE PINHEIRO LIMA
  • FLORESTA-ESCOLA: TERRITORIALIDADES EDUCATIVAS EM DISPUTAS NA AMAZONIA MARAJOARA

  • Data: 01/09/2023
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  • A temática dessa pesquisa se desenvolve a partir do entendimento da natureza como sujeito, como guardiã e detentora dos saberes ancestrais das populações amazônicas, cujo metabolismo exerce influência em todo o planeta. Nesse sentido, Floresta-Escola é, portanto, uma modalidade de prática educativa fundamentada no processo de decolonização epistemológica e consequentemente, de (re)educação sobre a própria instituição escolar entendida como um espaço fértil para a construção do conhecimento e das práticas pedagógicas mediatizadas pelas linguagens e saberes sobre/na/com as ancestralidades. Outrossim, esse estudo se desenvolve a partir problemática vivenciada pela tentativa de padronização dos currículos escolares no território nacional que se mostrou com mais intensidade na proposta conhecida como BNCC Base Nacional Comum Curricular, que marginaliza saberes e práticas culturais vivenciadas pelas populações amazônicas. A pesquisa tem como objetivo geral analisar os projetos políticos-pedagógicos em disputa no território educativo da Floresta-Escola Marajoara. Metodologicamente ancorada no método qualitativo como condutor para o levantamento e análise dos dados e numa incursão pela transdisciplinaridade descrita por Santos (2008). Como técnica para coleta dados optou-se pela pesquisa documental e pela pesquisa empírica, em que foram realizadas observações e entrevistas com os sujeitos envolvidas com as práticas educativa da Floresta-Escola Marajoara. Para compreender a interseção transfronteiriça entre os saberes da floresta, os dados foram analisados, considerando o processo de triangulação das informações, sistematizadas em três categorias temáticas: a) Territorialização da Escola no espaço da Floresta; b) Interações transfronteiriças: os arranjos e conflitos dos projetos em disputas na Escola Zeneide; c) Práticas educativas não colonizadoras a (re)existência da Floresta-Escola.

  • FERNANDA MIRANDA FREITAS
  • ESMOLAÇÃO A SÃO BENEDITO DA PRAIA: Ritual e Musicalidade devocional na Amazônia Atlântica

  • Data: 31/08/2023
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  • Esta pesquisa tem como objetivo geral descrever e dar visibilidade ao ritual de Esmolação a São Benedito da Praia em Bragança, Pará, a partir das vozes/narrativas de seus praticantes. Assim, esse trabalho pretende conhecer e dar voz aos esmoleiros beneditinos, e ainda, documentar em mídia o ritual das Esmolações, a fim de registrar sua contribuição na construção da identidade religiosa e cultural na Marujada de São Benedito. Para tanto, a pesquisa foi desenvolvida em três etapas: entrevista com mestre encarregado da Esmolação, a pesquisa de campo com observação participante no acompanhamento do Ritual, e análise e triangulação dos dados a partir da Análise de Conteúdo. Os resultados da pesquisa são apresentados em três seções de análise, obedecendo a mesma categorização organizada na etapa de interpretação referencial, sendo eles: i) O Ritual de Esmolação de São Benedito das Praias; ii) Esmoleiros: Trabalhadores do Santo; iii) Ladainhas e musicalidade no ritual de Esmolação.

  • MARCIA DO CARMO SOUSA
  • RESISTÊNCIAS NEGRO-NDIO:  RELAÇÕES DE SABERES NA PRODUÇÃO DAS ROÇAS DOS QUILOMBOLAS DE ITAMOARI

  • Data: 31/08/2023
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  • Este trabalho objetiva compreender como se produz os saberes das roças na relação entre indígenas e negros no quilombo de Itamoari. Também entender como os saberes e fazeres são repassados pelos mais velhos aos mais novos quilombolas   pela oralidade, e por meio do que eles denominam de dons, reza e saberes espirituais. Com este estudo pretendo colaborar com a comunidade de Itamoari que fica localizada no nordeste paraense no município de Cachoeira do Piriá no sentido de tornar visível nosso modo de existir (e produzir), preservando a floresta em pé. O quilombo de Itamoari é formado pelo casamento entre Tembé e descendentes de negros escravizados. É a união desses dois universos culturais que possibilitam entender como se produz a roça nessa comunidade. Os relatos orais, buscam dá sentido ao recorte metodológico escolhido para fundamentar a pesquisa, ou seja, a história oral e a escrevivência de minha trajetória como quilombola que vive em uma comunidade de fronteira entre o Pará e o Maranhão, na Amazônia brasileira. Percebi no decorrer da pesquisa que os moradores de Itamoari utilizam a prática de agricultura familiar, quer na caça, na pesca e na coleta, obedecendo sempre o regime da natureza, relacionado com o ciclo da lua, as vazantes e enchentes do rio.  Os aportes teóricos que norteiam este trabalho são fundamentados nas ideias de Antônio Bispo (2015, 2021), Conceição Evaristo (2006), Thompson (2012), dentre outros, os quais contribuíram nas reflexões e entendimentos do que é viver em uma comunidade de negros-índios e produzir uma economia de suficiência (Clastres, 1977).  Considero esse trabalho de suma importância para entendermos como se produzem as relações entre negros e índios na formação de quilombos na Amazônia, tendo o quilombo de Itamoari como exemplo desses processos históricos, mas também para elucidarmos a centralidade da terra no debate acerca dos saberes quilombolas, o que pode aportar enorme contribuição para entendermos a economia amazônica.

  • LYDIANE RODRIGUES DE AMORIM
  • PRÁTICAS CORPORAIS DE PROFESSORES (AS) DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO MODULAR RURAL EM ESCOLAS ÀS MARGENS DOS RIOS E FUROS NA AMAZÔNIA MARAJOARA

  • Data: 31/08/2023
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  • A temática desta pesquisa de Mestrado investiga as práticas corporais de professores (as) de Educação Física em Escolas às margens dos rios e furos da Rede Municipal de Breves na Amazônia Marajoara. Esse contexto de Escolas das águas se justifica por que é na Organização do Sistema de Ensino Modular Rural que atuam os (as) docentes do componente curricular Educação Física. A pesquisa apresenta o problema como fenômeno social a ser investigado, portanto busca investigar, de que forma os (as) professores (as) de Educação Física desenvolvem as práticas corporais em escolas das águas que estão às margens dos rios e furos na Amazônia Marajoara? Tendo como objetivo geral analisar as falas de professores (as) de Educação Física do Sistema de Ensino Modular Rural sobre as práticas corporais desenvolvidas em escolas às margens dos rios e furos, no município de Breves, na Amazônia Marajoara. O caminho metodológico é baseado no método interacional que segundo Gatti (1999) são estudos que abordam o cotidiano na relação com o contexto escolar, e do tipo de abordagem qualitativa por se tratar do fenômeno social, que segundo Chizzotti (2006), todas as pessoas que participam da pesquisa são reconhecidas como sujeitos que elaboram conhecimentos e produzem práticas no dia a dia, a pesquisa também é documental. O documento analisado é o Documento Curricular da Rede Municipal de Breves para o Ensino Fundamental. Para a coleta de dados optou-se pela técnica da entrevista semiestruturada e o uso de fotografias de espaços escolares que são utilizados para o desenvolvimento das práticas corporais de professores (as) e os estudantes do Sistema de Ensino Modular de Breves. Tomou-se como instrumento de análise dos dados, as técnicas com base na Análise de Conteúdo, segundo Bardin (2016). Os resultados da pesquisa mostram, principalmente, que há um único Documento Curricular, voltado tanto a educação escolar urbana, quanto a educação rural das águas de escolas as margens dos rios e furos, fazendo com os (as) professores (as) criem estratégias de adaptação das práticas corporais o conforme o contexto social de cada escola do Sistema de Ensino Modular Rural ou até mesmo o não desenvolvimento de práticas corporais indicadas no Documento Curricular da Rede Municipal de Breves para o Ensino Fundamental e o documento normativo como a Base Nacional Comum Curricular, devido falta de material pedagógico esportivo, quadra esportiva, estrutura física das escolas do Sistema de Ensino Modular Rural. A pesquisa, portanto, conclui que há nas falas de professores (as) um indicativo de denúncia, da necessidade de ação e reflexão sobre a construção de um currículo para as escolas das águas. Além, da ausência de políticas públicas direcionadas para o Sistema de Ensino Modular Rural.

  • MARIA PAULA ANTUNES VALE DA SILVA
  • HISTÓRIA, VIVÊNCIAS E PRÁTICAS DE PARTEIRAS TRADICIONAIS DE UMA COMUNIDADE RIBEIRINHA NO NORDESTE DO PARÁ

  • Data: 30/08/2023
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  • Fazer referência às parteiras tradicionais no Brasil, na atualidade, é o mesmo que expressar uma realidade existente e vigente. O Ministério da Saúde posta como definição de parteira tradicional aquela que dispensa assistência ao parto realizado em domicílio pautado em saberes e práticas. O objetivo do presente estudo foi efetivar uma análise comparativa entre a assistência feita por parteiras tradicionais em um momento durante o pré-natal e outro no pós-parto, em uma comunidade ribeirinha no nordeste paraense e as recomendações atuais. A avaliação considerou as parteiras em atividade na localidade de Fernandes Belo, distrito do Município de Viseu, Pará. O estudo foi estruturado em oito seções, contando com a introdução, sendo tecidas considerações sobre o contexto histórico mundial e brasileiro, as referências mundiais e em relação às parteiras tradicionais. A segunda seção versou sobre o problema desta pesquisa, na terceira, a justificativa do tema em estudo e do local pesquisado. Já na quarta seção, sobre os objetivos, geral e específicos, na quinta, versou sobre a metodologia aplicada, na sexta, o resultado e na sétima, a discussão, por fim, sendo tecidas as considerações finais. A metodologia empregada no estudo foi caracterizada como uma pesquisa exploratória e descritiva, de natureza qualitativa, utilizando técnica de amostragem por conveniência. Em resultado, foram feitas análises evidenciando alguns pontos de divergências, convergências e completudes observadas, possibilitando a ocorrência de uma análise comparativa entre as evidências científicas e recomendações oficiais e as práticas adotadas pelas parteiras, evidenciando as práticas observadas pelo ofício de parteira em uma comunidade ribeirinha no nordeste paraense dialogando com evidências científicas encontradas.

  • YURY LUCENA PONÇADILHA
  • POLÍTICAS DE AÇÕES AFIRMATIVAS PARA A EQUIDADE RACIAL NOS DISCURSOS DE DOCENTES DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ, CAMPUS CASTANHAL

     

  • Data: 30/08/2023
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  • Está pesquisa resulta da Dissertação de Mestrado em Linguagens e Saberes na Amazônia com foco nas políticas de ações afirmativas para a equidade racial nos discursos de docentes do curso de Educação Física da Universidade Federal do Pará, Campus Castanhal analisando os  seus discursos sobre as políticas de ações afirmativas para equidade racial no processo de formação do curso. Para isso, apresento o problema de pesquisa: quais os discursos de docentes sobre as políticas de ações afirmativas para a equidade racial no curso de Educação Física da Universidade Federal do Pará, Campus Castanhal? O estudo assume uma discussão à luz de teóricos que discutem a temática racial e Políticas de Ações Afirmativas, tais como Abdias Nascimento, Nilma Lino Gomes, Zélia Amador de Deus, Kabengele Munanga, dentre outros. Para tratar da temática sobre Educação Física, trago como referencial teórico Lino Castellani Filho, Ari Lazzarotti Filho, Suraya Cristina Darido, dentre outros. Para análise dos dados utilizo o método do materialismo histórico e dialético. As políticas de ações afirmativas são instrumentos legais que atuam na democratização do acesso e no combate legal das desigualdades e discriminações étnicas, raciais, gênero, sexualidade e outras promovendo efetiva participação dessas minorias políticas no acesso à educação, saúde, emprego e outros. Nesta pesquisa, a teoria marxiana contribui para identificar as contradições existentes nos discursos dos docentes de Educação Física a respeito das políticas de ações afirmativas para a equidade racial dentro do processo de formação dos alunos e de que maneira trabalham essas questões em suas disciplinas no objetivo de promover uma educação das relações étnico-raciais voltada ao combate ao racismo. Para a geração de dados utilizei a técnica da entrevista semiestruturada. Para o tratamento dos dados coletados, utilizei a técnica da análise do conteúdo BARDIN (2005). Participaram da pesquisa 4 docentes do Campus de Castanhal. As análises revelam que apesar de todo o avanço sobre a temática racial e das ações reparatórias existentes na Universidade, visando equilibrar as oportunidades para os estudantes negros, alguns docentes em suas práticas pedagógicas, não aplicam uma educação voltada às relações étnico-raciais. A pesquisa Políticas de Ações Afirmativas para a Equidade Racial na Formação de Docentes de Educação Física da Universidade Federeal do Pará, Campus Castanhal conclui que é preciso reorganizar o PPC do curso de Educação Física para que nesse documento, a educação voltada à equidade racial, visando uma educação antirracista, sirva como embasamento teórico/legal para os docentes, se apropriando de um debate voltado à uma educação plural, inclusiva e diversa, formando docentes inseridos no combate às desigualdades raciais.

  • GESSE ANTONIO DA SILVA CONDE
  • CURTAS-METRAGENS AMAZÔNICOS: POSSIBILIDADES PARA DISCUTIR EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA

  • Data: 29/08/2023
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  • A utilização de filmes de animação como recurso didático tem sido cada vez mais explorada em sala de aula, nos mais variados campos do conhecimento, e tem contribuído para a participação mais ativa dos estudantes em sala de aula, uma vez que eles costumam ter boa aceitação desse tipo de metodologia. A inserção da Educação Ambiental no currículo escolar busca promover a ampliação das relações que podem ser estabelecidas com o ambiente, promovendo a constituição de sujeitos críticos, que possam problematizar e refletir sobre suas escolhas e avaliar suas consequências. A presente pesquisa se propõe a discutir o potencial de curtas metragens de animação, produzidos na região amazônica, para explorar questões ambientais na Educação Básica, visando despertar o interesse e sensibilizar estudantes em relação ao contexto socioambiental no qual estão inseridos. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de caráter interdisciplinar, inserida no campo das linguagens e saberes na Amazônia, mais especificamente na linha de Educação, Linguagens e Culturas na Amazônia. Selecionamos cinco animações que fazem parte do acervo da Cinemateca Paraense: Cadê o verde que estava aqui? (2004); O menino urubu (2006); O rapto do peixe-boi (2009); A onda – Festa na pororoca (2003) e A revolta das mangueiras (2004), que foram apresentados a professores estagiários vinculados a dois programas de iniciação à docência:  PIBID e Residência Pedagógica, para que pudessem avaliar o potencial desse material em sala de aula. Nesse caminho, foram elaborados roteiros, relacionando os principais conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais (ZABALA, 1998) selecionados após a análise dos curtas metragens a partir da oficina “curtas-metragens de animação para discutir educação ambiental” na qual os filmes foram apresentados e discutidos. Em seguida, para avaliar o potencial dessa metodologia, responderam os professores estagiários responderam a um questionário semiestruturado com cinco perguntas. A organização e análise dos dados obedeceram às etapas descritas para análise de conteúdo de Bardin (2016). Participaram da Oficina 20 professores estagiários e foram elaborados cinco roteiros, um para cada curta metragem. De uma forma geral o material produzido ao longo da oficina levanta questões ambientais muito importantes, tais como: descarte correto de resíduos sólidos, aterro sanitário, biodiversidade, desmatamento, uso sustentável dos recursos naturais, linguagem regional (sotaque), identificação de espécies, poluição (ar, solo, água), conceito dos “Sete erres”, planejamento urbano e responsabilidades sobre o patrimônio público. Em relação ao potencial dos curtas metragens para Educação Ambiental os professores estagiários sinalizam que, embora não tivessem conhecimento desse material em particular, ele se mostra promissor por ser um instrumento que permite discutir as questões ambientais a partir de um contexto familiar ao estudante. Podemos dizer que esta pesquisa, além de visibilizar parte da produção cinematográfica regional contribuiu para a produção de conhecimento na área das Ciências Humanas, mais especificamente no campo do currículo e da formação de professores, produzindo material didático que pode ser utilizado em sala de aula para potencializar o processo de ensino-aprendizagem na região amazônica.

  • MARIA JOSE BORGES DA SILVA
  • NARRATIVAS ORAIS DE MULHERES PRETAS E QUILOMBOLAS SOBRE O EMPODERAMENTO FEMININO NEGRO NO SINDICATO DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS RURAIS DE CAMETÁ-PA

  • Data: 29/08/2023
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  •  Este estudo analisa o Empoderamento Feminino Negro nas narrativas orais de mulheres pretas e quilombolas no Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR) de Cametá-PA. Problematiza o lugar que a mulher preta e quilombola ocupa nesse Sindicato frente ao contexto histórico majoritariamente masculino. A pesquisa baseia-se na Teoria da Filosofia da Linguagem em Bakhtin considerando os gêneros do discurso e no Método da Interseccionalidade com base em Collins (2021) e Akotirene (2020). O referencial teórico para as discussões sobre Feminismo e Empoderamento Negro baseiam-se em bell hooks (2020), Ribeiro (2021), Gonzalez (2020), Kilomba (2019), Lerner (2019), Carneiro (2011), entre outras. Para a incursão sobre o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais dialogamos com Fiel (2014). Metodologicamente o estudo é de abordagem qualitativa a partir das narrativas orais com 04 (quatro) mulheres pretas e quilombolas que atuaram como membras associadas no STTR de Cametá-PA por  mais de 20 anos. Nesse estudo utiliza-se a  análise do discurso em Bakhtin a partir do conceito de enunciação. Os resultados revelam que essas mulheres foram pioneiras na luta pelo empoderamento no STTR, lutaram para ocupar seus lugares de fala e atuação nesse espaço histórico de predominância masculina que silencia, mesmo elas ocupando lugares de poder (delegadas e Vice-presidenta do STTR), sofreram racismo, preconceito e discriminação, tendo o lugar de fala oprimido pelas vozes de homens que até então eram os únicos a ocupar lugares de privilégio na Instituição. Concluímos que nas narrativas orais de mulheres pretas e quilombolas,  o empoderamento feminino negro ocorre por meio de um movimento de lutas e resistências de mulheres pretas e quilombolas pelos seus direitos e visibilidade, um processo político, geracional, identitário, demarcado por uma rede de proteção familiar e comunitária entre as mulheres do Sindicato, quilombolas, religiosas e trabalhadoras rurais, que mesmo tendo suas trajetórias no STTR influenciadas pelas relações interseccionais de raça, gênero e classe que interagem entre si modificando a maneira como essas mulheres experienciam a vida, ainda assim ocuparam os espaços que lhes foram historicamente negados pelo racismo, machismo e  pela herança patriarcal.

     

  • ANGELA DO SOCORRO FERREIRA RODRIGUES
  • O grito das águas: Experiência de vida, Decolonialidade e Representatividade das pescadoras de camarão (em um projeto de assentamento agroextrativista) na Amazônia

  • Data: 29/08/2023
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  • As pescadoras do PAE Nossa Senhora do Livramento (Abaetetuba-PA) são as principais responsáveis pela captura, beneficiamento e comercialização do camarão regional (Macrobrachium amazonicum). Elas também realizam a pesca de peixe, confecção e manutenção dos apetrechos de pesca, trabalham no extrativismo vegetal, na criação de pequenos animais, são liderança familiar e comunitária. No entanto, de forma geral, o protagonismo das mulheres é invisibilizado ou desvalorizado. Estudos sobre as lutas e conquistas das mulheres são necessários para dar visibilidade ao trabalho da pescadora artesanal, pois os estudos científicos também são referências para a produção de políticas públicas. O objetivo deste estudo foi identificar como foram construídas as relações de gênero no PAE NSL, tendo como focos o trabalho, processo de participação e representação das pescadoras de camarão regional nas organizações sociais do PAE e entidades representativas da pesca artesanal. A metodologia utilizada foi qualitativa usando-se etnografia e autoetnografia, por meio das minhas memórias de vivência junto às pescadoras artesanais antes do período de pesquisa e após a fase preliminar de estudo bibliográfico (agosto de 2021 a dezembro de 2022). A minha vivência, como moradora da comunidade, possibilitou maior aproximação com as pescadoras. A análise dos dados foi descritiva através do processo indutivo com base na vivência, anotações do diário de campo, fotografias e estudos bibliográficos. O estudo procurou responder algumas questões: Como as relações de gênero entre homens e mulheres foram estabelecidas na atividade pesqueira nesta comunidade? Qual a compreensão das pescadoras de camarão regional sobre a importância do seu trabalho para o meio familiar e também para o PAE? Quem eu sou nesse processo? Os resultados obtidos por meio da autoetnografia reafirmaram minha identidade como mulher ribeirinha, a qual cresceu em meio as lutas sociais desenvolvidas por pescadoras artesanais resilientes, e foram essas pescadoras artesanais que contribuíram para meu processo nos estudos acadêmicos. E por meio da etnografia foi possível identificar que as pescadoras desenvolvem o etnoconhecimento necessário para desenvolverem as atividades de pesca e extrativista vegetal. São as principais responsáveis pela transmissão desses conhecimentos que são culturalmente passados entre as gerações. Somado a isso, a relação de gênero é baseada em contextos de dominação e subordinação advindas da cultura patriarcal, as quais contribuem para a invisibilidade feminina nas atividades produtivas e gera sobrecarga de trabalho nas atividades reprodutivas. Todavia, as pescadoras estão paulatinamente rompendo com essa herança ao protagonizarem papéis de lideranças familiar e comunitária. Elas têm se engajado principalmente em âmbito local, participando em ações de grupos diversos, tais como as Comunidades Eclesiais de Base, associações de moradores, movimentos sociais, Colônia e Sindicato dos Pescadores e Pescadoras Artesanais. Por fim, foi possível perceber que essas pescadoras estão conquistando autonomia e se reconhecem como pescadoras capazes de negociar, questionar e reivindicar melhores condições de vida para suas famílias e comunidade.

  • JOSÉ RODRIGO SOUSA DE LIMA DENIUR
  • INFÂNCIAS RIBEIRINHAS NO CONTEXTO DE BRINCARES E PRÁTICAS CORPORAIS NAS MARÉS DE RIO NA AMAZÔNIA AMAPAENSE

  • Data: 28/08/2023
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  • Esta dissertação tem foco nas infâncias ribeirinhas da Comunidade do Igarapé da Fortaleza, localizada na Amazônia Amapaense, região próxima à capital Macapá, no Estado do Amapá. Esse território se insere na floresta Amazônica brasileira, espaço de riqueza natural, diversidade de flora e fauna. Segundo os dados do IBGE (2010) a população infantil era de 1398 crianças e adolescentes entre zero e 14 anos. O objetivo principal da pesquisa é analisar as discursividades das crianças em situação de brincares e as práticas corporais das infâncias ribeirinhas nas marés do rio da comunidade do Igarapé da Fortaleza, na região da Amazônia amapaense. A pesquisa se fundamenta na no campo da Educação assumindo que as crianças são pessoas que vivenciam a infância nos brincares com a natureza e constroem culturas infantis no espaço da pesca artesanal, ao tomar banho de rio, nos estaleiros, no processo da fabricação de barcos brincando em cima dos barcos empinando pipas e pulando de cima desses barcos em construção nos estaleiros. O método do materialismo histórico-dialético, abordagem da pesquisa qualitativa, a técnica da observação participante e roda de conversa serviram para a geração dos dados e análise do conteúdo. Participaram 14 crianças com idades entre 09 e 12 anos, nascidas e moradoras da Comunidade do Igarapé da Fortaleza. Os resultados a priori revelam que as práticas corporais manifestadas nos brincares das crianças, são manter equilíbrio nas canoas, ao pular da ponte no rio, elas jogam o futebol praticado na beira do rio na vazante da maré, a queimada, a pira pega dentro e fora d’agua. Ainda, infere-se que as infâncias das crianças ribeirinhas estão intrinsecamente ligadas às suas práticas corporais e brincares, bem como às vivências infantis no universo ribeirinho. A pesquisa infere que os brincares nas marés desenvolvem muitas habilidades nas crianças como aprender a nadar nas águas sozinhas, coordenação motora grossa na agilidade ao brincar de pira pega saltando de cima dos barcos, sumindo e aparecendo para enganar o colega que está tentando lhe pegar. Elas socializam ao brincarem de futebol na vazante da maré e se equilibram nas pontes ao brincarem de lençinho. Elas desenvolvem a criatividade e socialização de aprendizados entre si e constroem relações afetivas. Tomam banho de rio, pulam das pontes, ficam amuadas quando perdem no jogo. Elas esperam ansiosamente, tanto as cheias da maré quanto a vazante, importa pular da ponte e dos barcos no rio e jogar o futebol. No futebol ou na queimada são muitas as habilidades das crianças, usam apelidos, caçoam uma das outras, choram, riem, brincam, se alegram com as conquistas e ficam com raiva quando perdem em algumas das atividades. No método apresento o diálogo com as categorias brincares e o trabalho como princípio educativo, práticas corporais e emancipação social das crianças.

  • UARLEY IRAN PEIXOTO DA SILVA
  • “AFINAL DE CONTAS, QUE ESPÉCIE DE PROTEÇÃO É ESSA?”: INDÍGENAS, NATUREZA E O SERVIÇO DE PROTEÇÃO AOS ÍNDIOS NA AMAZÔNIA (1940-1950)

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  • Data: 22/08/2023
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  • Essa pesquisa objetiva analisar as relações socioambientais, o protagonismo indígena e as visões sobre a natureza que emergiram da atuação do Estado Brasileiro no território do Alto Rio Guamá, bioma amazônico entre os rios Guamá e Gurupi, durante o fim da primeira metade do século XX (1940-1950), especificamente a partir da atuação do Serviço de Proteção aos Índios (SPI) junto aos Tenetehar-Tembé e outros grupos indígenas, como os Urubu-Ka’apor, na fronteira dos estados do Pará e do Maranhão desde as atividades dos postos indígenas (PI) Felipe Camarão, Pedro Dantas e Tembé. Sob o comando de Getúlio Vargas esse período, conhecido como Estado Novo (1937-1945), inaugura uma nova forma de pensar a Amazônia. As fontes utilizadas são documentos da 2a Inspetoria Regional (IR) do SPI, entre os anos de 1940 e 1950, além de decretos, fotografias, matérias de jornais e entrevistas realizadas em campo com indígenas Tembé. A documentação proveniente do SPI está disponível no Laboratório de História e Patrimônio Cultural da Amazônia (LABHIST), em razão de acordo realizado entre a Faculdade de História da UFPA (FAHIST), campus Bragança, com a Fundação Nacional do Índio (FUNAI). A metodologia utilizada para analisar as fontes foi baseada na história documental, alinhada na perspectiva apontada por Bacellar (2008). A leitura crítica dessas fontes sob a perspectiva da história ambiental permitiu ampliar a compreensão sobre as dinâmicas sociais existentes e tornaram possível perceber as disputas e negociações que se criaram em torno do uso e da exploração dos recursos naturais disponíveis na região. Esses postos indígenas podem ser compreendidos como verdadeiros sistemas produtivos que deveriam auxiliar na implementação da política varguista na Amazonia e seriam os responsáveis por levar a “técnica” de trabalho e elementos nacionalistas que finalmente integrariam a região e os indígenas ao restante do país. Através da análise das fontes argumentamos que os conhecimentos indígenas sobre o ambiente da região foram decisivos para o funcionamento desses postos, visto que puderam definir a prosperidade ou o fracasso desses empreendimentos. A partir das complexas negociações e relações estabelecidas entre os Tembé e outras etnias com os trabalhadores do SPI podemos refletir também sobre como elementos ambientais podem ter limitado algumas atividades desses postos, ao mesmo tempo que o funcionamento destes causaram impactos ambientais nessa área.

  • FERNANDA CAMPOS DE ARAÚJO
  • A atuação do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais em Bragança, Pará: memórias, movimentos e lugares de gênero

     

  • Data: 15/08/2023
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  • O Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR) de Bragança, Pará é uma entidade que representa a categoria dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, daqueles que são agricultores familiares. O trabalho tem como principal objetivo visibilizar a atuação do STTR no município de Bragança, Pará. A metodologia empregada nessa pesquisa baseia-se na abordagem qualitativa, tendo como instrumentos de coletas de dados a realização de entrevistas com roteiros semiestruturados juntos aos sócios do STTR de Bragança, Pará, as quais foram estudadas a partir da análise do discurso da escola francesa. Nos capítulos dessa dissertação são apresentados uma parte da história do sindicato e como se dá a participação dos membros nessa organização, entendendo os movimentos de avanços e retrocessos, destacando os lugares que homens, mulheres e jovens no ocupam no interior da organização. Fazer uma pesquisa inédita sobre o STTR de Bragança a partir dos registro das memórias narrativas dos trabalhadores e trabalhadoras ruais sindicalizados, além de ser uma contraposição à narrativa hegemônica brasileira, é também um resgate desses atores como agentes históricos, que ao agir, reumanizam-se. Identificou-se que a organização sindical é atravessada desde sua origem por um processo de silenciamento por meio das ideologias dominantes, que se propagam pela violência da colonialidade. A participação no sindicato tem sofrido transformações, hoje as agricultoras familiares têm protagonizado a luta na organização, enquanto homens e a juventude no meio rural tem sido menos evidente, sendo este um fator que bota em risco a sobrevivência da organização. Pode-se perceber também, que nesses espaços emergem muitas linguagens de “rexistência”. Dessa maneira, abre-se uma porta para desenvolvimento de possíveis contribuições para futuros projetos no campo dos estudos das dinâmicas organizacionais dos agricultores familiares da Amazônia.

     

     

    Palavras-chaves: Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, agricultores familiares; organização social; relações de gênero.


     

  • MARILIA COSTA DE OLIVEIRA
  • A CONSTRUÇÃO SOCIAL DOS PERSONAGENS NO ROMANCE CANDUNGA: LITERATURA E ALIMENTAÇÃO EM BRUNO DE MENEZES

  • Data: 31/07/2023
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  • Esta pesquisa tem como fonte principal o romance Candunga (1954) de Bruno de Menezes e parte para análises das práticas alimentares na construção social dos personagens. O principal objetivo dessa dissertação é analisar como a alimentação cumpriu um papel essencial no romance e como Bruno de Menezes adotou a comida como mediadora entre classes e meio, criando uma espécie de panorama alimentar nas regiões onde se passa a narrativa. O romance apresenta preciosas descrições sobre os hábitos alimentares e como a comida e a falta dela
    descrevem a realidade social de migrantes no século XX. A pesquisa leva em consideração, também, assuntos primordiais nas décadas de 1940 e 1950 como a migração e ocupação de terras no nordeste paraense, além da busca por alternativas de sobrevivência. Aqui faz-se um exercício de pensar uma realidade, em um certo recorte temporal, a partir dos hábitos alimentares que vão muito além de suprir a necessidade fisiológica e a comida, e todo seu processo, como um processo de comunicação.

  • ANDRÉ OLIVEIRA SILVA
  • CARIMBÓ: RAÍZES E IDENTIDADE CULTURAL,EM IRITUIA, NORDESTE PARAENSE, AMAZÔNIA BRASILEIRA

  • Data: 29/07/2023
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    Esta pesquisa analisa o carimbó em na cidade de Irituia a partir das suas raízes e de como o município tornou-se uma das referências em manutenção do carimbó como identidade cultural principal do município, portanto, visa revelar quais são os fatores e os saberes que contribuíram para que o município de Irituia no nordeste paraense Amazônia brasileira se tornasse em um dos principais produtores e reprodutores de Carimbó e em que medida os saberes populares do carimbó foram passados de geração a geração, até os dias atuais. Desse modo, apresenta como objetivo geral: analisar os fatores que contribuíram para que Irituia tenha se tornado umas das principais referências em Carimbó, já que é uma manifestação cultural de suma importância para valorização da comunidade Irituiense. Assim, a pesquisa faz uma abordagem dialogando com autores como Antônio Francisco Maciel (1981), Vicente Salles (2015) e Stuart Hall (2014) para desenvolver o debate sobre a história do carimbó no Pará e as questões de identidades. A pesquisa é alicerçada na abordagem qualitativa, dessa forma, a fim de coletar as impressões e concepções sobre as expressões e saberes culturais do carimbó, será utilizado a técnica de entrevista diretiva a três (03) representantes grupos de carimbó.


     
  • JOSE MATEUS SOUSA CONCEIÇAO
  • AS PRÁTICAS DOS EXTRATIVISTAS DO CARANGUEJO-UÇÁ (Ucides cordatus) NOS MANGUEZAIS DO MUNICÍPIO DE BRAGANÇA-PA, COSTA AMAZÔNICA BRASILEIRA

  • Data: 14/07/2023
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  • O presente estudo, intitulado "As práticas dos extrativistas do caranguejo-uçá (Ucides cordatus) nos manguezais do município de Bragança-PA, Costa Amazônica Brasileira", adota uma abordagem fenomenológica e tem como objetivo investigar as práticas dos extrativistas de caranguejo-uçá nos manguezais de Bragança-PA, com ênfase nos aspectos territoriais e ambientais, assim como mapear o percurso realizado por esses extrativistas a partir do parâmetro áreas de fácil e difícil acesso nos manguezais da Reserva Extrativista Marinha Caeté-Taperaçu em Bragança-PA. Os procedimentos metodológicos adotados recorreram à abordagem qualitativa de pesquisa, em que a coleta de dados se deu por meio de entrevistas apoiadas por um questionário com perguntas semiestruturadas, assim como por meio de observações de campo, registradas em um diário, incluindo expressões locais, questionamentos dos pescadores em relação à pesquisa, assim como registros fotográficos de áreas e recursos naturais do manguezal. A amostragem foi composta por 50 extrativistas que pescam nas áreas de fácil e de difícil acesso. Os principais resultados e conclusões apontam que os extrativistas de caranguejo-uçá são residentes das comunidades costeiro-estuarinas e têm um profundo conhecimento sobre o recurso caranguejo-uçá, desde a sua posição na cadeia alimentar até o processo de reprodução. O estudo fornece insights valiosos sobre as práticas de extrativismo do caranguejo-uçá e contribuições para o entendimento dos aspectos socioeconômicos e ambientais envolvidos nessa atividade nas comunidades costeiras do Município de Bragança-PA.

  • CLEONILSON ROSARIO DA COSTA
  • SABERES TRADICIONAIS E A PEDAGOGIA NÃO FORMAL NA APRENDIZAGEM DAS PRÁTICAS PRODUTIVAS DAS CATADORAS DE CARANGUEJO-UÇÁ (UCIDES CORDATUS) NA COMUNIDADE DE CARATATEUA - BRAGANÇA-PA.

     

  • Data: 10/07/2023
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  • Esta pesquisa se propõe compreender os processos de aprendizagem de crianças e adolescentes acerca das práticas produtivas da Catação do Caranguejo-Uçá na comunidade de Caratateua, município de Bragança, Estado do Pará, Amazônia Oriental. A pesquisa foi realizada com 5 (cinco) famílias de catadores(as), compostas de catadores(as), crianças e adolescentes que foram acompanhadas no decorrer do estudo. A metodologia utilizada é qualitativa, envolvendo pesquisa de campo com observação participante, entrevistas semiestruturadas e registros fotográficos realizados de março de 2021 a março de 2023. Os principais resultados indicam: a) os saberes tradicionais apreendidos por crianças e adolescentes na catação de caranguejo-uçá na Vila de Caratateua acontecem de maneira não formal, através da convivência social, observação dos catadores mais experientes e ensinamentos repassados por seus antepassados; b) o processo de beneficiamento do caranguejo-uçá envolve uma série de saberes tradicionais necessários para se tornar um(a) catador(a) e, apesar de acontecer fora dos muros da escola e não ter um acompanhamento pedagógico, existe uma metodologia para que as crianças e adolescente assimilem tais conhecimentos; e c) Os saberes envolvidos na catação do caranguejo-uçá, apesar de algumas vezes se assemelharem aos conhecimentos ensinados nas instituições formais, de acordo com as crianças, adolescentes e catadores(as) são pouco explorados pelas escolas presentes na comunidade. Os dados obtidos no presente estudo evidenciam a necessidade de políticas públicas que possibilitem melhor qualidade de vida às famílias envolvidas na catação do caranguejo-uçá.

     

  • JOAO LISBOA CONDE
  • PASQUIM EM URUMAJÓ: CONTESTAÇÃO E RESISTENCIA NA AMAZÔNIA ATLANTICA DO NORDESTE PARAENSE – SEC. XXI

  • Orientador : TABITA FERNANDES DA SILVA
  • Data: 30/06/2023
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  • Compreender o Pasquim de Urumajó como um fenômeno de contestação e resistência é o grande desafio deste trabalho. O ponto de partida para o estudo de natureza interdisciplinar foi a descoberta do pasquim O Lobo e as Gazelas do ano 2003 – objeto de estudo. Pasquins são fontes históricas e documentais que agregam saberes milenares, reafirmam culturas, constroem identidades e vivenciam realidades, sobretudo em Urumajó, onde o fenômeno ocorre desde o século XX. Ressalta-se que a pesquisa se delineou pelos campos da história e da linguística moderna adotando o estudo documental, estudos bibliográficos e a análise de conteúdo como caminhos metodológicos para se alcançar os objetivos e as respostas ao problema de pesquisa. O objetivo do trabalho é compreender se o pasquim O Lobo e as gazelas constitui-se um instrumento de contestação e resistência ao período político em que foi propagado na cidade de Urumajó. No que diz respeito ao problema de pesquisa indaga-se: O pasquim O Lobo e as Gazelas é um instrumento da contestação e da resistência política em Urumajó ao cenário político da época em que foi propagado? Que elementos do texto contribuem para a reforçar ou refutar a questão levantada? O aporte teórico apoia-se nos estudos de Luciano Figueiredo (2014) e Carvalho et. al, (2012), em que se apresenta uma abordagem específica dos pasquins no Brasil. Ribeiro Júnior (2012), Oliveira (2012), Azevedo (1999) e Campos (2002) contribuem com estudos sobre a historiografia do Lócus da pesquisa, fundamentais para se compreender o contexto político social onde circularam os panfletos. Em Michael Pollak (1989) trabalha-se o tema das memórias. Michael Bakhtin (1997), Marchuschi (2008), Balocco (2005) e Astor Soethe (2008), aborda-se questões voltadas aos gêneros textuais, linguagem e sátira, pois é necessário adentrar esses campos do conhecimento em virtude de situarmos os impressos como fenômenos da linguagem escrita. O tema da identidade é tratado no trabalho a partir de Hall (2003). Em Bardin (1977) aborda-se a análise de conteúdo como procedimento técnico de análise da narrativa. Em Bosi (2002) trataremos dos estudos sobre resistência, como categoria a ser desenvolvida no trabalho. Diante disso chega-se à hipótese que o pasquim O Lobo e as Gazelas é um instrumento/estratégia da contestação e da resistência política em Urumajó ao cenário político da época em que foi propagado, pois os resultados apontam que os manuscritos e impressos da cidade de Urumajó são manifestações da linguagem escrita que há décadas funcionam como instrumentos de contestação à política cultural no nordeste paraense.

  • EDILCELIA NARJARA SILVA DE SOUZA
  • UMA ANÁLISE SOBRE OS MEIOS DE FORMAÇÃO E SOCIALIZAÇÃO DE CONHECIMENTOS NO MOVIMENTO DE MULHERES DO NORDESTE PARAENSE (MMNEPA). UM ESTUDO NO MUNICÍPIO DE CAPANEMA-PA

  • Data: 30/06/2023
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  • O avanço do capitalismo trouxe como consequência o afinamento da função soberana do Estado, priorizando os interesses dos grupos políticos e econômicos em detrimento das políticas sociais. Desde o início do século XXI, organizações e movimentos sociais têm implantado ações com o objetivo de protesto, denúncia e intervenção social e política por meio da emancipação da mulher, combatendo as muitas formas de violência sofrida por elas. O presente trabalho é orientado para a análise desse ativismo social e político, cristalizado nos últimos anos em uma série de mobilizações massivas no mundo e no Brasil com ênfase na luta feminista. O papel da mulher na sociedade deve ser discutido não apenas em termos de mercado de trabalho, mas dentro de uma perspectiva abrangente de democracia e com uma visão estratégica para minimizar a exclusão social. A ação das mulheres, desde o século passado, foi fundamental para inserir na sociedade a democracia social, que tem como princípio a igualdade de gênero. Um dos dilemas da sociedade contemporânea é entender que não haverá desenvolvimento social e econômico com justiça se não houver igualdade de oportunidades para homens e mulheres. É válido demonstrar a importância dos Movimentos Sociais voltados para o público feminino e que através deles, mulheres conseguiram alcançar essa igualdade social dentro de sua realidade, principalmente quando estas ampliaram seu nível de educação formal, tornando-se protagonistas e não mais coadjuvantes em sua comunidade. Nesta perspectiva, elegemos o MOVIMENTO DE MULHERES DO NORDESTE PARAENSE - MMNEPA para embasar o estudo sobre a melhoria da qualidade de vida das mulheres que participam do movimento, através de entrevistas e questionários com algumas participantes, de modo a demonstrar que quando as mulheres encontram suporte em um Movimento Social Feminista, conseguem estabelecer novos padrões sociais que as conduzem a liberdade.

  • DENNI BAIA DE SOUZA
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    ANÁLISE DO ROMANCE MAD MARIA DE MÁRCIO SOUZA TRADUZIDO PARA O ESPANHOL EUROPEU POR BASILIO LOSADA: MOVIMENTOS TRADUTÓRIOS SOB PERSPECTIVA


  • Data: 29/06/2023
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  • A presente dissertação inserida no contexto temático dos Estudos da Tradução, mais especificamente no âmbito da tradução literária, toma como objeto a tradução do romance Mad Maria, de Márcio Souza, para o espanhol europeu, por Basilio Losada, publicado em 2017 em Madrid - Espanha, pela Editora Volcano.  Márcio Souza publicou o romance Mad Maria em 1980, pela Editora Civilização Brasileira no Rio de Janeiro. O estudo de natureza analítico-descritiva apresentado nesta dissertação debruça-se sobre as soluções tradutórias empregadas pelo mediador intercultural – o tradutor – no processo de transposição interlinguística das imagens-representações Amazônicas manifestas discursivamente dentro da estética literária do texto fonte  para o universo linguístico-cultural estrangeiro, provocando de forma irremediável o confronto entre os contextos de produção e recepção, cultura e situação, característicos dos estudos em que uma obra desloca-se internacionalmente e interculturalmente por meio do trabalho desafiador do tradutor. Neste sentido, o estudo parte das hipóteses de que o contexto de recepção é norteador do trabalho tradutório e pode produzir legítimos efeitos manipulatórios de recriação (CAMPOS, 2013); de que, o contexto Amazônico, por suas características peculiares demandam, por vezes, adaptações domesticadoras ou estrangeirizações que preservem as peculiaridades lexicais locais. O estudo  apresenta como questões-problema: é possível perceber as nuances de perdas e ganhos em estrangeirização ou domesticação no cotejamento envolvendo texto fonte e texto meta? É possível identificar questões imagológicas que suscitem considerações identitárias na obra traduzida?  Como objetivos a pesquisa propõe-se a produzir reflexões e inferências sobre as manobras, desafios e consensos percebidos na ação tradutória interlinguística através do ato de cotejamento de trechos dos textos fonte e texto meta, para fins de relacionar os movimentos de estrangeirização e domesticação, analisar as imagens da Amazônia reveladas ou recriadas na tradução e, comparativamente, perceber como os dois contextos de recepção ( da obra em Português e da obra em Espanhol) podem impactar o processo tradutório. Serão, entre outros autores, referenciais basilares: Torop (2008, 2000), Berman (2013), Campos (2011-2015), Hurtado-Albir (2001), Iser (2000), Jakobson (1971); Jauss  (1969) and Venuti (1995).

     

     

     

     

     

  • DYANDRA JAMYLLE ROSARIO DA SILVA
  • POR ELES E PARA ELES: a execução do Plano Individual de Atendimento no cumprimento de Medida Socioeducativa em Meio Aberto, Capanema, Pará

  • Data: 29/06/2023
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  • A pesquisa apresenta uma análise da execução do Plano Individual de Atendimento (PIA) no contexto da Medida Socioeducativa (MSE) em Meio Aberto realizado em um Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), em Capanema, Pará. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, referendada no método do materialismo histórico-dialético e utilizou como procedimento metodológico a pesquisa bibliográfica, documental e de campo empírico por meio da observação participante e análise documental dos PIA’s de adolescentes na faixa de 15 e 16 anos que cumpriram MSE no período de 2018-2020. Os resultados indicaram que os adolescentes são majoritariamente do sexo masculino, cumprindo Liberdade Assistida, residentes na Zona Urbana, porém em bairros periféricos, usuários de álcool e outras drogas. Identificou-se o PIA como uma ferramenta pedagógica importante na execução da MSE para além da responsabilização, porém a ausência do instrumental na maioria dos casos demonstra a fragilidade no cumprimento da MSE. Desta forma, ressalta-se a importância de um planejamento individualizado que direcione as ações socioeducativas na perspectiva da desaprovação das condutas infracionais e na garantia dos seus direitos individuais e sociais.

     

  • DEISIANE AVIZ DO NASCIMENTO
  • DISCURSO, CINEMA, MEIO AMBIENTE E A PRODUÇÃO DA INFÂNCIA AMAZÔNIDA

  • Data: 28/06/2023
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  • Ao pesquisar infância e Amazônia tendo o cinema enquanto meio de produção de imagens e socialização de representações sociais tomamos esse veículo midiático enquanto artefato cultural, que se dirige à educação das pessoas mobilizando com isso saberes, tradições, identidades, que atuam na produção de sujeitos e subjetividades no contexto amazônico. Desse modo, julgamos importante olhar com mais atenção para os dispositivos da mídia voltados para o público infanto-juvenil pois crianças e jovens estão inseridos na dinâmica da vida e de seus condicionantes, vivenciam o contexto, compõem a sociedade, refletem saberes e subjetividades, inclusive, constroem a realidade do/sobre o ambiente em que vivem, desse modo, consideramos que o gênero cinematográfico voltado para esse público produz e divulga conhecimentos, representações etc. Nosso estudo objetiva discutir e problematizar as representações que os filmes da trilogia Tainá apresentam para o público infanto-juvenil sobre o território amazônico e as infâncias amazônidas. Tomamos como objeto de estudo os filmes de ficção: Tainá - Uma Aventura na Amazônia, lançado em 2000, Tainá 2 – A aventura continua, lançado em 2004 e Tainá – A origem, lançado em 2013. Subsidiadas nos Estudos Culturais e nas Análises Discursivas de Michel Foucault adotou-se a Etnografia de Tela como como estratégia metodológica. Os resultados apontam que a trilogia Tainá apresenta um universo de simbologias, significações e representações, manifestadas por meio de discursos. É sustentada a ideia de Amazônia associada a concepções de extraordinário mundo verde, pulmão do mundo, composto por uma imensa extensão de terras isoladas. Configurado como um espaço habitado exclusivamente por indígenas, por sua vez, desenhados como “bons selvagens” e “defensores da floresta”, vivem na mata e sobrevivem dos seus recursos. Acionando sobre eles a representação de concepções que fortalecem uma identidade fixa. Essa forma de “retratá-los” faz com que sejam concebidos como uma população única e homogênea. Os filmes acionam também a existência de duas formas de conhecimentos: o saber tradicional e o saber científico/tecnológico. Aos nativos são designados como detentores dos saberes da tradição e o conhecimento científico aparece como um atributo de pessoas da cidade, aliado à ideia de modernidade. Contatou-se que os filmes são fundamentados em uma perspectiva de divisão e oposição de mundos, ou seja, um mundo dividido entre moderno e selvagem, brancos e nativos, bem e mal, saberes tradicionais e conhecimentos científicos. Além disso, detectamos a reprodução de dois tipos de infância, uma vivida por crianças nativas e outra, pelas crianças da cidade. Os discursos retratam a infância indígena como homogênea e apresenta a criança nativa como espelho da criança amazônida; designadas como não dispor de conhecimentos e acesso aos aparatos tecnológicos e modernos, oposta à infância da criança “branca”, que habita o ambiente constituído pela “modernidade” e suas tecnologias. Ao analisar a sequência dos filmes e refletir sobre seus enunciados é possível concluir que as obras cinematográficas apresentam representações do contexto amazônico, de nativos e infâncias associada a perspectivas estereotipadas, limitadas e distante das distintas realidades que não consideram a existência de infâncias amazônidas diversificadas e plurais. Conclui-se que as obras cinematográficas endereçadas ao público infanto-juvenil propõem temáticas pertinentes e de relevância social, porém, sinalizamos a necessidade de que essas problematizações e análises reflexivas sejam colocadas em operação em sala de aula como forma de não reforçar e disseminar os tantos estereótipos associados à essa imensa e diversificada região.

  • JOYCE MARIA DA SILVA CONDE
  • REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SOBRE INFÂNCIA E NATUREZA: UM DIÁLOGO COM CRIANÇAS DA COMUNIDADE FAZENDINHA, NA AMAZÔNIA BRAGANTINA

  • Data: 27/06/2023
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  • A presente pesquisa foi desenvolvida na Comunidade Fazendinha, situada no Município de Bragança, no estado do Pará. O estudo parte de questionamentos ligados a quais representações sociais as crianças da Amazônia bragantina da comunidade fazendinha estão construindo sobre infância e a natureza e como estas reverberam nos modos de vida que a infância amazônica constrói com a natureza?  Assim, objetivou-se analisar as representações sociais das crianças da comunidade fazendinha sobre a infância e a natureza e como estas reverberam nos modos de vida que a infância amazônica constrói com a natureza. Utilizou-se como base teórica – metodológica o modelo de tríade dialógica proposto por Moscovici (1971) e desdobrado em sentido dinâmico por Marková (2006), como Alter, Ego e Objeto. Como técnicas de coleta de dados utilizou-se a observação, entrevistas e os desenhos. Na análise dos dados, os elementos constitutivos: Alter-Ego-Objeto configuraram-se como as três dimensões de análise, sendo elas: Alter, onde as crianças estão expostas? Ego, o que sabem? Objeto, os processos dialógicos que revelam as reverberações entre presente e futuro das representações sociais. Os resultados possibilitam aferir que no universo das crianças amazônicas da comunidade fazendinha, foi possível encontrar todo um conjunto de saberes e atividades realizadas na comunidade como: religião, trabalho, lazer, entre outros.  Identificou-se múltiplos aspectos do movimento das crianças no contexto pesquisado, as crianças vivenciam dentro de seus contextos mais amplo, subcontextos oriundos de suas relações com seus pares. Sobre o que as crianças sabem, os discursos destacam que a infância na comunidade fazendinha  está diretamente ligado a forte relação com a natureza e com as vivências da comunidade, elas conseguem diferenciar e dizer o nome de cada pássaro e fruta; é perceptível a intensa relação delas com meio, bem como a excitação de liberdade em estar nos espaços da comunidade. As crianças correm e brincam com as árvores, suas vozes, seus gritos, suas risadas, misturam-se aos sons da natureza. As crianças tem na natureza uma grande referência, isto é a natureza representa “o ponto de equilíbrio da própria vida. Dentro dos processos dialógicos que revelam nas reverberações entre o presente e futuro, a infância na comunidade fazendinha é representada nos diálogos e desenhos pelas atividades mediadas em seu contexto sociocultural que oferece às crianças uma ampla estrutura básica para mudanças das necessidades e tomada de consciência, que, sem dúvida contribuirão para o seu desenvolvimento intelectual e social, revelando que as  crianças almejam para o futuro uma infância que desfrute de  brinquedos e ambientes encontrados nos centros das cidades. Sobre a natureza os desenhos apresentam a forte influências dos saberes a partir da relação com a natureza do tempo presente, que tem suas bases na relação entre o brincar e o modo de vida da comunidade e sobre o futuro embora apresentem um novo modo de viver com a natureza, sua projeção futura revelam uma busca por novas estruturas de casas e de urbanização do espaço, marcados por novos significados para a humanidade amazônica, onde o urbano e a natureza possam coexistir de forma mais harmônica

  • LUZILEIDA SOUSA CORREA
  • INFÂNCIAS MARUJAS NA FESTIVIDADE DE SÃO BENEDITO

    Tradição e Culturas Infantis na Amazônia Bragantina

  • Data: 27/06/2023
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  • Esta pesquisa é resultado da Dissertação de Mestrado em Linguagens e Saberes na Amazônia, que analisa os discursos de crianças sobre as infâncias marujas na Festa de São Benedito e Marujada a fim de compreender as culturas infantis pela dimensão da tradição no contexto da Amazônia bragantina. Essas tradições religiosas e culturais são realizadas no município de Bragança entre os meses de abril e dezembro, período que acontece os cortejos como missas, esmolação, ensaios dançantes, ladainha, procissão do Glorioso Santo Preto, são momentos históricos constituintes da identidade do povo bragantino. Nessa perspectiva, apresento as análises discursivas de crianças vestidas de marujas constituídas dos discursos das culturas infantis a partir das suas experiências de vida e tradição de marujas, que foram geradas no âmbito de suas casas durante a realização da pesquisa de campo empírico com técnicas e procedimentos metodológicos da pesquisa social e método etnográfico, bem como dos princípios da análise dialógica do discurso polifonia, esfera/campo, discurso ideológico sob o viés teórico do círculo de Bakhtin. As reflexões apresentadas são fundamentas na perspectiva filosófica da sócio-histórica de Vygotsky e Bakhtin como outro paradigma das infâncias que é compreender as suas singularidades, bem como o ser criança, uma pessoa socialmente atuante na sociedade, pessoa de direito à proteção, que vivência um período geracional e intergeracional nas interações sociais constituidoras das culturas infantis. A pesquisa com as crianças marujas permitiu a construção dos discursos sobre a Festividade de São Benedito e Marujada como um tempo de constituição das culturas infantis (brincares, vestir a indumentária, participar dos ensaios, das comitivas e dos diálogos com adultos nos festejos). Nas falas das crianças marujas permeia o discurso da tradição de continuidade pelas infâncias da fé e da cultura do ser maruja e marujo presente no ambiente familiar; ainda as crianças manifestam a tradição da fé sacra de promessas feitas ao Santo Preto por adulto. Nas vozes das crianças está presente a diversidade de vivências durante os festejos. As crianças marujas da Amazônia bragantina revelam vivências de suas infâncias atravessadas por fios dialógicos e ideológicos como tradição, crença, cura e promessa nas interações sociais familiares (pai, mãe, avó, avô) como aprendentes da tradição da Festividade de São Benedito e Festa da Marujada como identidade da religiosidade e cultura da população bragantina.

     

     

  • TIAGO AUGUSTO NASCIMENTO RODRIGUES
  • O PAPEL DO TRADUTOR/INTÉRPRETE DE LIBRAS NA EDUCAÇÃO SUPERIOR: Representações Sociais de Tradutores/Intérpretes da Universidade Federal do Pará- dos Campi(s) Universitários de Castanhal e Belém

  • Data: 26/06/2023
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  • A atuação do Tradutor/Intérprete de Libras representa parte das conquistas que, historicamente, vem se acumulando em relação à garantia de direitos da comunidade surda. Essa atuação tem se desdobrado em inúmeras questões que implicam diretamente no cotidiano desses profissionais. Nesses termos, a pesquisa se desenvolveu com o objetivo de investigar o papel do tradutor/intérprete de libras na educação de surdos na Universidade Federal do Pará, por meio das Representações Sociais de Tradutores/Intérpretes dos Campus Universitário de Castanhal e Belém. Os sujeitos da pesquisa são 03 tradutores e interpretes de LIBRAS da UFPA, que partilharam suas representações sobre sua atuação no nível superior. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de campo, para a produção dos dados foram usados um questionário e a entrevista estruturada como técnicas. A abordagem no campo das Representações Sociais (RS) é a processual de Moscovici (2009), metodologia que trás as RS, avaliando os processos de formação, a qual pondera a historicidade e o conjunto de produção, compondo, deste modo, os elementos constituidores: a objetivação e a ancoragem.  A organização e análise de dados se deram, com base nos fundamentos da técnica de análise de conteúdo categorial de Bardin (2011). A fundamentação teórica está sustentada, sobretudo, em perspectivas de Lacerda (2000, 2009), Sanchez e Teodoro (2006), Cabral e Córdula (2017) além das Representações Sociais Moscovici (2009), Jodelete (2001). Os resultados apontam que a representações sociais partilhadas pelos intérpretes comungam na afirmação de que este profissional está em processo de construção identitária. Assim, a pesquisa evidenciou que o ato de interpretar não é somente técnico, exigindo um compromisso com a qualificação profissional continua e com a parceria docente e IE além do tempo necessário para que o TIL se qualifique se prepare.

  • LARISSA MELO DOS SANTOS
  • Abarcando o barco: patrimônio cultural e turismo em diálogo com a carpintaria naval artesanal em Bragança-Pa

  • Data: 23/06/2023
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  • O Pará possui uma pluralidade de manifestações que caracterizam um rico patrimônio cultural e reforçam identidades locais. O município de Bragança, um dos mais antigos do estado e fortemente vocacionado à atividade pesqueira, possui características que o tornam destaque também enquanto destino turístico. O universo da pesca aciona saberes ligados às populações tradicionais que se dão a partir de uma estreita relação entre humano e meio. Os saberes de mestres carpinteiros navais, cujo ofício é a fabricação artesanal de embarcações, fazem parte do acervo de manifestações culturais e compõem uma cultura material tanto quanto imaterial tradicional da Amazônia. A presente investigação tem a intenção de identificar o lugar da carpintaria naval artesanal no contexto turístico de Bragança-PA. Sustenta-se na compreensão de que a atividade turística pode ser um meio de valorização deste elemento da cultura paraense e parte do pressuposto que os saberes da tradição relacionados com a carpintaria naval, bem como a paisagem cultural formada pelos estaleiros e beiradões localizados às margens do rio Caeté, podem integrar a atividade turística existente em Bragança. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de caráter exploratório, que buscou respaldo no paradigma da complexidade na fruição por diferentes áreas do conhecimento, na busca por responder à pergunta: existe lugar para a carpintaria naval artesanal no turismo bragantino? Neste intento foi realizada uma revisão bibliográfica integrada à análise de documentos e pesquisa de campo. O primeiro capítulo traz o referencial teórico que abrange o campo conceitual do Turismo em diálogo com o patrimônio cultural, flertando com o caráter educativo que a ele pode ser atribuído, além de apresentar brevemente as principais políticas de planejamento do turismo na Amazônia paraense. O segundo capítulo apresenta a carpintaria naval artesanal amazônida e traz o contexto bragantino à partir da fala dos interlocutores que integram e vivem a/da construção de embarcações. O terceiro capítulo contextualiza aspectos relevantes sobre o município lócus da pesquisa, Bragança-PA, em termos históricos, sociais e geográficos e analisa os principais instrumentos norteadores do turismo bragantino, investigando a existência de relações entre a atividade turística e o patrimônio cultural manifestado nos estaleiros da carpintaria naval artesanal bragantina. O quarto capítulo sugere lugar(es) para a carpintaria naval no turismo bragantino. O itinerário permitiu identificar elementos que corroboram a afirmação da carpintaria naval artesanal enquanto patrimônio cultural bragantino, possibilitou constatar a efetiva existência de visitação à estaleiros da carpintaria naval, principalmente para fins educacionais, e constatou a existência de potencial para um melhor aproveitamento dos princípios do turismo enquanto ação educativa voltada à valorização dos saberes e práticas incutidas na carpintaria naval artesanal.

     
  • ANTONIO VAGUINER PEREIRA RODRIGUES
  • Narrativas de violência contra mulheres em Benevides-PA: um estudo de caso sobre o programa Alforria da mulher

  • Data: 15/06/2023
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  • A violência contra mulheres apresenta dados alarmantes em todo o país, o que não é muito diferente na realidade do Pará, como no município de Benevides. A partir da participação junto ao Projeto Alforria da Mulher (PAM) que conta com o apoio de diversas instituições de estado, bem como da Faculdade Adventista da Amazônia (FAAMA) fica evidenciado que ainda há um longo caminho no enfrentamento à violência contra mulheres. O projeto Alforria tem avançado no sentido de enfrentar este quadro e romper com os ciclos de violência. Acompanhando as atividades do projeto pudemos ouvir narrativas dramáticas de violência, contadas pelas vítimas e também por agentes, como, policiais, delegadas, juízes, bem como a coordenadora do projeto que tem se dedicado a enfrentar um grave problema social que atinge às vidas de famílias inteiras. Assim, no presente projeto se busca compreender esta realidade, destacando as vozes das/dos protagonistas para analisar um quadro de violência que infelizmente ocorre, desafiando os mecanismos da sociedade para enfrentar e combater este grave problema social.


  • HONESIO DACE MUNDURUKU
  • O LEGADO DE KARO SAKAYBU: CANTOS E MITOLOGIA NA COSMOVISÃO MUNDURUKU

  • Data: 06/06/2023
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  • Este estudo aborda o cântico como objeto de estudo, na condição de elemento mnemônico, da mitologia e da ancestralidade Munduruku. Tem-se como fundamento teórico Viveiros de Castro (2004), isso porque a obra facilita a compreensão sobre a perspectiva subjetiva dos Munduruku, a relação que mantém com a natureza, os seres espirituais animados e inanimados e o legado de Karo Sakaybu. O trabalho é de cunho metodológico descritivo, bibliográfico, documental e pesquisa-participante, tendo, como fonte de pesquisa, literaturas, documentos, compilado de cânticos, materiais audiovisuais, registros, áudios e outros arquivos afins, isso devido o período de pandemia ter mudado totalmente a orientação metodológica. O cântico é ato de expressão da cosmologia, cosmovisão, cosmogonia e cosmopolítica do mundo antigo Munduruku. Nesse período ancestral, ele era usado como instrumento de comunicação com espíritos, visando ao bem estar, à paz, harmonia e à fartura. Na antiguidade, quando os espíritos estavam alegres, os humanos também estavam em paz e com fartura, pois há uma relação de dependência entre os seres e que toda ação humana causa reação da natureza. Essa é a perspectiva dos Munduruku. Aos poucos os cânticos foram drasticamente comprometidos, resultado do contato interétnico e muitos elementos da tradição se extinguiram. Aldeias foram abandonadas, assim como os legados, a língua, foram subjugadas e impostas as novas aprendizagens.

  • NANA PATRICIA LISBOA DE ANDRADE
  • VASOS COMUNICANTES AFRO-INDÍGENAS EM MEU VÔ APOLINÁRIO: UM MERGULHO NO RIO DA (MINHA) MEMÓRIA, DE DANIEL MUNDURUKU E NO CONTO NAS ÁGUAS DO TEMPO, DE MIA COUTO

  • Data: 01/06/2023
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  • Tem por objetivo analisar os vasos comunicantes afro-indígenas nas literaturas indígenas/amazônica/paraense por meio das obras Meu vô Apolinário: um mergulho no rio de (minha) memória (2005), de Daniel Munduruku e, do conto africano Nas águas do tempo (1994), do moçambicano Mia Couto, sob o viés da Literatura Comparada. Brasil e Moçambique são países que partilham em comum acordo a colonização portuguesa. Nações que na contemporaneidade trazem resquícios de momentos sombrios de suas memórias oficiais, como o período da Ditadura Militar em 1964, no Brasil e o fim da Guerra Civil moçambicana em 1994, no continente africano. Momentos históricos presentes nos escritos analisados. Assim, a literatura africana de expressão portuguesa, de Mia Couto e a indígena, de Daniel Munduruku, elegem em seu cerne a valorização das memórias afro-indígenas. Esses vasos comunicantes são responsáveis por formarem as transmissões dos saberes orais de seus povos. Nesse ínterim, o personagem Apolinário e o idoso não nomeado na escrita coutiana, apresentam-se como universos demarcatórios desses legados, perante as novas gerações. Nesse estudo, as novas gerações são representadas pelas figuras dos netos, que nas narrativas apresentadas convivem com esses sábios/avós em uma comunidade africana e numa aldeia Munduruku, espaços utilizados como caminhos que guardam e transmitem aprendizados aos mais novos. Ademais, o aporte teórico está baseado nos conceitos de memórias de velhos, vasos comunicantes, além da relação literatura/memória/história. A dissertação contém quatro subdivisões: 1 Diálogos interdisciplinares entre Brasil e Moçambique. 2 Entre as literaturas, as memórias e a história; 3 vasos comunicantes nas narrativas de Daniel Munduruku e Mia Couto, além de os vasos comunicantes afroindígenas em Meu vô Apolinário e Nas águas do tempo. Neste sentido, obtém-se que ao delimitar os estudos dentro dessas obras Munduruku e Couto estabelecem os mais velhos, ora como peça fundamental para entendermos as memórias afro-indígenas dentro da composição amazônica e universal, ora como dimensão invisibilizada perante o sistema capitalista que oprime e apaga essas rememorações, tendo como caráter inovador a relação entre a literatura indígena e africana, além de serem textos híbridos que conversam entre si. Portanto, é por meio dos diálogos interdisciplinares e intertextuais que torna possível a compreensão dos vasos comunicantes afro-indígena nesses personagens velhos no período da infância e como se constrói esse intercruzamento em diferentes narrativas, bem como chama atenção para as peculiaridades da velhice no contexto amazônico e africano

  • DEYLSON SILVA PAIXAO
  • CULTURA ALIMENTAR E SABERES: um estudo em comunidades amazônicas, usuárias da RESEX Gurupi Piriá

  • Data: 01/06/2023
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  • Este trabalho teve como objetivo conhecer a cultura alimentar e os saberes das comunidades usuárias da RESEX Gurupi Piriá, buscando contribuir para a melhor qualidade de vida local. O mesmo foi desenvolvido em duas comunidades usuárias da RESEX Gurupi Piriá, Basilia, localizada em região estuarina do Rio Piriá, e Apeú Salvador, localizada na foz do rio Piriá, no oceano atlântico. A pesquisa foi desenvolvida com base no método etnográfico e a abordagem qualitativa, utilizando, na pesquisa de campo, entrevistas semiestruturada, observação direta, registros fotográficos, entre outros. Como resultado pode-se perceber que nestas comunidades usuárias da RESEX, a alimentação ocorre com base em produtos alimentícios originários da pesca artesanal, do extrativismo e da agricultura familiar. E isto acontece diante de uma relação diária que proporciona uma construção de saberes culturais às gerações mais novas. No entanto, percebeu-se uma diferença na alimentação da geração mais adulta, que utiliza para a sua alimentação estes produtos, antes citados. A maioria das pessoas da geração mais jovem consome mais produtos ultraprocessados. O que desperta para a necessidade de ações sociais e de políticas públicas mais adequadas as questões alimentares, influentes nesta geração mais jovens para assim possibilitar melhor qualidade de vida as comunidades da RESEX Gurupi Piriá

  • JAQUELINE DOS SANTOS SOUZA
  • O PROCESSO DE RETOMADA DA LÍNGUA INDÍGENA TENETEHAR (TEMBÉ) NAS ALDEIAS DO GUAMÁ

  • Data: 04/04/2023
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  • O presente estudo junto ao povo Tembé, na região do Guamá, deve por objetivo estudar o processo de Retomada da Língua Tembé nas aldeias do Guamá da TIARG. A pesquisa parte de um apanhado bibliográfico, constituindo-se em uma pesquisa qualitativa, apoiando-se em Deslandes (2009), Chizzotti (2008), Severino (2010) e Minayo (2009). De modo que os dados foram coletados mediante entrevistas semiestruturadas. Assim, chegou-se aos resultados através de uma análise de conteúdo. Para tanto, o estudo dialoga com os autores Sales (2000), Wagley e Galvão (1961), Alonso (1996) e Ponte (2014) para abordar a história de Tembé. Calvet (2002), Rodrigues (1985), para falar da língua Tembé e política linguística. Cunha (2009), Freitas (2014), Ribeiro e Meiran (2021), Krenak (2019), Castro (2006) Lima (2011), Baniwa (2013) e Grupione (2019) para tratar da organização interna Tembé e da importância da escola para o processo de retomada da língua Tembé. Ao final, a pesquisa apontou a importância da experiência de Bewãri Tembé em sua incursão nas aldeias do Gurupi,  assim como a  valorização e o domínio da língua Tembé pelos indígenas do Guamá é uma forma de autoafirmação da sua indianidade,  além do que  a retomada da língua Tembé acontece junto com a reativação cultural dos costumes Tenetehar, ademais   a escola Félix Tembé tem papel fundamental neste processo, na difusão e da promoção do ensino da língua e dos costumes tradicionais.

  • RENATA LARISSA DO NASCIMENTO FARIAS
  • A COSMOLOGIA DE PLANTAS E BICHOS, OS SABERES TEMBÉ E A INTERCULTURALIDADE COM OS ÓRGÃOS INDIGENISTAS

  • Data: 31/03/2023
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  • Este estudo tem por objetivo investigar os conflitos e resistências entre os saberes de cuidado e cura com plantas medicinais entre os Tenetehar-Tembé (Terra Indígena do Alto Rio Guamá) e as práticas de saúde do Subsistema de Saúde Indígena implantadas nas aldeias Sede e Ituaçu, descrevendo a relação saúde e doença e as práticas de cuidado com o corpo, sobretudo, em festas e rituais, documentando como os sujeitos classificam e atribuem importância cultural as etnoespécies medicinais. Essa pesquisa se ampara em dados qualitativos oferecidos pela perspectiva da etnobiologia, favorecendo uma discussão interdisciplinar. Relaciona as plantas medicinais ligadas aos fatores que compõem a sociocosmologia do grupo e a interação sobrenatural que cerca o território da TIARG, compondo as práticas xamânicas e o poder das plantas no reestabelecimento da saúde e na produção da pessoa Tembé. Nesse sentido, o estudo etnobotânico das plantas medicinais entre populações indígenas na Amazônia, que classificam a partir das relações de cuidado com o corpo e espiritualidade, entrelaçadas às questões territoriais, possibilita a construção de diálogos entre as ciências, situando-se na fronteira entre antropologia e botânica, possibilitando uma análise mútua entre o cultural, o botânico e o simbólico.

  • LUCIDALVA MACIEL XAVIER
  • A INFÂNCIA SOBRE TRONCOS E BARRANCOS NA AMAZÔNIA MARAJOARA: diálogos sobre abuso e exploração sexual infanto-juvenil e o currículo escolar

  • Data: 30/03/2023
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  • As violências fazem parte do cotidiano das crianças e adolescentes marajoara. Na lista de violência encontra-se no topo uma das mais cruéis e violenta – a violência sexual. Nesse sentido, esta pesquisa analisa o panorama das ações de enfrentamento da violência sexual infanto-juvenil na região do Marajó ocidental e a sua relação com o contexto escolar, com um recorte para a realidade de Portel (PA). Metodologicamente, para responder as questões de nossa pesquisa assumimos às abordagens qualitativa e quantitativa, considerando que as diferenças de ambas podem ser articuladas, ou melhor que a pesquisa quantitativa é também qualitativa. As análises revelam que a violência sexual de crianças e adolescente ocorrem num jogo de interdições e poder, cujo silenciamento é a regra, ao qual se amplia para além das vítimas, chegando em diversas instâncias, seja por ameaças, medo e vergonha das vítimas; seja por omissão de dados, o não registro deles, falta de formação nesta área e ou até mesmo pelo professor que não aborda o tema em sua sala de aula porque não encontra espaço no conteúdo de sua disciplina, entre tantas outras. isso tem implicações e efeitos devastadores para a sociedade, em sentido mais amplo, e para a escola e estudantes de maneira mais imediata. Outro, fator que contribui para isso, são ações de enfrentamento dessa violência sexual ocorrerem isolada e esporadicamente, em torno do dia 18 de maio. Contudo, a pesquisa concluir resultados animador, identificamos que seus docentes, gestores e coordenadores pedagógicos estão empenhados e dispostos a aprender mais sobre o tema, no sentido de dar novos rumos às ações que desempenham. Nesse sentido, vemos que uma das diversas maneiras de acabar ou pelos diminuir essa a violência é quebrando com a cultura da impunidade e do silêncio, para isso é imperativo que a temática do enfrentamento da violência sexual infantojuvenil seja incorporada no currículo escolar, de forma integrada ao planejamento e a gestão escolar, uma vez que a qualidade do enfrentamento da violência depende de ações planejadas, contextualizadas ao contexto escolar. Além da realização de formação específica e continuada aos professores de forma regular.

  • MIGUEL PEREIRA DE SOUSA
  • REPRESENTAÇÕES DE PROFESSORES DO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE BRAGANÇA SOBRE O USO DO GOOGLE MEET NA AMAZÔNIA PARAENSE - BRASIL

  • Data: 28/03/2023
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  • É fato que a pandemia de Covid-19 alterou todas as formas de relacionamentos
    cotidianas da sociedade e, por consequência exigiu dos governos mundiais, inúmeras
    estratégias de combate à disseminação do vírus, tal como o isolamento social. No
    Brasil, os impactos da doença foram logo sentidos, tanto que em fevereiro de 2020, o
    Ministério da Saúde dirigido por Luiz Henrique Mandetta, publicou a Portaria nº 188 de
    03 de fevereiro de 2020, que declarava a “Emergência em saúde Pública de
    Importância Nacional [...] e Estabelecer o Centro de Operações Emergenciais em
    saúde Pública (COE-nCOV)” (PORTARIA Nº 188, DE 3 DE FEVEREIRO DE 2020).
    A partir disso, uma série de atos administrativos foram emitidos pelo Ministério da
    Saúde a fim de tentar conter o avanço do vírus no País, dentre essas medidas, houve a
    suspensão de atividades presenciais na Administração pública federal e a autorização
    para que as atividades laborais fossem feitas em regime remoto onde “fica autorizado o
    regime de trabalho remoto, em caráter temporário e excepcional, para atividades como
    o exercício de competências dos órgãos da Presidência da república”, conforme a
    portaria Nº 08, de 17 de março de 2020. Diante de tais mudanças no cenário
    educacional, foram usadas diversas plataformas digitais para operar o Ensino Remoto
    Emergencial nas instituições de Ensino Superior (IES), dentre elas a do Google Meet,
    objeto desta pesquisa. Desse modo, nosso objetivo foi o de identificar o modo como os
    professores representam o uso do Google Meet, numa realidade social construída,
    pensada e dada a ler, no Campus Universitário de Bragança, durante o Ensino Remoto
    Emergencial em tempos de Pandemia da COVID-19 na Amazônia Paraense, Brasil. A
    questão problema é: que representações os professores de licenciaturas do Campus
    Universitário de Bragança atribuíram ao uso do Google Meet durante o Ensino Remoto

    Emergencial em tempos de pandemia da COVID - 19, na Amazônia Paraense - Brasil?
    O percurso metodológico constitui-se pela Abordagem da Nova História Cultural
    (NHC) e tem como instrumentos de pesquisa o uso de um formulário via Google drive e
    o levantamento de documentos: atas, portarias, decretos, resoluções que possibilitaram
    identificar o uso do Google Meet durante o período pandêmico, desde a formação
    ofertada pelo CAPACIT/PROGEP/UFPA para os professores da Universidade Federal
    do Pará (UFPA); o Ensino Remoto Emergencial, e os sentidos e significados dos
    professores sobre o uso do Google Meet. As técnicas de coleta e análise dos dados
    foram formuladas com base nos três eixos indissociáveis da NHC: a história do objeto
    em sua materialidade; as práticas nas suas diferenças e os dispositivos em suas
    configurações sociais, em diálogo, com as teias de conhecimento constituídas em Freire
    (1983). Os resultados apontam as formações desenvolvidas pelo
    CAPACIT/PROGEP/UFPA para os professores, como importantes para o
    desenvolvimento das atividades síncronas e assíncronas durante o ERE, no entanto, o
    tempo para se apropriar das linguagens/saberes tecnológicos da Informação e
    Comunicação Digital (TDICs) foi um dos principais desafios enfrentados pelos
    docentes universitários. O desenvolvimento do ERE tinha por finalidade o exercício da
    flexibilização curricular para o aprimoramento de práticas pedagógicas docentes “velhas
    e novas”, em ambientes virtuais, sendo promovida pela cultura digital entre os docentes.
    Constatou-se ainda, que o Google Meet é uma plataforma de Webconferência, criada em
    2017 e consolidada em 2020, para o provimento de aulas remotas durante o contexto
    pandêmico. Em seu uso, há práticas de desterritorialização dos espaços de formação
    entre docentes e discentes; práticas de acesso a tela intuitiva do Google Meet associada
    a outras materialidades tecnológicas e, por fim, a construção dos sentidos dos docentes
    sobre as maneiras de ensinar e aprender com o uso desta ferramenta tecnológica no
    Campus Universitário de Bragança, Amazônia Paraense, Brasil.

  • AMOS SANTOS AMORIM
  • ENTRE MARÉS E MEMÓRIAS: O PRAIEIRO NA MULTITERRITORIALIDADE DO MARETÓRIO DE URUMAJÓ (AUGUSTO CORRÊA, PA)

  • Data: 28/03/2023
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  • Este trabalho apresenta as múltiplas identidades tecidas por meio das memórias de praieiros do maretório da Costa de Urumajó descrevendo os aspectos socioeconômicos, culturais e ambientais da pesca artesanal. Com isso, a pesquisa se norteia pela seguinte pergunta: como as identidades praieiras se (des)(re)constroem a partir da multiterritorialidade constituída? Para tanto, esse estudo teve como lócus a comunidade de Perimirim, em Augusto Corrêa-Pará, tomando como objetivo principal identificar e apresentar as identidades praieiras e como essas são formadas na dinâmica espaço-tempo nos múltiplos territórios desse maretório. Este teve como perspectiva metodológica o método histórico com uma abordagem fenomenológica defendido por Miguens (2009). Para a coleta de informação usei a técnica de História de Vida (HV) de Bauer e Gaskell (2015) com uso das memórias do tempo quando os praieiros ocuparam os múltiplos territórios, principalmente a Praia de Coroa Comprida e logo na mudança para a comunidade de Perimirim. Foram entrevistados quatro praieiros experientes através da amostragem do tipo snowball e, assim, analisou-se o cotidiano e o meio de vida dos praieiros, principalmente suas mobilidades geográficas para a pesca. A pesquisa mostra como as práticas artesanais de pesca sofrem influências tecnológicas e, aos poucos, as técnicas empíricas da atividade, ainda vivenciadas na comunidade, como as de curral e espinhel são impostas à lógica do mercado e outras práticas e outros instrumentos surgem no cotidiano dos praieiros pelas novas gerações. Essas características podem ser percebidas nas falas dos praieiros interlocutores da pesquisa, mesmo que esses ainda possuam o sentimento de pertencimento sobre as praias e ilhas onde habitavam antes e atualmente usam para o desenvolvimento da atividade da pesca e como apoio para os pesqueiros próximos. No mais, símbolos como o “nome praieiro”, a transgeracionalidade, o compadrio, a pescaria, o conhecimento tradicional, a salga, a marretagem, a religiosidade e as embarcações tornam vivas uma identidade do “ser praieiro” com multiterritorialidade, e realçam a tradicional cultura praieira, trazendo na sua configuração, a identidade do pescador local formada em múltiplos territórios.

  • WELLERSON BRUNO FARIAS DOS REIS
  • ESPAÇOS DA BORRACHA: UMA CARTOGRAFIA AFETIVA E HISTÓRICA DE PARÁ, CAPITAL: BELÉM

  • Data: 28/02/2023
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  • O Ciclo da Borracha (1870-1912) trouxe muitos benefícios para a região norte do Brasil, sendo eles na economia, na arquitetura, na cultura, e nas artes vistos no cotidiano de boa parte da sociedade da época. Em Belém, por exemplo, que durante o período que corresponde à Belle Époque amazônica foi conhecida como a Paris dos trópicos, ou Paris N’América em menção a loja, uma caracterização correspondente ao espelhamento da capital francesa nas ruas e na arquitetura da capital paraense. Sendo esse então, para este estudo, ponto importante de análises, pois a dissertação com base em Pará, Capital: Belém Memória e Pessoas e Coisas e Loisas da Cidade (2000), antologia de Haroldo Maranhão, discute temas como: o tempo e os aspectos físicos e sociais numa cidade; memórias e testemunhos; costumes, comidas e fé de um povo e, principalmente, a historicidade e poética nos espaços referentes ao Ciclo da borracha. Discussões que enveredam bem como a perspectiva de Maranhão, como uma cartografia histórica e afetiva da cidade de Belém.

  • DANIELA DE OLIVEIRA SILVA
  • “MEU ROMANCE É UM ROMANCE POLÍTICO”: INTENCIONALIDADES E INQUIETAÇÕES DE DALCÍDIO JURANDIR EM PONTE DO GALO

  • Data: 23/02/2023
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  • Sétimo livro do Ciclo do Extremo Norte– constituído por 10 romances –, Ponte do Galo (1971), do escritor paraense Dalcídio Jurandir, dá continuidade a saga do menino Alfredo narrando, precisamente, o seu transitar e habitar entre as terras do Marajó e Belém do Pará. Nesse romance, Dalcídio Jurandir expressa, por meio da trajetória de Alfredo, o entrecruzamento e a interligação entre esses dois espaços, possibilitando diversas reflexões sobre a situação da Amazônia nesses ambientes, por meio das identidades, dos diálogos, das vivências e convivências de relações sociais e culturais construídas por seus personagens. Diante disso, e sendo o escritor paraense engajado político e socialmente, intenta-se nesta pesquisa analisar os aspectos políticos contidos em Ponte do Galo, tendo no termo “político” o seu sentido mais amplo, que aborda problemas sociais e os denuncia, assim como o faz Jurandir no romance em questão. Busca-se não essencialmente encontrar respostas, mas levantar questões e problematizar a situação da Amazônia que é exposta pelo romancista, sendo esta a do declínio do Ciclo da Borracha na região. Assim, a fim de estabelecer os diálogos que fazem-se pertinentes neste trabalho, sendo o da Literatura com outras áreas do conhecimento, como História, Antropologia e Sociologia, parte-se então da Literatura Comparada como abordagem de investigação, especialmente por seu caráter interdisciplinar e intertextual (CARVALHAL, 2006; MACHADO; PAGEAUX, 2001), bem como faz-se uso também da Sociologia da Literatura (CANDIDO, 2006; SAPIRO, 2019) como metodologia, partindo da relação entre as condições de produção da obra e as influências sociais e políticas do escritor, como é o caso desta pesquisa.

  • LUCENILDA DOS SANTOS PASSOS
  • “HEROÍNAS DA RUA”: A PRESENÇA DE MULHERES NA CAPOEIRA EM BELÉM DO PARÁ (1876-1911)

  • Data: 13/02/2023
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  • O presente trabalho aborda a participação de mulheres das camadas populares em Belém no contexto que se estende entre os anos de 1876 a 1911 envolvidas na prática da capoeira e categorias associadas como a vagabundagem, vadiagem e a desordem. O presente trabalho possui como objetivo geral analisar a atuação feminina na capoeira e categorias associadas no espaço urbano de Belém, frente ao modelo de comportamento proposto pelas políticas contidas na virada do século XIX para o século XX. Os objetivos específicos estão baseados na observação das punições feitas às mulheres capoeiras, desordeiras, “vadias”, dentre outras; o trabalho desenvolvido por elas e como se dava a sua presença no ambiente público. A metodologia de pesquisa utilizada se detém na abordagem qualitativa utilizando o procedimento técnico da análise documental e bibliográfica, sendo verificados relatos jornalísticos e dos códigos de postura e penal, Atas, fotografias, realizando o cruzamento das fontes, examinando as ações desempenhadas pelas mulheres nos espaços públicos; como o trabalho no meretrício e o envolvimento na capoeiragem, essas práticas segundo o Poder Público da época tinham ligação direta com a vagabundagem, portanto consideradas perigosas para os “esplendores morais” da cidade. Desse modo, o trabalho faz uma abordagem envolvendo autores como Vicente Salles (2015) e Augusto Leal (2008,2009) para desenvolver o debate em torno da história social da capoeira no Pará republicano, onde os mesmos são precursores nas pesquisas envolvendo a capoeira no Norte do Brasil, dando visibilidade regional e nacional para a temática, apontando homens e mulheres envolvidos na capoeira como sujeitos históricos e sociais. Além, da utilização de autoras feministas como Michelle Perrot (2003), Bell Hooks (2014), Isildinha Nogueira (1998), Paula Foltran (2019), Mônica Beltrão (2021), entre outras que são aporte teórico para o desenvolvimento das contribuições dos estudos de gênero, e posteriormente para o desenvolvimento das narrativas das mulheres. Portanto, os resultados alcançados com a presente pesquisa avaliam que as experiências das mulheres capoeiras e práticas associadas nas ruas de Belém, revelam as estratégias de sobrevivência e resistências que quebram com as condutas que foram dirigidas a elas sobre um padrão de comportamento, seus corpos foram um dos principais mecanismos de resistência em meio a essa sociedade. Nesse viés, contar a história dessas paraenses das camadas populares da cidade de Belém envolvidas na capoeira, que foram excluídas por muito tempo dos relatos históricos, evidência a construção e o fortalecimento dessa prática cultural afro-brasileira que é a capoeira. 

2022
Descrição
  • JOSÉ RAIMUNDO SALUSTIANO DA SILVA
  • LAÇOS DE AFETO NO MANGUEZAL: A Transgeracionalidade e os saberes na pesca do caranguejo-uçá (Ucides cordatus - Linnaeus, 1763) no nordeste do Pará, Amazônia brasileira

  • Data: 28/12/2022
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  • A presente dissertação de mestrado apresenta um estudo sobre a Transgeracionalidade e os Saberes Tradicionais oriundos da pesca do caranguejo-uçá (Ucides cordatus Linnaeus, 1763) presente em famílias de 03 (três) gerações distintas que residem em comunidades localizadas às proximidades dos manguezais do nordeste do Pará. O estudo traz uma abordagem correlacionada à transmissibilidade dos saberes tradicionais dos pescadores/coletores de caranguejo-uçá (Ucides cordatus) numa relação direta à transgeracionalidade do saber-fazer em comunidades costeiras. Logo, o objeto da pesquisa é a transmissão psíquica transgeracional dos saberes tradicionais da pesca do caranguejo-uçá e, por conseguinte, o principal objetivo é entender a maneira que os saberes tradicionais da pesca/coleta do caranguejo-uçá são apreendidos por familiares de diferentes gerações nas comunidades de Araí e Sessenta, em Augusto Corrêa e Tracuateua, respectivamente no estado do Pará, assim como identificar o saber-fazer presente desde o processo inicial até a captura desse recurso e com isso analisar/refletir sobre a importância desses saberes na manutenção da pesca artesanal do recurso caranguejo. O procedimento metodológico tem sua fundamentação na abordagem qualitativa, que requereu técnicas e instrumentos próprios para a coleta de dados, onde foi elaborado um roteiro com perguntas semiestruturadas para que se conseguisse acessar os interlocutores-alvo da pesquisa, ademais, entrevistas foram realizadas para conferir elementos do saber-fazer da pesca em suas falas. A amostragem foi constituída por meio de critérios previamente estabelecidos em que fossem, principalmente usuários dos manguezais na pesca do caranguejo pelo menos três vezes por semana e pertencerem às comunidades-alvo da pesquisa. Os principais resultados da pesquisa demonstraram que fenômeno da transgeracionalidade está presente entre as famílias de pescadores observadas, porém o esse processo acontece de maneira diferenciada entre as duas famílias. Foi possível perceber que o repasse transgeracional dos saberes da pesca acontece através da oralidade, em um processo transversal entre a educação informal e não formal e que auxilia no processo de manutenção e perpetuação dos conhecimentos tradicionais pesqueiros do caranguejo-uçá. Conclusivamente, o presente estudo revelou que os saberes tradicionais ligados à pesca do caranguejo-uçá são mantidos na maioria das vezes por relações geracionais entre membros de uma mesma família, perpetuando-se majoritariamente entre os homens das famílias, ou seja, entre avó/pai/irmãos/filhos e netos, e por meio dessas relações familiares, são possuidores desses saberes relacionado ao manguezal e à pesca do caranguejo.

  • EDILSON BORGES VULCÃO JUNIOR
  • RELIGIOSIDADES AFRO-AMAZÔNICAS: REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE AFRORRELIGIOSOS DO MOVIMENTO ATITUDE AFRO-PARÁ SOBRE AÇÕES DE ENFRENTAMENTO AO RACISMO RELIGIOSO (2015-2020)

     

     

  • Data: 20/12/2022
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  • Esta pesquisa analisa as representações sociais de afrorreligiosos do Movimento Atitude-Afro Pará sobre as ações de enfrentamento ao racismo religioso, no período de 2015 a 2020. O objetivo principal deste estudo é analisar as representações sociais de afrorreligiosos do Movimento Atitude-Afro Pará sobre as ações de enfrentamento ao racismo religioso na área Metropolitana de Belém, especialmente nos municípios de Belém e Ananindeua. O estudo baseia-se na Teoria das Representações Sociais (TRS) com base em Serge Moscovici e Denise Jodelet para compreender o conhecimento empreendido por afrorreligiosos sobre as ações de enfrentamento ao racismo religioso do Atitude-Afro Pará. A pesquisa é de abordagem qualitativa de cunho bibliográfico e de campo. Para a geração dos dados utilizou-se o questionário e a entrevista semiestruturada com 06 (seis) afrorreligiosos do Movimento Atitude-Afro Pará, aplicados de forma on-line devido ao contexto de pandemia da COVID-19. O Questionário foi enviado por meio de aplicativos de mensagens (Whatsapp), com intuito de obter o perfil socioeconômico, a formação educacional e étnico-racial dos afrorreligiosos sobre o racismo religioso a partir da  Tridimensionalidade das Representações Sociais, a saber: Informação, Atitude e Imagem com base em Serge Moscovici. Para análise do estudo optou-se pela técnica de análise de conteúdo com base em Laurence Bardin e Laura Franco. Na fase da pré-análise realizou-se a leitura flutuante dos materiais e destacou-se as mensagens que expressavam entendimentos sobre racismo religioso, formas e tipos de ações de enfrentamentos. A fase exploratória foi realizada com auxílio do Programa IRAMUTEQ (Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires), com vista a identificar os elementos constitutivos das representações sociais relacionadas ao racismo religioso e as ações de enfrentamento. Os resultados revelam que os afrorreligiosos compreendem o racismo religioso como crime e as diversas formas de violência, sejam elas físicas ou simbólicas, presentes no cotidiano. Para tanto, desenvolvem ações educativas difundidas por meios comunicacionais e em regime de colaboração com outros movimentos sociais, Universidades, Institutos e OAB-Pará, assim como auxiliam no atendimento às demandas e questões de apoio psicológico e materiais, nos processos legais denunciados junto ao Ministério Público e a Defensoria Pública do Estado do Pará. Conclui-se que as representações sociais de afrorreligiosos sobre as ações de enfrentamento ao racismo religioso no Movimento Atitude-Afro Pará busca combater o deletério racismo religioso gerado pelas violências e violações de direitos, promovendo ações sociais horizontalizadas com base em legislações antirracistas na luta por visibilidade e liberdade religiosa na Amazônia paraense.

  • ANTONIO MATHEUS DO ROSARIO CORREA
  • REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE CRIANÇAS NEGRAS SOBRE A [IN]VISIBILIDADE NEGRA EM PESQUISAS CIENTÍFICAS NA AMAZÔNIA BRASILEIRA (2006-2021)

  • Data: 03/11/2022
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  • Esta dissertação investiga as representações sociais de crianças negras sobre a [in]visibilidade negra em pesquisas científicas na Amazônia brasileira entre 2006 a 2021. A pesquisa problematiza os sentidos e significados compartilhados pelas crianças negras em pesquisas científicas no território amazônico, sendo sujeitos que produzem múltiplas infâncias, representações sociais e discursividades por meio de relações socioculturais, modos de observar e interpretar seu contexto. O referencial teórico sobre crianças negras baseia-se em Rita Fazzi; Mary Del Priore; Anete Abramowicz; Eliane Cavalleiro; Ione Jovino, entre outros. O estudo baseia-se na Teoria das Representações Sociais a partir da tridimensionalidade informação, imagem e atitude com base em Serge Moscovici. Configurado pela abordagem qualitativa, o método se baseia na pesquisa do tipo Estado da Arte, caracterizado pela pesquisa bibliográfica visando identificar e sistematizar a produção acadêmica em diferentes campos do conhecimento, fundamentado em Norma Ferreira; Paulo Vinicius Silva, Nilma Gomes e Kátia Régis. A coleta de dados ocorreu pelo mapeamento de Dissertações e Teses sobre crianças negras em Programas de Pós-Graduação das áreas de Educação e Interdisciplinar, registrados na Plataforma Sucupira da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e artigos de revistas científicas com Qualis A1, A2, B1 e B2 na Amazônia brasileira. A análise dos dados baseou-se na Análise do Discurso fundamentada no Círculo de Mikhail Bakhtin, a partir dos Gêneros do Discurso que compreendem os enunciados relativamente estáveis na comunicação discursiva. Os resultados revelam um total de 106 (cento e seis) produções sobre a temática crianças negras no Brasil, sendo 39 (trinta e nove) Dissertações, 12 (doze) Teses e 55 (cinquenta e cinco) artigos. A partir desse mapeamento, encontramos 08 estudos situados na Amazônia brasileira, sendo 03 (três) Dissertações e 05 (cinco) artigos. Constatamos um quantitativo pequeno de pesquisas sobre crianças negras na Amazônia em relação aos estudos realizados sobre crianças e infâncias em Programas de Pós-Graduação e artigos científicos. Os resultados revelam Dissertações desenvolvidas, principalmente, em contextos escolares e asilo de acolhimento, com representações sociais que evidenciam a presença do racismo em grupos sociais de interação e instituições de Estado, bem como representações sociais que perscrutam a luta contra o racismo estrutural em práticas pedagógicas, socialização e alfabetização; Os artigos analisados foram desenvolvidos em espaços escolares, sócio-históricos, Educação Superior e Vara da Infância e Juventude, aos quais apresentam representações sociais positivas voltadas a luta antirracista através de legislações e identidades raciais, assim como imagens de invisibilidade e silenciamento pela discriminação, estereótipo e desigualdade racial. Concluímos que as representações sociais de crianças negras demonstram sentido de invisibilidade, sendo necessário a ampliação de estudos na área de Crianças e Infâncias Negras na Amazônia. Além disso, as infâncias negras estão constantemente envolvidas no conflito entre práticas racistas e antirracistas em diferentes contextos amazônicos, em que os estudos encontrados problematizam essa relação, promovem reflexões e projetam caminhos para sua superação, como oportunidade para visibilidade da criança negra nas sociedades amazônicas e conhecimento científico.

  • ADRIANA SOUZA SIMOES
  • FEMINISMO NEGRO: DESIGUALDADES DE GÊNERO, RAÇA E CLASSE NAS DISCURSIVIDADES DE MULHERES NEGRAS E QUILOMBOLAS DO CAMPUS DE BRAGANÇA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

  • Data: 25/10/2022
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  • Está pesquisa resulta na Dissertação do Mestrado em Linguagens e Saberes na Amazônia com foco no feminismo negro e nas desigualdades de gênero, raça e classe nas discursividades de mulheres negras e quilombolas universitárias do Campus de Bragança da Universidade Federal do Pará, analisando os mecanismos de resistências no acesso ao Ensino Superior no enfrentamento do racismo e machismo e as formas de opressão vivenciadas no seu cotidiano. Para isso, apresento o problema de pesquisa: como nas discursividades de mulheres negras e quilombolas universitárias o feminismo negro pode ser uma ferramenta política de enfrentamento das desigualdades de gênero, raça e classe e um potencializador da emancipação social na Universidade? O estudo assume uma discussão teórica da interseccionalidade do feminismo negro e o método do materialismo histórico e dialético, sob o viés da abordagem qualitativa, do tipo da pesquisa social. O feminismo negro é movimento político de mulheres negras no enfretamento da interseccionalidade das discriminações raciais, gênero e classista e é fundamental para a emancipação delas e no combate as opressões do racismo. Neste estudo, a teoria marxiana contribui para o entendimento do trabalho como emancipação social e da contradição existentes no espaço da Universidade e nas lutas de classes. Para a geração de dados utilizei as técnicas do formulário do google forms, roda de conversa e entrevista individual. A análise dialógica do discurso com base teórica no círculo de Bakhtin pelos princípios de discurso ideológico e valoração nos enunciados das mulheres negras e quilombolas. Participaram quatro universitárias cotistas do Campus de Bragança. As análises revelam que as mulheres negras e quilombolas acessam as discussões do feminismo negro em suas comunidades por meio de participações nas Associações e sindicatos, mas que ampliam uma consciência de classe ao acessar o Ensino Superior. Elas enunciam formas de enfrentamento que resultam do processo dialético e dialógico na valoração do acesso ao Ensino Superior no enfrentamento do racismo cotidiano. Elas revelam valores e atitudes objetivados da contradição resultante do trabalho docente, dos discursos ideológicos do lugar social da mulher na família, da negação por parte de professores que reiteram que a UFPA não é um lugar para mulheres negras e quilombolas. As mulheres negras e quilombolas falam dos processos de produção do trabalho e modos de vida em suas Comunidades Tradicionais atravessados por contradição do não reconhecimento do trabalho doméstico. Dialeticamente, elas convivem com o racismo estrutural e cotidiano e defendem processos formativos para a educação antirracista, sexista e classista como centralidades no currículo dos Cursos da UFPA. A pesquisa conclui que o feminismo negro nas discursividades de mulheres negras e quilombolas se configura como um elemento que potencializa a luta e resistência delas no Campus Universitário de Bragança, pois possibilita uma organização social, política e cultural quilombola nesse espaço. Ainda é uma esfera/campo atravessada pela contradição entre um projeto de educação do pluralismo das ideias e um modelo de saber de caráter hegemônico cristalizado nas práticas de alguns docentes.

  • KEILA CRISTINA REDIG PACHECO
  • O FAZER PANELÃO DE BARRO EM UMA ILHA DA AMAZÔNIA, NORDESTE PARAENSE

  • Data: 13/10/2022
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  • Esta pesquisa se propôs a conhecer a produção dos panelões, visibilizando quais saberes apreendidos, utilização e representação dos panelões para a comunidade, além de observar sua representatividade sociocultural e a divisão social do trabalho na construção desse artefato. O estudo foi desenvolvido na Comunidade Praia de Quatipuru-Mirim, Município de Tracuateua, situado na mesorregião do nordeste paraense, Amazônia oriental. A pesquisa possui abordagem qualitativa, desenvolvida através da técnica da triangulação. Para a coleta de dados, aplicou-se o uso de três distintos métodos: a observação direta; a história oral de vida - também denominada de entrevista aprofundada, e a aplicação de questionários. Por se tratar de em estudo de cunho social e cultural, o processo de análise dos dados foi realizado por meio da análise discursiva. Dentre os resultados alcançados, constatou-se que o trabalho com o barro é um trabalho que demanda atenção, espera, preparo e tempo. É um trabalho desenvolvido especialmente por mulheres, é ela quem constrói, tempera e modela o barro, e detém todo o conhecimento na ciência do barro, o homem cumpre a função de ajudante. O conhecimento é compartilhado ou transmitido através do saber transgeracional, atualmente, este conhecimento encontra-se paralisado, pois as fazedeiras não produzem mais, e não vem sendo incentivado e perpetuado entre as gerações futuras. Apesar de vivermos na bacia hidrográfica do mundo, a bacia Amazônica, ainda existem povos que sofrem com a escassez da água e buscam alternativa para sobrevivência.

     

  • ELAINE DE OLIVEIRA DIAS
  • TRABALHO E MULHERES MARISQUEIRAS NO

    CONTEXTO DA PRÁTICA ARTESANAL DA COMUNIDADE DO CASTELO NA AMAZÔNIA BRAGANTINA

  • Data: 12/09/2022
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  • Nesta pesquisa da Dissertação abordo o trabalho de mulheres marisqueiras da Comunidade do Castelo, Bragança-PA a partir da participação delas em um curso de profissionalizante de curtimento de escamas de peixes. O curso de escamas ofertado pela Secretaria em parceria com a Universidade Federal do Pará, Campus Bragança objetivou qualificar as mulheres para gerar renda e forma ecológica de preservação do meio ambiente. Tendo como problema norteador de que forma se apresenta a partir do projeto empreendido pela UFPA (Universidade Federal do Pará), na comunidade do Castelo, destacando o processo de mudança que essa ação modificou o modo de vida, desenvolvida pelas atividades desempenhadas pelas mulheres marisqueiras? Reforçando de como atividades projetadas por instituições alheias as comunidades interferem no modo de vida, nos costumes e nas tradições dessas comunidades. Para responder as questões norteadoras da pesquisa, elegemos os objetivos. De modo geral analisar as mudanças ocorridas a partir do curso de artesanato, para compreensão das relações de gênero, divisão sexual do trabalho nas atividades desenvolvidas pelas mulheres marisqueiras da comunidade do Castelo. identificar como as produções desenvolvidas com a elaboração dos artesanatos modificaram a realidade sociocultural da comunidade, a fim da compreensão do seu processo produtivo, a partir das perspectivas e concepções das relações de gênero e de trabalho; caracterizar os aspectos sócio-históricos-econômicos da Comunidade do Castelo para o entendimento das configurações existentes nas relações de trabalho; especificar as atividades desenvolvidas por homens e mulheres na Comunidade do Castelo ressaltando o processo da divisão social e sexual do trabalho que configuram- se na localidade; refletir sobre as narrativas apresentadas pelos participantes para confirmação das relações de gênero presentes nas atividades das mulheres marisqueiras. A hipótese consiste em identificar se o curso relacionado a prática artesanal contribuiu para modificar os modos de vidas, relacionado ao trabalho, aos saberes e as culturas, do contexto de comunidades tradicionais.  A pesquisa apresenta uma abordagem qualitativa, sendo escolhidas para análise, três categorias: o trabalho, o gênero e as mulheres marisqueiras. Nesse sentido elegeu-se dois grupos: primeiro o das mulheres marisqueiras que participaram do curso de artesanatos feitos das escamas e couro do peixe, a entrevista aconteceu com quatro mulheres, que após a finalização do curso continuaram produzindo e vendendo o artesanato e no segundo grupo entra o esposa de uma dessas marisqueiras. A metodologia de roda de conversa também aconteceu durante a pesquisa, entre 2018 e 2019. Momento de coletar os dados no uso de duas técnicas a roda de conversa e entrevista com a participação de três mulheres que concluíram o curso de artesanato. Os resultados revela que a partir do curso de artesanato as mulheres marisqueiras passaram a protagonizar um cenário de valorização nas relações de trabalho e gênero, tendo em vista que alcançou-se uma independência financeira em relação aos maridos, que anteriormente eram quem efetivamente sustentavam suas famílias com os recursos adquiridos do trabalho com a pesca artesanal. Essa independência financeira das mulheres marisqueiras promoveu alterações na organização e na divisão sexual do trabalho entre homens e mulheres quanto as atividades no lar. Elas mulheres ganharam visibilidades no trabalho com o artesanato e reconhecimento a partir da venda de seus artesanatos. O marido que foi entrevistado assume que em vários momentos quando a pesca estava difícil e escassa, ele foi sustentado financeiramente por sua esposa que passou a ganhar mais dinheiro que ele com a venda do artesanato feito por ela. 

     

  • ANDREA SIMONE BRITO DE MIRANDA
  • O CURRÍCULO DO CURSO DE SECRETARIADO EXECUTIVO TRILÍNGUE: FORMAÇÃO PARA A COMPETÊNCIA COMUNICATIVA E INTERCULTURAL DO PROFISSIONAL

  • Data: 29/08/2022
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  • A presente pesquisa aborda a análise do Currículo do curso de Secretariado Executivo Trilíngue, pelo viés da formação para competência comunicativa e intercultural do profissional, buscando a revisão curricular e o incentivo à interculturalidade, a convivência e respeito a culturas e línguas diferentes. Assim, a pesquisa tem como enfoque específico os conhecimentos interculturais que os egressos do curso da Universidade do Estado do Pará, atuantes na Universidade Federal do Pará, têm advindos de sua formação. Os principais autores sobre a área de Currículo utilizados na pesquisa foram Michael Apple, Tomaz Tadeu da Silva , Gimeno Sacristán e Hall, os quais deram base para a discussão Curricular. Michael Foucault e Hall, para tratar sobre questões de Identidade, além de Soares, Santos, Neiva e D'elia, Almeida Filho e Celani para dar suporte à temática das competências comunicativas. O trabalho busca reflexões acerca das seguintes perguntas de pesquisa: Os egressos do curso de Secretariado Executivo Trilíngue, atuantes na Universidade Federal do Pará, estão preparados para lidar com a diversidade cultural e linguística brasileira, sobretudo a da região amazônica? Quais os principais desafios e dificuldades que esses profissionais encontram durante a prática profissional? O currículo do curso contempla os elementos necessários para a formação intercultural do futuro profissional do curso de Secretariado Executivo Trilíngue? O objetivo geral do trabalho é identificar os desafios e as dificuldades de profissionais de egressos do Curso de Secretariado Trilíngue UEPA, atuantes na Universidade Federal do Pará, considerando a formação proposta no currículo desse curso e de como esse currículo contempla habilidades para a atuação eficiente desses profissionais no contexto da diversidade linguística do país e da região amazônica, tanto no que se refere às línguas estrangeiras quanto às demais variedades linguísticas do português e outras línguas faladas na região. A proposta metodológica adotada envolve pesquisa de caráter qualitativo, dos tipos documental, bibliográfico e de campo. Devido às restrições causadas pela epidemia de SARSCOVID-19, os formulários para coleta de dados foram aplicados por meio do Google Forms, contendo 17 perguntas abertas e fechadas. O estudo realizado definiu como sujeitos das pesquisa os profissionais egressos do curso, que atuam na Universidade Federal do Pará, no cargo de Secretariado Executivo, ingressantes na Instituição até o ano de 2018. Como resultado, a pesquisa mostra que a questão intercultural ainda é uma lacuna significativa no currículo do curso, principalmente no que se refere às diversas línguas utilizadas no contexto amazônico, e que, na Universidade Federal do Pará, os profissionais que atuam no cargo de Secretário (a) Executivo (a) se vêem com baixo contato com atividades que possibilitem a aplicação desses conhecimentos.

  • CARLA CRISTINA LOBATO SANTOS
  • As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST): saberes e cultura na comunidade do Caju-Una no Município de Soure-Pa.

  • Data: 25/08/2022
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  • Este trabalho tem como tema as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), os saberes e a cultura de uma comunidade tradicional em Soure, na Ilha do Marajó. A comunidade do Caju-Una, faz parte de um grupo de três comunidades que compõem a RESEX-Mar Soure, ela é considerada uma unidade de conservação sustentável (UCS), que tem como principal fonte de renda o extrativismo a partir da retirada do caranguejo e da pesca, além da renda advinda dos comunitários que são funcionários públicos municipais. A pesquisa objetivou investigar a presença de IST na comunidade, suas interfaces com o conhecimento tradicional e científico para o tratamento das pessoas acometidas por alguma dessas infecções. Metodologicamente, foram realizadas entrevistas entre profissionais da área de saúde, com intuito de identificar quais infecções são mais frequentes no município. Várias infecções foram citadas, como gonorreia, clamídia, herpes, todavia a que aparece com mais frequência é a infecção da sífilis, que nos provocou uma investigação sobre seus dados compulsórios em todo o território nacional, no Estado do Pará até nesta comunidade na Ilha do Marajó. Nas atividades de campo com os moradores da comunidade, eles tiveram acesso a um questionário em que puderam marcar quais doenças consideravam uma IST, foram reconhecidas até três infecções. Os entrevistados reconheceram os métodos preventivos em uma lista com vários outros métodos, marcaram entre os presentes na relação a camisinha masculina e a camisinha feminina. No que diz respeito a medicina tradicional os moradores eram frequentes nas falas em dizer que utilizavam o método tradicional, e também o moderno. Aliavam os dois métodos, ou as vezes utilizavam apenas um, muitas vezes o método tradicional era a única opção, mas costumavam utilizar os receitados pelos médicos. Contudo, quando foram abordados sobre métodos de tratamento tradicional para as IST por eles reconhecidas, nenhum entrevistado soube citar algum tipo de tratamento. Algumas plantas foram citadas para utilização em casos de corrimento, infecções uterinas e urinária, como foi o caso da canarana, do jucá e do barbatimão. A comunidade tem ainda forte influência da sua cultura e guardam seus conhecimentos locais, tentado mantê-los vivo no seu cotidiano.

    Palavras-chave: Infecções sexualmente transmissíveis (IST), sífilis, comunidade tradicional, saberes locais, cultura.

     

  • DANILO GUSTAVO SILVEIRA ASP
  • CACOS DA MEMÓRIA: FRAGMENTOS DA INTERCULTURALIDADE

    AMAZÔNICA NA COMUNIDADE BUÇU (AUGUSTO CORRÊA-PA, BRASIL)

  • Data: 18/08/2022
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  • Buçu (ou buiuçu) é o nome de uma árvore amazônica - quer seja ela a palmeira Manicaria saccifera ou o arbusto Ormosia coutinhoi. Este último foi usado no pretérito para fabrico de tamancos de madeira na localidade homógrafa. A origem etimológica do topônimo é Tupi, m’busú. Todavia o epíteto designa uma comunidade rural em Augusto Corrêa-PA, lócus da pesquisa, sita no Distrito de Emboraí, ecótono outrora conhecido como Sesmaria de Urumajó. Ali plantam maniva, feijão, jerimum, banana e açaí dentre outras culturas, colhem ervas medicinais e caçam; coletavam argila para fazer vasilhas e panelas e ainda hoje embarreiam as paredes das moradias de pau-a-pique (taipa); mantêm pequenas criações de gado vacum, além de suínos e aves domésticas. Produzem uma farinha “boa”, pois a mandioca repousa nas límpidas águas do rio homônimo, onde lavam as roupas, banham e pescam. À cerca de 10 km de distância da localidade está Nova Olinda, antiga “Aldeia Imborahy” (ali – além de acamparem cabanos nos idos de 1835 – viveram indígenas “descidos” e padres jesuítas lusitanos no séc. XVII), onde o Marques do Pombal mandou alocar colonos portugueses (açorianos) em 1753. Mais à oeste, algo em torno de 6 km, encontra-se a Comunidade Peroba, conhecida como “terra de negros”, uma vez que há vestígios históricos a reconhecer o lugar como área de antigos mocambos, onde residem atualmente remanescentes de quilombolas. Sem embargo, em meados de 2018, o agricultor buçuzence Marciano Corrêa, auto intitulado “pai de família” e “trabalhador da roça”, dizendo-se ser “descendente de portugueses”, dirigiu-se à Universidade e relatou suas inquietações sobre a história do lugar onde vive, pois trazia consigo peças materiais encontradas em suas lavouras, aquando cavavam um buraco para cerca. A análise preliminar constatou serem cacos de cerâmica indígena decorada, associados a fragmentos ósseos de origem humana – portanto, objetos mortuários de enterramento ritual, provavelmente pré-colombianos. As particularidades do relato espontâneo e a natureza peculiar do “achado fortuito” instigaram os pesquisadores a formar uma rede de colaboração para estudo do caso. Em ‘visitas’ à localidade foram feitas observações, anotações no caderno de pesquisa, registros imagéticos e entrevistas foram gravadas. No trabalho de campo também se coletaram – à superfície da terra lavrada – mais artefatos arqueológicos, incluindo instrumentos líticos e amostras de “terra preta” (TPA). Com efeito, as investigações e interpretações forjadas sob uma lógica decolonial permitiram entender a história social, tanto do lugar quanto das famílias camponesas-ribeirinhas buçunianas, enquanto construções plenamente interculturais, forjadas sob camadas de um caldeamento interétnico secular, historicamente configurador da epistemologia cabocla, a qual se observou engendrar peremptoriamente os modos vivendi e operandi dos agentes sociais do estudo, marcando assim, indelevelmente, tanto sua pertença, sua identidade quanto sua memória. Portanto, a ilação de que aquilo que Marciano procura em “outros” a resposta – nos ceramistas ameríndios arcaicos, por meio da intervenção dos cientistas – para compreender o passado local e decifrar os cacos da memória encontrados em sua propriedade (na qual sua família ocupa há mais de cinco gerações), se trate de fato em um caminho que o leve a encontrar a si mesmo em seus próprios “parentes” – antepassados longínquos, habitantes pioneiros do lugar, os primitivos moradores daquela holocenose antes da chegada dos invasores de além-mar – enquanto herdeiro de um legado ancestral afro-indígena europeizado; é o que se defende.

  • THAYSE MARIA ALVÃO CORRÊA
  • A ESCOLA NA REPRESENTAÇÃO SOCIAL DO SUJEITO SURDO NA AMAZÔNIA BRAGANTINA

  • Data: 04/08/2022
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  • A presente pesquisa vem desenvolver o estudo sobre a Escola no campo teórico metodológico das Representações Sociais do Sujeito Surdo na Amazônia Bragantina. Trata-se de uma perspectiva de estudo que concebe as representações sociais, não apenas como meros elementos que servem para mediar às características ambientais e as atitudes comportamentais dos sujeitos, mas sim, os processos psicossociais na qual a realidade passa a ser apresentada aos atores sociais, e como isso, interfere na forma de atribuir sentidos, nas ações a serem efetuadas, como também, nas formas de reconstruções e modificações de sentidos das realidades por esses sujeitos. Assim, considerando esses elementos constitutivos da Representação social (sujeitos, contextos e articulações de conhecimentos e valores) essa pesquisa situa-se na dimensão da pesquisa qualitativa, mais especificamente no campo teórico metodológico das representações sociais, na abordagem processual, utilizando como técnica e procedimento de coleta dos dados: entrevistas e para a análise dos dados foi utilizado a análise do discurso segundo Bakhtin. Desta forma a presente pesquisa teve como objetivo geral analisar as representações sociais de surdos acerca dos processos de escolarizações e as reverberações destas para a escola que idealizam para Amazônia Bragantina.  Para tanto buscamos: a) caracterizar os sujeitos surdos e sentidos sobre a surdez; b) analisar as imagens e os sentidos que os surdos possuem sobre o processo de escolarização; c) destacar as atitudes geradas que consolidam as RS de surdos acerca da escola que idealizam.  Essa pesquisa apresenta como escopo de análise os discursos de dois sujeitos surdos da Amazônia Bragantina, um jovem de 21 anos, concluinte do ensino médio, que nasceu surdo, e um adulto de 45 anos, estudante da Pós-graduação, que nasceu ouvinte e perdeu a audição aos 8 anos de idade, nasceram e cresceram em lares ouvintes e tiveram contato com a Língua Brasileira de Sinais(LIBRAS) em diferentes tempos e espaços, suas trajetórias escolares, vivências e dificuldades enfrentadas, resultaram nos valores que orientam “novos sentidos” sobre a escola ideal na Região Bragantina. Destacando: o direito do surdo de aprender por meio de sua língua; garantir que os direitos linguísticos dos surdos sejam efetivados; com estudo bilíngue.

     

  • HORACIO DE SOUSA LEAL NETO
  • A HISTÓRIA DE VIDA DE CHICO BARBUDO NO TERRITÓRIO DO ALTO GUAMÁ


     
  • Data: 30/06/2022
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  • Esta pesquisa objetiva apresentar um recorte histórico das vivências de Chico Barbudo no território do Alto Guamá, integrante da Região Amazônica, local que apresentou uma sangrenta disputa pela terra. Os conflitos pela posse da terra na Amazônia são narrados de diferentes ângulos. Apresenta-se neste trabalho o processo de construção do ator social Chico Barbudo sua formação escolar/religiosa e social intercruzadas com as experiências da ocupação, do conflito e do acesso a terra. A discussão teórica da ocupação amazônica, a influência da igreja e ações do ator social Chico Barbudo encontram-se ancoradas, entre outros autores, em Loureiro e Pinto (2001, 2005), Freire (1959, 1982, 1988, 2003, 2005), Gohn (2000, 2011) e Brandão (1981, 2002). A metodologia do estudo se pautou na História Vista de Baixo Le Goff (1990,1996) e Thompson (1987,1992) e História Oral de Vida Meihy (2007, 1994) e Alberti (2016). Utilizou-se como fonte documentos fornecidos por Chico Barbudo e relatos orais da história de vida obtidos por meio de entrevistas semiestruturadas. Após a análise, foi possível constatar que a vida de Chico Barbudo está intrinsicamente relacionada com a ocupação da terra no território amazônico do Alto Guamá. Protagonizou movimentos de luta, resistência e contribuiu significativamente com articulações que permitiram não somente o acesso a terra mais proporcionaram transformações sociais para o homem do campo.

     
  • FRANCISCO SANTOS BORGES
  • MEMÓRIAS DE VELHAS SOBRE A MANIFESTAÇÃO CULTURAL DO MARABAIXO NA AMAZÔNIA AMAPAENSE

  • Data: 02/06/2022
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  • Este estudo intitula-se Memórias de velhas sobre a manifestação cultural do Marabaixo na Amazônia Amapaense. O marabaixo é a poesia que corre nas veias dos negros, que alimenta o orgulho de um povo detentor da história, da cultura, das vivências e das memórias históricas que enriquecem e legitimam o legado cultural afro-amapaense. O objetivo principal dessa pesquisa é analisar as trajetórias de vida de velhas marabaxeiras imersas na manifestação cultural do Marabaixo na Vila de Mazagão Velho, Quilombo do Curiaú e em bairros tradicionais como o Laguinho e Favela, hoje chamado Santa Rita, lugares estes que caracterizam o movimento histórico dos negros e preservam esse patrimônio histórico-cultural, bem imaterial do estado do Amapá. O estudo baseou-se na Teoria da Memória Histórica e no método da História Oral. A pesquisa é de abordagem qualitativa com foco nos estudos da memória com base em Éclea Bosi, Maurice Halbwachs, Henri Norbert Bobbio. A discussão sobre o Marabaixo baseou-se no aporte teórico de Piedade Videira, Ednaldo Tartaglia, Fernando Canto, entre outros que dialogam sobre a temática. A geração dos dados ocorreu por meio da entrevista narrativa com cinco velhas marabaxeiras, as mais antigas praticantes e guardiãs do tesouro da memória afro-amapaense, aplicada no contexto de pandemia da Covid-19, tendo como referência Fritz Schütze; Sandra Jovchelovitch e Martin Bauer, além do registro fotográfico, visando o registro do tempo de acontecimentos que envolvem a dimensão sociocultural do Marabaixo com base nos estudos Boris Kossy. Os resultados revelam que o Marabaixo representa a maior manifestação cultural do estado do Amapá, é a vida das velhas afro-amapaenses, a cultura, a identidade, a tradição, um processo intergeracional que mantem viva a história dos festejos do ciclo do Marabaixo, um ato de fé e religiosidade, reafirmados pelas velhas marabaxeiras e expressos nos versos improvisados dos ladrões do Marabaixo. Concluo que o Marabaixo, nas memórias de velhas, conta a história dos negros no estado, um processo histórico-cultural marcado por injustiças, lutas e movimentos negros em prol da liberdade, da aceitação e da manifestação da voz negra na história amapaense. O Marabaixo para as velhas marabaxeiras é um movimento ancestral, histórico cultural de resistência, é a vida das velhas marabaxeiras, manifesta os valores, o sentimento de orgulho e pertencimento a este constructo histórico-cultural, bem imaterial da Amazônia amapaense.

  • ARLEIDE SEABRA DOS SANTOS NOGUEIRA
  • O CONTEXTO CULTURAL QUILOMBOLA NAS DISCURSIVIDADES DE PROFESSORAS  DE INGLÊS NAS ESCOLAS EM SALVATERRA

  • Data: 31/05/2022
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  • Esta pesquisa foi desenvolvida em Escolas das Comunidades Quilombolas de Vila União, Mangueiras e Pau Furado e também na Secretaria de Educação do município de Salvaterra, na Amazônia Marajoara, no Estado do Pará. A princípio foi realizado uma leitura dos documentos oficiais da Secretaria Municipal de Educação de Salvaterra, dos Projetos Político-Pedagógicos a fim de perceber os discursos manifestados neles sobre a prposta para uma Educação Escolar Quilobola. Objetivo principal desta pesquisa é analisar as discursividades de Professoras do componente curricular Língua Inglesa que atuam nas Escolas destas Comunidades Quilombolas sobre o ensino das práticas sociosculturais afro-brasileiro com base no que é estabelecido nos documentos legais, como Carta Magna de 1988, Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (Lei de Diretrizes e Base da Educação Brasileira de 1996; as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica (DCNEB) de 2013; as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola (DCNEEQ) de 2013. Neste estudo é assumido a teoria da Línguística Aplicada defendida principalmente por Moita Lopes. A geração dos dados ocorreram por meio da técnica da entrevista de abordagem qualitativa. Metodologicamente, organizei os dados gerados por perguntas, descrevendo cada entrevista e agrupando os enunciados em eixos temáticos com base no princípio da análise dialógica do discurso da corrente russa do círculo de Bakhtin, que privilegia a linguagem como interação viva e historicamente datada e situada no contexto verbal e extraverbal. Os resultados apontam avanços nas discussões do ensino de Língua Inglesa de modo interdisciplinar, mas indicam que não há um planejamento articulado aos documentos oficiais e nem ao PPP das Escolas pesquisadas. De outro modo, há um interesse das professoras em articular o ensino da língua estrangeira a história da população negra, todavia, não é traduzida por elas no documento de identidade de cada escola quilombola. Concluo, que é preciso avançar nessas discussões no município de Salvaterra, na implementação de uma proposta de educação para uma Educação Escolar Quilombola, sobretudo, em uma diretriz educacional de Escolas do/no Quilombo com a participação das moradoras e moradores dessas territorialidades marajoara.

     

    A pesquisa tem como temática de estudo o ensino de Língua Inglesa das práticas socioculturais afro-brasileiras nos discursos de Professoras atuantes em Escolas das Comunidades Quilombolas de Vila União, Mangueiras e Pau Furado de Salvaterra na Amazônia Marajoara, Estado do Pará. A partir da leitura dos Projetos Político-Pedagógicos e documentos oficiais da Secretaria de Educação do município obserevei os discursos manifestados para a proposta de uma Educação Escolar Quilombola. A problemática é se as professoras da Disciplina Língua Inglesa ensinam o conhecimento das práticas socioculturais afro-brasileiras para uma Educação Escolar Quilombola nas Comunidades Tradicionais da Amazonia Marajoara. E, o objetivo principal é analisar os discursos de Professoras de Língua Inglesa que atuam em Escolas de Comunidades Tradicionais ensinam as práticas socioculturais afro-brasileiras, que é permeado por conhecimentos de tradição afrodescendentes como linguagem oral, memória, modos de vida, trabalho, direito a terra e ao território, e, que nem sempre são articulados aos conhecimentos escolares na valoração de práticas identitárias da população negra, principalmente da ausência de documentos normatizadores da Educação Escolar Quilombola da/na Amazônia no Estado do Pará, em que muitas Escolas, ainda não tem o PPP construído de forma coletiva pelos segmentos escolares, ao contexto da comunidade e referendado pelos ordenamentos jurídicos como a Lei Nº 10.639/2003 e a 11.645/2008. O referencial compreende que o componente curricular Língua Inglesa deve articular de forma interdisciplinar os conhecimentos no ensino das práticas socioculturais afro-brasileiras com base nos documentos legais da educação brasileira, como a Constituição Federal de 1988, que prima por uma educação no princípio democrático, no respeito as populações tradicioais. A Lei de Diretrizes e Base da Educação Brasileira de 1996, que inclui conteúdos obrigatórios no estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena; as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola, que regulamentam a política curricular, o cumprimento, reconhecimento e valorização da história do povo africano e afrodescendentes, cultura, identidade e as políticas de ações afirmativas. A teoria da Linguística Aplicada é utilizada para as discussões do ensino da LI na perspectiva interdisciplinar na relação com o contexto social. O método de abordagem é da pesquisa qualitativa privilegiando os fenêmenos sociais orginados das discursividades das professoras colaboradas. A geração dos dados é fruto da técnica da entrevista e da leitura de documentos da EEQ e SEMEd dando origem aos enunciados. A organização dos dados partiu das enunciações e agrupadas por temáticas, criando as categorias analíticas. Os resultados revelam avanços nas discussões do ensino de Língua Inglesa de modo interdisciplinar, mas indicam que não há um planejamento articulado aos documentos oficiais e nem ao PPP das Escolas pesquisadas. O conteúdo da LI nos PPP’s,, raramente indicam o ensino das práticas socioculturais. De outro modo, há um interesse das professoras colaboradas em articular o ensino da língua estrangeira a história da população negra, todavia, não é traduzida por elas no documento de identidade de cada escola quilombola. Concluo, que é preciso avançar nessas discussões no município de Salvaterra, na implementação de uma proposta de educação para uma Educação Escolar Quilombola, sobretudo, em uma diretriz educacional de Escolas do/no Quilombo com a participação das moradoras e moradores dessas territorialidades marajoaras.

  • DILVANE SILVA TRINDADE
  • PERCEPÇÃO DA PROMOÇÃO DA SAÚDE: RESISTÊNCIAS FRENTE AOS DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE NO COTIDIANO DE TRABALHO DE CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS

     

  • Data: 25/05/2022
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    A presente pesquisa objetivou analisar a percepção da Promoção da Saúde no cotidiano do Catador de Materiais Recicláveis amazônico, tendo como referência as discussões de Dina Czeresnia sobre a necessidade das práticas promotoras da saúde para uma melhor qualidade de vida. Utilizou-se a abordagem qualitativa, com aplicação de entrevistas semiestruturadas para coleta de dados e a Análise de Conteúdo de Laurence Bardin para o tratamento e interpretação desses dados. Em suma, os Catadores do Município percebem o cuidado com a saúde e a doença tendo autonomia no cuidar de si, por meio de vacinas, remédios caseiros e a recorrência às consultas médicas, ponderando entre o cuidar de si, individualmente, coletivamente e institucionalmente. Assim, a saúde é percebida a partir da prevalência de doenças, tanto a nível trabalhista quanto a nível institucional. Mas, existem comportamentos que pensam o fortalecimento individual ou comunitário a partir do desenvolvimento da saúde, permitindo que os Catadores vivam com qualidade de vida em alguns aspectos da Promoção da Saúde. Cabe, portanto, o avanço na questão do fortalecimento cotidiano das potencialidades salutogênicas da região marajoara.


  • FLAMILDA DE MORAES PAIVA
  • (TRANS) VIVER: NARRATIVAS DE RESISTÊNCIA E ESCOLARIZAÇÃO

  • Data: 20/05/2022
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  • A escola é um lugar no qual todas as pessoas da nossa sociedade são conduzidas a ocupar, é um direito/dever previsto em Lei, entretanto, para alguns, exercer esse direito é algo conturbado, principalmente quando se consideram os corpos que desviam ou não se enquadram nas normas hegemônicas heteronormativas e de branquitude. Esse trabalho se propõe a identificar, descrever e analisar os mecanismos de resistência inventados por mulheres trans para existir e permanecer na escola. Para a construção dos dados foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com três mulheres negras transgênero, com idade entre 20 e 51 anos que foram convidadas para falar de si na escola. A análise dos dados estabeleceu diálogos com diversos autores e suas proposições teóricas. Entre eles Michel Foucault, no que tange as relações de saber/poder estruturadas pelo discurso, alinhado com Guacira Lopes Louro, Simone de Beauvoir, Judith Butler. Nesse caminho, autoras como Ludmila Ribeiro, Beatriz Nascimento, Lélia Gonzalez também foram acionadas, e são trazidas para teorizar sobre as marcas de interseccionalidade que atravessam todas as narrativas, além de estudiosas trans como Jaqueline Jesus, Lohana Berkins, Luma Andrade e Amara Moura para o estabelecimento de elos entre nossos textos e pensamentos para fortalecer a resistência feminina trans epistêmica. O resultado desta pesquisa mostra que mulheres trans apontam problemas recorrentes na escola, tais como a negação do nome social, a dificuldade de acessar o banheiro, os currículos escolares que tendem a universalizar os alunos. Tais questões são tão intensas que as direcionam ao abandono da escola. Como linhas de resistências são construídas: a ressignificação do conceito do isolamento e do distanciamento; não ir ao banheiro ou buscar o momento de menor movimento no qual seja possível ser a única naquele lugar; ocupar o cargo de “chefe de turma”, lugar de legitimidade escolar que exige liderança e popularidade ao passo que lhe agrega respeito; ser mais dedicada, mais ágil, mais estudiosa, passar de ano mais cedo que outros alunos, mostrando seu bom desempenho escolar com boas notas e se fazendo digna desse espaço; fazer-se presente e ouvida nas discussões acadêmicas, buscar apoio teórico de outras mulheres trans enaltecendo suas escritas; entrar na sala de aula como professora redirecionando o lugar social do corpo trans. Em síntese, essas são algumas linhas de fuga e resistência desenhadas pelas colaboradoras desta pesquisa como estratégias para permanecer na sala de aula, identificadas nas suas narrativas e analisadas no decorrer do presente texto.

  • WOSHINGTON LUIS SILVA ARANHA
  • REPRESENTAÇÃO SOCIOECONÔMICA DA PESCA DO CARANGUEJO-UÇÁ (UCIDES CORDATUSLinnaeus, 1763) NA RESERVA EXTRATIVISTA MARINHA (RESEX-Mar) DE SOURE, PARÁ, BRASIL

  • Data: 17/05/2022
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  • O presente estudo propôs-se a examinar o objeto da representação socioeconômica da pesca artesanal do caranguejo-uçá (Ucides cordatus) à luz dos saberes tradicionais, relacionado ao extrativismo e à afinidade direta dos pescadores com o ecossistema manguezal, inserido na Reserva Extrativista Marinha (RESEX-Mar) de Soure, no estado do Pará. As motivações que me levaram a tal pesquisa são fortes Primeiro, porque sou integrante desse espaço e, por certo, possuo o sentimento de pertença a ele, aos seus povos e a esse recurso, já que, durante muito tempo, a pesca de caranguejo foi a base econômica de minha família, e ainda hoje ela subsidia a economia de alguns membros dela. Segundo, porque, o aprofundamento de questões, na região, relacionadas à pesca artesanal do caranguejo-uçá traz à tona as formas de organização social, suas práticas produtivas diretamente ligadas à economia local, entre outras. Objetivou-se, portanto, estudar a representação socioeconômica da pesca artesanal do caranguejo-uçá na RESEX-Mar de Soure, a partir dos saberes ecológicos locais dos pescadores e suas práticas produtivas na apropriação e uso dos recursos naturais do manguezal. A principal abordagem metodológica de pesquisa foi a quali-quantitativa, enfatizando-se técnicas e instrumentos, como questionário com perguntas semiestruturadas, entrevista por meio de um roteiro com perguntas diretivas, observação de campo com as impressões de pertença e afeições das pessoas e, complementarmente, estudo documental e registro fotográfico. A amostragem foi constituída por pescadores de caranguejo que utilizam os manguezais da aludida reserva para realizarem suas práticas produtivas, em um número de 21 pescadores, sendo três de cada um dos bairros e da comunidade em que residem. Os dados foram submetidos à análise de conteúdo, com as falas expressivas transcritas parcial ou totalmente, para aferir elementos discursivos; e os dados quantitativos, tratados à luz da estatística descritiva e dispostos em tabelas e gráficos. Os principais resultados e conclusões indicam que a representação socioeconômica sobre os pescadores de caranguejo é preocupante, uma vez que a extração deste recurso tem sido diária/anual e em demasia, podendo levar o sistema manguezal a um colapso gerado pelo esforço pesqueiro ali praticado. Outrossim, esse esforço ocorre pela ausência de emprego aliada ao crescimento populacional, o qual não é acompanhado pelo desenvolvimento social e econômico no município de Soure, restando, portanto, o manguezal, especialmente o recurso caranguejo, para a sobrevivência de inúmeras famílias.

  • LUCIANA CARVALHO DAS NEVES
  • MULHERES EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA: DENÚNCIA E REDE DE ATENDIMENTO EM UM MUNICÍPIO NA AMAZÔNIA BRASILEIRA

  • Data: 12/05/2022
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  • A violência contra a mulher está presente nas diferentes sociedades e se manifesta na vida cotidiana delas. Assim, este estudo analisa a violência contra esse público no município de Tracuateua, Pará, Brasil, tendo como objetivo geral compreender os instrumentos utilizados pelo Estado para garantir os diretos das mulheres em condição de violência doméstica nesse município, especificamente a denúncia e a rede de atendimento. A pesquisa teve como lócus a Delegacia de Polícia Civil de Tracuateua e o Centro de Referência em Assistência Social (CREAS), instituições que combatem essa forma de violência. Metodologicamente, a pesquisa configura-se como abordagem qualitativa, tendo como técnicas de pesquisas utilizadas: a pesquisa bibliográfica, pesquisa documental e pesquisa de campo, com aplicação de entrevistas semiestruturadas; participaram da pesquisa 04 pessoas, a saber: um funcionário da delegacia de Polícia Civil, a coordenadora e pedagoga do CREAS e duas mulheres que foram vítimas de violência doméstica e residem no município. Alguns dos principais resultados são: a pesquisa é original, tendo como base o estado do conhecimento feito nos Programas de Pós Graduação da Universidade Federal do Pará; o silenciamento perpassa a vida das mulheres que estão em situação de violência; e que o município de Tracuateua pouco avançou em políticas públicas para a garantia de direitos das mulheres em condição de violência. Conclui-se que as instituições existentes no município não atuam como rede de atendimento para as mulheres vítimas de violência; e que, somente, a Delegacia de Polícia Civil e o Centro de Referência em Assistência Social realizam ações no enfrentamento da violência, mas não de forma articulada; por fim, o município precisa avançar no que tange as políticas públicas para as mulheres tracuateuenses.

  • GISELLE PEDREIRA DE MELLO CARVALHO
  • NARRATIVA DE SURDOS: VIVÊNCIAS E SABERES DA VIDA ESCOLAR

  • Data: 06/05/2022
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  • Esta dissertação expõe as narrativas de Surdos, suas experiências em espaços escolares que vivenciaram. Analisar as narrativas dos Surdos sobre o seu processo de escolarização visando compreender, a partir destas memórias, sua trajetória escolar e a construção da sua subjetividade. O estudo apresentado no referencial teórico aborda os conceitos de Língua, Cultura e Identidade Surda, bem como do sujeito narrativo. O problema central da pesquisa é quais as vivências e experiências os Surdos trazem na memória sobre sua vida escolar? O objetivo geral é: analisar as narrativas dos Surdos sobre o seu processo de escolarização visando compreender, a partir destas memórias, sua trajetória escolar e a construção da sua subjetividade. Os objetivos específicos são: a) identificar as características de vida dos Surdos; b) caracterizar as trajetórias escolares por eles vivenciadas; e c) identificar as experiências marcantes que influenciam sua subjetividade Surda. Quanto à metodologia utilizada, esta pesquisa de abordagem qualitativa, do tipo pesquisa narrativa. Utilizou-se como procedimentos de coleta de dados entrevista semiestruturada em Libras, com gravação de vídeo para análise dos relatos das experiências da vida escolar de 05 (cinco) alunos Surdos participantes. A pesquisa verificou que os modelos educacionais devem ser revistos visando práticas pedagógicas que respeitem e valorizem a sua condição bilíngue dos Surdos, que a escola deve valorizar o uso e ensino da Libras e da Língua Portuguesa escrita, com valorização das especificidades humanas dos Surdos no processo de ensino-aprendizagem, que as histórias subjetivadas e construídas pelos Surdos a partir do contato e convívio com a família, a escola e demais grupos sociais estabelece a  subjetividade individual das pessoas Surdas refletindo em seu modo de ver a si mesmo e o outro – Surdo ou ouvinte, em uma complexa rede de tessitura histórica, social, cultural, escolar, familiar e linguística

  • LUCIDEYSE DE SOUSA ABREU
  • DIÁSPORA DO CORPO: UMA ABORDAGEM COMPARADA DAS PERSONAGENS “HANA” E “ESTHER” E DA IMIGRAÇÃO JUDAICA EM “O CICLO DAS ÁGUAS” E “CABELOS DE FOGO”

  • Data: 22/04/2022
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  • A pesquisa aborda fenômeno imigratório judaico a partir de um olhar interdisciplinar sobre as
    obras literárias Cabelos de fogo (2010) do escritor paraense Marcos Serruya e O ciclo das águas
    (2010), do rio-grandense-do-sul, Moacyr Scliar. As duas obras possibilitam o estudo da
    temática da imigração judaica a partir das personagens Hana e Esther, que protagonizam uma
    vertente da história de mulheres judias escravizadas no Brasil. Assim, por meio das
    protagonistas, pretende-se dar visibilidade às mulheres judias imigrantes que foram vítimas de
    tráfico de pessoas no país de origem (Polônia), com as promessas de sobrevivência na América
    do Sul no início do século XX. Neste aspecto, retratou-se a marginalização e o apagamento
    histórico, seja pela religião, gênero ou condição de estar no “entre-lugar". Desse modo, para o
    desenvolvimento da análise, adotou-se o procedimento investigativo de ordem qualitativa por
    meio de pesquisas bibliográficas, e por se tratar de uma análise literária ficcional baseada em
    situações históricas de imigrantes, a mesma dar-se-á pelo construto teórico-metodológico
    teórica da Literatura Comparada. A presente pesquisa está ancorada nos estudos comparados
    de Carvalhal (2006), Machado e Pageaux (1989). Sobre o fenômeno migratório, o aporte teórico
    será de Sayad (1998) e Smith Junior (2012); e com relação às questões referentes aos judeus, a
    Judeidade e Tradução Cultural dos estudos de Bhabha (2007); Falbel (2008); Grumam (2016),
    Silva e Benchimol-Barros (2017; 2020).

  • IRAILDE CRISTINA CHAGAS MELO
  • OS SABERES TRADICIONAIS E SUAS PRÁTICAS DE TRATAMENTOS REPRESENTADOS NO ROMANCE MARAJÓ (1947) DE DALCÍDIO JURANDIR

  • Data: 14/04/2022
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  • O presente estudo aborda a questão da saúde, das doenças e dos tratamentos praticados com os recursos da medicina popular como representação de uma realidade no romance Marajó (1947) de Dalcídio Jurandir. A obra ficcional apresenta pelo enredo e pela atuação das personagens as razões do problema: a questão da má alimentação e as péssimas condições de moradia e trabalho das personagens que contraiam certas doenças. O romance descreve como os doentes procuravam os tratamentos por meio da medicina popular, pois, em nenhum momento é relatado a presença de agentes ou postos de saúde pública. O estudo propõe uma comparação dos tratamentos tradicionais, como descrito no romance, com o conhecimento das doenças na realidade do início do século XX. Percebe-se que os conhecimentos tradicionais são relatados e descritos no romance, como as crenças e o conhecimento de ervas que são praticados pelos agentes tradicionais do tratamento, pajés e curadores. As ervas, as crenças e a religiosidade não só são procuradas pelo povo, mas também pelos fazendeiros. O coronel Coutinho, pai da personagem principal, procura por tratamento de saúde fora da região, no estado de Minas Gerais, enquanto os empregados procuram ajuda no tratamento tradicional. A pesquisa comparativa confirma a ausência da saúde pública na Ilha de Marajó no tempo do romance.

  • KARLEY DOS REIS RIBEIRO
  • CURRÍCULO DE LÍNGUA INGLESA NAS DISCURSIVIDADES DE PROFESSORAS DA EDUCAÇÃO ESCOLAR QUILOMBOLA NA AMAZÔNIA MARAJOARA

  • Data: 29/03/2022
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  • Este estudo objetiva analisar os enunciados discursivos de professoras de Língua Inglesa (LI) na Educação Escolar Quilombola (EEQ) da Amazônia Marajoara. Problematiza a configuração do currículo de LI na EEQ a partir das discursividades de professoras dessa área de conhecimento. A pesquisa baseou-se na Teoria da Linguística Aplicada (LA) com base em Moita Lopes por ser um campo de estudo transdisciplinar, indisciplinar e intercultural que identifica, investiga e busca soluções para problemas relacionados à linguagem na vida real, com relevância social que exigem respostas teóricas às práticas sociais e a seus participantes. O método de análise baseou-se na Triangulação a partir de Skin Mathison; Marcus Duffy; Kenny Konecki e outros. Significa olhar para o mesmo fenômeno, ou questão de pesquisa, a partir de mais de uma fonte de dados. Na Triangulação considerou-se: a) objeto textual materializado pelos discursos da área de Linguagens/LI; b) interpretação enunciada pelas professoras acerca do currículo de LI na EEQ; c) configuração enunciativa sobre o currículo de LI na EEQ nos documentos oficiais e nas discursividades de professoras. O referencial teórico para a discussão sobre o ensino de Língua Inglesa baseou-se em Kanavillil Rajagopalan, Suresh Canagarajah, Breton, Kumaravadivelu, Alastair Pennycook, Moita Lopes, Vilson Leffa, Andira Nascimento e Mábia Camargo. Para a incursão sobre o currículo de Língua Inglesa nos balizamos em Almeida Filho, British Council, Jack Richards, além de Alice Casimiro Lopes, Gimeno Sacristán, Jurjo Santomé e Tomaz Tadeu da Silva. Para a discussão da Educação Escolar Quilombola nos referenciamos em Abdias do Nascimento, Flávio Gomes e Lilia Schwarcz, Shirley Souza, Raquel Santos e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a EEQ, entre outros. Metodologicamente a pesquisa em foco é de abordagem qualitativa, de natureza documental e de Campo. Para Geração de Dados consideramos a entrevista semiestruturada, aplicada via WhatsApp em razão do contexto de Pandemia da Covid-19 para (=05) Professoras de LI que atuam na EEQ, e os seguintes documentos: a) Documento Curricular do Município de Salvaterra: discursos da área de Linguagens/Língua Inglesa; b) Proposta Curricular da Educação Escolar Quilombola de Salvaterra; c) Planos de Ensino das Professoras de LI da EEQ. Para análise dos dados foram adotados os pressupostos da Análise Dialógica do Discurso (ADD) de Mikhail Bakhtin por considerar a linguagem como um lugar de interação e comunicação, constituído sob bases sócio-históricas determinadas, que envolve sujeitos reais que convivem em grupos sociais. Para assim, (re)pensar a linguagem teórica e metodologicamente nesse campo investigativo, filiamos a análise dos dados aos conceitos bakhtinianos de enunciado e atitude responsiva. Os resultados apontaram que os enunciados contidos nos documentos curriculares sobre o currículo de LI da EEQ ainda possuem um caráter hegemônico nessa modalidade de ensino, e que dificulta sua articulação e (re)contextualização aos saberes tradicionais e afrodescendentes das comunidades quilombolas, embora os discursos contidos nos Planos de Ensino das professoras apresentem propostas de reconhecimento e valorização dos saberes socioculturais dos alunos quilombolas nas aulas de inglês. Nas enunciações das professoras de LI evidenciamos: as dificuldades associadas ao aporte teórico específico para o trato com a temática quilombola, afro-brasileira, afro-anglófona, africana e sua relação com o ensino de LI, assim como a necessidade de ampliação, apoio e assessoramento pedagógico nas escolas que atendem a essa Modalidade de Ensino; a garantia de recursos e materiais didáticos apropriados para o ensino do idioma; e a formação inicial e continuada que contemple a temática das relações étnico-raciais na EEQ. Concluímos a partir dos diferentes modos de produção de sentidos e dos discursos manifestados pelas professoras enunciadoras da pesquisa que o currículo de LI na EEQ da Amazônia Marajoara busca interagir com os conhecimentos étnico-raciais dos alunos quilombolas, uma vez que passa a reconhecer e valorizar os saberes socioculturais como elementos constituintes de sua proposta curricular em um movimento de resistência contra as hegemonias britânicas e estadunidenses presentes no currículo de LI da Educação Básica. 

  • CAMILA DE CASSIA BRITO
  • REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DA MULHER PRETA UNIVERSITÁRIA SOBRE O FEMINISMO: A REALIDADE DA AMAZONIA MARAJOARA

  • Data: 07/03/2022
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  • O presente estudo tem como objetivo principal analisar quais representações as mulheres pretas universitárias marajoaras constroem sobre o Feminismo e as implicações sobre seu autorreconhecimento como mulher preta sob a ótica descritiva – exploratória de natureza qualitativa tomando como base teórica – metodológica as Representações Sociais de Serge Moscovici (1978; 2005) e Denise Jodelet (2001) aplicando sua construção na Teoria Ego – Ecológica de Marisa Zavalloni (1980). A discussão gira em torno do Feminismo de modo geral, onde acionamos autores como Simone de Beauvoir, Judith Butler, Djamila Ribeiro, atrelando essa discussão maior ao autorreconhecimento de cor-raça da mulher marajoara preta, apoiando-se nos debates de autores como Alessandra Devulsky, Silvio Almeida, Kanbegele Munanga, Branca Alves entre outros. Para a obtenção dos dados foram realizadas entrevistas semiestruturadas com três mulheres autorreconhecidas pretas, entre 20 e 34 anos de idade, originárias da Região Marajoara (Amazônia), cenário de desenvolvimento deste estudo. A análise dos dados se fundamenta nas três etapas de análise da Teoria Ego-ecológica articulando com as dimensões das Representações sociais. As etapas analisaram  a Contextualização da identidade das sujeit@s (Primeira Etapa), os Sentidos de sí construídos (Segunda Etapa) e   as Representações Identitárias – valores e graus de pertença ao grupo (Terceira Etapa), apresentando  as estruturas de abordagem da pesquisa a partir da Ego – ecologia pelos processos de pertencimento através dos polos positivo ou negativo, seja egomórfico ou alomórfico, concluindo na identificação positiva ou negativa das sujeit@s, no processo de compreender os valores atribuídos e representações assimiladas. Como resultados, identificamos a falta de diálogo na Universidade sobre como o seu ambiente influencia e contribui para a construção identitária da mulher preta marajoara  a partir de discussões em âmbito acadêmico levando em conta a produção de conhecimento delas e sobre elas em prol do combate ao epistemicidio do conhecimento negro. No entanto,  a pesquisa mostra que as representações sociais das sujeit@s, dialogam com as suas realidades e contribuem com a formulação e (re) construção de uma identidade social positiva dessa mulher preta marajoara e universitária a partir do rompimento de um cotidiano histórico-sociológico e acerca de seu corpo, sua cor e sua origem. Elas têm orgulho de sí registrados em seus discursos, mas ainda lutam, contra a invisibilidade, a subalternidade, a inferioridade e o silenciamento. Lutam individualmente e coletivamente quando encontram referências na Universidade e acabam por se tornarem referências para esta pesquisa como protagonistas e contadoras de suas próprias histórias em que contribuem com novas possibilidades de estudos e investigação cientifica acerca das representações do feminismo  como fenômeno social na vida de mulheres pretas trazendo suas narrativas carregadas de histórias e de vozes e, se colocando como sujeit@s ativas na história  para novos estudos neste campo considerando suas especificidades de origem, etnia, classe social e gênero, levando em conta ainda suas experiências advindas de uma realidade especifica: a tal bela e majestosa Mulher Preta - Amazônia Marajoara.

     

    Palavras – Chaves: representações sociais; mulher marajoara; educação feminista; feminismo negro; teoria ego-ecológica.

  • WAGNER NEVES MAGNO
  • ENCONTROS COM AS JUVENTUDES: DIFERENTES JUVENTUDES & DIFERENTES CULTURAS AMAZÔNICAS

  • Data: 28/01/2022
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  • Trata esta pesquisa sobre a pertinência da pluralidade das juventudes amazônicas e suas territorialidades. Partindo das incursões nas minhas memórias de educador e o encontro com diferentes juventudes em diversos territórios amazônicos e suas territorialidades.  Como principal objetivo busca-se identificar e analisar na produção cientifica evidências dada à pluralidade das juventudes Amazônicas. A hipótese da pesquisa partiu do pressuposto de que o reconhecimento sobre a pluralidade de juventudes amazônica ainda se faz rara em vista da diversidade de temas amazônicos expostos em produções cientificas. Caracterizamos esse estudo como sendo do tipo qualitativo de cunho bibliográfico e, como método de análise, utilizo da Análise de Conteúdo. A coleta de dados esta sendo realizada em pesquisas bibliográficas e as análises estão sendo realizadas com base em dois aspectos: Enfase dadas à pluralidade cultural das juventudes e suas territorialidades, a importância da memória e história de vida para composição de artigos científicos sobre juventudes amazônicas. Referenciado em autores/as sobre educação do campo, culturas, memórias e territorialidades amazônicas e os conceitos de juventudes assim como suas considerações sobre políticas públicas e a realidade educacional de juventudes camponesas em seus territórios amazônicos. Com base na análise dos dados espero estar contribuindo para mais inquietações quanto à importância de evidenciar os/as sujeitos/as e suas territorialidades juvenis na constituição de ferramentas cientificas e ou políticas públicas para juventudes amazônicas

2021
Descrição
  • ZENUBIA OLIVEIRA SILVA
  • “CARANGUEJO NA PISTA”: MEMÓRIAS NARRATIVAS DA CONSTRUÇÃO DA RODOVIA PA 458 – BRAGANÇA À AJURUTEUA

  • Data: 16/12/2021
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  • Sob a metáfora do “milagre” econômico, o Brasil é o enfoque do contexto histórico do desenvolvimento da construção da rodovia PA-458, entre a cidade de Bragança/PA e a praia de Ajuruteua, litoral Amazônico. As alterações socioambientais geradas pela construção da estrada foram enormes, criando um grande desequilíbrio no fluxo hídrico e, consequentemente, afetando a flora e a fauna características de boa parte dos manguezais por onde a rodovia foi construída. Além do ecossistema, a vida de indivíduos que vivem dos seus recursos naturais sofreu mudanças extremamente radicais. O presente trabalho tem como objetivo analisar as memórias narrativas dos sujeitos envolvidos com o manguezal e compreender o processo histórico que demarcou a construção da rodovia, o que ocasionou mudanças no território e na vida dos moradores, pescadores e catadores de caranguejos. Para subsidiar as questões até aqui citadas, será usado como referencial teórico o trabalho de autores como Thomson (1997), Nora (1993), Le Goff (1990; 1991), Lenoble (2002), Diegues (2000; 2008) entre outros. As concepções desses autores são importantes para compreender a relação entre memória, práticas discursivas, passado e natureza. Por meio da etnografia, relatórios, recortes de jornais, obras literárias, propagandas e discursos oficiais, entrevistas com políticos, visitantes e moradores das comunidades, rememoramos e problematizamos as narrativas orais e escritas sobre os impactos sociais e ambientais da rodovia na região litorânea do município de Bragança. Constatamos que o projeto de desenvolvimento dessa região litorânea foi pensado apenas na perspectiva turística, desconsiderando a preservação ambiental e todas as consequências desse descuido com os moradores locais. As comunidades foram negligenciadas nesse projeto, o que atingiu diretamente a economia local, haja vista que a rodovia, afetando o ecossistema, dificultou as atividades produtivas de pesca e cata de caranguejo. Apesar disso, os habitantes da área se adequaram a essa realidade, passando a ver a rodovia como um empreendimento favorável à sua vida social e econômica, uma vez que a pista facilitou o acesso de turistas à praia, o deslocamento dos moradores da praia até o centro da cidade, e vice-versa, o transporte de cargas e a distribuição da produção local. Com isso, conclui-se que tal adequação acaba por ofuscar a problemática ambiental, usando a rodovia a favor das necessidades cotidianas dos moradores.

  • SÔNIA APARECIDA FEITEIRO PORTUGAL
  • TRANSAMAZÔNICA: MEMÓRIAS E SILÊNCIOS DA MIGRAÇÃO

  • Data: 09/12/2021
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  • Este estudo apresenta a saga da migração para a BR 230, rodovia Transamazônica, Pará, Brasil, na década de 1970. Na intenção de compreender as tensões pioneiras, através dos relatos dos migrantes, reflete-se aqui, a forma, na qual aconteceu os deslocamentos humanos para a rodovia, a chegada dos retirantes e os primeiros anos da colonização. Nesse sentido, o objetivo geral da pesquisa foi analisar as formas de colonização dos novos espaços Amazônicos (na construção de estradas) rumo a fronteira agrícola, realizado pelo governo militar. Discute, inicialmente, a maneira, pela qual ocorreram as migrações dos indígenas e não indígenas na ocupação do território Transxingu, antecedente a colonização desta rodovia dos migrantes envolto a situação de que a Transamazônica se apresentava como única solução para a “crise” econômica e social brasileira da época. Demonstra a realidade ocorrida na construção da obra, do ponto de vista dos trabalhadores, contrapondo a memória nacional. Dessa forma, acrescentando os não ditos sobre a história da colonização. Utilizou-se da metodologia da história oral através das narrativas dos migrantes, além do diário de campo realizado no espaço de dez anos com entrevistas estruturadas e semiestruturadas feitas com os migrantes pioneiros da colonização ainda residentes na Transamazônica. O aporte teórico para dissertar sobre o tema migração advém de (IANNI, 2004); da colonização e ditadura (SOUZA, 2012, 2015, 2018); em relação a memória (HALBACHS, 1990, 2013; POLLAK, 1992, 1989, 2021), e história oral (MEIHY, 2009). Ademais, os resultados enquadram a Transamazônica, como mais uma colonização que seguiu à risca os moldes das ocupações europeias, em territórios brasileiros, na qual houve a exploração do homem pelo homem, destruição da natureza e sem se preocupar com a vida dos povos tradicionais e comunidades ribeirinhas. Evidencia, que a Transamazônica, constitui-se de mais um processo migratório que privilegia o grande capital, subjugando o camponês empobrecido chegado no território Transxingu. No que tange as mobilizações migrantes, o projeto colonizatório do governo ditador, iludiu e causou diversas intempéries aos transuentes que rumaram à “Terra Prometida” no intento de instalar-se na “Terra sem homens para homens sem-terra.

  • WATNA REGIA MIRANDA FRANCA BATISTA
  • “OCUPAR, RESISTIR E PRODUZIR”: MEMÓRIAS DA PEDAGOGIA EM MOVIMENTO E OS DIÁLOGOS DE SABERES NA ESCOLA CAMPONESA DO PROJETO DE ASSENTAMENTO 26 DE MARÇO, MARABÁ-PARÁ

  • Data: 25/11/2021
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  • Esta pesquisa teve como objetivo compreender o Diálogo de Saberes na experiência curricular na escola campesina E.M.E.F Carlos Marighella, a partir das Prática docente de Educadores Educação do Campo no período de 2019 a 2020. A referida escola é uma instituição que vem desenvolvendo uma metodologia pedagógica pensada e articulada para atender a demanda especifica da comunidade 26 de Março, município de Marabá/PA. Buscou-se com essa pesquisa entender o diálogo entre os saberes escolares e os saberes dos agricultores a fim de identificar uma proposta pedagógica que potencializa a atuação político-social no campo e para além dele com vistas a formação humana. Partiu-se do entendimento de que a proposta da escola possui um currículo baseado na concepção de Educação do Campo, portanto na prática discursiva, pensada e construída com significação e sentidos, a fim de produzir uma proposta comprometida com a construção do conhecimento ético-crítico que perpassa pela compreensão e valorização da identidade cultural dos sujeitos do campo, onde o conhecimento cientifico tem contribuído com a transformação sócio histórica. A metodologia de análise foi o Materialismo Histórico Dialético, no qual possui como premissa a necessidade de se buscar compreender e explicar os fenômenos investigados tais quais eles verdadeiramente são, na realidade concreta de investigação que permite analisar situações pedagógicas por meio da abordagem qualitativa. Como resultado do estudo identificamos que a escola e comunidade anseiam por uma educação de qualidade, porém existem limitações que dificultam a execução da proposta idealizada por eles. Indica-se, portanto que a escola precisa ser valorizada pelo poder público, enquanto espaço de construção do conhecimento pensada e organizada por sujeitos que não apostam no modelo oficial de currículo, mas num currículo que parte da valorização das histórias de vida, dos saberes culturais, das suas relações com o trabalho, despertando-os para uma leitura de mundo e para construção de novos sujeitos políticos e sociais sintonizados com a sua territorialidade e identidade cultural.

  • CONCEICAO PEREIRA DUARTE
  • NARRATIVAS DE PROFESSORAS RIBEIRINHAS ACERCA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM SUAS PRÁTICAS EDUCATIVAS: UM ESTUDO NA ESCOLA SÃO JOÃO BATISTA NA COMUNIDADE DE CAMPOMPEMA NO MUNICÍPIO DE ABAETETUBA/PARÁ

  • Data: 28/10/2021
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  • A presente pesquisa intitulada Narrativas de professoras ribeirinhas acerca da educação ambiental em suas práticas educativas: um estudo na Escola São João Batista na Comunidade de Campompema no município de Abaetetuba/Pará parte das experiências vivenciadas pelas professoras egressas do curso de Pedagogia das Águas nas suas práticas educativas. O lócus da pesquisa foi a Escola São João Batista, que se localiza na comunidade ribeirinha de Campompema no Município de Abaetetuba e neste estudo buscamos dialogar sobre os desafios com os quais as professoras lidam em suas práticas diárias. O trabalho tem como objetivo analisar, por meio de narrativas de professoras ribeirinhas, as práticas educativas desenvolvidas na perspectiva da educação ambiental. Procuramos identificar nessas práticas as concepções das professoras acerca da educação ambiental e o que a formação no Curso de Pedagogia das águas contribuiu para uma prática educativa inovadora e sintonizada com as especificidades culturais ribeirinhas. Participaram da pesquisa 5 (cinco) professoras que aceitaram o desafio de narrar sobre suas práticas. O acesso a Ilha de Campompema se dá somente via fluvial, mais precisamente por um pequeno barco chamado “rabeta”. Visitamos a escola São João Batista para o encontro com as professoras e toda a equipe da escola por várias vezes. O Curso de Pedagogia das Águas foi ofertado pelo Campus Universitário de Abaetetuba e vinculado ao Programa Nacional de Educação e Reforma Agrária-PRONERA, patrocinado pelo INCRA e atendeu exclusivamente ribeirinhos assentados nas ilhas do entorno de Abaetetuba. O Campus de Abaetetuba foi escolhido por concentrar uma parte significativa de mais de 70 ilhas em seu entorno. A metodologia do trabalho baseada em abordagem qualitativa foi fundamentada a partir de narrativas que foram coletadas por meio de entrevistas. Os resultados do estudo apontaram para a relevância de uma prática educativa planejada a partir de uma avaliação diagnóstica, processual e contínua; pautada por relações afetivas entre professoras, alunos, famílias; e apoiadas por condições institucionais nem sempre favoráveis à permanente reflexão individual e coletiva. Quanto às práticas educativas em Educação Ambiental, as narrativas revelaram que as ações se deram individualmente e esporadicamente de acordo com o olhar de cada professora e suas concepções acerca do assunto. As narrativas ainda sinalizaram a importância e a urgência de investimentos na formação continuada das docentes como política prioritária para se alcançar a qualidade almejada na educação pública brasileira

  • MAX SILVA DO ESPIRITO SANTO
  • O MUNDO AGRO-PECUÁRIO E DO VAQUEIRO NO ROMANCE MARAJÓ (1947), DE DALCÍDIO JURANDIR

  • Data: 11/10/2021
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  • Esta pesquisa tem por objetivo analisar o mundo agropecuário e do vaqueiro representados no romance Marajó (1947), de Dalcídio Jurandir. O foco principal da análise repousa nas personagens dos vaqueiros Gaçaba, Ramiro e Parafuso. Busca-se, ainda, compreender a questão histórica que versa sobre a implantação da agropecuária no Pará e no Marajó e, desde então, a necessidade do personagem responsável pela lida com o gado, neste caso, o vaqueiro. Os primeiros vaqueiros, em Marajó, foram os índios Aruã e, mais tarde, seus descendentes miscigenados. Atualmente, o vaqueiro marajoara é resultado da miscigenação do branco com os negros escravos oriundos do continente africano. Intenta-se responder de que forma o mundo agropecuário, com o vaqueiro inserido neste mundo, consta representado na ficção dalcidiana. O estudo é de natureza bibliográfica, sendo, neste caso, aplicada a abordagem qualitativa. Para a análise das personagens, utiliza-se o romance Marajó (1947), de Dalcídio Jurandir; Salles (1998). Analisam-se, além dos vaqueiros acima citados, as personagens do Coronel Coutinho e os conflitos existentes com o filho Missunga. Analisa-se, ainda, a personagem Orminda. Estes últimos, por sua relação com os vaqueiros e por serem utilizados pelo romancista como elo entre os latifundiários e os vaqueiros. Na análise narratológica, usam-se os preceitos de Narratologia de Schmid (2014). Na discussão sobre o vaqueiro no Pará e Marajó, a pesquisa repousa na bibliografia de Lisboa (2012), Feio Junior (2004), Acatauassu (1998), Pombo (2014), Fares (2017) e Gallo (1981). Na discussão sobre a agropecuária paraense, buscam-se os estudos da FAPESPA (2017), de Costa (2017) e Lau (2006).

  • SAMARA BORGES DE SOUZA
  • Uso de drogas psicotrópicas entre adolescentes: prevalências, fatores de risco e estratégias para prevenção no município de Soure, Pará, norte do Brasil.

  • Data: 13/09/2021
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  • O uso abusivo de drogas psicotrópicas é um dos fatores que limitam o desenvolvimento saudável do ser humano, tanto no âmbito físico quanto psicossocial. A adolescência é uma fase na vida humana que envolve a passagem da infância supervisionada para a vida adulta independente. Nessa fase, o indivíduo passa por várias mudanças e pode se envolver em situações, as quais podem expor ou potencializar condutas de risco à saúde dos adolescentes como, uso de álcool, tabaco e maconha. No norte do Brasil, o cenário epidemiológico sobre uso de drogas psicotrópicas ainda é pouco conhecido, principalmente no arquipélago do Marajó, uma área que concentra muitos municípios com índice desenvolvimento humano baixo e muito baixo. Desse modo, este estudo identificou importantes informações epidemiológicas sobre uso de drogas psicotrópicas (álcool, tabaco e maconha) entre adolescentes estudantes no município de Soure, Pará, norte do Brasil, assim como detectou e indicou estratégia para prevenção ao uso de drogas psicotrópicas a ser utilizada no ambiente escolar. O presente estudo transversal, de natureza quantitativa e amostragem por conveniência (não-probabilística), foi composto de dados fornecidos por adolescentes, frequentadores de turmas do ensino médio em escolas públicas do município de Soure. Por meio de formulário de autopreenchimento, anônimo, foram obtidas informações relacionadas ao desempenho escolar, as características demográficas, condições socioeconômicas e relacionadas ao uso de drogas psicotrópicas (álcool, tabaco e maconha). As prevalências de uso na vida (experimentação) e de uso frequente (nos últimos 30 dias) foram estimadas. Por meio de estatística descritiva e analítica, os fatores associados ao uso na vida e ao uso frequente de drogas psicotrópicas foram identificados. No total, 736 adolescentes estudantes participaram deste estudo. As prevalências de uso na vida (experimentação) de maconha, álcool e tabaco foram 17,7%, 51,1% e 32,3%, respectivamente. As prevalências de uso frequente (últimos 30 dias) foram 7,1%, 22,6% e 19,0%, respectivamente. Diversos fatores foram associados ao uso na vida e uso frequente de drogas psicotrópicas. A influência de pais e de amigos para experimentação ou uso frequente de drogas foi um fator relevante registrado em todos os modelos estatísticos. A maioria dos adolescentes nunca participou de alguma atividade para prevenção ao uso de drogas psicotrópicas na escola. Dentre os poucos adolescentes que participaram de atividade preventiva, a palestra foi a única ação vivenciada. Em suma, elevadas prevalências de uso drogas psicotrópicas (álcool, tabaco e maconha) foram detectadas. Medidas de controle e prevenção, de promoção de saúde em geral, são necessárias e devem estar disponíveis para adolescentes, suas famílias e amigos no município paraense de Soure.

  • ANDRE LUIZ SILVA DANTAS
  • Dois hinos nacionais brasileiros em libras: transpassaporte e transbandeira

  • Data: 10/09/2021
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  • Esta pesquisa objetivou analisar dois Hinos Nacionais Brasileiro em Língua Brasileira de Sinais- Libras, o Hino Nacional de Cleber Couto (2002) e o Hino Nacional de Rimar Segala (2007) como ferramentas de transformação política e retratos das mudanças das representações de nação brasileira, identidade brasileira e identidade surda brasileira. Essas duas obras literárias são abordadas do ponto de vista dos estudos da tradução em sua vertente pós-estruturalista (BASSNETT, 2003; VENUTI, 2019) e da teoria de tradução poética como transcriação (CAMPOS, 2015) com a perspectiva da tradução como metonímia (AGORNI, 2007; TYMOCKZKO, 2014). O estudo teve como foco os discursos políticos em relação a identidade nacional e a comunidade imaginada (ANDERSON, 2008; HALL, 2006) nas duas canções e sua relação com os contextos socioculturais pós-coloniais da comunidade surda (LANE, 1992; LADD, 2003; PERLIN, 2003). Foram considerados aspectos linguísticos, tradutórios e literários das obras pesquisadas. O método aplicado foi de historiografia de tradução (PAGANO, 2001), especificamente o método do localismo (AGORNI, 2007; TYMOCKZKO, 2014), abrangendo a contextualização das obras dentro do cenário da literatura surda (PETERS, 2000; SUTTON-SPENCE & QUADROS, 2006; MOURÃO, 2011, 2016; SUTTON-SPENCE & KANEKO, 2016) e literatura surda pós-colonial (CHRISTIE & WILKINS, 2007), além da análise textual do conteúdo de canções traduzidas da língua portuguesa para a Libras (RIGO, 2013), sendo observados diversos elementos tradutórios (AUBERT, 1998; RIGO, 2013; NICOLOSO, 2015) linguísticos e estilísticos dos textos literários em Libras (CASTRO, 2012; MACHADO, 2013). Foram realizadas transcrições no programa de computador ELAN e análise do discurso baseado na teoria colonial e pós-colonial do discurso (MILLS, 1997), e em teorias dos Estudos da Tradução e dos Estudos Surdos (STROBEL, 2008; STROBEL; PERLIN, 2014). Como resultado, traçamos o perfil de cada uma das canções sinalizadas em relação a situação pós-colonial da comunidade surda brasileira na primeira década dos anos 2000 e às normas surdas de tradução (STONE, 2009; 2020) que fundamentam essas produções, denominando o primeiro perfil Transpassaporte e o segundo Transbandeira, e descrevemos um elemento relevante comum as duas obras, que denominamos Transclownica.

     
  • ANTONIO VANDELSON DE OLIVEIRA SANTOS
  • DO BARRO AO VASO: O SABER-FAZER TRADICIONAL E A MODERNIDADE TECNOLÓGICA NA PRODUÇÃO DO ARTESANATO DA FAZENDINHA EM BRAGANÇA-PA

  • Data: 05/08/2021
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  • Esta dissertação analisa o saber-fazer da tradição ceramista e as mudanças socioculturais e econômicas derivadas da modernidade tecnológica na produção do vaso de barro da Fazendinha, em Bragança, Pará, Brasil. Ressalta-se que esse artefato desenvolvido em pequena escala, incialmente, toma espaço e passa a exercer o papel de protagonista em meio as mudanças do mundo globalizado. A pesquisa se pauta em uma abordagem qualitativa, tendo como método estudo de caso, utilizando-se como técnicas de pesquisa um roteiro de entrevista semiaberta, a observação participante e o uso de imagens para análise dos dados. Como resultados, observou-se que os artefatos cerâmicos vêm se ressignificando em um movimento constante de transformação diante da modernidade tecnológica, misturando originalidade com atualidade, a fim de possibilitar a continuidade desses produtos no mercado. Entende-se que tal processo é resultado do mundo globalizado e das interações e comunicações que movimentam aquela comunidade, tal como a chegada da energia elétrica, capacitações realizadas e o uso da internet.

  • JOÃO PLÍNIO FERREIRA DE QUADROS
  • REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SOBRE AGRICULTURA FAMILIAR E AS IMPLICAÇÕES NOS MODOS DE VIDA E PRODUÇÃO DO AGRICULTOR BRAGANTINO, NORDESTE PARANESE

  • Data: 02/08/2021
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  • O presente estudo analisa o processo de construção das representações sociais dos agricultores, sobre agricultura familiar e as implicações nos modos de vida e produção em Bragança, nordeste paraense. A pesquisa tem como referencial teórico metodológico a Teoria das Representações Sociais (TRS), no campo processual de Jodelet (2001) e Serge Moscovici (1978). Para alcançar as representações propostas nesse estudo seguimos os suportes indicativos de Jodelet (2001), sintetizados nas seguintes formulações: Quem sabe? O que sabe? e Quais efeitos? Estes suportes fomentaram as dimensões e estruturas do campo de análise do presente estudo. Assim, para atender os objetivos propostos, a coleta dos dados desenvolveu-se em duas etapas: levantamento documental (realizado na Cúria Diocesana de Bragança e no escritório da Cáritas Diocesana de Bragança) e entrevista semiestruturada com 10 agricultores familiares da Feira do Agricultor Familiar de Bragança-PA. Dentro da estrutura analítica de Jodelet, para identificar as objetivações e ancoragens extraídas das falas dos sujeitos e dos documentos analisados, foi utilizado a análise do discurso à luz dos conceitos de Lefebvre e Lefebvre. Os resultados possibilitam aferir que esses sujeitos construíram sua identidade enquanto agricultor familiar por meio dos seguintes processos: transmissões geracionais, segmento profissional, processos formativos institucionalizados (formal e informal) e lugar de comercialização. Eles representam a agricultura familiar como trabalho constituído, exclusivamente, pelos próprios membros da família. Dentro do contexto bragantino, ainda utilizam-se da força humana para labutar, baixa complexidade tecnológica, demandam por políticas públicas e assistência efetiva. Eles também representam a agricultura familiar como prática que garante a manutenção de suas progênies e dos recursos naturais. Paralelamente, as imagens e o sentido constituídos por estes sujeitos legitimaram atitudes nos seus modos de produção como: retirar da natureza, primeiramente, recursos para sobrevivência familiar e, consequentemente, o da comercialização, evitando o desperdício; plantar sem a utilização de agrotóxicos e criar animais sem o uso de produtos químicos. Em relação ao modo de vida, o trabalho é visto como prazeroso, pois possuem autonomia, trabalham em meio à natureza e gerenciam o tempo de trabalho, do mesmo modo que plantam, colhem, consomem e vendem produtos orgânicos produzidos por eles próprios, o que proporciona cuidado e valorização da vida.

  • HEYDEJANE DA SILVA E SILVA NOGUEIRA
  • O Entre-lugar da poesia de Adalcinda Camarão

  • Data: 19/07/2021
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  • Esta dissertação possui como foco a Literatura Comparada e algumas de suas vertentes de análise, haja vista, serem estas bastante diversificadas. A vertente escolhida para realizar o estudo é o estrangeirismo, cujo intuito é explicar a ocorrência de vocábulos estrangeiros em produções literárias. Como objetivo principal buscou-se investigar e relatar a ocorrência do estrangeirismo literário nos poemas de Adalcinda Camarão, bem como, possíveis motivos para a autora optar por escrever utilizando duas línguas – português e inglês – ou inteiramente em inglês. E, como objetivos específicos, o estudo visa explorar sobre a vida e as obras da autora a fim de encontrar características para explicar a mesclagem de idiomas nos poemas; discutir teorias sobre questões culturais que busquem explicar quais fenômenos relacionam-se aos acontecimentos em sua vida no Entre-lugar, Brasil e Estados Unidos, e selecionar e analisar 8 de seus poemas. O método utilizado para a realização da pesquisa é o comparatista, por meio deste método o pesquisador vai para além da obra e investiga a vida do autor no intuito de obter respostas para tentar explicar ocorrências em suas obras literárias. A pesquisa apresenta diversas teorias que serviram de embasamento; Hibridismo cultural, transculturação, poética, identidade, memória, tradução cultural entre outros. Os aportes teóricos utilizados nesta pesquisa foram Brunel e Chevrel (2004), Machado e Pageaux (199), Carvalhal (201), Young (2005/1995), Bauman (2003), Halbwachs (2006) e muitos outros.

  • MARIA GENAILZE DE OLIVEIRA RIBEIRO CHAVES
  • A TORTURA REPRESENTADA NOS CONTOS O FATO COMPLETO DE LUCAS MATESSO, DE LUANDINO VIEIRA, E O LEITE EM PÓ DA BONDADE HUMANA, DE HAROLDO MARANHÃO

  • Data: 16/06/2021
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  • O presente trabalho trata-se de uma análise comparativista dos contos O fato completo de Lucas Matesso (1997) de José Luandino Vieira e O Leite em Pó da Bondade Humana (1983) de Haroldo Maranhão. Ao ler os contos percebe-se que ambos apresentam em comum a temática da tortura e o corpo torturado em acontecimentos históricos e sociais ocorridos no período ditatorial do Brasil e da Angola, os quais são marcados pela violência de Estado. Nesse sentido, o objetivo da pesquisa é analisar a temática da tortura, considerando a situação do corpo torturado e sua condição física e psicológica, bem como a relação entre as obras. Para isso, fazse necessário compreender a ditadura militar no Brasil e na Angola, a relação entre a vida dos autores, assim como a literatura de resistência. A pesquisa, para se efetuar de maneira eficaz, faz uma abordagem de caráter qualitativo, utiliza de estudos bibliográficos desenvolvidos a partir do método da Literatura Comparada. Diante disso, o trabalho encontra-se dividido em sete seções como opção para organizar as discussões. Ela encontra-se pautada em aportes teóricos de Laban (1980), Arns (1987), Candido (2000), Bosi (2002), Subirats (2006), Carvalhal (2006), Pires (2007), Seligmann-Silva (2008) e Bakhtin (2012).

  • LUIZ CARLOS CRUZ CUNHA
  • PRÁTICAS ALIMENTARES E FABRICAÇÃO DO CORPO NO RITUAL DA FESTA DA MOÇA NA ALDEIA YTAPUTYR DA TERRA INDÍGENA ALTO RIO GUAMÁ

  • Data: 17/05/2021
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  • Esta pesquisa aborda as práticas alimentares e a fabricação do corpo no ritual da Festa da Moça
    na Aldeia Ytaputyr, da Terra Indígena Alto Rio Guamá. O rito constitui-se de um conjunto de
    práticas culturais imbricado de simbologias e códigos que unificam corpo e espírito com
    especial destaque para as moças que assumem o protagonismo no evento. As iniciadas e
    iniciados são submetidos a procedimentos intencionais de manipulação, uso e consumo de
    alimentos necessários à construção e afirmação de uma nova identidade, a partir da
    subordinação de regras, interditos e tabus ao longo das fases rituais. Os corpos são atravessados
    por lógicas cosmológicas fundamentadas na tradição ancestral e respeito a animais e vegetais
    coletados da floresta para fazer remédios/purang. O porco queixada, o macaco guariba, o
    mutum, o inambu, a fibra do tawari e o jenipapo atuam física e espiritualmente sobre a
    fabricação corporal das meninas e meninos em concordância com os escritos de Levi-Strauss
    (1964; 1968) e Rodrigues (1979). O objetivo é analisar como as práticas alimentares
    determinam a fabricação do corpo no Ritual da Festa do Moqueado na Aldeia Ytaputyr. Para
    tanto, a pesquisa segue a perspectiva etnográfica alinhada aos escritos de Collier Jr (1973) e
    Achutti (1997) como aporte metodológico relacionado a conceitos da antropologia visual para
    visibilizar imageticamente partes do rito colhidos por meio da observação participante em
    conformidade com a etnometodologia. Constatamos que a Festa da Moça ou Festa do
    Moqueado, conserva suas forças místicas a cada edição realizada e instiga concepções
    antropológicas variadas pela riqueza simbólica e pontos de vistas analíticos que se harmonizam
    e se opõem pela multiplicidade de significados embutidos em cada ato executado na ramada.

  • ANTONIO MAGNO GOMES DO LIVRAMENTO
  • APOÉTICA ORGÂNICA DA PEÇA FATOS E LENDAS CHAMADOS QUINTINO, DO GRUPO DE TEATRO MAMBEMBE

  • Data: 13/05/2021
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  • Esta pesquisa tem como objeto a poética da Peça Fatos e Lendas Chamados Quintino. Poética no sentido da técnica, da ação intencional do autor com a matéria, cuja práxis sócio criativa transforma o signo linguístico em uma obra de arte. Problematiza-se na busca por saber de que forma as matrizes formadoras na luta pela terra se fazem intrínsecas a esse texto narrativo do gênero Teatro. Sustentada pelo materialismo histórico-dialético, parte de contradições como campesinato x latifúndio, colonialidade x decolonialidade. De forma qualitativa se analisa como essas questões são injetadas nas veias sócio naturais, transculturais e cronotópicas da poética da Peça Fatos e Lendas Chamados Quintino que se posiciona como uma linguagem resistente aos discursos dominantes que disfarçam as violências capitalistas. Logo, sua raiz arte educativa se firma no campo da Pedagogia do Movimento Sem Terra que consiste em compreender as tensões que nos condicionam como trabalhadores oprimidos e enfrentá-las se (re)construindo como sujeitos pertencidos da história, da cultura, da política, numa coletividade em que o ser humano se forma, transformando-se ao transformar o mundo. Portanto, tem-se o objetivo de caracterizar a poética da Peça Fatos e Lendas Chamados Quintino do Grupo Mambembe, aliada ao MST na luta pela terra, a partir do autor da Peça, da temática, dos sujeitos coletivos nos quais se materializa o processo criativo. Os dados referentes ao Grupo Mambembe foram acessados por meio de observação participante, que me permitiu visão microscópica, e de entrevistas focalizadas com os ex-diretores Antonio Moura, Nonato Albuquerque e Hermógenes Gomes, enunciadores dos dados históricos sobre o Mambembe; Grupo de teatro com mais de vinte anos de existência em Santa Luzia do Pará, compreendido também por meio de documentos jornalísticos, imagens, memórias. O fluxo analítico das vozes dos interlocutores e das multi-vozes mimetizadas na Peça se balizou, principalmente, nos estudos bakhtinianos e brechtianos em que se consolidam os fundamentos dialógicos da arte-discurso-sociedade. A pesquisa acende os alertas dos conhecimentos culturais ao tocar nas concepções sobre a poética do imaginário amazônico. Assim, constata-se que a teia biossocial que forja o militante-poeta Magno justifica os fins, os meios e as ideologias que amamentam sua poética amazônica/quintinista na Peça Fatos e Lendas Chamados Quintino.

  • DEYVERSON LUENER DE OLIVEIRA FERREIRA
  • CRIANÇAS E O TRABALHO NA CASA DA FARINHA NA COMUNIDADE DO QUILOMBO DO AMÉRICA DA AMAZÔNIA BRAGANTINA

  • Data: 11/05/2021
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  • A presente pesquisa foi desenvolvida na Comunidade Quilombola do América, situada no Município de Bragança, no Estado do Pará. O estudo parte do questionamento que está ligado a quais são os elementos enfatizados pelas discursividades das crianças no Quilombo do América sobre o aspecto do trabalho na produção da farinha, bem como elas compreendem essa atividade. Objetivou-se analisar as discursividades de crianças a respeito do trabalho na produção da farinha de mandioca no Quilombo do América na Amazônia bragantina. Com esse propósito, a pesquisa realizou-se pelo método de estudo com base no materialismo histórico e dialético, com ênfase na abordagem qualitativa, fundamentando-se em analisar e entender os objetos interligados aos fenômenos estudados em ampla dimensão. Utilizou-se como técnicas de pesquisa para a geração de dados, a observação participante, técnica de painel e a roda de conversa e os instrumentos usados para dar suporte ao procedimento do estudo foram o diário de campo, roteiro de perguntas, celular smartphone para gravação dos áudios e para captação de imagens, além de materiais didáticos pedagógicos. Para análise dos dados gerados na esfera/campo das relações dialógicas com as crianças, o estudo foi orientados pelos parâmetros da análise dialógica do discurso de base teórica do círculo de Bakhtin, com foco nos elementos constitutivos do discurso que marcam a discursivização. Para a geração dos dados, análise das práticas discursivas das crianças que emergiram de enunciações concretas no espaço do América sendo ressignificadas de alguma forma esse contexto social. as crianças participam das atividades do trabalho da produção da farinha de mandioca, sendo uma participação educativa e do brincar. A interação dialógicas das crianças manifestam discursividades de caráter educativo no envolvimento da cultura do adulto de aprender atividade da produção da farinha, o brincar se concretiza pela presença delas nos espaços, observando, brincando com massa, a peneira e o tipiti, sendo expectadoras. Constata-se que nas discursividades das crianças há a reprodução do conhecimento dos saberes tradicionais no trabalho da produção da farinha, sendo estes valorizados por elas. Outro ponto relevante nas análises é a forma em que o trabalho da produção da farinha é praticado na comunidade, ele tem como princípio educativo, a construção de aprendizagens, além de uma interação cultural e social das crianças. O trabalho na produção da farinha de mandioca apresenta na realidade do Quilombo do América uma condição de emancipação, por ser uma atividade criativa e organizadora dos modos de vida, sendo usufruído por todos, inclusive pelas crianças. Conclui-se, portanto que o trabalho dos adultos na casa da farinha representa para as crianças uma atividade valorosa na subsistência da Comunidade Quilombola.

  • DANIEL GOMES DE SOUSA
  • DOS SABERES LOCAIS DE PESCADORES DE CARANGUEJO-UÇÁ (UCIDES CORDATUS - LINNAEUS, 1763) AO MANGUEZAL: A RESEX-MAR DE TRACUATEUA-PA, COSTA AMAZÔNICA BRASILEIRA

  • Data: 29/04/2021
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  • O presente estudo traz à luz da discussão os saberes ecológicos locais dos pescadores de caranguejo-uçá (Ucides cordatus) na Reserva Extrativista Marinha (RESEX–Mar) de Tracuateua, nordeste do Pará, costa amazônica brasileira. Houveram motivações fortes para essa temática, primeiro porque sou integrante desse espaço e, por certo, possuo o sentimento de pertença a esse território, a esses povos e a esses recursos, e, por segundo, o melhor aprofundamento destas questões na região traz à tona as formas, os saberes, práticas produtivas e produção do caranguejo. Objetivou-se compreender esses saberes dos pescadores e suas relações com o ecossistema manguezal no processo de apropriação e uso dos recursos naturais na RESEX–Mar de Tracuateua. Nesse sentindo, emergiu a seguinte pergunta: em que medida os saberes ecológicos locais dos pescadores de caranguejo-uçá mantêm sua relação como o ambiente manguezal na RESEX-Mar de Tracuateua? A principal abordagem metodológica de pesquisa é a qualitativa e suas correlações à quantitativa, onde as técnicas e instrumentos estiveram alicerçados pela entrevista e observação. Os dados foram coletados junto aos pescadores das comunidades Apicum, Salinas, Flexeira, Santo André, Mimim, Icaraú, Nanã, Pinheiro, Sessenta e Ferreira Pinto, os quais têm a pesca do caranguejo-uçá como principal prática produtiva. E posteriormente foram analisados à luz da análise de conteúdo em que as falas expressivas foram transcritas parcial ou totalmente para aferir elementos discursivos, assim como submetidas ao Software IRAMUTEQ para o cruzamento e destaque dos termos de maior audiência nas falas dos entrevistados. Os principais resultados demonstraram que existem uma relação estreita entre os pescadores, o caranguejo e o manguezal, em que suas práticas produtivas são determinadas pelos fenômenos naturais, assim como houve uma expressiva captura no período seco quando comparado ao chuvoso. Ademais, avergou-se que os saberes ecológicos são mantidos a partir das relações intergeracionais, e este perpetua-se de pai/mãe para filho/filha, de avô/avó para neto/neta e por meio de compadrio, ainda, são possuidores de saberes relacionados à ecologia do manguezal e do caranguejo. Conforme a pesquisa descrita, constatou-se que os saberes ecológicos locais estão inseridos fortemente entre os pescadores das comunidades tradicionais costeiras, o que nos permite a pensarmos na proposição de políticas públicas ambientais para o manejo, conservação e preservação dos manguezais e seus recursos na RESEX-Mar.

  • JOSE DIAS SANTANA
  • AS RELAÇÕES SOCIAIS DE GÊNERO NAS ATIVIDADES AGROEXTRATIVISTAS: O QUE É DE HOMEM E O QUE É DE MULHER NO CONTEXTO DE VILA QUE ERA, BRAGANÇA-PA

  • Data: 22/04/2021
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  • O presente estudo objetivou compreender as relações instituídas do gênero com o território de Vila Que Era, Bragança-Pa, nas atividades de trabalho locais, evidenciando os lugares de gêneros e suas contribuições na organização social da comunidade, as atividades de trabalho mais valoradas na comunidade e sua relação com esses os lugares a partir da cultura e das relações de poder, instituídas entre o grupo e também com grupos vizinhos. O processo metodológico se debruçou em uma abordagem qualitativa com técnicas de pesquisa bibliográfica, entrevistas, observações, além de grupo focal, utilizando os instrumentos como roteiros com perguntas semiestruturadas, diário de campo e registros fotográficos. A amostragem contou com a participação de moradores e moradoras da comunidade a partir da técnica de bola de neve (snowball), totalizando 23 (vinte e três) colaboradores; os dados foram analisados, considerando o conteúdo das entrevistas em que se destaca a utilização do software IRAMUTEQ, além das observações e diários de campo. Como resultados principais, é evidente, nesse território, a complementariedade entre as atividades da Pesca artesanal, da agricultura e do artesanato, gestada pela reprodução dos lugares de gêneros a partir da divisão sexual do trabalho, atravessada por elementos de poder e pela desvalorização do trabalho das mulheres, contudo, há estratégias de resistências. O contexto pesquisado, atualmente, apresenta-se numa dinâmica em que o território e o trabalho estão permeados pelos regimes das marés, relações de parentesco, de geração, consensos e conflitos, entre outros elementos que compõe as relações sociais de humanos entre si e com a natureza. Os resultados apontam organizações de trabalho que, historicamente, diferenciam o masculino e o feminino cuja fluidez, em alguns espaços, foi observada sem equidade de homens e mulheres nas principais atividades; as mulheres inseridas nessas organizações mostram uma prática produtiva identitária que questiona o lugar, historicamente, imposto para elas nas comunidades tradicionais da Amazônia. É a partir do artesanato que as mulheres constroem suas teias de resistências frente ao poder imposto.

  • ELLEN ALINE DA SILVA DE SOUSA
  • IMAGEM & PALAVRA: A infância marginalizada em Castanha do Pará

  • Data: 13/04/2021
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  • A presente pesquisa tem por objetivo analisar a categoria da infância marginalizada na
    Amazônia paraense por meio da graphic novel intitulada Castanha do Pará (2018), de Gidalti
    Moura Jr., sob o viés metodológico da Literatura Comparada. A narrativa é inspirada no conto
    Adolescendo solar (2009) e narra o cotidiano de Castanha, um menino descrito com uma
    cabeça de urubu que vive na feira do Ver-o-Peso nos anos de 1990, na cidade de Belém do
    Pará. O aporte teórico desta pesquisa está baseado nos conceitos de infâncias, desvio,
    zoomorfização, e dialoga com outras narrativas que tematizam a infância em situação de rua,
    sendo elas: Capitães da Areia (2009); Infância dos Mortos (1988); Moleques de rua: as
    aventuras de João Pão, um menor abandonado (1994); Adolescendo Solar (2009); e Um
    menino chamado Raddysson (2014). A análise contém três subdivisões: Infâncias e o Ver-o-
    Peso, dedicada à relação do menino com o espaço da feira; Infâncias desviantes, a qual
    discute sobre a marginalização e a imaginação do menino; e Infâncias animalizadas, que se
    refere à zoomorfização da personagem e à figura do urubu como elemento de caracterização
    de Castanha e do Ver-o-Peso. Nesse sentido, trata-se de um estudo da Literatura Brasileira e
    da Infância, que visa as narrativas da Amazônia paraense, tem como caráter inovador a
    análise de um texto híbrido, cujo visual e o verbal se conversam e concretizam enquanto
    linguagem intermidiática. Desta forma, por meio de diálogos intertextuais e interdisciplinares,
    é possível compreender a intersecção da infância desviante em diferentes narrativas, bem
    como ressalta as particularidades das infâncias no contexto amazônico.

  • ADRIANE BEATRIZ LIMA DE SOUZA
  • UM ESTUDO ETNOLINGUÍSTICO DOS ARTEFATOS CULTURAIS DA COMUNIDADE TRADICIONAL QUILOMBOLA DE JURUSSACA, TRACUATEUA, PA


  • Data: 06/04/2021
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  • O trabalho Um estudo etnolinguístico dos artefatos culturais da Comunidade Tradicional Quilombola de Jurussaca, Tracuateua, PAtem como objetivo estudar a etnolinguística dos artefatos culturais na comunidade quilombola de Jurussaca, como manutenção da identidade linguística-cultural. Especificamente, intui descrever os aspectos identitários a partir da relação entre língua, cultura e sociedade, identificar os termos usados nos diálogos entre os comunitários de Jurussaca, elaborar um glossário etnolinguístico dos artefatos culturais. Para o alcance desses objetivos, elaborou-se uma estrutura teórico-metodológica dividida em uma perspectiva mais ampla, que trata de uma pesquisa qualitativa de cunho etnográfico, e em um viés mais específico, compreendendo as etapas para realização de uma pesquisa socioterminológica para elaboração do glossário. A construção desta pesquisa parte da questão-problema: como a etnolinguística influencia no processo de manutenção da cultura da língua através dos artefatos culturais na Comunidade Tradicional Quilombola de Jurussaca? Como aporte teórico, tem-se como autores nucleares: Barreto (2010) na área de Etnolinguística, Faulstich (1994, 1995) para elaboração do glossário, Edna Castro e Rosa Acevedo (1999) para saberes quilombolas e Silva (2014) no que tange a compreensão da história de formação de Jurussaca. Nesse cerne, refletir sobre língua e cultura é pensar na sociedade e, também, em ação e mudanças, pensar nas relações entre pessoas, considerando o grupo e a história de um povo. Diante disso, apresenta-se como resultado um glossário etnolinguístico de com noventa termos, incluindo as entradas e as remissivas, dos artefatos culturais de Jurussaca presentes nas áreas: práticas produtivas, manifestações religiosas, manifestações artísticas e sociais, lazer, saúde e educação. Logo, esta pesquisa atuou como mecanismo de documentação da oralidade amazônica quilombola e considera que os sujeitos, através da língua, perpetuam suas práticas identitárias de construção cultural, econômica, política, territorial e social.

  • GISELLE DA SILVA SILVA
  • AS PRÁTICAS PRODUTIVAS AMBIENTAIS EM COMUNIDADES COSTEIRAS, NORDESTE DO PARÁ, AMAZÔNIA BRASILEIRA

  • Data: 26/03/2021
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  • O presente estudo “As práticas produtivas ambientais em comunidades costeiras, nordeste do Pará, Amazônia brasileira”, objetivou investigar as práticas dessas comunidades, situadas no entorno e dentro da Reserva Extrativista Marinha de Tracuateua e de Araí-Peroba, Tracuateua e Augusto Corrêa, respectivamente; e ainda identificar essas práticas desenvolvidas nas comunidades, assim como descrevê-las em uma relação direta com os saberes tradicionais e refletir sobre as formas de transmissão das famílias para as gerações. A problemática foi abordada pelas seguintes perguntas: as famílias das comunidades tradicionais costeiras mantiveram ou modificaram os seus saberes das práticas produtivas ambientais em função dos arranjos produtivos modernizados? Em que medida os saberes tradicionais existentes nessas práticas são transmitidos e mantidos entre as gerações? Nesse sentido, a hipótese esteve alicerçada em que, embora houvesse a modernização das tecnologias de alguns apetrechos, as práticas produtivas ambientais ainda são exercidas tradicionalmente, e os saberes são transmitidos por meio das relações geracionais que ocorrem a partir do empirismo diário e são alimentados pelo sentimento de pertença e por significados simbólicos. Metodologicamente, a pesquisa ocorreu por meio das abordagens qualitativa e quantitativa, com as técnicas de observação de campo, estudo documental, entrevistas e registro fotográfico. Na coleta de dados, foram utilizados os seguintes instrumentos: roteiro com perguntas semiestruturadas, caderno de campo e registros fotográficos. A amostragem contou com a participação de 15 Agentes Comunitários de Saúde que atendem nas comunidades e de 30 famílias, considerando 3 por comunidade, faixa etária entre 26 a 66 anos, sendo 19 do gênero masculino e 11 do feminino. Salienta-se que se optou por 3 famílias devido à pandemia causada pela COVID-19, que interferiu diretamente na rotina das famílias, suscitando restrições e medidas de biossegurança, e a consequente readaptação da pesquisa. A análise dos dados ocorreu por meio da organização e tabulação gerando quadros, tabelas e gráficos, e a partir das falas dos entrevistados recebeu o tratamento dos termos linguísticos por meio do Software IRAMUTEQ. Posteriormente, aplicou-se a análise de conteúdo complementando com as anotações feitas no diário de campo. Os principais resultados alcançados apontam que nessas comunidades existem vários tipos de práticas produtivas ambientais, entre as quais, destacam-se a agricultura familiar e a pesca artesanal (peixe e caranguejo), constituídas de riquezas a partir dos saberes tradicionais, que são transmitidos pelas famílias para as novas gerações, e permeados pelos ciclos naturais, culturais e religiosos, tais como a lua, a morte de parentes e as datas religiosas. Conclusivamente o presente estudo revela que a relação do ser humano com a natureza possui sentimento de pertença alicerçado em suas identidades, em que os símbolos e significados riquíssimos são observados e respeitados, relação essa que é essencial tanto no desenvolvimento, quanto na manutenção dessas práticas.

     

     

  • GENILSON FERNANDES MONTEIRO
  • O SABER-FAZER DAS GARRAFADAS E AS PRÁTICAS DE SAÚDE DAS PROFISSIONAIS DO SEXO NO NORDESTE PARAENSE

     

  • Data: 16/03/2021
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  • O presente estudo “o saber-fazer das garrafadas e as práticas de saúde das profissionais do sexo no nordeste paraense” objetiva conhecer os saberes tradicionais empregados na produção das garrafadas usadas pelas profissionais do sexo no município de Bragança, nordeste do Pará. Ademais, correlacionar os saberes tradicionais usados no fazer as garrafas e a visão científica da ação dessas ervas medicinais na prevenção da saúde das profissionais do sexo. A questão de pesquisa suscita: Em que medida as profissionais do sexo fazem uso das garrafadas para situações preventivas e/ou curativas? Quais têm sido as principais garrafadas usadas e para quê? Quais são os saberes empregados na fabricação e manipulação dos produtos para a composição da garrafada? As garrafadas têm os componentes necessários para a prevenção e/ou curativa como acreditam os fabricantes e as usuárias? A metodologia adotada neste estudo norteia-se pela pesquisa quanti-qualitativa, com técnicas de campo e análises sensoriais em laboratório. Discute-se sobre o significado cultural das plantas com um olhar voltado para o saber fazer das garrafadas. Os resultados demonstraram que as garrafadas produzidas na localidade de Bacuriteua possuem valor identitátio e cultural, onde o saber-fazer se resguarda nos conhecimentos tradicionais daqueles fazedores, assim como as usuárias autodeclaram o uso e sua eficácia a partir dos saberes engendrados desde suas famílias por meio da transgeracionalidade

  • GEISA BRUNA DE MOURA FERREIRA
  • A FARINHA, O PEIXE E A CAÇA NOSSA DE CADA DIA NA COMUNIDADE QUILOMBOLA SÃO JOSÉ DO PATAUATEUA, MUNICÍPIO DE IRITUIA-PA

  • Data: 12/03/2021
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  • O presente estudo, “A farinha, o peixe e a caça nossa de cada dia na comunidade quilombola São José do Patauateua, município de Irituia-PA”, objetivou estudar as práticas produtivas da referida comunidade a partir do viés da territorialização, desterritorialização e reterritorialização na manutenção das identidades culturais e socioeconômicas. Ainda, identificar essas práticas e descrevê-las correlacionando ao processo de territorialidade e sua afirmação identitária, cultural e socioeconômica, assim como analisar as formas materiais e simbólicas ou sentidos e significados que os quilombolas atribuem as suas práticas produtivas no saber-fazer da farinha, na pesca e na caça. A problemática principal foi abordada pela seguinte pergunta: Em que medida tem se dado as práticas produtivas que sustentam a identidade, a resistência e os processos socioeconômicos, territoriais e culturais dos povos quilombolas do município de Irituia? As práticas produtivas desses povos sofreram mudanças ao longo dos tempos em seus territórios? Nesse sentido, elencou-se a hipótese de que os povos quilombolas do referido município mantém as suas práticas e seus processos socioeconômicos tomando com alicerce as suas identidades, suas culturas e sua territorialidade. Os procedimentos metodológicos tiveram como ponto de partida a abordagem de pesquisa qualitativa e por meio da técnica de entrevista e da observação participante, com o uso do instrumento roteiro de pesquisa com perguntas semiestruturas e diário de campo, respectivamente, os dados foram coletados e, complementarmente, fez-se o uso do registro fotográfico. A amostragem de campo ocorreu com uma comunidade e 15 pessoas, sendo 7 na faixa etária de 18 a 25 anos e 08 na faixa etária de 45 anos em diante. A análise dos dados ocorreu por meio de organização e tabulação em um quadro para aferir a similitude das respostas e, posteriormente, aplicar a análise de conteúdo e as inferências das anotações do diário de campo. Faz-se necessário o esclarecimento de que a opção por uma única comunidade ocorreu devido ao processo pandêmico vivido no mundo causado pela COVID-19, interferindo sobre maneira na rotina diária de ser humano e, por conseguinte, o estabelecimento de regras e restrição agrupamentos sociais. Os principais resultados apontam que os povos quilombolas possuem práticas produtivas tradicionais, entre as quais, o saber-fazer farinha, o saber-pescar e o saber-caçar, transversalizadas por sentidos e significados imersos por saberes culturais e identitários. Ademais, todas práticas produtivas são efetivas para o auto sustento e para a comercialização do excedente, assim como o processo da territorialidade no campo simbólico se faz presente em todas as etapas dessas práticas. Conclusivamente, o presente estudo revela que a Comunidade Quilombola do São José do Patauateua, município de Irituia-PA, mantém suas práticas produtivas e seus processos socioeconômicos, tomando como alicerce as suas identidades, culturas e sua territorialidade.

  • DRIENE DE NAZARE SILVA SAMPAIO
  • “PUZANGAS DE AMARRAÇÃO”: SABERES E SEDUÇÃO DA PROSTITUIÇÃO NA AMAZÔNIA BRAGANTINA

  • Data: 11/03/2021
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  • Este estudo trata sobre os saberes da prostituição feminina nas comunidades da península de Ajuruteua em Bragança, localizada na Região do Nordeste do Pará, sendo estudadas: a Vila do Bonifácio e Vila dos Pescadores . São analisadas as categorias de saberes, corpo e território para compreender com as profissionais do sexo articulam suas práticas sexuais nessecontexto amazônico, a partir de suas particularidades culturais, socioeconômicas, ambientais e territoriais. Avalio como as prostitutas constroem seus saberes e tecem suas redes para obter seus parceiros entre as comunidades rurais e urbanas, o modo de vida tradicional e e as maneiras e lógicas das pequenas cidades, considerando que entre esses espaços e práticas não existem barreiras estanques, mas fronteiras fluidas que se interligam. Para bem entender essas dinâmicas considero o cotidiano das mulheres como eixo condutor para   analisar  como  elas    exercem a prostituição nessas comunidades. A metodologia empregada nesta pesquisa é de cunho qualitativa, de natureza etnográfica,  a partir da observação direta de 7 mulheres prostituras, as quaisentrevistei e tive contatos esporádicos, trabalho de campo pude observá-las e entrevistá-las  de forma a identificar que a prática da prostituição entre elas mantém profundas relações com o território, com os ciclos da pesca, e é impactada pelas sazonalidades climáticas. A produção de seus corpos é também atravessada por práticas de saúde locais, que se relacionam com a produção de banhos, chás e garrafadas, por meio do uso de plantas e produtos de origem animal denominadas de puçangas, na categoria nativa, ou seja,  atrativos do amor, que numa perspectiva ética interpretei  a partir do o perspectivismo de Viveiros de Castro (1996) com capacidade de agir e interferir no campo do prazer.


     [VP1]Não irias deixar mais abrangente? continuas em Ajuruteua?

     [VP2]Não entrou Curuça, a vida do Abade?

  • SILVIANE DE CARVALHO FARIAS
  • "espirro da morte": A gripe espanhola na cidade de Bragança-Pará (1918)

  • Data: 09/03/2021
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  • Esta pesquisa investiga a chegada da gripe espanhola em Bragança do Pará, analisando as ações e estratégias acionadas pelas autoridades médicas e políticas para conter a pandemia, e as medidas paliativas e profiláticas adotadas no combate da moléstia. A pesquisa avança no sentido de contribuir para uma análise de uma parte da História da região bragantina a partir da história das doenças, região essa a qual ainda é narrada comênfase no período da Estrada de Ferro de Bragança (EBF), e que muitas vezes invisibiliza outros elementos históricos passíveis de serem investigados sob a ótica da historiografia. No intuito de responder o problema, de modo geral, buscamos analisar os impactos sociais, políticos e culturais trazidos pela pandemia da gripe espanhola e investigar os conflitos políticos gerados e agravados em decorrência da moléstia. Na sequência, discutimos como as propagandas e promessas de cura chegavam à população que, recorrentemente, valeram-se das alternativas populares para debelar o mal.

  • PAULO NILBER RIBEIRO DA COSTA
  • A RODOVIA FANTASMA: A Perimetral Norte como rodovia de integração, histórias e conflitos.

  • Data: 18/02/2021
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  • A BR-210 que ficou mais conhecida pelo nome de Perimetral Norte é uma rodovia que foi
    planejada para abranger a região setentrional norte do Brasil. Objeto principal dessa pesquisa,
    a Perimetral Norte permite entrarmos em debates em assuntos importantíssimos da realidade
    amazônica e da história do Brasil. Partindo de um contexto no qual temos o período de Ditadura
    Militar implantada no Brasil entre os anos de 1964 a 1985, temos nesse tempo um grande
    incentivo as políticas econômicas de exploração, assim como políticas sociais como a migração,
    a colonização, principalmente na década de 1970, neste cenário, o objetivo desta dissertação é
    estudar a influência da Rodovia Perimetral Norte no cenário entre 1970-1985 e relacionar seus
    impactos à história do tempo-presente, partindo assim, do uso metodológico por meios de
    jornais, revistas, documentos oficiais, entrevistas e vídeos, assim como imagens. No primeiro
    capítulo vamos perpassar sobre os objetivos da integração, assim como relacionar o papel da
    imprensa e do discurso durante o período militar. No segundo capítulo foi dedicado a entender
    o papel pensado para a Perimetral Norte em meio aos grandes projetos e as grandes rodovias
    como a Transamazônica e a Belém-Brasília, buscando elos de debates mas também de
    singularidades e no terceiro capitulo, os impactos e conflitos posteriores a tentativa de abertura
    da rodovia.

  • ANTONIA NAIANE RIBEIRO DA SILVA
  • O IMAGINÁRIO SEXUAL INFANTIL EM HAROLDO MARANHÃO E HILDA HILST

  • Data: 20/01/2021
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  • O presente trabalho visa fazer uma análise do imaginário sexual das personagens das obras Jogos Infantis (1986), de Haroldo Maranhão, e O caderno rosa de Lori Lamby (1990), de Hilda Hilst, com base em uma perspectiva comparatista, que consiste na análise da relação entre duas ou mais literaturas. Em Jogos Infantis (1986), o ponto de partida nas descrições de suas personagens é o imaginário, elas constroem estórias sexuais, que, aparentemente, são confissões a algum interlocutor sobre suas experiências sexuais, percebe-se que elas estão em uma conversa imaginária com um ouvinte imaginário. No livro O caderno rosa de Lori Lamby (1990), a personagem Lori, de oito anos, conta estórias sexuais com homens mais velhos em troca de dinheiro, são narrativas de extrema densidade resultadas do contato que teve com revistas, livros e DVDs pornográficos de seu pai. O imaginário nas obras constitui- se, então, um espaço organizado, sendo ele o próprio pensamento simbólico, um tipo de raciocínio baseado na semelhança, o que está associado com as representações individuais e até mesmo culturais. Na construção do trabalho, utilizou-se teorias da Literatura Comparada como Carvalhal (2006), Pires (2007), Pageaux e Machado (1988), no campo do simbólico imaginário cita-se Durand (1993), e nas discussões sobre as teorias da infância foram utilizados Ariès (1981) e Vygotsky (2012) e ainda sobre a sexualidade foram utilizados Freud (2002) e Foucault (1998) 

  • RAUL DA SILVEIRA SANTOS
  • AÇÕES AFIRMATIVAS NAS RESERVAS EXTRATIVISTAS (RESEX) DA COSTA AMAZÔNICA BRASILEIRA

  • Data: 20/01/2021
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  • O presente estudo tem como objetivo investigar as Políticas Públicas de Ações Afirmativas desenvolvidas para os usuários das Reservas Extrativistas Marinhas (RESEX-Mar) da Costa Amazônica Brasileira, especificamente nos municípios de Bragança, Tracuateua, Augusto Corrêa e Viseu, pertencentes ao estado do Pará. O estudo tem cunho qualitativo e se alicerça pela pesquisa de campo, por meio de questionários com perguntas semiestruturadas aplicados aos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e líderes comunitários que pertencem às RESEX’s. Salienta-se, no entanto, que houve a necessidade da reconfiguração no processo de amostragem devido a Pandemia causada pelo Novo Corona Vírus (COVID-19). Posteriormente, houve a apreciação dessas informações por meio da análise do conteúdo, valendo-se da interpretação analítica das questões pontuadas pelos sujeitos da pesquisa. Os resultados possibilitam aferir sobre questões relacionadas às políticas públicas desenvolvidas pelo Estado como o Programa Bolsa Família, Bolsa Verde, Seguro Defeso. Ademais, reverbera nas falas dos entrevistados o tema da criação das Reservas Extrativistas como uma política pública e é enfatizado o fato da implantação destas estar ligado a problemas ambientais. Outrossim, há por parte dos sujeitos o entendimento sobre a importância de políticas de ações afirmativas, além de um novo olhar sobre o meio ambiente com a chegada da RESEX-Mar, embora ainda muito fragilizada ora por parte do entendimento dos próprios usuários, ora por questões de políticas públicas efetivas às pessoas que vivem diretamente ligadas às práticas produtivas e os recursos naturais.

2020
Descrição
  • LEILA SARAIVA MOTA
  • ESTUDANTES SURDOS DO ENSINO MÉDIO DE CENTROS URBANOS: O USO DE SIGNOS EMERGENTES E AS IMPLICAÇÕES NA APRENDIZAGEM ESCOLAR

  • Data: 30/11/2020
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  • O presente estudo traz a discussão acerca das implicações das Línguas emergentes para o processo de ensino e de aprendizagem de estudantes surdos, da Educação Básica, especialmente, no enisno médio, do município de Bragança-PA. Este estudo provoca reflexões relativas às línguas minóritarias, como é o caso da Lingua brasileira de sinais, pertencente as comunidaes surdas do Brasil e a problemática levantada de que os surdos da área urbana de Bragança não possuem nas escolas, em sua maioria, intérpretes de LIBRAS e fazem uso de signos emergentes-caseiros para se comunicar na escola. Nesse cenário, lanvantou-se o problema da pesquisa: De que forma os signos emergentes utilizados na comunicação dos alunos surdos dos centros urbanos de Bragança podem implicar/influênciar na aprendizagem do ensino médio? Como objetivo geral a pesquisa se debruça em analisar os signos emergentes utilizados pelos surdos do ensino médio do centro urbano de Bragança-PA e as implicações ou influências na aprendizagem do ensino médio. Os específicos são: Identificar o perfil dos participantes surdos do centro urbano de Bragança. Mapear os sinais emergentes-caseiros utilizados com frequência pela comunidade surda do ensino médio bragantino.Apontar a partir da visão dos alunos surdos as influências ou implicações do uso de sinais emergentes-caseiros na aprendizagem escolar no ensino médio bragantino.A metodologia adotada é a abordagem qualitativa por meio da pesquisa de campo. O lócus da pesquisa foram 5 (cinco) escolas Estaduais de Ensino Fundamental e Médio e Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE)-Bragança, em que ocorre o atendimento educacional especializado ofertado para os alunos surdos da área urbana, no contra turno. Os sujeitos foram estudantes Surdos de 17 a 30 anos de idade, moradores da zona urbana de Bragança. As técnicas utilizadas nesse estudo foram o questionário semiaberto, a entrevista estruturada com uso de filmagens e videogravação. Os questionários e entrevista foram todos filmados e traduzidos para Língua brasileira de sinais, realizado em dois momentos: o primeiro de forma presencial e o segundo de forma remota. As analises deram-se por meio da descrição e interpretação e pela  análise de conteúdo semântico ou categorial, o que permitiu realizar inferências analíticas para o tratamento das discussões acerca do objeto. Os resultados apontam que o perfil dos surdos pesquisados foram a maioria dos estudantes está na faixa etária jovem, de 18 a 27 anos, 5 são do sexo feminino, e apenas 1, do sexo masculino, Todos os surdos pesquisados são solteiros. Foi possível catalogar, através do mapeamento realizado, 49 sinais existentes das Línguas emergentes usadas pelos estudantes surdos do centro urbano de Bragança e organizados nas categorias: iconicidade de Sinais emergentes-caseiros, Sinais arbitrários, Sinais compostos, verbos. Conclui-se que o uso das línguas emergentes por surdos, em comunidades urbanas, implicam em dois pontos, um positivo e um negativo, o positivo é que os Signos emergentes-caseiro é um sistema linguístico legítimo, tem valor real na cultura surda, e tem uma importância para afirmação da identidade surda, enquanto que o ponto negativo implica no impedimento do desenvolvimento da escrita dos estudantes surdos, a escrita exige uma habilidade que demanda um vocabulário mais amplo dos estudantes surdos para compreensão dos conteúdos apresentados nas salas de aulas

  • RIZIA SAMELA MARTINS FERREIRA
  • TOPONÍMIA CURUÇAENSE: NOMES DE LUGARES E SEUS CAMINHOS HISTÓRICOS

  • Data: 16/11/2020
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  • Este trabalho toma como objeto de estudo o léxico toponímico do município de Curuçá-Pa, buscando verificar de que modo a história de contato vivenciada no território teve influência na constituição e na dinâmica desse léxico no decorrer da história. Assim, discorre sobre a história de formação e origem do município de Curuçá e procede a um levantamento dos itens lexicais que constituem o vocabulário linguístico toponímico do município. Como fundamentação teórica, recorre a Biderman (2001), para subsidiar o aspecto lexical da pesquisa; Calvet (2002), Lucchesi (2009), Couto (2009) e Raso; Mello; Altenhofen (2011) para os pressupostos do contato de línguas e, Dick (1990) para o aporte teórico do estudo em toponímia. Para a identificação da procedência das palavras, lança mão de dicionários e vocabulários. A classificação e análise dos topônimos de procedência portuguesa tiveram como base Houaiss (2009) e Aurélio (2014) e os de procedência tupi, Lemos Barbosa (1951), Cunha (1924), Tibiriçá (1985) e Silveira Bueno (2013). A metodologia constituiu-se tanto de pesquisa bibliográfica quanto de um plano de coleta de dados obtidos em pesquisa de campo, utilizando a técnica de entrevistas, assim como da coleta de narrativas orais dos moradores das localidades que compõem o território curuçaense. Os entrevistados foram selecionados de acordo com variáveis sociais, como faixa etária, procedência, familiaridade e permanência na localidade. A análise dos dados, em primeiro lugar, realiza a identificação dos topônimos de acordo com sua classificação taxionômica, seguindo o modelo taxionômico de Dick (1990), identifica a procedência etimológica do topônimo e, em segundo lugar, discorre sobre a motivação toponímica a partir do testemunho dos colaboradores da pesquisa. Os resultados da pesquisa apontam para a predominância de topônimos relativos às espécies de plantas e animais, classificados como fitotopônimos e zootopônimos. Outro índice predominante no conjunto toponímico de Curuçá refere-se aos designativos de procedência tupi, indicando forte influência da língua indígena na constituição do léxico-toponímico de Curuçá, assim como evidenciando a resistência e força da língua nativa frente àssituações de contato.

  • NIOMARA DE JESUS DA SILVA SALES
  • TRADUÇÃO DO PAR LÍNGUA PORTUGUESA E LÍNGUA DE SINAIS

     DOS NOMES DE COMUNIDADES DA AMAZÔNIA BRAGANTINA

  • Data: 30/10/2020
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  • A Dissertação de Mestrado tem como objeto de estudo a tradução do par Língua Portuguesa e Língua de Sinais dos nomes de Comunidades da Amazônia bragantina. A pesquisa assume a concepção de Língua de Sinais como a forma de comunicação e expressão, com o sistema linguístico de natureza visual-motora, um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de comunidades surdas e a tradução um espaço de visibilidade social do ato de interpretação como uma prática social. A Língua Portuguesa como um campo de conhecimento da área de Letras, Linguísticas e Artes, assim linguagem como a enunciação concreta da história da/na palavra, como um sistema vivo da Libras que permite a comunicação discursiva. O problema de pesquisa investiga de que forma se manifesta a tradução do par Língua Portuguesa e Língua de Sinais pelos ouvintes e surdos na constituição dos sinais de comunidades às margens do Rio Caeté na Amazônia Bragantina? Tendo como objetivo principal analisar a forma manifestada na tradução do par Língua Portuguesa e Língua de Sinais pelos ouvintes e surdos na constituição dos sinais de comunidades às margens do Rio Caeté na Amazônia Bragantina. As Comunidades são localizadas às margens do Rio Caeté. O método da pesquisa tem base nas Ciências Humanas de cunho qualitativo por envolver fenômenos sociais relacionados às pessoas. Utilizou-se como instrumento para a geração de dados, um conjunto de instrumentos e técnicas para gerar as informações, diário de bordo para anotar informações dos sujeitos, encontros, observação participante. Participaram pessoas com surdez e ouvintes com apoio de profissionais intérpretes de Libras (surdos e ouvintes), utilizou-se recursos tecnológicos para a gravação audiovisual da tradução Libras. O método em Estudos da Tradução e os estudos das Ciências Humanas são as bases para a análise e interpretação do par Língua Portuguesa e Língua de Sinais. Os resultados apresentam os sinais das comunidades da Amazônia bragantina, o nome de lugares é traduzido de maneira icônica e arbitrária, seguindo os cincos parâmetros da Língua de Sinais. Conclui-se que os traços linguísticos, sociais e culturais das comunidades do Município de Bragança apresentam discursividades relacionadas ao colonizador português, aos fatos históricos e a história mais recente de cada lugar. Ainda, revela que muitos surdos dos territórios bragantinos não dominam a aquisição da Libras, isso mostra que as políticas públicas de inclusão da pessoa com surdez não está presente na maioria das Escolas da Amazônia bragantina, e, aponta que é necessário a inclusão social, cultura de pessoas com surdez e a inserção da Libras e do intérprete no currículo da rede municipal de Bragança-PA.

  • SANDRESON MARCELO PEREIRA DA SILVA
  • Narrativa Visual: a construção da imagem no curta ficção "Matinta"

  • Data: 15/09/2020
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  • O cinema, enquanto narrativa possui elementos universais que permeiam culturas e transmitem não somente informação, como sensações e emoções. Neste contexto o objetivo da pesquisa é compreender as técnicas do transmissor a partir da desconstrução da imagem fílmica por intermédio dos elementos visuais básicos, a psicologia das cores e análise fotográfica de Barthes, com enfoque na imagem por si. Para tanto trabalhou-se o processo de representação e tradução das formas apresentadas imageticamente, sem se fixar na subjetividade do indivíduo, no entanto sem ignora-la. A proposta trabalhou no campo da objetividade. Desta maneira o estudo se desenvolveu a partir de uma abordagem que apropriou-se da linguagem visual na perspectiva da narrativa, para analisar a performance visual do curta- metragem paraense “Matinta” produzido em 2010. O trabalho foi efetivado a partir de pesquisa bibliográfica e imagética relacionadas aos princípios da psicologia das cores de Eva Heller, Análise Fotográfica em “A câmera clara” de Roland Barthes e Narrativa Visual de Bruce Block associada a pesquisa de campo. Os dados permitiram evidenciar que a construção da imagem foi estruturada a partir dos elementos visuais básicos levando a narrativa imagética do campo local para o global, estabelecendo uma relação com símbolos universais 

  • GISLENE DA SILVA OLIVEIRA
  •  A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO NO ENSINO-APRENDIZAGEM DA LINGUAGEM ESCRITA NO 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

  • Data: 31/08/2020
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    O presente trabalho constitui-se de um estudo sobre A Produção do Conhecimento no processo de Ensino- Aprendizagem da Linguagem Escrita.  Trata-se de uma Pesquisa de abordagem qualitativa referenciada pela teoria sócio-histórico-cultural que teve como Lócus de estudo as aulas da redação de uma Turma do 9º ano do Ensino Fundamental em uma escola da rede municipal de Paragominas-PA. Conduzida pela visão interacionista fundamentada pelas concepções teóricas de Vygotsky, Bakhtin e Freire na qual a produção do conhecimento ocorre nas relações entre sujeitos em seus processos dialógicos, optou-se por construir uma metodologia que permitisse trazer ao campo pesquisa, especificamente na coleta dos dados e na própria análise, os elementos constituidores desse processo: Contextos, Sujeitos e Conhecimento Produzido.  Para tanto, a coleta dos dados foi realizada a partir de uma triangulação que envolveu observação, entrevistas semiestruturadas e produções textuais dos alunos.  Ressalta-se que o corpus de análise foi constituído a partir do próprio roteiro do diário de campo - que orientou a observação da turma, permitindo reconstruir, por meio de Cenas, as experiências vividas na turma na dinâmica do ensino-aprendizagem da língua escrita. Já as entrevistas e as produções textuais dos alunos foram usadas como forma de complementação nas análises dando voz e visibilidade aos sujeitos colaboradores da pesquisa sobre o processo vivido.  Ao total foram analisadas três Cenas nas quais se destacou o Contexto – descrição da aula; os Sujeitos e seus processos de Interações; e por último os Conhecimentos Produzidos. Essa triangulação permitiu constatar contextos nos quais as etapas de produção da escrita revelam práticas que transitam em universos contraditórios nos quais oscilam em direcionamentos para o exercício solitários e movimentos de resistência e rupturas principalmente por parte dos alunos em oposição as práticas pedagógicas que tentam limitar a autonomia e a participação emancipada dos alunos na sala de aula.  Interações direcionadas que nem sempre reconhecem a realidade de saberes, linguagens dos alunos e, interações construídas “espontaneamente” que vão para além da sala de aula em atitudes de reafirmação do pertencimento ao coletivo, de solidariedade nas afirmação do conhecimento, identidades e de estimulo para caminhar junto, não desistir e continuidade na escolarização; Produção escrita que desconsiderou os contextos e etapas de produção, refletindo um campo teórico do aprender de forma solitária, e produções que envolvem o processo do produzir conhecimento na ação (individual e coletiva), que envolve a escuta do outro, movimentos de comparações, conhecimentos que configuram a produção da escrita como  um processo que envolve uma complexidade de conhecimentos, para além da mera transposição de grafismo no papel.

     

     

    PALAVRAS CHAVE: Produção do conhecimento. Relações dialógicas, Língua escrita. Ensino Fundamental.

    O presente trabalho constitui-se de um estudo sobre A Produção do Conhecimento no processo de Ensino- Aprendizagem da Linguagem Escrita.  Trata-se de uma Pesquisa de abordagem qualitativa referenciada pela teoria sócio-histórico-cultural que teve como Lócus de estudo as aulas da redação de uma Turma do 9º ano do Ensino Fundamental em uma escola da rede municipal de Paragominas-PA. Conduzida pela visão interacionista fundamentada pelas concepções teóricas de Vygotsky, Bakhtin e Freire na qual a produção do conhecimento ocorre nas relações entre sujeitos em seus processos dialógicos, optou-se por construir uma metodologia que permitisse trazer ao campo pesquisa, especificamente na coleta dos dados e na própria análise, os elementos constituidores desse processo: Contextos, Sujeitos e Conhecimento Produzido.  Para tanto, a coleta dos dados foi realizada a partir de uma triangulação que envolveu observação, entrevistas semiestruturadas e produções textuais dos alunos.  Ressalta-se que o corpus de análise foi constituído a partir do próprio roteiro do diário de campo - que orientou a observação da turma, permitindo reconstruir, por meio de Cenas, as experiências vividas na turma na dinâmica do ensino-aprendizagem da língua escrita. Já as entrevistas e as produções textuais dos alunos foram usadas como forma de complementação nas análises dando voz e visibilidade aos sujeitos colaboradores da pesquisa sobre o processo vivido.  Ao total foram analisadas três Cenas nas quais se destacou o Contexto – descrição da aula; os Sujeitos e seus processos de Interações; e por último os Conhecimentos Produzidos. Essa triangulação permitiu constatar contextos nos quais as etapas de produção da escrita revelam práticas que transitam em universos contraditórios nos quais oscilam em direcionamentos para o exercício solitários e movimentos de resistência e rupturas principalmente por parte dos alunos em oposição as práticas pedagógicas que tentam limitar a autonomia e a participação emancipada dos alunos na sala de aula.  Interações direcionadas que nem sempre reconhecem a realidade de saberes, linguagens dos alunos e, interações construídas “espontaneamente” que vão para além da sala de aula em atitudes de reafirmação do pertencimento ao coletivo, de solidariedade nas afirmação do conhecimento, identidades e de estimulo para caminhar junto, não desistir e continuidade na escolarização; Produção escrita que desconsiderou os contextos e etapas de produção, refletindo um campo teórico do aprender de forma solitária, e produções que envolvem o processo do produzir conhecimento na ação (individual e coletiva), que envolve a escuta do outro, movimentos de comparações, conhecimentos que configuram a produção da escrita como  um processo que envolve uma complexidade de conhecimentos, para além da mera transposição de grafismo no papel.

     

     

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  • KLAYTON LUIZ CAMPELO SILVA
  • CIDADANIA, HISTÓRIA E DIREITO EM BRAGANÇA-PA (1980-1990) - DA NOVA REPÚBLICA À CONSTITUIÇÃO CIDADÃ: A BUSCA DOS CIDADÃOS POR DIREITOS

  • Data: 20/07/2020
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  • O trabalho discute a necessidade de compreensão, à luz da História, das formas de percepção de cidadania pelos moradores da cidade de Bragança, localizada no nordeste do Estado do Pará que procuraram o Judiciário para a resolução de seus conflitos no período compreendido entre os anos 1980 e 1990. Parte-se do princípio que a ideia de cidadania e direitos, amortecidos durante o período da Ditadura Militar ganha fôlego no recorte temporal da pesquisa proposta, que se situa no período imediatamente posterior à promulgação da Lei da Anistia por João Baptista de Oliveira Figueiredo, e passa a ganhar um novo cenário de luta por direitos que, se nas décadas anteriores foi o confronto direto com o regime, no período estudado pode ter sido os tribunais que, aos poucos, vão consolidando práticas democráticas que contribuem diretamente para a elaboração da Constituição de 1988, conhecida como Constituição Cidadã. O trabalho apresenta cunho qualitativo, com pesquisas documentais junto ao Fórum da Comarca de Bragança, em processos cíveis, prioritariamente analisando as petições iniciais dos processos, por representarem a materialização de um direito não garantido ao cidadão pelo Estado e que ao buscar o Judiciário, o cidadão reclama a garantia de seus direitos, que são tutelados pelo Estado. Observa-se que o processo de construção da proposta de uma Constituição mais democrática ocorre em uma via de sedimentação durante a década de 80, em que a busca das leis representava naquele contexto a forma de resistência necessária para a efetivação de uma nova proposta de nação, diferente daquela pregada pelos militares. Assim, compreender a historicidade dos elementos ligados ao Judiciário na década de 80 na sociedade brasileira, tendo como estudo de caso a cidade de Bragança, é conhecer um pouco do lento processo de construção democrática de um País que, mesmo celebrando a Constituição Cidadã, ainda não conseguiu fazer com que os direitos tutelados pelo Estado sejam garantidos à maioria de seus cidadãos.

  • ELDER JOSE DOS SANTOS SILVA
  • DOM ELISEU MARIA COROLI E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NA REGIÃO BRAGANTINA, NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX, AMAZÔNIA BRASILEIRA

  • Data: 10/07/2020
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  • O presente estudo promove a descrição e reflexão sobre Dom Eliseu Maria Coroli e sua contribuição para a História da Educação na Região Bragantina na primeira metade do século XX, Amazônia Brasileira, com o recorte para implantação da terceira escola normal do Instituto Santa Terezinha (IST) e do Sistema Educativo Radiofônico de Bragança (SERB). Objetiva, portanto, estudar a história e sua contribuição para educação e na formação de professores na Amazônia Paraense. Metodologicamente, o estudo se propôs partir da abordagem qualitativa de pesquisa, com a técnica de entrevista por meio de um roteiro de perguntas e análise documental. Os principais documentos acessados estão localizados no memorial de Dom Eliseu, sediado na Paróquia Nossa Senhora do Rosário, assim como na secretaria do Instituto Santa Terezinha e do Sistema Educativo Radiofônico de Bragança. A análise dos dados coletados ocorreu, por primeiro, com a organização e tabulação das respostas via entrevistas para aferir a similitude ou desencontros de conteúdos e, num segundo momento, foi realizada a análise documental com reflexões dos pontos que convergem para as respostas das entrevistas e para alargar o processo de discussão aprofundamento de suas contribuições educacionais para a região em questão. Os principais resultados apontaram que Dom Eliseu Maria Coroli contribuiu, significativamente, para o desenvolvimento educacional da região bragantina, em especial, para o Município de Bragança, com a criação das obras sociais e educativas, por exemplo, a terceira Escola Normal no Estado do Pará do Colégio Instituto Santa Teresinha e o Sistema Educativo Radiofônico de Bragança. Logo, a principal conclusão foi de que o projeto inicial de implantação da Escola normal do IST teve o objetivo de formar professores para atender a demanda da escola primária na região bragantina e, o seu último projeto educativo, tenha sido a implantação do Sistema Educativo Radiofônico de Bragança com a finalidade de alfabetizar os jovens e adultos que residiam nas comunidades mais longínquas da Amazônia paraense através de aulas radiofônicas, na modalidade de Educação a Distância em Tele-Educação, o que, provavelmente, tenha sido as suas maiores contribuições na área educacional.

  • EMANUELE NAZARÉ DA SILVA
  • De Imbinha à Mãe Chica: história e memória na Comunidade Remanescente de Quilombos de Itaboca-Quatro Bocas e Cacoal (Inhangapi, Pará)

  • Data: 02/07/2020
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  • Este trabalho apresenta os resultados da pesquisa realizada sobre uma comunidade negra que se reconhece como quilombola e está localizada no interior do município de Inhangapi (mesorregião do Pará e microrregião de Castanhal). Tal comunidade se associou e registrou como Comunidade Remanescente de Quilombos de Itaboca-Quatro Bocas e Cacoal em 2005 e teve, em 2010, reconhecido junto ao Instituto de Terras do Pará o domínio coletivo de suas terras. O objetivo da pesquisa foi analisar como a afirmação étnica do grupo remonta os laços de pertencimento ancestrais, mas se materializou através da agência e mobilização no qual se destacou uma mulher. História e memória do grupo foram remontadas, com relatos sobre a luta pelo reconhecimento do território como uma área quilombola por parte do Estado. Nestes relatos, observamos o papel de mulheres da família de sobrenome Gusmão, envolvidas na construção e perpetuação do sentimento de pertencimento, por intermédio de atividades que envolvem saberes transmitidos de geração em geração. A metodologia incluiu pesquisa histórica e etnográfica, partindo-se de revisão bibliográfica sobre a história dos quilombos no Brasil e recorreu-se às técnicas da história oral e da etnografia para a realização do trabalho de campo, com as observações diretas e realização de entrevistas semiestruturadas. Trata-se de uma história do tempo presente, sendo o recorte da pesquisa definido a partir do momento em que a comunidade se constituiu como associação quilombola, no ano de 2005. Os resultados obtidos constataram que os saberes tradicionais colocados em atividades do cotidiano, demonstram ser o principal instrumento para a construção do sentimento de pertencimento. Quando algumas mulheres recorrem à memória, e são responsáveis pela extração ou cultivo e produção de variadas espécies, o conhecimento colocado no momento do manuseio, contribui na sustentação do grupo, tanto alimentar, quanto nas dinâmicas sociais e de luta, preservando elos comunitários e reafirmando o protagonismo de mulheres negras quilombolas.

  • JANUBIA LUCAS MIRANDA GUIMARAES
  • MANIFESTAÇÃO DO SUJEITO GRAMATICAL: LÍNGUA, ESTIGMA E PRESTIGIO SOCIAL

  • Data: 30/06/2020
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  • Este trabalho consiste em um estudo voltado para as manifestações do sujeito gramatical presente na língua falada por moradores de três bairros da cidade de Bragança Pará. O trabalho busca verificar, até que ponto as variações linguísticas, referentes ao sujeito gramatical, contribuem para o prestígio ou estigma atribuído aos falantes, bem como aos bairros pesquisados. Para o desenvolvimento da pesquisa, apoiamo-nos em teóricos como: TARALLO (2007), GOFFMAN (1891), FROSI e FAGGION (2010), DUARTE (1993), BAGNO (2003), BAGNO (2012), KATO E NASCIMENTO (2009), CASTILHO (2019), BECHARA (2009), AZEREDO (2018), entre outros. O trabalho baseia-se na pesquisa sociolinguística e, por isso, busca verificar, por meio de atitudes linguísticas, cargas sociais positivas e/ou negativas atribuídas à maneira como o sujeito gramatical é utilizado pelos falantes de cada bairro. Os dados que serviram de base para a construção desse trabalho foram extraídos de conversas com moradores dos três bairros pesquisados, a saber, Aldeia. Centro e Vila sinhá, sendo seis colaboradores de cada bairro, o que configurou a primeira fase da pesquisa de campo. Para a segunda fase, contamos ainda com dezoito colaboradores de diferentes bairros da cidade, para podermos inferir as atitudes que esses ouvintes teriam sobre as manifestações do sujeito coletadas na primeira fase da pesquisa. Os resultados da pesquisa buscam contribuir para uma verificação das manifestações do sujeito gramatical existentes na fala de moradores dos bairros pesquisados, bem como, enaltecer reflexões referentes aos padrões linguísticos atuantes na sociedade, chamando ainda a atenção para as relações coexistentes entre língua, estigma e prestígio social

  • PAULA PATRYCIA FREITAS DA FONSECA
  • A FIGURA DO CORONEL NO ROMANCE “MARAJÓ” DE DALCÍDIO JURANDIR

  • Data: 29/05/2020
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  • Este trabalho desdobra-se sobre a representação do sistema de coronelismo no romance Marajó (1947) de Dalcídio Jurandir (1909-1978), na figura do Coronel Coutinho. A literatura crítica aponta os aspectos históricos e socioeconômicos presentes no romance de D. Jurandir, os quais retratam a construção da sociedade pós-escravista e pós auge do ciclo da borracha. O cenário do romance se situa na zona rural, na Ilha de Marajó/PA, durante a implantação da Primeira República (1889- 1930). As relações sociais são marcadas pela força e a partir do sistema do coronelismo e da sociedade pós-escravista (EMMI 1999; GUERRA 2006). Nesta leitura, os personagens secundários, trabalhadores do coronel; mulheres, vaqueiros e capatazes, estão diretamente ligados ao protagonista, e gera, portanto, uma relação de oposição entre estes mesmos personagens, respectivamente dominador e dominados, opressor e oprimidos, e esta percepção acerca da protagonização pode ser melhor compreendida a partir do estudo das relações existentes entre o poder político e econômico. Esta pesquisa propõe uma leitura, uma reflexão dialética sobre o coronelismo na Amazônia entrelaçando estudos históricos e das ciências sociais (LEAL 1978; JANOTTI 1986) e sua representação ficcional no romance de D. Jurandir, salientando o discurso sobre subalternidade e seus discursos variados. Trata-se de revelar como a história real é apresentada e representada na narrativa ficcional, levando em consideração os recursos literários para uma abordagem teórica e educacional mais completa do sistema de coronelismo na Amazônia 

  • PAULO SERGIO OEIRAS DA SILVA
  • Reflexões sobre alimentação e saúde no romance Menina que vem de Itaiara de Lindanor Celina

  • Data: 15/05/2020
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  • O trabalho traz reflexões sobre a relação entre alimentação e saúde no romance “menina que vem de Itaiara” de Lindanor Celina. A personagem principal “Irene” descreve parte da sua infância e início de sua adolescência, com um cotidiano bem típico amazônico, entre os saberes culturais presente em toda obra, tem como cenário a cidade de Itaiara. Destacaremos algumas narrativas que apresentam elementos importantes sobre alimentação e os cuidados do corpo. A narrativa da obra é em primeira pessoa onde a personagem principal descreve momentos de sua memória, na qual retrata a cultura patriarcal da época, apresentando valores e costumes locais.  Como resultado da análise, percebe-se que a autora, deixa informações importantes  já esquecidas, uma memória literária rica em conhecimento. A preocupação que a personagem tem com o corpo, buscando métodos nas crendices populares, resultados imediatos, que dentro desta perspectiva, Foucault (1997), vem apresentar por meio da disciplina e temperança do corpo soluções práticas para executá-las. Desta forma o uso de plantas medicinais se encarrega nas narrativas de demonstrar os saberes tradicionais

  • JONATA SOUZA DE LIMA
  • Os surdos e o uso de práticas digitais na Amazônia: experiências e desafios no ensino de História

     

  • Data: 01/04/2020
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  • No processo de implementação da Base Nacional Curricular Comum (BNCC, 2017) e no Documento Curricular do Estado do Pará (DCEP, 2019) dentre novas políticas públicas de Educação Inclusiva, a educação de surdos encontra desafios tanto na subversão do sistema ainda oralista quanto na busca por um currículo que contemple a educação bilíngue. Além da questão curricular, há questões socioculturais desses surdos amazônidas que refletem em sua escolarização e no cotidiano. Por isso, este trabalho tem como objetivo discutir as especificidades educacionais e socioculturais destes sujeitos analisando fatores relacionados à cultura digital e ao regionalismo, evidenciando como esses fatores refletem no seu desenvolvimento e construção de identidade. Assim, focamos na educação básica nas disciplinas de História e Estudos Amazônicos defendendo a regionalidade e o uso das tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC) como determinantes na educação surda amazônida. Na metodologia realizamos, pesquisa qualitativa, de caráter exploratório, com orientação analítico-descritiva, mediante entrevistas com a seleção de vários sujeitos: surdos, intérpretes de Libras, professores, gestores educacionais e especialistas na área da surdez. A pesquisa de campo ocorreu na cidade de Bragança, em diversos locais, como instituições confessionais e educacionais, casas de surdos, empresas públicas diversas, inclusive, no campo digital. Houve o uso de pesquisa documental com foco em legislações, currículos, documentos educacionais cedidos pelas secretarias de educação. Os resultados apontam a baixa usabilidade da TDIC e a necessidade de se aprimorar os intentos de um currículo que valorize o regional e o cotidiano. As conclusões apontam a falta de estrutura associativa dos surdos de Bragança como um dos determinantes para a persistência de um oralismo estrutural, muito embora haja indivíduos e instituições diversas que comunguem das lutas da comunidade surda.

     

     

     

  • KARLA JULIANA DA SILVA OLIVEIRA
  • Estudo Toponímico no Município de Ananindeua - Pará

  • Data: 03/03/2020
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  • Este trabalho centrou-se no estudo toponímico do município de Ananindeua, região
    metropolitana da grande Belém, município considerado o segundo mais populoso do Estado
    do Pará e o terceiro da Amazônia. Tem-se como objetivo documentar e analisar
    linguisticamente os topônimos de comunidades, bairros, rios, ilhas, igarapés, furos e braços de
    rios da cidade de Ananindeua-Pa, a fim de classificá-los quanto a sua taxeonomia, de acordo
    com as motivações toponímicas propostas por Dick (1990a, 1990b), e sua estrutura
    morfológica, além de analisá-los quanto à língua de origem. Do ponto de vista teórico-
    metodológico, seguimos os pressupostos de Dick (1990a, 1990b, 1992, 1987), assim como
    outros estudos onomásticos que contribuíram para este trabalho, desenvolvidos por Isquerdo
    (2012), Carvalho (1987, 2010) e Dargel (2003). Foram documentados 135 designativos
    ananindeuenses, usados para nomear acidentes geográficos físicos (rios, igarapés, furos,
    braços de rios e ilhas) e humanos (comunidades, bairros). Parte desses topônimos foi
    encontrada nos mapas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, outros nomes
    foram coletados por meio de entrevistas e consulta em livros que contam a história do
    município. A coleta de dados organizou-se em duas partes: no primeiro momento, os
    topônimos foram agrupados de acordo com os acidentes geográficos, resultando em cinco
    quadros com as respectivas colunas (topônimo/etimologia/taxeonomia/origem/estrutura
    morfológica). Posteriormente, os designativos foram agrupados em dois quadros, de acordo
    com a língua de origem (indígena e portuguesa), o que contribuiu para a quantificação das
    categorias, das taxes e da língua de origem dos topônimos. A partir dessa quantificação foram
    elaborados oito gráficos que expressam em percentuais os cômputos obtidos no universo
    pesquisado. As análises mostraram que os topônimos de Ananindeua são, na sua maioria, de
    origem portuguesa e que as taxeonomias majoritárias são fitotopônimos e os zootopônimos,
    ambas de natureza física, categoria que também prevaleceu em detrimento a de natureza
    antropocultural.

  • DANIELA RAQUEL LIMA DA SILVA
  • MEMÓRIA E SABERES INTERGERACIONAIS SOBRE A HANSENÍASE NA COLÔNIA DO PRATA-IGARAPÉ-AÇU-PA

  • Data: 28/02/2020
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    Esta pesquisa visa compreender e restituir as memórias dos sujeitos afetados pela hanseníase, que viveram e vivem no antigo Leprosário do Prata, de forma a entender como essa a experiência de isolamento propiciou a invenção do cotidiano. Construo uma micro história de diversos fenômenos, que envolvem poder e saber, mas também, novos sentidos sobre tratamento e cura. Entre as memórias dos mais velhos e das novas gerações, percebo mudanças e permanências que envolvem estigma, resistência e reinvenção da realidade. Para bem precisar os contextos e as narrativas dos sujeitos, adoto três maneiras de interpretar as fontes: a primeira baseia-se em analisar os documentos históricos no sentido de compreender a história das instituições e as políticas públicas de saúde e seus impactos; a segunda se apoia nas narrativas das famílias que viveram a experiência do pré e pós isolamento; a terceira  pela aproximação e convivência pessoal com alguns jovens da escola, já que habito e atuo como professora no mesmo ambiente que eles. Pude perceber durante o estudo que, apesar da dor, as pessoas reconstroem seus laços, criam seus sentimentos de pertença e identidade e aprendem a resignificar a doença. As novas gerações, adquirem, por outro lado, novas ferramentas de enfrentamento e superação do estigma.

  • ERLAN JOSE GATINHO
  • AS VOZES QUE ECOAM DA VILA: SER VILA CUERENSE, IDENTIDADES, NARRATIVAS E REPRESENTAÇÕES NO COTIDIANO EM/DE VILA CUÉRA, NA AMAZÔNIA BRAGANTINA, BRAGANÇA-PA.

  • Data: 28/02/2020
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  • O trabalho em questão teve o objetivo de compreender as composições dimensionais de
    identidades, representações socioculturais, crenças e signos identitários que definem a
    comunidade tradicional de VILA CUÉRA, localizada na Região Bragantina na
    Amazônia Oriental. A partir das definições estabelecidas de acordo com o decreto 6.040
    de 2007, que institui a política nacional de desenvolvimento sustentável dos povos e
    comunidades tradicionais, pautou-se em discutir na temática de saberes tradicionais,
    dialogando na linha de pesquisa de “memórias e saberes interculturais” do Programa de
    Pós Graduação em Linguagem e Saberes na Amazônia – PPLSA. Desta forma, tendo
    como objetos de estudo: identidades, representações e saberes de uma comunidade
    tradicional, e apresentando os agentes sociais da pesquisa que são os moradores locais da
    comunidade vivenciada, a abordagem se deu de forma dialógica, constituída por meio de
    roda de conversa, grupo focal e o uso de instrumentos etnográficos, a constar o uso da
    fotográfica, registro imagético e diário de campo. Assim, analisou-se as representações
    no cotidiano dos moradores e representações socioculturais presentes nas narrativas.
    Destarte, este trabalho dialogou e fundamentou-se por meio de embasamentos dos
    teóricos: Geertz (1926), Chizzotti (2003), Achutti (2004), Gatti (2012), Gianfaldoni &
    Moroz (2006), Hall (2003), Fernades (2011), Paes Loureiro (1991), Certeau (1998),
    Bourdieu (1983), Candau (2011) dentre outros.

  • FRANCISCO RAMOS FRANCA
  • ESTRATÉGIAS DE TRADUÇÃO UTILIZADAS POR EMPRESAS LOCAIS NA DIVULGAÇÃO CULTURAL DE SEUS PRODUTOS E/OU SERVIÇOS

  • Data: 28/02/2020
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  • Este trabalho procura examinar as particularidades de alguns textos de divulgação cultural de produtos e/ou serviços de empresas locais verificando de que forma essas empresas fazem uso da tradução para alcançar o mercado consumidor externo. Sendo assim, pretende identificar as estratégias de tradução utilizadas na divulgação cultural dos produtos e/ou serviços das empresas locais no par de línguas português/inglês e se essas traduções são funcionais, ou seja, se as informações contidas no material têm a preocupação de aproximar o leitor-alvo do texto fonte ou se lançam mão da literalidade. Nesta pesquisa, foram utilizados textos extraídos das páginas de apresentação dos produtos dos websites das empresas CAMTA, Petruz Açaí, Amazon Totem e Amazon Polpas. A escolha dessas seções justifica-se por entendermos que elas são responsáveis pela venda da imagem da empresa. Dessa forma, selecionamos as empresas participantes da pesquisa e escolhemos as seções para análise tendo como parâmetro as seções que são visitadas usualmente e que apresentavam referências culturais que pudessem ser analisadas. Após isso fizemos a análise das estratégias de tradução que foras utilizadas na confecção do texto em língua inglesa. Serviram como pressupostos teóricos para este trabalho estudos desenvolvidos na área de tradução por Nida (1964), Vinay e Darbelnet (1977), Barbosa (2004) e por Bassnett (2005) entre outros autores, mas principalmente a classificação de estratégias de tradução de Chesterman (1997) e a abordagem funcionalista de Nord (1991/1997) que foram utilizadas nas análises. Os resultados demonstraram uma predileção pela literalidade na tradução dos textos assim como a manutenção de palavras em língua portuguesa no texto em língua inglesa. Porém, esse fato não necessariamente interfere na funcionalidade dos textos. Ainda assim, há a necessidade de uma melhor preparação do material de divulgação cultural em língua estrangeira sob pena de se tornarem ineficientes e de qualidade duvidosa. 

  • NAZARENO ARAUJO BARBOSA
  • UMBANDAS E BATUQUES: Magias e Encantarias no Terreiro de Mãe Terezinha, Bragança-Pa 

  • Data: 28/02/2020
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  • Esta dissertação de mestrado trata sobre a formação da prática religiosa afro- brasileira Umbanda, a partir das experiências, observações e análises da composição do terreiro de Mãe Terezinha, na cidade de Bragança-Pa. Para tanto, se fez necessário contextualizar o processo de formação da religiosidade umbandista e a sua diversidade, ressaltando a crença dos povos originários brasileiros, assim como a presença da religião católica e da diáspora africana no período colonial do Brasil. A pesquisa também teve como foco observar o sincretismo religioso a partir dos batuques realizados no terreiro de Mãe Terezinha, a partir do contexto do lócus da pesquisa, o que nos permitiu conhecer a história de vida da Mãe de Santo, bem como dos encantados e encantadas, narrados pelas próprias entidades durante as constantes visitas. Portanto, este trabalho configura- se em uma abordagem etnográfica, dada as possibilidades de diálogos com os narradores que são sabedores das práticas afro-religiosas feitas por Mãe Terezinha, e de como ela, é resistente perante a vários preconceitos advindos de outros religiosos adeptos as mais diversas religiões existente na cidade de Bragança-Pa 

  • CLÉIA MARIA DE MORAES SOUSA DA SILVA
  • Quando os lugares- escola, academia e comunidade- comugam diferentes saberes, numa experiência dialógica em Vila Cuéra, Pará.

  • Data: 27/02/2020
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  • Esta pesquisa investiga as práticas de educação em ciências, a partir de uma perspectiva dialógica e com vista à formação cidadã dos alunos. Nesse sentido, analisou-se experiências educacionais que dialogam com conhecimentos escolares de ciências e o conhecimento tradicional no projeto “Letramento Científico e Formação Cidadã na Interface Educação e Ciências com Escolas do Município de Bragança-Pará”, do Centro Pedagógico de Apoio ao Desenvolvimento Científico da Universidade Federal do Pará, Campus Universitário de Bragança, com estudantes da escola municipal Maria Helena em Vila Cuéra, Bragança, Pará. A problemática da pesquisa segue: como o projeto vê as possibilidades de interação entre o conhecimento escolar de ciência e o conhecimento tradicional da comunidade? Trata-se de uma pesquisa qualitativa memorialística com entrevistas semiestruturadas, análise de projetos e relatórios e observações uma vez que a autora também é professora no referido projeto. A escolha do lócus em Vila Cuéra deu-se pelo fato de atuação da autora no projeto, o que culminou na presente pesquisa. Apresentou-se os resultados em forma de episódios por meio das minutas do projeto. Assim, escolheu-se três episódios: o primeiro sobre os peixes conhecidos na comunidade; o segundo sobre hábitos alimentares; e o terceiro acerca de narrativas míticas. O critério de escolha dos episódios baseou-se no nível de participação das crianças, o que sugeriu um diálogo produtivo entre os referidos conhecimentos. A pesquisa aponta que o ensino de ciências, quando aliado ao conhecimento tradicional, pode expandir a compreensão global do estudante, contribuindo para o desenvolvimento da cidadania.

  • GAMALIEL TARSOS DE SOUSA
  • ARRANJOS PRODUTIVOS E SABERES ECOLÓGICOS EM ÁREAS DE RESERVAS EXTRATIVISTAS DO LITORAL NORDESTE DO PARÁ

  • Data: 27/02/2020
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  • O estudo discute a necessidade de entendimento mais abrangente sobre os saberes de grupos humanos, moradores de comunidades tradicionais que possuem relação direta com áreas de Reservas Extrativistas Marinhas (RESEX-Mar) de Caeté-Taperaçu e de Gurupi-Piriá, localizadas na faixa litorânea do nordeste do estado do Pará, costa amazônica brasileira, municípios de Bragança e Viseu, respectivamente. Parte-se do princípio que esse cabedal de conhecimentos acumulados, ao longo de gerações, por essas populações e sistematizados pela prática cotidiana e a oralidade podem ser interpretados como epistemologias marginais, sob o ponto de vista do conhecimento colonizador, mas que têm capitalizado ganhos significativos para essas populações que são resistentes e sobrevivem nesses ambientes, onde predomina o ecossistema manguezal, de forma equilibrada, há séculos. O trabalho tem cunho qualitativo a partir da pesquisa de campo, com a aplicação de questionários com perguntas abertas e semiestruturadas para 100 (cem) agentes sociais ou extrativistas maiores de 18 anos, considerados, também, trabalhadores do mar e do manguezal, possuidores de notórios saberes, imprescindíveis para suas sobrevivências e manutenção do equilíbrio ambiental de suas respectivas Unidades de Conservação. Ademais, o processo de análise dos dados coletados ocorreu a partir da análise de conteúdo, com o viés interpretativo e analítico de cada questão pontuada. Os resultados demonstraram que a prática adquirida pelos “Saberes Ecológicos Locais” serve de fio condutor para as ações dos grupamentos humanos que se relacionam diretamente com a natureza. Ademais, possui, sobremaneira, relevância nesse momento histórico, pelo fato de se mostrarem eficientes e de baixo poder ofensivo sobre o meio ambiente, em que estes podem servir de modelo, associados a outras formas de pensamento. Dessa forma, os saberes de populações tidas como tradicionais com sua carga e memória biocultural sinalizam como alternativa viável na tentativa de superação dessa crise planetária. Finalmente, o trabalho advoga que uma dessas epistemologias possíveis são os Saberes Ecológicos Locais praticados pelas populações tradicionais em relação direta com seus territórios e que permanecem ocultos pela grande linha abissal.

  • SONIA MORAES DO NASCIMENTO
  • O REI DOM SEBASTIÃO E PEDRA DO GURUPI: AS NARRATIVAS MÍTICAS EM VISEU-PA

  • Data: 27/02/2020
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  • A presente dissertação de Mestrado, intitulada o Rei Dom Sebastião e a Pedra do Gurupi: As Narrativas Míticas em Viseu-PA, desenvolvida no Programa Pós-Graduação em Linguagens e Saberes da Amazônia, Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará, traz elementos que visam descrever crenças por meio da Pajelança de que a Pedra do Gurupi é tida como a Quarta morada do rei Sebastião. Logo, os principais são os e as Pajés em/de Viseu-PA, que mantêm dizem possuir contato mais assertivo com as entidades que habitam esse lugar sagrado, tendo o rei Dom Sebastião como Caruana e encantado-mor, “dono” deste local mítico e místico. A opção pela metodologia própria das narrativas, aos olhos da pesquisadora, foi a mais viável para atingir o objetivo e o objeto, as narrativas míticas sobre a crença sebastianista e a pajelança, do presente estudo. Os/as Pajés foram selecionados/as a partir de um esforço de campo, onde o/a Pajé consultada fazia a indicação de outros/as que também referenciavam a mesma crença, o que culminou na seleção de sete Pajés. As visitas foram realizadas e um roteiro de perguntas elaboradas e realizadas serviu como escopo da pesquisa individual para cada pessoa selecionada. Os dados de campo acessaram informações como: algumas formas de crenças e manifestações no contexto sócio antropológico das práticas sociais do referido município; possíveis aparições da figura mítica do Dom Sebastião; seus lugares de manifestações e os tipos de agrado; prováveis filhos de rei Sebastião nestes locais a partir das narrativas míticas. A principal conclusão aponta para a comprovação de que as narrativas míticas favorecem as memórias e lembranças dos narradores e possibilitam a (des)construir uma realidade presente, que algumas vezes, são negadas pelos padrões culturais perpetuados. As moradas discutidas neste estudo, além de fazerem parte do imaginário amazônico, elas se confirmam na presença das encantarias brasileiras e pelos encantados, caboclos e pajés como se fosse uma dimensão concebida no imaginário cristão como “céu”. 

  • JUDIVALDA DA SILVA BRASIL
  • MEMÓRIAS DE FOLHAS: Teia dos Saberes no caminho da Feira à Escola.

  • Data: 21/02/2020
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  • O projeto de pesquisa Memórias de Folhas: Teia dos Saberes no caminho da Feira à Escola, surge como uma possibilidade de buscar o revigoramento da identidade dos usuários de ervas ou plantas medicinais e ou mágicas para os fins de cura do corpo e da alma , através das narrativas orais, visando estabelecer um vínculo com  a memória e o desenvolvimento dos saberes tradicionais e científicos em prol de uma melhor qualidade de vida , com base nas crenças do conhecimento tradicional. De tal forma que possamos promover a valorização de um saber local, da Amazônia, que é cotidianamente vivenciado pela comunidade ribeirinha ou urbana e que vem ganhando destaque por diversos fatores, entre eles o econômico e a confirmação cientifica dos benefícios para a saúde  dos amapaenses , assim percorreremos os âmbitos econômicos, religiosos e culturais nos quais o uso das plantas e ou ervas são observados , culminando com a presença destas na escola, socializando saberes e compartilhando vivencias, no contexto da Escola Reinaldo Damasceno, localizada em frente ao Residencial Açucena , no bairro da Usina ou Novo Buritizal , a cerca de dez minutos da Feira do Agricultor , cenário inicial de nossa pesquisa , de tal forma a abordar estes usos no caminho que vai da feira à escola, considerando os papeis sociais de cada entrevistado e suas identidades culturais.

  • KARLA DA CONCEICAO FERREIRA
  • De volta ao Caeté: Dessouvenirs da personagem Miguel de Santana em Andra, Andar - memórias do nunca mais.

  • Data: 20/02/2020
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  • A pesquisa tem como objeto a obra Andar, andar : memórias do nunca mais (2018),
    que foi escrita por Alfredo Garcia, cuja história centra-se no retorno do narrador-
    persongem Miguel de Santana à cidade do seu tempo de infância Arraial do Caeté,
    cerca de trinta anos após a sua mudança para a capital Belém, junto da sua esposa
    Conceição. A trama inicia com a sua chegada ao lugar, e, diante do espaço
    modificado, ele reconstrói a sua imagem pela memória. A pesquisa versa sobre
    teorias que compõem o fenômeno da lembrança na presente narrativa. É do tipo
    descritiva, cuja abordagem é qualitativa, na qual foram utilizadas as técnicas de
    revisão bibliográfica e entrevista estruturada com o autor. Problematizou-se: de que
    forma se dá o processo de desconstrução da imagem atual da cidade por
    intermédio das lembranças do narrador?, possui como objetivo geral: analisar as
    reminiscências de Miguel de Santana e específicos: explicar como a memória é o
    elemento de coesão entre o passado e o presente nesta ficção; identificar no espaço
    da narrativa os elementos que conduzem o narrador às lembranças, e também
    destacar fragmentos intertextuais presentes na obra. Foi possível concluir que
    Miguel se utiliza da memória para dar prosseguimento a contação da sua história
    como protagonista, cuja a constante desconstrução da imagem da cidade ocorre por
    razão do seu afastamento, uma vez que não participou das mudanças ocorridas no
    local, ele desperta apenas para o que esteve presente, buscando se encontrar no
    lugar pela lembrança. Ele tenta, novamente, habitar o espaço de maneira a se
    proteger identitáriamente. Para isto, apoia-se em monumentos e pessoas que
    estiveram presentes nos dois períodos de tempo.

  • LIVIA ALENCAR PACIFICO TAVARES
  • DISCURSOS E RELAÇÕES DE PODER: A PRODUÇÃO DA AMAZÔNIA NA OBRA SOUTH AMERICAN MEMORIES OF THIRTY YEARS DE EDWARD FRANCIS EVERY

  • Data: 20/02/2020
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  • O presente trabalho tem como objetivo analisar os discursos que aparecem na obra South American Memories of Thirty Years de Edward Francis Every que projetam uma visão da região amazônica bem como daqueles que aqui habitam. A obra escrita pelo bispo pertencente à Igreja Anglicana foi publicada em 1933 e trata de questões políticas, econômicas, sociais e religiosas a partir das referências inglesas sobre progresso e desenvolvimento dos países aos quais visitou. Nessas premissas, a proposta pensada para esse trabalho justifica-se especialmente por considerarmos o quanto estamos envoltos em uma profusão de discursos que falam sobre a região amazônica e que se dispersam de formas variadas em uma ampla rede de artefatos culturais, fato que nos conduz a problematizar o modo unificado, estereotipado e homogeneizado de se conceber esse lugar e os nativos da região. Para análise dos enunciados e o modo de ver e dizer a Amazônia por parte do europeu, nossas ferramentas teóricas buscam em Michel Foucault os conceitos de discurso, poder, enunciado, dispersão e subjetivação para embasamento de nossas discussões. Pudemos observar que não existe uma única representação do espaço amazônico, mas diversos discursos que inventam uma Amazônia plural; ora aparece como um local aventureiro, perigoso, atraente ao olhar do estrangeiro; ora como um lugar atrasado em relação à Europa e ao restante do Brasil, uma vez que a cidade do Rio de Janeiro (capital do Brasil na época) servia como modelo de urbanização e desenvolvimento. Na obra a Amazônia é, ao olhar do estrangeiro, um lugar que precisa evoluir em termos de infraestrutura. O nativo aparece como o “diferente”, o “estranho”, que deve ser civilizado e que necessita aprender bons modos de comportamento com a cultura inglesa através de estratégias que fortalecem as relações de poder.

  • PAULO FERNANDO DE SOUSA PEREIRA
  • MEMÓRIA E MIGRAÇÃO: Uma análise do Romance "O Retorno" de Dulce Maria Cardoso.

  • Data: 19/02/2020
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  • Esta pesquisa analisa o romance intitulado “O retorno” de Dulce Maria Cardoso com o objetivo
    de compreender por meio de suas memórias o processo migratório pelo qual passou, juntamente
    com sua família durante a revolução angolana no ano de 1975. Esta revolução tinha como
    objetivo a descolonização da Angola e assim a expulsão de todos os portugueses e seus
    descendentes da nação angolana. Para isso, a pesquisa tem como necessário a discussão em
    diferentes áreas do saber que vai desde a migração até a memória e essa mediação torna-se
    possível pelo método da Literatura Comparada que possibilita esse diálogo. Assim é possível
    perceber que as memórias de Rui passam por diversos momentos que vão desde a idealização
    de Portugal como uma cidade bela e boa para se viver até o encontro com a realidade que se
    mostrou totalmente diferente do que pensava ao mesmo tempo que tem que lidar com várias
    adversidades como o preconceito, a vida em um quarto de hotel, a negação de direitos, e em um
    primeiro momento com a perda do pai. Como teóricos que ajudaram na análise e
    desenvolvimento da pesquisa utilizo Sayad (1998), Ianni (2004), Machado & Pageux (2006),
    Le Goff (1990) entre ouros autores das mais diversas áreas do conhecimento.

  • NAIRE GOMES DE SOUSA
  • PRÁTICAS CRIANCEIRAS: QUESTÕES DE GÊNERO, RESISTÊNCIAS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NO COTIDIANO DE UMA ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL EM BRAGANÇA-PARÁ

  • Data: 24/01/2020
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  • A pesquisa tem como intuito fulcral estudar as relações de gênero na(s) infância(s) numa escola pública da rede municipal de ensino, para compreender as manifestações, táticas que constituem essas relações estabelecidas pelas crianças no âmbito da educação infantil. Em termos metodológicos, fundamenta-se na etnografia com crianças e, através da observação participante foram realizados registros escritos (diário de campo); registros de conversas informais com as crianças nos mais diversos espaços-lugares da/na escola; registros fotográficos; análise de desenhos e pinturas feitas pelas crianças; gravações (roda de conversas), entrevistas com a professora da turma e com cinco mães. A pesquisa procurou evidenciar, tanto as ações em que as crianças re-produzem (do jeito delas) os estereótipos de gêneros quanto aquelas que rompem com as barreiras criadas socialmente entre eles (entre os gêneros). No que se refere à análise dos textos produzidos (narrativas), das informações coletadas, as crianças foram vistas como sujeitos ativos na pesquisa, pois as falas e experiências foram valorizadas, procurando evidenciar como acontece o processo de constituição dos gêneros nas infâncias. Em relação às teorizações, alguns campos de conhecimento foram mobilizados, a saber: os Estudos de Gênero; a Sociologia da Infância; Antropologia e Antropologia da infância (textos etnográficos e metaetnográficos); e dos Estudos Culturais, particularmente os ligados à vertente pós-estruturalista. Enfim, o estudo desvelou a necessidade emergencial do debate de gênero nas escolas de educação das/nas infâncias, sobretudo, no tempo-espaço-lugar da brincadeira na escola, na Amazônia Ocidental Brasileira, Bragança paraense, campo da pesquisa. Para que se possa, assim, re-pensar as construções/instituições de gênero, que são impostas e se querem fixas, que naturalizam tantas desigualdades e silenciam a constituição de múltiplas identidades, possíveis na relação com as outridades, diferenças que as possibilitam.

2019
Descrição
  • ELTON LUIS DA SILVA JUNIOR
  • RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS, SABER HISTORIOGRÁFICO, SABER HISTÓRICO ESCOLAR NO CURSO DE HISTÓRIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ, CAMPUS BRAGANÇA 

  • Data: 27/12/2019
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  • Esta pesquisa analisa a configuração das relações étnico-raciais sobre o saber historiográfico e o saber histórico escolar do Curso de História. Problematiza como as relações étnico-raciais tem se configurado nos documentos do Curso de História, no ensino do saber historiográfico e do saber histórico escolar da FAHIST/UFPA/CBRAG. Metodologicamente, para análise da pesquisa optou-se por utilizar as etapas técnicas de análise de conteúdo, organização das informações; leitura do material; exploração e maturação do corpus; tratamento dos resultados, inferência e interpretação. A pesquisa é de abordagem qualitativa em que apresenta os sentidos e significados das Relações Étnico-Raciais atribuídas nos documentos usados na investigação. Utilizamos como fontes os documentos escritos: a) Projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura em História/CBRAG; b) Planos de Ensino da FAHIST. A partir da leitura crítica dos documentos organizamos os principias pontos de discussão em categorias de análise interpretativa. Os resultados da pesquisa apontam para caminhos semelhantes na formação inicial do curso de História da UFPA, Campus Bragança, tanto no PPC, quanto nos planos de ensino: o primeiro refere-se a análise dos núcleos estruturantes do curso onde inferimos que as atividades curriculares proporcionam na formação inicial o desenvolvimento de habilidades e competências voltadas principalmente para o domínio dos saberes historiográficos. O PPC manifesta timidamente as relações étnico-raciais, nesse sentido, a pesquisa evidencia que o documento insere pontualmente a temática étnico-racial em apenas alguns componentes curriculares. Ainda, o estudo indica que o PPC invisibiliza uma formação historiográfica, pedagógica e nem específica para as relações étnico-raciais. Igualmente, os planos de curso selecionados denotam que o percurso curricular do PPC, bem como as propostas de discussão deles não preparam o egresso para uma formação para a educação das relações étnico-raciais, mas sim para o domínio da historiografia e pesquisa histórica, aliado, quando possível, a processos de didatização do saber de referência. Os resultados indicam a necessidade de mudanças estruturais no Projeto Pedagógico do Curso de História para a efetivação de propostas basilares de formação inicial, a serem reconfiguradas, sobretudo, em uma perspectiva da Educação das Relações Étnico-Raciais – ERER e refletidas na elaboração dos planos de curso, o que possibilitará uma formação, concreta para a ERE. Conclui-se, que o Curso de História da UFPA do Campus Bragança, impossibilita uma formação historiográfica, pedagógica ou específica para o domínio das discussões da Educação das Relações Étnico-Raciais, por apresentar uma formação historiográfica e de pesquisador em que o egresso domine o saber historiográfico dos diferentes tempos e espaços, sem contemplar o saber histórico escolar para o ensino de História na Educação Básica pelas questões étnico-raciais. 

  • KETNO LUCAS SANTIAGO
  • Migração negra e as narrativas de moradores na formação do quilombo do América na Amazônia bragantina

  • Data: 20/12/2019
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  • A migração negra é o elemento principal na origem do Quilombo do América da Amazônia Bragantina nas narrativas dos moradores, se inscreve como o objeto de estudo desta pesquisa, por estar relacionado com a presença do negro para o trabalho forçado, pela vinda de pessoas escravizadas do continente África pelo tráfico negreiro, diáspora e com a migração interna da população africana, os libertos e seus descendentes, que se deslocaram de várias regiões do Brasil para a Região da Amazônia Legal[1], no Estado do Pará. Esse tipo de migração se caracteriza como escravidão e deslocamento interno de negros para o Município de Bragança, cuja relação entre trabalho forçado e trabalho livre realizado pelo negro manteve e ampliou economicamente o modo de vida das pessoas da Amazônia paraense.



    [1] Fonte: IBGE (2014). A Amazônia Legal corresponde à área de atuação da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM) delimitada no Art. 2o da Lei Complementar Nº. 124, de 03/01/2007. A região é composta pelos Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e Mato Grosso, bem como pelos Municípios do Estado do Maranhão situados ao oeste do Meridiano 44º. Possui uma superfície aproximada de 5 217 423 km², correspondente a cerca de 61% do território brasileiro. Amazônia se estende por 9 países.

  • JOSÉ AGNALDO PINHEIRO PEREIRA
  • O USO DE PINTURAS CORPORAIS ENTRE OS TENETEHAR TEMBÉ DA REGIÃO DO ALTO RIO GUAMÁ E SEUS SIGNIFICADOS EM NARRATIVAS MÍTICAS 

  • Data: 12/12/2019
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  • Esta pesquisa realizada em coautoria junto a meus interlocutores Tenetehar Tembé, da região do Alto Rio Guamá-PA, se apresenta enquanto proposta de reflexão sobre os significados simbólicos inerentes ao uso do jenipapo em forma de pinturas corporais tradicionais ou “pinturas dos mais velhos” (Onça, Cuia, Tamatá, Tocaia/Ywán, Lua/Zahy, Onça Jaguatirica/Marakaza, Menino e Menina Moça/Ywán) e, não tradicionais, ou “invenções dos mais jovens” (Borboleta/Panám, Jibóia, Rastro da Onça e Jabuti), na cosmológia Tembé, enquanto saberes coletivos de expressão simbólica material e imaterial, que no contexto da função de uso obrigatório nos rituais, envolve regras, interdições e tabus, na “passagem” dos iniciados da infância para a vida adulta. São representações de uma dentre as diferentes interfaces da cosmologia Tenetehar Tembé e Guajajara, as quais são possíveis de serem acessadas e compreendidas, a partir da interpretação de suas narrativas míticas “A história dos Tenetehar” (Nelson Tembé, 2018), “A Festa dos Animais” e “A Origem da Festa do Mel” (Nimuendaju, 1951), “A história da Onça Aé” (Moreira Tembé, Ideflor-Bio, 2016), “Criação do Homem” e “A Estrela que acompanha a Lua” (Wagley e Galvão, 1961), “A história de Zahy” (Reis, 2014), “Mito do Jenipapo” e “Mito da Menina Onça” (Tutui Tembé, 2019), e do que denominam de “ciência do jenipapo”, acionada no pré-ritual da Tocaia e nos rituais de iniciação do Mingau da Menina Moça e da Festa da Menina Moça/Wirau haw. Levanto a hipótese que o entendimento dos significados simbólicos e das funções de uso das pinturas corporais elaboradas em seus rituais, é possível a partir da interpretação das memórias de suas narrativas míticas e, dos saberes inerentes a “ciência do jenipapo”, indispensáveis para a compreensão da passagem dos iniciados da infância para a vida adulta e, na construção da autoidentidade étnica ao preparar os corpos e a persona das novas gerações. A metodologia utilizada nesta pesquisa em abordagem qualitativa, se deu a partir da observação e participação direta na realidade sociocultural das aldeias pesquisadas, no diálogo espontâneo e na gravação de entrevistas semiestruturadas sobre as narrativas míticas e o uso de pinturas corporais com pajés, cantores, lideranças e jovens Tembé do Guamá e do Gurupí. Utilizei-me do aporte teórico da literatura clássica e contemporânea sobre os Tenetehar Tembé e Guajajara, e de outros grupos Tupí da Amazônia oriental e ocidental para fins comparativos em Dodt (1939), Nimuendajú (1951), Wagley e Galvão (1961), Gomes (1977:2002), Arnoud (1984/85), Alonso (1996), Zannoni (1999; 2002), Sales (1999), Neves (2015), Reis (2014) e Coelho (2014), aliado ao enfoque multidisciplinar em História, Sociologia, Etnografia e Antropologia em Cunha (1992), Pollak (1989), Halbwachs (1990), Sahlins (1990), Laraia (1986), Ortiz (1987), Strauss (1958; 1962; 1964; 1966; 1978), Eliade (1972), Castro (1977), Lagrou (1989),Vidal (1992) e Gallois (2007). A pesquisa de campo foi realizada nas aldeias Ytaputyr, São Pedro e Sede e, sua relevância contempla a valorização de outras formas de construção, agenciamento e empoderamento de conhecimentos que incidem na construção da identidade étnica dos Tembé do Guamá. 

  • LIVIA REGINA FERNANDES SOUZA
  • O LÉXICO DO RIBEIRINHO: UMA ANÁLISE ETNOTERMINOLOGICA DA OBRA LITERÁRIA CHUVA BRANCA 

  • Data: 03/12/2019
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  • A presente pesquisa tem como objetivo ampliar os conhecimentos acerca do léxico  empregado na obra Chuva Branca (1968) de Paulo Jacob e a relação deste com a cultura ribeirinha da região amazônica. Para analisar essa relação entre léxico e cultura, esse estudo procede a uma análise etnoterminológica de itens lexicais selecionados na obra, tendo como critérios de escolha três pontos cruciais: o espaço, as adversidades e os maus presságios experimentados por um homem, personagem principal da narrativa, que se perde na floresta amazônica. A importância cultural das palavras, tanto no contexto literário quanto na atualidade, assim como a influência delas no romance, serão levadas em consideração. Para subsidiar as questões até aqui citadas, foram tomados como base concepções teóricas de alguns linguistas com trabalhos voltados ao campo das ciências do léxico, como: Vilela (1994), Bidermam (1981; 2001), Barbosa (2005; 2006), Andrade (2012), Faulstiche (1995; 2002), bem como de autores que auxiliaram nas principais reflexões acerca da obra literária em estudo, dentre eles podemos citar: Souza (2015), Coutinho (1978). Assim como de outros cujos estudos sobre a região amazônica foram de grande relevância para este trabalho: Schontag (2015), Peixoto (2009), entre outros.

  • WALESSA LUZIA MACHADO DOS REIS
  • A COBRA GRANDE E SEU DUPLO: UMA TRADUÇÃO DA EXPERIÊNCIA EM FORMA DE NARRATIVA

  • Data: 21/11/2019
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  • A Cobra Grande é uma narrativa de tecido complexo e de maior importância na região Amazônica. Ela testemunha a alteridade em seu nascimento, por meio da linguagem literária. Irmãos, gêmeos, iguais e opostos, humano e animal, bom e mau. As narrativas da Cobra Grande trazem para o imaginário amazônico uma temática bastante pertinente: o Duplo. Não fortuitamente, esse conceito encontra-se na compreensão da noção de alteridade, presentes nos estudos da psicanálise e da literatura. As noções de duplicidade e, portanto, de alteridade aparecem na literatura séculos antes da concepção desses termos. Desde as tragédias gregas enredos apresentam personagens duplicados e conflitos causados pela relação entre um Eu e seu Outro. Bujaru, do tupi mboy yaru, que significa “boca de cobra”, é um município do nordeste paraense que carrega em seu nome e seu escudo a crença na narrativa de maior importância da região amazônica e, dessa forma, testemunha a alteridade por meio da linguagem. É, portanto, objetivo desta dissertação de mestrado, verificar o desdobramento do Duplo nas narrativas de Cobra Grande no município de Bujaru e a relação que há entre a narrativa, as noções com as quais pretendemos operar, o território, sua história e memória. Para tanto, utilizaremos como aporte teórico o clássico ensaio de Freud Das ‘unheimlich’ (1919), a obra de Victor Bravo Los poderes de la ficción (1985), A obra de Jorge Larrosa, A experiência de la lectura (2003), Octávio Paz e seu Signos em rotação (1996), O segundo sexo de Simone Beauvoir (1970), entre outros. 

  • KATIA BARROS SANTOS
  • SABERES TRADICIONAIS, EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA E MEMÓRIA: PRÁTICAS ETNOEDUCACIONAIS NO ESPAÇO DA ALDEIA KUJUBIM, ALTAMIRA – PA 

  • Data: 07/11/2019
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  • A pesquisa busca investigar os saberes tradicionais e os embates da Educação Escolar Indígena sob as perspectivas das interações socioculturais no processo de construção e produção do saber na aldeia indígena Kujubim no Médio Xingu, município de Altamira-Pa. Com apontamentos a partir história do povo, das memórias, dos modos de vida e suas representações culturais dentro do espaço social e escolar. Este processo de transformação e construção do conhecimento requer um intercâmbio entre indivíduos, diretamente inseridos na produção e conservação de saberes por meio de tradições, de comportamentos e de trabalhos. Atribui-se nessa dinâmica componentes sociais e culturais para o desenvolvimento dos saberes no cotidiano dos indígenas aldeados na comunidade. Como procedimentos metodológicos, recorro à revisão bibliográfica, narrativas orais e entrevistas com os interlocutores da pesquisa, inspirado no campo teórico da etnografia. A pesquisa apontou que o povo Xipaia tem entendido seu papel como sujeito étnico, sabedor de seu protagonismo como povos indígenas, em especial para a ressignificação dos saberes tradicionais dentro da Educação Escolar Indígena. 

  • LAURA NEILA COSTA DA SILVA
  • O JOGO DE IDENTIDADES AMAZÔNICAS EM “MIGUEL”, PROTAGONISTA DO ROMANCE AQUELE UM, DE BENEDICTO MONTEIRO

  • Data: 08/10/2019
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  • A presente dissertação objetiva analisar e discutir possíveis construções de identidades amazônicas através do narrador-personagem ́Miguel dos Santos Prazeres ́, no romance Aquele Um (1985), quarta obra da tetralogia do poeta e romancista Benedicto Willfredo Monteiro, antecedida por: Verde Vagomundo (1972), O Minossauro (1975) e A Terceira Margem (1983). Miguel é a personagem mais expressiva do conjunto de romances, ao ponto que críticos literários o analisam e nomeiam como alter ego de Benedicto Monteiro. Trata-se da narrativa das aventuras de um contador de histórias que, dentre tantas funções, é mateiro e barqueiro, e através de suas viagens a trabalho pela região do Baixo Amazonas, descreve características da natureza, do trabalho e das pessoas com quem se relaciona, além de seus anseios e modos de pensar e analisar a região através de saberes locais representados na narrativa. Diante da personagem a investigação inicia através da pesquisa sobre estudos da narrativa de cunho interdisciplinar, com base teórica em Teoria Literária e Estudos Culturais, com o levantamento de pesquisas existentes na academia sobre a obra e, então, a análise das construções narrativas. Compreende-se através da leitura a grande capacidade da literatura em revelar traços históricos e transfigurar realidades da vida ribeirinha em diversos tempos e espaços. A análise se baseia na problemática da construção de uma identidade amazônica, ou seja, em quais construções identitárias podem ser reveladas através desta. Os autores que referenciam a discussão são: Hall (1990) e Bauman (2005) e suas teorias sobre o conceito de identidade, Halbswachs (2013), Ricoeur (2007), Chartier (1990), Bourdieu (1989), e suas concepções de ‘memória’; além de Thompson (1995), Geertz (1989) e Giddens (1990), e suas teorias sobre cultura e narrativas, indivíduo e sociedade; Cândido (1965), Fernandes (2015), Reis e Lopes (1999) e suas teorias sobre texto literário, teoria literária e história, além de dissertações de mestrado e teses de doutorado, entrevistas realizadas por pesquisadores com Benedicto Monteiro e relatos de sua filha Wanda Monteiro, e outros teóricos 

  • JULIANA PATRIZIA SALDANHA DE SOUSA
  • Narrativas fantásticas e lendárias de Quintino Lira no nordeste paraense, Amazônia brasileira

  • Data: 26/08/2019
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  • Este estudo disserta sobre as narrativas fantásticas e lendárias de Quintino Lira, liderança do povo na década de 80 do século XX, liderou os colonos em um conflito agrário na Região Nordeste paraense. As narrativas serviam para camuflar o líder dos colonos que se metamorfoseava em animais ou seres inanimados diante do perigo, ao enfrentar a polícia ou os pistoleiros. A pesquisa tem aporte metodológico no âmbito da literatura e da memória ancorada nos estudos literários. O objetivo principal o de estudar as narrativas lendárias e sociais de Quintino Lira empreendidas nas lutas fundiárias no Nordeste do Estado do Pará, a fim de descrever a origem das narrativas lendárias, as singularidades e fatos extraordinários que caracterizam-as como fantástica e/ou maravilhosa. O método da pesquisa etnográfico de abordagem qualitativa. Os dados coletados são originados de entrevistas, das matérias jornalísticas (Internacional, Nacional e Regional) e documental. Participaram 09 interlocutores. O resultado permitiu imprimir ideias de que as narrativas que se construíram no passado se tornaram parte da memória coletiva do nordeste paraense, assim como, classificá-las como narrativas do gênero fantástico e maravilhoso.Nesse contexto, percebe-se a relevância de tais narrativas no âmbito histórico, político, cultural e social para a população de cidade de Santa Luzia do Pará e região 

  • JOSÉ ATAÍDE DOS SANTOS
  • Quilombola: Juventudes, Identidades, Territórios.

  • Data: 06/08/2019
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  • Esta pesquisa trata sobre o processo de constituição da identidade e territorialidade em uma comunidade Remanescente quilombola do Município de São Miguel do Guamá, no Estado do Pará. A investigação teve como objetivo analisar o processo de construção da identidade dos jovens no território quilombola de Santa Rita de Barreira. Para chegarmos as respostas pretendidas, utilizamos o tipo de pesquisa que engloba a revisão bibliográfica e pesquisa etnográfica, tendo como técnicas de coleta de dados observação participativa, entrevistas semiestruturadas, os grupos focais e os desenhos. A análise dos dados coletados deu-se do embasamento em referenciais teóricos que discutem juventude, identidade, território, e o processo histórico da constituição dos quilombos no Brasil, como: ALMEIDA 2002, ANDRADE 1998, ARRUTI 2006, BASTIDE 1973, BEZERRA NETO 2001, CARNEIRO 1988, CARNEIRO 2003, CLIFFORD 2001, FERNDES 2008, GOMES 1996, HAESBAERT 2007, LEITE 2010, MARIN 1999, MENDES 2005, MOURA 1972, O’DWYER 2002, SALES 2005, SPOSITO 2005 e HALL 2006. A partir do conceito de juventude apontado pela própria comunidade, constatamos que os sujeitos definidos como jovens se auto reconhecem como remanescentes quilombolas e preservam a cultura de seus antepassados, principalmente pela transmissão de memórias e costumes pelos membros mais velhos da comunidade. Verificou-se, também, que as manifestações culturais são preservadas no território. De acordo com as narrativas de membros mais velhos, os jovens tem papel fundamental na continuidade da cultura, na conquista, manutenção e salvaguarda do território. No entanto, embora sejam apontados como elementos fundamentais, eles não têm participação ativa nas decisões da comunidade. Segundo algumas falas dos jovens, a falta dessa participação, tem sua origem na própria iniciativa juvenil, de alguns, não participarem ativamente das atividades desenvolvidas na comunidade. A partir dos resultados concluímos que há um senso muito grande de pertencimento dos jovens em relação à identidade quilombola e ao território, pois estes se consideram os “guardiões” da memória, dos saberes e de tudo o que envolve o passado, o presente e as projeções para o futuro da comunidade. 

  • LUDMILLA CUNHA VENTURA DE SOUZA
  • Trajetórias de estudantes da UFPA que participaram da ocupação estudantil de 2016 nos Campi de Altamira e Soure

  • Data: 31/07/2019
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  • O objetivo geral deste estudo foi compreender as trajetórias, sonhos e preocupações de alguns discentes que participaram da Ocupação Universitária de 2016 nos campi da Universidade Federal do Pará - UFPA nas cidades de Altamira e Soure. Para tanto, a metodologia escolhida constituiu-se a partir de uma abordagem qualitativa, por ser esta abordagem atenta à experiência, vivência, percepção e ação do sujeito da pesquisa, ao qual se busca compreender, enxergar sob sua própria perspectiva; usou-se o dispositivo metodológico de Bernard Lahire, para se conhecer a trajetória individual dos estudantes envolvidos nas ocupações dos campi citados, de modo a entender os fatores motivadores a esse ocupar e que contribuíram também para a participação dos discentes no referido movimento estudantil; para a coleta de dados utilizou-se a entrevista semiestruturada, com base num roteiro previamente construído, que apresentava perguntas abertas e fechadas e realizou-se a gravação de áudios dos relatos de quatro (04) discentes, dois (02) do campus de Soure e (02) dois do campus de Altamira, com a prévia autorização dos entrevistados e a garantia do sigilo quanto à identificação destes. Os critérios para a escolha desses entrevistados foram: ter participado da ocupação universitária de 2016 como ocupante do espaço físico em um dos dois campi da UFPA; ter tido o vinculo institucional de discente de graduação no respectivo campus da instituição que ocupou, antes, durante ou posterior ao movimento de ocupação; e aceitar participar da pesquisa. As entrevistas ocorreram presencialmente nos campi da UFPA nas cidades de Altamira em 2018, e de Soure em 2019. Os resultados encontrados versam sobre o fato de como as experiências em movimentos comunitários, organizações sociais e movimentos religiosos que prezam pelo bem comum e pela garantia de direitos à população, estiveram presentes no movimento de ocupação, seja no que se refere aos objetivos gerais, no caso a garantia do direito à educação de forma pública, gratuita e com qualidade, ou mesmo na garantia da dignidade humana desses discentes universitários de ter voz e vez dentro da universidade; também foi possível compreender que as lutas individuais, como por exemplo a afirmação da identidade de gênero e da orientação afetiva\sexual, ou pelo enfrentamento aos preconceitos sentidos nesse processo de auto afirmação se mostram como fator influenciados de ações dentro do movimento de ocupação; assim como as experiências dos discentes em movimentos de juventude se mostraram como dispositivos para a atuação dos mesmos dentro de outros movimentos, como no caso do movimento de ocupação dos campi. Compreender a trajetória de vida desses estudantes auxilia no processo e repensar as ações no ambiente acadêmico de modo a possibilitar mudanças no próprio cenário universitário, implicando nos processos de ensino-aprendizagem desse contexto. 

  • ADELSON LUIZ BAYMA DA SILVA
  • TOPONÍMIA INDÍGENA: um estudo a partir da zona ribeirinha  do município de Porto de Moz - PA

  • Data: 30/07/2019
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  • Esta pesquisa constitui-se num estudo semântico-etimológico da toponímia indígena em uso na zona ribeirinha do Xingu, no município de Porto de Moz-PA. Como aporte teórico citamse: Alves et al. (2010), Barbosa (1951), Carvalho (1987), Sampaio (1987), Dick (1990, 1992, 1994, 2004), Urban (1992), Ghelen (2003), Domenico (2008), Pereira (2013), entre outros autores. Buscou-se identificar os aspectos semânticos e etimológicos que cooperam para a nomeação, principalmente, dos rios, igarapés e comunidades no município citado. A pesquisa bibliográfica a partir de um estudo descritivo, a observação participante, as entrevistadas abertas e semiestruturadas constituíram os princípios metodológicos desse estudo. As abordagens baseiam-se em discussões da Antropologia Cultural, História e, principalmente, em estudos linguístico-onomásticos, complementadas por documentos como mapas e outras representações cartográficas. Por meio da investigação etimológica dos dados verificou-se que os topônimos indígenas coletados têm origem na língua Tupi Antigo. Os resultados apontam que a fitotoponímia, a zootoponímia e a hidrotoponímia são os elementos mais recorrentes na formação/motivação dos topônimos portomozenses por envolverem espaços do rio e da floresta

  • ROBSON LUIZ COSTA SANTOS ARRAES
  • Os Saberes Matemáticos presentes nas práticas agrícolas de Cálculo de Áreas

  • Data: 30/07/2019
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  • O presente trabalho investiga os saberes matemáticos presentes nas práticas agrícolas de

    cálculo de áreas, mais especificamente as questões relacionadas à cubação de terra, o

    plantio e a colheita, na comunidade São Francisco das Chagas, município de Brasil Novo-

    Pa. A partir de um estudo das dimensões, pedagógicas e organizacional, o trabalho parte da

    hipótese de que a dinâmica de organização dos saberes no trabalho da agricultura familiar

    caracteriza-se como um processo permanente de construção e reconstrução dos saberes

    sociais articulados às experiências profissionais adquiridas a partir dos processos de

    ocupação da região da Transamazônica, desencadeada nos anos 70, com a abertura da

    Rodovia Transamazônica. Assim, a pesquisa está relacionada ao estudo de um conjunto de

    saberes e práticas sociais que constituem as dimensões pedagógica e organizacional do

    trabalho rural, ou seja, busca compreender o movimento dialético presente na construção

    dos saberes e dos conhecimentos resultantes da relação dos sujeitos com o trabalho diário

    de suas atividades do campo, na comunidade São Francisco das Chagas. Por meio deste

    estudo, constatou-se a existência de saberes matemáticos empregados nos cálculos de áreas,

    baseados nas necessidades econômicas e sociais da região. Assim, durante a pesquisa

    percebemos que esses saberes matemáticos estão restritos ao ambiente do trabalho dos

    agricultores e ao ambiente não-escolar. Embora, efetivamente, não tenhamos realizado

    nenhuma atividade nos ambientes escolares, nas entrevistas notamos que esses saberes não

    foram e não são “mostrados” nas escolas do município

  • YARA DAS CHAGAS FURTADO
  • ANTROPONÍMIA BRAGANTINA NO SÉCULO XIX: UM ESTUDO DAS RELAÇÕES DE PODER

  • Data: 30/07/2019
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  • Este trabalho apresenta uma análise sobre as relações de poder estabelecidas em Bragança, no século XIX, por meio de um estudo dos antropônimos e dos modos de como estes eram registrados em livros oficias da época. Parte-se do pressuposto de que o estudo dos antropônimos pode trazer informações adicionais sobre uma determinada sociedade, revelando os valores e princípios que a sustentam. Bragança, no passado, foi um espaço onde entrecruzaram europeus, indígenas e africanos, fatos que são conhecidos na história. O trabalho objetiva fornecer informações adicionais sobre as relações de poder estabelecidas entre esses grupos distintos. Assim, esta pesquisa analisa antropônimos extraídos dos livros de registros de óbito e de batismo, datados dos anos de 1826 a 1861, usados como fonte de informação documental. O local da pesquisa foi o Museu de Arte Sacra de Bragança. O estudo concentra-se não na análise isolada do antropônimo em si, mas, principalmente nos modos como estes foram registrados e como esses modos revelavam a estrutura de poder da época. Os autores que dão embasamento teórico a esta pesquisa são, principalmente: Brito (2003), Carvalinhos (2007), Dick (1987), Guérios (1981), Silva (2004), Vasconcelos (1928) entre outros. Como resultado geral confirmou-se, que as relações de poder eram marcadas por uma visão colonialista, discriminatória para com os grupos subalternizados como os negros, os indígenas e a mulher. Reafirma-se, assim, que a escolha dos antropônimos e os modos de seus registros revelam aspectos do contexto histórico e a concepção de mundo de uma sociedade em uma dada época 

  • LÍLIA BATISTA DA CONCEIÇÃO
  • O mito das Icamiabas no contexto da Amazônia brasileira: Entre tramas discursivas da História e da Literatura na reescrita de Regina Melo

  • Data: 03/07/2019
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  • A pesquisa ressalta experiências vivenciadas na Amazônia pelos antepassados durante o

    processo de colonização, as quais se relacionam com o mito das icamiabas. Essa tradição oral

    de origem antiga é apresentada em produções literárias, nas quais é perceptível o produto de

    um processo histórico bem complexo que interfere, de fato, na produção de identidades de

    sujeitos femininos, bem como na formação discursiva. Este trabalho tem como objetivo geral

    abordar uma análise do mito das icamiabas, a partir da literatura comparada, entre as narrativas

    Descobrimento do Rio de Orellana (1941), do Frei Gaspar de Carvajal, e o romance Ykamiabas:

    Filhas da Lua, Mulheres da Terra (2004), da autora amazonense Regina Melo, por meio de

    uma metodologia numa abordagem qualitativa, com ênfase na Literatura Comparada, enquanto

    percurso metodológico. Para tanto, as narrativas relacionam-se com discussões teóricas de

    Lévi-Strauss (1978, 1985), Eliade (1994, 1995), Loureiro (2001), Geertz (1989), Carvalhal

    (2006), Pageaux (2011) e assim por diante. Como hipótese para tais questionamentos,

    compreende-se em Ykamiabas: Filhas da Lua, Mulheres da Terra como uma produção literária

    que contribui com a (des) construção de discursos que foram produzidos desde o processo de

    colonização espanhola na Amazônia. Frente aos resultados e discussões, percebe-se a

    confirmação da hipótese, uma vez que essas narrativas mesclam fatos e ficções. Esta pesquisa

    acadêmica ressalta uma interseção entre História e Literatura que ultrapassa as fronteiras dos

    campos, pois esse breve diálogo cruza fatos e ficções. Embora, haja os limites entre factum e

    fictum, mas ambos estão estreitamente relacionados à ordem do discurso. Assim, estas mantêm

    um diálogo sobre a narrativa mítica das icamiabas, porém sob ângulos diferentes. Nesta

    perspectiva, constata-se que a cronística de Gaspar de Carvajal reproduz o discurso do

    colonizador. Enquanto a obra literária de Regina Melo destaca um sujeito subalterno que

    adquiriu, aos poucos, vez e voz na Literatura da Amazônia, dado que a romancista fez a

    transposição dos elementos coloniais sem aprisionar o indígena feminino no discurso colonial.

    Mas sim, apresentou que esses atores sociais podem viver fora dessas amarras, as quais foram

    construídas historicamente.

  • MYRCÉIA CAROLYNE GUIMARÃES DA COSTA
  • AMAZÔNIA CINZA: AS NARRATIVAS ORAIS DO MITO DO ATAÍDE NAS ENTRANHAS DOS MANGUEZAIS BRAGANTINOS

  • Data: 26/06/2019
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  • A presente dissertação propõe-se a realizar análises e reflexões, partindo da figura mitológica do Ataíde, o encantado que habita os manguezais de Taperaçu-Porto em Bragança/PA. Do universo que circunda o Ataíde emergem comportamentos e discursos que interferem nas vidas dos moradores e dão sinais de como eles interagem e fazem suas leituras do mundo ao qual pertencem. Busca-se, então, evidenciar quais são esses comportamentos e discursos e compreender sua relação com o mito e com as dinâmicas sociais na comunidade estudada. O trabalho é fundamentado na coleta de narrativas através da observação participante junto aos narradores, seguindo um procedimento de pesquisa de caráter etnográfico, por meio do qual foi possível adentrar no seio do grupo e perceber as dimensões que orientam as interpretações do que advêm da presença ímpar do Ataíde nas suas paisagens de pertencimento, tais como a função que este mito tem para a comunidade, bem como as formas como são traduzidas as questões do negro, da mulher e da homossexualidade naquele contexto, e como os temas intrínsecos ao mito são considerados proibidos para as crianças da vila. Os encaminhamentos teóricos que conduziram este trabalho são assentados em Eliade (1972 ) e (1992), Bachelard (1988) e (1997), Bosi (1994) e Eckert e Rocha (2001), que orientam o olhar sobre temas como mito, paisagem, memória e imagem. O Ataíde, portanto, integra-se à comunidade entrelaçando-se à vida e às vivências materiais e imateriais das pessoas de Taperaçu-Porto 

  • PEDRO IVAN OLAIA RIBEIRO FILHO
  • TRANSMARGINALCABOCA: sophias, drags e outras dissidências nas Amazônias

  • Data: 13/06/2019
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  • Este processo de escrita é a ousadia de um devir marginal coletivo que se propõe ser chamado de narrativa performática transdisciplinar, pois pensa-se a performance como arte-vida na perspectiva etnográfica em que “pesquisador” e “pesquisado” são a mesma pessoa, ou seja, o observador está na observação do processo de pesquisa que também inclui a observação de outras pessoas que observam o pesquisador-pesquisado e contribuem com a formação identitária de Sophia. Pedro é o pesquisador, Sophia é sua drag queen – as duas identidades pertencem ao mesmo corpo, porém, Pedro refere-se à identificação cisnormativa designada no nascimento do corpo e reforçada performativamente a partir do convívio com a família, igreja, escola, trabalho e  outros contextos socioculturais em um determinado período da história; e Sophia – da mesma maneira sendo uma construção performativa a partir do convívio em contextos socioculturais de determinado tempo, se difere da performatividade cisnormativa (do corpo primeiramente identificado como Pedro) por ser processo artístico inacabado onde eus, outros e outros eus se diluem e tomam uma dimensão maior que o corpo, para além do físico, dialogando sobre possíveis descolonizações do corpo a partir de questões de gênero e sexualidade. Este trabalho tem o objetivo de – a partir da relação com teóricos da antropologia, teoria queer e artes, refletir a respeito das performances de Sophia como práticas de resistência poética e política por uma encruzilhada transdisciplinar onde teoria dialoga com prática em interações extra-muros acadêmicos próximas do convívio social e discussões do cotidiano de corpos dissidentes e as normatizações impostas sobre estes corpos

  • ADELSON DA CRUZ
  • EDUCAÇÃO DO CAMPO E A PRODUÇÃO DE CONHECIMENTOS NA AMAZÔNIA TOCANTINA: DIÁLOGOS ENTRE SABERES E SUJEITOS

  • Data: 06/06/2019
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  • Movimentos sociais; educação do campo; formação de professores; saberes;

    Esta dissertação tem por objetivo investigar o Curso de Licenciatura Plena em Educação do Campo da Universidade Federal do Pará (UFPA), Faculdade de Educação do Campo (LEDOC), do Campus Universitário do Tocantins/Cametá (CUNTINS) que funciona em Vila do Carmo, comunidade ribeirinha do interior de Cametá-Pa, com o propósito de compreender como se dá a relação dialógica entre saberes populares, a universidade e os movimentos sociais na produção de conhecimento dentro deste curso de formação de educadores. O recorte temporal da pesquisa é de 2017 a 2018, foi empreendida por meio da observação participante no tempo universidade e no tempo comunidade. A postura dialética que foi estabelecida com os sujeitos envolvidos no ato educativo permitiu que a obtenção dos dados partisse de uma relação fundamentada pelo diálogo entre os sujeitos que se envolveram na pesquisa. A fundamentação teórica advém de autores como: Molina (2004), Caldart (2004), Arroyo (2007), Araújo (2014), Silva (2007), Carvalho (2003), Xavier (2015), Diniz (2008), Freire (2014), Santos (2007). A sistematização dos dados foi dividida em três capítulos que se unificam através da complementariedade de ideias, sendo que o primeiro e segundo fundamentam-se numa pesquisa de caráter bibliográfico, empreendida em referenciais teóricos que irão fornecer embasamento para a análise dos dados da pesquisa de campo no terceiro capítulo. A Seção I é fundamentado numa análise discursiva que dialoga sobre a produção de conhecimentos numa perspectiva epistemológica das classes populares como produtoras de saberes, no entanto, um saber que não é aceito pelo rigor cientifico moderno. A seção II irá discutir a relação entre o movimento social e educação, abordando a luta que os movimentos sociais do campo tiveram que travar para consolidar uma proposta de educação aos povos campesinos marcas e identidades condizentes aos múltiplos territórios que compõe este espaço social; por fim, A Seção III, traz as discussões empreendidas na pesquisa de campo, onde será abordado como é estabelecido o diálogo entre saberes populares, universidade e movimento social. Partindo destas acepções, será analisado como esse diálogo se dá entre saberes, sujeitos e universidade.      


     

  • DANIELLE PINTO SILVA
  • MÉDICOS CUBANOS E COMUNIDADE BRAGANTINA: notas sobre o contato linguístico espanhol/português em terras brasileiras

  • Data: 04/06/2019
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  • Esta pesquisa tem por objetivo apresentar alguns aspectos da situação do contato linguístico que se estabeleceu entre médicos cubanos e parte da comunidade bragantina, configurado a partir do Programa “Mais Médicos” do Governo Federal, instituído a partir de 2013 em todo o território brasileiro, inclusive no município de Bragança-Pa. Tal contato foi propiciado por uma política pública que criou uma situação em que médicos estrangeiros – cubanos - falantes do espanhol, e pacientes bragantinos, falantes do português, foram colocados face a face, tendo que interagir por meio da linguagem verbal falada, durante os momentos de atendimentos médicos. Neste contexto temos o objetivo de empreender a análise dos processos de entrelaçamento de culturas, fatores linguísticos e extralinguísticos, visando compreender diferenças e semelhanças e identificar estratégias utilizadas por cada um dos grupos para o sucesso da interação comunicativa nas situações específicas das consultas médicas. Para isso foram realizadas entrevistas, aplicação de questionários e observações de campo vinculadas aos referenciais teóricos da Sociolinguística (WEINREICH, 1953; LABOV, 2008; CALVET, 2004; FARACO, 2004) uma vez que ela trata especificamente da relação entre linguagem e sociedade, assim como da área de Línguas em Contato (WEINREICH, 1953; TARALLO, 1986; GOROVITZ, 2012; THOMASON, 2001), que fundamentam as questões oriundas dos contatos linguísticos se desenvolvendo de maneira articulada com as definições de tradução (JAKOBSON, 1995; BERMAN, 2013; BURKE, 2009). Metodologicamente a pesquisa ancorou-se na abordagem hermenêutica, que considera para a sua experiência a importância da linguagem como meio de comunicação e objeto da compreensão. A pesquisa realizada confirma e reitera a relevância de se considerar a variação linguística nos espaços onde acontece o contato linguístico como imprescindível para os processos de tradução que ocorrem nesses contextos 

  • KARLA OEIRAS DE ALMEIDA
  • NARRATIVAS ORAIS E ESCOLA: REFLEXÕES SOBRE AS PRÁTICAS DOCENTES NA COMUNIDADE DE PESCADORES PORTO ALEGRE MARAPANIM/PARÁ


  • Data: 27/05/2019
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  • Esta pesquisa se fundamenta nas narrativas orais da comunidade de pescadores Porto Alegre, que objetiva focalizar o trabalho com histórias locais contadas pelos moradores antigos da comunidade e pelos professores que moram e trabalham na escola da comunidade. Diante das histórias que os moradores antigos contaram, pude perceber a grandiosidade e a riqueza dessas histórias que me levaram a pesquisar sobre as narrativas orais em uma comunidade tradicional, na qual se falam sobre o curupira, a feiticeira, a visagem, a lenda da porca, entre outras. Logo, pude perceber que todas essas histórias resistem na memória de quem as contam, passando de geração para geração. Crianças, jovens e adultos participam da interação que além de proporcionar uma fascinação aos mais novos, gera também um momento de descontração e risos. A propósito deste estudo, cabe ressaltar o meu ingresso no Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Saberes e Linguagens (PPSLA), e por meio do grupo de Pesquisa Copain, pude ampliar os meus horizontes nas formas de debates e discussões sobre alguns autores, determinados pela escolha do meu orientador, que por sua vez apresenta uma vasta experiência nos estudos de Narratologia. Este realiza pesquisas voltadas para as narrativas orais na região do nordeste paraense, e como a minha pretensão era realizar um estudo na comunidade de Porto Alegre, município de Marapanim, acerca das narrativas da região, decidimos elaborar um projeto de pesquisa sobre as narrativas orais inseridas no currículo.

  • SUZANNY DA SILVA LIMA
  • CONSTRUÇÕES CULTURAIS EM ESPAÇO DE MIGRAÇÃO: IDAS, VINDAS E PERMANÊNCIAS 

  • Data: 22/05/2019
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  • Esta pesquisa tem por objetivo apresentar discussões acerca das construções culturais dos moradores da Agrovila Princesa do Xingu (APX), no espaço rural do município de Altamira/Pará, transitando áreas do conhecimento como a Antropologia e Letras, abrange métodos e instrumentos da etnografia que foram aplicados para a coleta e análise de dados como a observação participante, entrevistas orais, conversas informais, diário de campo, gravações e registros fotográficos. A partir, fundamentalmente, do entendimento de cultura para Geertz (1989), este compreende que, em analogia, o homem está amarrado a uma teia e que seus sentidos são conferidos na inter-relação entre os componentes dessa teia. Dessa forma, pode-se entender que as construções culturais supracitadas correspondem aos sentidos construídos na cotidianidade dos residentes da comunidade e que também indicam significados próprios e únicos a cada um dos diversos contextos sociais no quais os moradores estão inseridos. A fundação da Agrovila está circunscrita ao período de abertura e construção da Transamazônica (BR 230) na década de 1970; a primeira geração de moradores foi composta majoritariamente por migrantes agricultores vindos da região Nordeste do Brasil e que, portanto, participaram de um movimento migratório motivado pelo governo nacional e gerenciado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). Após aproximadamente 46 anos desde sua fundação, os pioneiros e demais gerações de moradores da APX apresentam características próprias e particulares do seu modo de vida, relações de pertenças, estrutura de organização, comportamento das gerações que evidenciam peculiaridades de sua trajetória histórico-social de formação, consolidação e afirmação de sua identidade como sujeitos da Amazônia 

  • TAIANE LIMA SILVA
  • Identidade e Educação Escolar Indígena: o caminhar da Escola Francisca Juruna rumo à interculturalidade

  • Data: 22/05/2019
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  • Este trabalho tem como objetivo discutir a construção da identidade Juruna na sua relação com a escola da aldeia Boa Vista, sinalizando, nas práticas escolares, o atendimento aos preceitos legais da política de educação escolar indígena que, entre outros, se pauta em um projeto de autonomia e valorização da cultura indígena. Foram utilizadas técnicas de pesquisa etnográfica, entre elas: a observação participante, entrevistas abertas, registros fotográficos e diário de campo. Percebeu-se que os Juruna do Km 17 elegeram a Escola Indígena Francisca de Oliveira Lemos Juruna como principal estrutura social responsável pelo suporte ao permanente processo de afirmação identitária do grupo e que a mesma vem desempenhando relevante papel na demarcação das fronteiras que os fazem afirmar-se Juruna na medida em que buscam zelar pela manutenção das suas diferenças, contribuir com a atualização dos sinais diacríticos, fomentar o sentimento de pertença étnica, atrelando ensino à luta por direitos, de modo a tornar as crianças partícipes daquilo que pensam ser o melhor para suas vidas e para a aldeia Boa Vista. Tal discussão ganha relevância por narrar a dinâmica social de uma comunidade indígena marcada por transformações decorrentes de inúmeros projetos pensados e executados para/na região Amazônica, sendo a construção da hidroelétrica Belo Monte o mais recente. Demonstra-se ainda que a efetivação de uma escola indígena diferenciada, intercultural, específica e bilíngue é um desafio de múltiplos sentidos, inclusive para etnografias, considerando que apesar das conquistas, como a construção do Projeto Político-Pedagógico e a renomeação da escola como forma simbólica de marcar suas lutas por uma educação que possua o rosto indígena, a Escola Francisca Juruna ainda precisa avançar significativamente para a efetivação das disposições normativas que caracterizam a educação escolar indígena. Para isso, é imprescindível que o Estado cumpra seus deveres, reconhecendo-a oficialmente como tal, de modo que o discurso de interculturalidade encontre também meios de concretude. 

  • MARIA DO CARMO ALVES DE ARAUJO
  • A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DOCENTE E OS DESAFIOS NA EJA: E.M.E.F. SOL NASCENTE/ASSURINI 

  • Data: 21/05/2019
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  • Nessa dissertação relaciona-se à discussão sobre identidade e atuação docente. O objetivo projetado foi compreender se elementos da prática pedagógica contribuem para a reconstrução da identidade docente da EJA e como esses elementos refletem em suas práticas pedagógicas no contexto educacional rural. A pesquisa foi realizada no ano de 2018 e constituíram-se como participantes, sete professores que atuam na Educação de Jovens e Adultos da escola Municipal Sol Nascente localizada na Agrovila Sol Nascente, município de Altamira/PA e dois moradores da região que forneceram dados sobre aspectos relacionados à agrovila e a escola, locus da pesquisa. A abordagem da pesquisa é qualitativa e foram utilizados instrumentos de pesquisa etnográficos para coleta de dados, dentre eles a observação participante, entrevistas abertas e semiestruturadas. Os resultados revelam que os professores ressignificam sua prática, constroem e reconstroem novos saberes, que são efetivados em sala de aula, e em seu cotidiano. Porém, sua identidade é mantida, ainda que haja novos posicionamentos e ações que são reflexos das novas experiências vividas nesse contexto educacional. 

  • VANIELY CORREA BARBOSA
  • IMPACTOS NO PATRIMÔNIO CULTURAL (I)MATERIAL DOS ASURINÍ DO XINGU COM A CONSTRUÇÃO DA UHE BELO MONTE

  • Data: 21/05/2019
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  • A investigação tem como objetivo compreender as transformações no fazer artístico da etnia Asuriní do Xingu, índios de origem Tupi-Guarani, que habitam a Terra Indígena Koatinemo no estado do Pará, após a construção da Usina Hidrelétrica Belo Monte – UHE Belo Monte. Para tanto, desenvolve-se um estudo de natureza qualitativa, de forma a possibilitar o alcance do objetivo traçado, utilizando o levantamento bibliográfico e a realização de entrevistas semiestruturadas em campo com os Asuriní, funcionários da FUNAI e Funcionários da Fundação Ipiranga. Para a análise dos resultados utiliza-se o método da Análise de Conteúdo. Os resultados demonstraram que após a unificação dos indígenas em um movimento crescente em busca de seus direitos no cenário regional e nacional com os ribeirinhos, pescadores, trabalhadores rurais e moradores de Altamira, conquistaram a elaboração de um programa, denominado Plano Básico Ambiental do Componente Indígena – PBA-CI. Conclui-se que apesar da elaboração do plano pelo Consórcio Norte Energia e execução pela Fundação Ipiranga, empresa contratada para trabalhar com o Programa de Patrimônio Cultural Material e Imaterial do PBA-CI, houve modificações na forma do fazer artístico, devido as intervenções externas e as demandas do comércio de seu patrimônio material. Para mais, compreendeu-se que tanto os homens quanto as mulheres confeccionam os objetos constitutivos de seu patrimônio cultural (i)material, assim como o processamento da matéria prima necessária, e destinam grande parte de seu dia à confecção desses objetos. Além disso, pôde ser entendido que a arte gráfica Asuriní compõe um conjunto de expressões associadas aos diferentes sistemas de significação, como os elementos da natureza, da cultura e do sobrenatural.

  • NADIA GRINGS BATISTA
  • GÊNERO E TERRITORIALIDADE NA CONFIGURAÇÃO DAS PERSONAGENS FEMININAS INDÍGENAS NAS OBRAS DOIS IRMÃOS E ÓRFÃOS DO ELDORADO

  • Data: 20/05/2019
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  • A Crítica Feminista, juntamente com os temas gênero, etnia e territorialidade, são os

    instrumentos utilizados neste trabalho para discutir a questão feminina indígena na literatura

    produzida por Milton Hatoum, especificamente, nas obras Dois Irmãos (2006) e Órfãos do

    Eldorado (2008). Para tanto, são analisadas as personagens Domingas, Dinaura e Florita na

    perspectiva de refletir sobre as estratégias de resistência desenvolvidas por essas mulheres ao

    longo de suas vidas. Uma análise que só é possível a partir da Crítica Feminista, que permite

    uma releitura das personagens femininas ao mudar o foco da análise, dando ênfase a aspectos

    menos evidentes em sua constituição. No intuito de compreender como as indígenas brasileiras

    se posicionam em relação ao movimento feminista, analisou-se a formação do movimento das

    mulheres indígena que surge em paralelo à organização do movimento indígena na década de

    1970. Suas organizações são atuantes e se fortaleceram com o tempo, contudo, não se sentem

    contempladas pelas pautas feministas das mulheres não indígenas. Perpassando essa discussão,

    percebe-se que Domingas, Dinaura e Florita, em função de sua condição de gênero e de etnia,

    são forçadas a se deslocarem de seus territórios e transformarem suas identidades. O

    deslocamento compulsório vivido por estas personagens suscita a discussão sobre

    territorialidade, desterritorialização e reterritorialização. Os critérios de análise da Crítica

    Feminista são ainda usados para identificar o quanto de resistência Milton Hatoum conseguiu

    imprimir nas personagens em estudo, numa proposta de desconstruir a imagem de mera

    subjugação, em que são postas inicialmente. Nesse contexto, mulheres indígenas e não

    indígenas estão percebendo a necessidade de buscarem um diálogo agregador, capaz de romper

    com a lógica colonial, construindo assim uma proposta decolonial, na qual sugerem que os

    conhecimentos locais sejam incentivados e potencializados, num movimento de construção de

    novos paradigmas capazes de contemplar a diversidade cultural e política da sociedade

    brasileira.

  • KEILA DE PAULA FERNANDES DE QUADROS
  • MEMÓRIA E IDENTIDADE AFRODESCENDENTE: A CONSTRUÇÃO SIMBOLICO-POÉTICA NEGRA NO QUILOMBO DE TIPITINGA EM SANTA LUZIA-PA

  • Data: 29/04/2019
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  • A presente pesquisa tem como objetivo geral realizar uma análise de duas poesias escritas por Rozalvo Ramos Farias, poeta quilombola da comunidade de Tipitinga, no município de Santa Luzia do Pará -PA. A análise deu-se a partir dos fundamentos do poema, das unidades expressivas, da estrutura e dos significados que podem ser considerados no processo de análise poética, assim, buscou-se analisar as categorias presentes no poema, em especial aquelas mais exploradas pelo poeta, logo, centrou-se nos elementos mais recorrentes de forma explícita e implícita dentro das poesias, que foram precisamente os dispositivos da memória e da identidade, além do símbolo enquanto recurso poético utilizado para a construção de novos sentidos dados ao significado da palavra. Analisou-se duas poesias intituladas “AMORQUIT” e o “Brasil e a Política”, a primeira aborda sobre a história social do negro no Brasil desde o processo de escravidão até a situação atual das pessoas negras quilombolas, a segunda trata sobre o contexto sócio-Político-cultural, especificamente sobre a corrupção que tem dominado a maioria dos envolvidos no Brasil à cargos políticos. Nos procedimentos metodológicos adotou-se a abordagem qualitativa, a pesquisa bibliográfica e a pesquisa documental, uma vez que as poesias são documentos escritos que nunca haviam recebidos quaisquer tipos de tratamentos. Utilizou-se como instrumento para coleta de dados a entrevista semiestruturada. A pesquisa teve como lócus a comunidade Quilombola de Tipitinga, sendo que os poemas são o objeto de estudo e o poeta Rozalvo Farias o sujeito. A partir da análise empreendida detectou-se que as poesias são permeadas pelo sentimento de identidade e pertencimento do sujeito, cujas temáticas centrais geralmente apontam para o contexto de produção que é a comunidade de Tipitinga. Também se constatou uma construção poética pautada nos recursos como figuras de linguagem, imagem, símbolo, metáforas, versos, tema, rimas, sonoridade, linguagem figurada e não figurada, dentre outros elementos que possibilitaram a construção poética fundamentada na concepção e na leitura de mundo, nos conhecimentos e nos saberes socioculturais e históricos do poeta. Dessa forma, a produção feita por Rozalvo Farias traz um conteúdo exatamente inverso da maioria das obras literárias produzidas que mostram o negro apenas como sujeito inferiorizado etnicamente, a escrita do poeta pesquisado vem contra o discurso de silenciamento do negro na história geral. Assim sendo, por meio dos fragmentos de lembranças que se entrecruzam na construção dos poemas, detectou-se a recorrência dos dispositivos da memória individual e coletiva como norteadoras da escrita do poeta Rozalvo Ramos Farias.  

  • ODILIA CARDOSO
  • Cultura, Narrativas e Saberes na Festividade São Tomé em Porto de Moz-PA

  • Data: 26/04/2019
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  • Porto de Moz é localizado no Estado do Pará, à margem direita do rio Xingu. O espaço que
    se propôs investigar foi a Vila Maripi ou como é conhecida pelos seus pares comunidade
    São Tomé. Esta se encontra a 3 km da sede localizada também à margem direita do rio.
    Este trabalho se propõe a um estudo entre culturas e práticas sociais presentes nas festas de
    santos, na tentativa de entender sua complexidade e constantes transformações. Para isto
    descreve-se e interpreta-se a Festa de Santa Luzia a partir das pessoas que a celebram e
    mantém as festas de santos na vila, em especial Seu Vicente, mantenedor das tradições
    locais. Para tanto foram utilizados instrumentos com ares etnográficos que permitiram de
    maneira qualitativa reunir relatos antes e durante a festa a fim de posteriormente adentrar
    nas interpretações e tentar ler as entrelinhas das falas compartilhadas. Os resultados dessa
    jornada apresentam uma relação entre celebração e conflitos próprios da natureza humana.
    Por fim espera-se que ao compartilharmos a Festa de Santa Luzia da comunidade São
    Tomé, esta sirva como contribuição para pesquisas futuras que envolvam culturas, relatos e
    interpretações a partir dos sujeitos que compõem este fenômeno.

  • AUGUSTO CESAR PINTO FIGUEIREDO
  • AS FILHAS DO BELO MONTE: Prostituição e grandes projetos na Amazônia

  • Data: 16/04/2019
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  • O fenômeno da prostituição tem acarretado diversos questionamentos, desde os períodos mais remotos até os dias de hoje. Costuma-se aceitar a prostituição como um fator de degeneração moral, ideia corrente no meio do imaginário popular. Para esse intento, foi necessário compreender também as raízes dessa prostituição nesse contexto, que são os grandes projetos da Amazônia e aqui verificar como estão intimamente imbricados, grandes projetos e prostituição. Pensando nisso, nessa relação e nos padrões sociais estabelecidos por parcela significativa da sociedade, que vislumbramos a pesquisa “As filhas de Belo Monte: prostituição e grandes projetos na Amazônia”. Para tal intento, procuramos, antes, realizar uma pesquisa bibliográfica que retratassem, socialmente, o fenômeno da prostituição e sua reatualizacão no tempo e mostrasse um panorama geral dos grandes projetos idealizados para a Amazônia. Por fim, procuramos buscar entender a relação de prostituição e os grandes projetos aqui implementados, tanto no passado recente, quanto no lócus escolhido, ou seja, Belo Monte. Em relação a metodologia escolhida, ou seja, o estudo de caso, foi feita por entender que esta é uma metodologia que recomenda olhares mais meticulosos e detalhados de um contexto natural. O próximo passo foi estabelecer os espaços e sujeitos de minha pesquisa. Procurei pessoas que vivenciaram a prostituição no período do recorte temporal escolhido, ou seja, 2010-2015, a fim de entender suas atuações nesse mercado do sexo em Belo Monte. Após a escolha do agente informante, trabalhamos nos procedimentos da coleta de dados, estabelecendo uma ordenação do trabalho, bem como a definição, coleta e processamento dos dados coletados. Para analisar os dados, foi utilizado um questionário de entrevista semiestruturado. Os questionários abriam caminho para conversas mais abertas e espontânea, que serviram para dar voz as profissionais do sexo durante todo o processo de escrita dessa dissertação. O primeiro capítulo, portanto, foi totalmente dedicado a compreender a prostituição se originou, desenvolveu e se estruturou no mundo ocidental, mesmo diante de tantas implicações morais e religiosas, levantadas pela ética judaico-cristã. No segundo capítulo, nos debruçamos e traçar uma narrativa linear dos maiores acontecimentos econômicos que marcaram a história da Amazônia brasileira, até os dias de hoje. No terceiro capítulo, apresentamos todas as nuances, por intermédio de depoimentos, que nos permitiram compreender como o fenômeno da prostituição se organizou durante a construção da barragem e suas implicações para a sociedade local. Por fim, a presente dissertação pode desempenhar um papel relevante para a construção de um painel emoldurado, que permita uma melhor percepção dos dramas socioeconômicos e psicológicos vivenciados pelas profissionais do sexo, as quais foram seduzidas por expectativas de ganhos substanciais, entoadas por aqueles e aquelas que acreditaram na falácia do progresso chamada Hidrelétrico Belo Monte.

  • NICELEIA MURIBECA DA CRUZ
  • Artefatos da cultura material marajoara em contexto de tradução cultural no Museu do Marajó/PA

  • Data: 11/02/2019
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  • O presente trabalho investiga artefatos que compõem o acervo interativo do Museu do Marajó, localizado na Ilha de Marajó na Amazônia Marajoara. Os artefatos denominados de Computadores do Caboclo Marajoara tornaram-se atração turística do arquipélago, devido à singularidade de sua composição material e ao conteúdo apresentado. Em razão disso, a pesquisa tem como objetivo investigar esses computadores a partir do contexto territorial, analisando sua materialidade e conteúdo. O percurso metodológico contemplou as etapas de levantamento, listagem, registro fotográfico, elaboração de fichas descritivas, agrupamento e tabulação de 67 artefatos como corpus para as análises. A abordagem da pesquisa discutiu os resultados obtidos sobre a materialidade na perspectiva teórica da cultura material (GELL, 2005; INGOLD, 2012 e MILLER, 2013) e dos dados sobre o conteúdo na teoria da tradução cultural (ALMEIDA 2007; BURKE e HSIA, 2009 e FERNANDES, 2014); além da museologia interativa descrita por Gallo, o idealizador do Museu do Marajó. Os dados apontam que os computadores criados pelo italiano Giovanni Gallo podem ser considerados como artefatos da cultura material marajoara cuja materialidade e o conteúdo foram interculturalmente traduzidos em linguagem amazônica, revelando saberes territoriais de culturas em contato. 

  • LAIS DE NAZARE DOS SANTOS SANTOS
  • Um estudo toponímico no município de Vigia de Nazaré - PA

  • Data: 06/02/2019
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  • Este trabalho se constitui em um estudo acerca da Toponímia do município de Vigia
    de Nazaré-PA, no qual se objetivou, de maneira geral, identificar e analisar os
    designativos geográficos das comunidades, rios e igarapés do referido município,
    conforme os pressupostos teórico-metodológicos de Dick (1990, 1999). Para tanto,
    realizou-se pesquisa bibliográfica, documental e pesquisa de campo. Dessa forma,
    este estudo se pauta, principalmente, nos pressupostos teóricos de Dick (1990,
    1999), além de considerar trabalhos de Andrade (2010), Isquerdo (1996, 2016),
    entre outros autores que seguem as orientações teóricas e metodológicas de Dick.
    Assim, foram analisados 78 topônimos, sendo 63 nomes de comunidades, 12 de rios
    e 3 de igarapés. A partir das análises realizadas, em relação à classificação
    taxeonômica e à morfologia dos designativos geográficos do município, concluiu-se
    que a taxe mais recorrente entre os topônimos vigienses foi a dos fitotopônimos, que
    são topônimos cuja motivação é de índole vegetal, com 16 ocorrências (Acaputeua,
    AH-PA; Açaí Grande, AH-PA; Cumarú, AH-PA; Juçarateua do Pereira, AH-PA). Já
    em relação à classificação morfológica, é possível afirmar que os topônimos
    analisados, em sua maioria, possuem estrutura composta, totalizando 39 nomes que
    correspondem a 53% dos topônimos analisados (Agua Branca, AH-PA; Boa Vista,
    AH-PA; Cabeceira do Pereira, AH-PA; Igarapé Itapepoca, AF-PA).

  • ELZIANE AMBROSIO DA SILVA
  • Formação Continuada de Educadores/as de classes multisseriadas: Programa Escola da Terra e as contribuições para a Educação do Campo no Município de Bragança/Pa.

  • Data: 25/01/2019
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  • No modo geral, o contexto investigado aponta que o processo de formação continuada dos/as
    educadores/as que atuam em classe multisseriadas no âmbito da educação do campo na
    Amazônia Paraense evidencia uma série de questões sociais e históricas que interferem
    diretamente no cotidiano escolar, que a necessidade de formação específica para
    educadores/as do campo é um dos instrumentos que possibilita mudanças nesse cenário.
    Para além da política de formação continuada destinada aos educadores que atuam no campo, os arranjos administrativos e políticos da Semed é essencial para a permanência dos profissionais nas escolas multisseriadas no campo.
    O estudo aponta ainda que, o Programa Escola da Terra contribuiu para compreensão sobre as concepções da educação do campo; possibilitou práticas pedagógicas voltadas as questões inerentes a realidade e o reconhecimento da valorização das práticas sociais e culturais dos/as
    educandos/as, assim como, a defesa das escolas multisseriadas no território.

  • PEDRO SERGIO SANTOS DA COSTA
  • AGROVILA LEONARDO D’VINCI E HIDRELÉTRICA BELO MONTE: Um Encontro Impactante Entre Cotidiano e Desenvolvimentismo

  • Data: 07/01/2019
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  • A Rodovia Transamazônica e a Usina Hidrelétrica Belo Monte representam muito mais que apenas duas obras do Governo Federal, elas são concretizações de um modo de pensar desenvolvimentista vigente desde a década de 1950. Entre elas, há um elo sócio-histórico, geográfico e metafórico, a Agrovila Leonardo D’Vinci, um distrito do município de Vitória do Xingu, estado do Pará. Este trabalho tem por objetivo analisar e compreender de que modo os grandes projetos tem gerado custos socioeconômicos e culturais no cotidiano dessa comunidade, e como ela reage a isso, uma vez que esta surge como resultado da grande rodovia e “renasce”, quarenta e dois anos depois, no contexto da hidrelétrica. Para tanto, foram realizadas entrevistas com migrantes da localidade, bem como pesquisa documental. Os resultados apontam para a ocorrência de profundas e aceleradas transformações econômica, desde o início da construção da Usina Hidrelétrica Belo Monte.

2018
Descrição
  • FRANCIVALDO JOSE DA CONCEICAO MENDES
  • LAZER EM ALTAMIRA-PA: um estudo a partir do RUC Laranjeiras

  • Data: 10/12/2018
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  • Esta pesquisa investigou as manifestações do lazer na cidade de Altamira-PA, em especial num Reassentamento Urbano Coletivo (RUC), considerando as transformações advindas da construção da Usina Hidrelétrica Belo Monte (UHBM). Dentre as referências citam-se: Dumazedier (1999, 2004), Zaluar, (1994), Magnani (2002), Leite (2002), Haesbaert (2017), o Plano Básico Ambiental (PBA, 2011), Estudos de Impactos Ambientais (EIA, 2009). Como objetivo, visou-se descrever as práticas de lazer presentes na cidade de Altamira, em especial no RUC Laranjeiras. As entrevistas abertas, a observação participante e elementos da etnografia urbana constituíram-se em estratégias metodológicas dessa pesquisa. Os resultados evidenciaram um processo de reestruturação da cidade e das práticas do lazer no advento da UHBM, com destaque para a emergência de novos arranjos na territorialidade do lazer, sendo um dos principais o aumento de espaços privados de lazer na cidade quando comparado com os públicos. No que diz respeitos aos moradores do RUC Laranjeiras, notaram-se novas estratégias cotidianas de (re)apropriação das práticas de lazer, tanto no RUC, quanto em outras localidades da cidade. Por fim, as práticas observadas e descritas evidenciaram uma relação entre o lazer, o território e a territorialidade

  • JOSE VALTEMIR FERREIRA DA SILVA
  • MEMÓRIAS DA TRANSAMAZÔNICA NA LITERATURA INFANTO-JUVENIL: UMA ABORDAGEM DA OBRA A GRANDE ILUSÃO (a transa-amazonica) DE ODETTE MOTT

  • Data: 05/12/2018
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  • Historicamente, ao se reportarem à Amazônia, estudiosos, pesquisadores e integrantes do governo brasileiro refletiram, debateram e emitiram opiniões sobre propostas que visassem a sua integração, ocupação. Nesse sentido, alguns projetos e momentos se destacaram com iniciativas para alcançar êxito em tais proposições, como foi a abertura da rodovia Transamazônica (BR-230). A referida rodovia foi destaque nos principais jornais, revistas, noticiários de circulação nacional, sendo fonte de pesquisa e tema de diversos trabalhos, monografias e inspiração para obras da literatura nacional. Desta forma, o presente trabalho busca refletir à luz de teóricos como Pierre Nora (1993), que as obras da literatura infanto-juvenil nacional como A GRANDE ILUSÃO (a transa-amazonica), de Odette de Barros Mott, notabilizam-se como “lugares de memórias”, em que escritores utilizaram a literatura como fonte que se propaga ao longo dos tempos para expor uma visão sobre o processo de construção, migração e colonização da rodovia, desencadeado na década de 1970. Busca ainda a partir das informações presentes na obra literária de Odette de Barros Mott, analisar como o dado real, passa a ser dado estético, ou seja, integra o plano interno da obra evidenciando visões, opiniões, denúncias do processo de construção da rodovia Transamazônica, articulando, para tanto, conceitos como “teatro mental” de Luiz Costa Lima (1986), “organicidade” e “redução estrutural” de Antonio Cândido (2002/2014). Assim, temas importantes que fizeram parte do cenário da construção e colonização da rodovia na década de 1970, presentes no enredo da obra literária serão discutidos no decorrer desta Dissertação, oportunizando a abordagem do cotidiano da rodovia a partir da literatura. Diante do exposto, tal análise contribui para reiterar a importância dos autores para a literatura nacional e de colaborar para os diversos trabalhos sobre os grandes projetos da (na) Amazônia

  • MICHELE BARBOSA CRUZ
  • A REPRESENTAÇÃO DE REALIDADE(S) NO DISCURSO CIENTÍFICO DA OBRA: ESTADO, BANDIDOS E HERÓIS: UTOPIA E LUTA NA AMAZÔNIA, DE VIOLETA R. LOUREIRO

  • Data: 23/11/2018
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  • O estudo analisa os modos de representação das realidades do conflito da Gleba Cidapar (Pará) no discurso científico do livro de Violeta R.Loureiro. Trata-se de uma pesquisa empírica e bibliográfica, de cunho essencialmente qualitativo e interpretativo, com percurso teórico-metodológico que se apoia no “dialogismo” (BAKHTIN, 2006; 2013 [1929/1963]) no conceito do “paratexto” (GENETTE, 1979; 2009[1987]; 2010 [1982]) e na Narratologia (SCHMID, 2010 [2003/2005]). A partir da análise da estrutura da obra (Estado, Bandidos e Heróis: Utopia e Luta na Amazônia) e dos mecanismos enunciativos que a autora faz uso para a materialização dos fatos, buscamos mais fontes sobre o conflito. Focalizamos a posição e a perspectiva da autora inscrita no seu discurso e nas relações dialógicas que o texto estabelece e refletimos sobre os efeitos de sentido que elas ocasionam. Situamos no contexto histórico analisado e nas ações coletivas de resistência e luta em prol do direito à terra, que são documentados com várias vozes, assim como a focalização final de seu líder, Quintino Lira, considerado “bandido social”. Os resultados atestam que aquilo que é considerado real empírico, se desdobra em registros e narrativas escritas e orais, assim, a realidade se mostra apenas como “construção social” (BERGER; LUCKMANN, 2014). Encontramos um limiar tênue entre as áreas da história e da literatura, ou seja, entre o representado “factual” e do inventado “fictício”. Percebemos que ambas as áreas fazem uso em comum destes, como por exemplo, a ocorrência e predominância do modo narrativo; a presença da multiplicidade de vozes; uso de tropos e o preenchimento de lacunas por seu processo de imaginação, assim como, a presença da subjetividade (autor) no trabalho científico, confirmando nossa hipótese inicial que o discurso científico apesar de gozar de objetividade incondicional, também é apenas uma representação dos fatos 

  • EDERSON RENAN PACHECO FARIAS
  • O DISCURSO DO MOVIMENTO ECLESIÁSTICO VISÃO CELULAR NO MODELO DOS 12: UMA ABORDAGEM A PARTIR DOS ESTUDOS DE TRADUÇÃO 

  • Data: 16/11/2018
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  • Essa pesquisa propõe realizar uma abordagem à luz da tradução cultural do movimento conhecido atualmente como Visão Celular no Modelo dos 12. Esse movimento foi fundado pelo apóstolo Renê Terra Nova no Brasil. Esse mentor considera esse movimento uma mudança de paradigma no âmbito das igrejas protestantes tradicionais. Esse Modelo dos 12 estimula o crescimento quantitativo de fiéis por meio de células domésticas. O M12 vem se estabelecendo na região Norte, principalmente, se apropriando de ações ritualísticas da matriz judaica messiânica. Os estudos de tradução, que constituem a base para essa pesquisa, propõem abordagens que extrapolam o fenômeno linguístico, se estendendo a interpretações de uma dada cultura. O fenômeno do hibridismo nesse movimento se direciona para além do viés religioso, conectando-se ao contexto empresarial O quadro teórico significativo desse estudo se fundamentou, também, na concepção de discurso Foucaultina. O sujeito do discurso do modelo dos 12 não é, pois, uma pessoa, mas uma dada posição, segundo a linha desse teórico. Quanto os procedimentos metodológicos, foi realizada uma pesquisa-ação num ciclo de dezoito meses em três igrejas do M12. Nessas pesquisas de campo foram elaborados questionários destinados aos discípulos desse modelo e, também, uma entrevista com líder fundador do M12 no Brasil. O discurso eclesiástico possui duas vertentes que permeiam a mesma ordem do discurso, sendo o principal deles o discurso impositivo do “ser” e “fazer” discípulos por meio dos quatro pilares da visão. A outra face desse discurso se dá por meio da construção da personalidade regulamentada como discípulo/líder M12. Portanto, o M12 se configura como um movimento que busca uniformizar o padrão de modelo que alcançará êxito para além do viés religioso. 

  • SAMUEL ANTONIO SILVA DO ROSÁRIO
  • A ETNOMATEMÁTICA E A ETNOFÍSICA DA CERÂMICA PRODUZIDA NA VILA “CUÉRA” EM BRAGANÇA (PA)

  • Data: 10/10/2018
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  • A presente pesquisa apresenta uma análise sobre as relações entre a Matemática, a Física e

    as práticas culturais da Amazônia, no que diz respeito ao processo de construção da

    cerâmica produzida na região bragantina. As pesquisas foram realizadas em uma

    comunidade de características tradicionais chamada “Vila Cuéra”, situada no espaço rural

    do município de Bragança, Pará, Brasil, às margens do rio Caeté. A experiência retrata o

    processo de construção da cerâmica caeteuara, ressaltando aspectos importantes onde o

    ceramista se utiliza de uma matemática e de uma física próprias para arquitetar sua obra,

    visto que para dar forma e dimensões à peça de barro é preciso um trabalho artesanal do

    pensamento, onde pensamento e argila são reais ao ponto de um refletir a concretude do

    outro, tornando real a peça final e mantendo esse saber relacionado à tradição de construir

    peças de barro. Dessa forma, buscamos ressaltar cada saber envolvido no processo de

    produção da cerâmica, a qual relaciona os conteúdos matemáticos conhecidos como

    geometria, simetria e assimetria, assim como conteúdos da física como temperatura, calor,

    equilíbrio térmico e transferência de calor. As práticas pertencentes aos saberes

    constituídos na tradição amazônica são atualizadas no cotidiano dos mestres-artesãos

    presentes nessa região. Assim, a intenção deste trabalho é analisar os principais saberes

    etnomatemáticos e etnofísicos presentes na prática de construir peças de argila da

    comunidade “Vila Cuéra”, além de destacar a necessidade de diálogos entre saberes

    etnomatemáticos e etnofísicos com os conhecimentos científicos oriundos da Ciência

    Matemática e da Ciência Física, como forma de compreender e respeitar os saberes das

    diversas populações que compõem a Amazônia

  • MARIA DO SOCORRO BRAGA REIS
  • ENCANTADOS NA PRAIA DE APEÚ SALVADOR (Viseu-PA): um estudo etnoterminológico das narrativas dos moradores

  • Data: 17/09/2018
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  • Este trabalho visa contribuir para o entendimento do contexto cultural dos moradores da praia
    de Apéu –Salvador/Viseu/Pará, compreendendo, especificamente, a relação entre homem e
    meio ambiente, mediada por valores culturais veiculados por meio dos mitos referentes aos
    encantados. Assim, a presente pesquisa toma como objeto de estudo uma parte do léxico
    sobre os encantados extraídos das narrativas orais dos pescadores da praia de Apéu Salvador,
    com o intuito de confirmar se o léxico encontrado nessas narrativas pode ser considerado um
    léxico de especialidade para a expressão de um universo cultural específico no contexto da
    comunidade, considerando um conjunto de etnotermos. Para isso utilizamos as pesquisas:
    bibliográfica, campo e documental. As narrativas foram colhidas entre pessoas com idade
    entre 40 a 97 anos, todas elas moradoras da praia. Como instrumental de pesquisa foram
    utilizados as entrevistas e os questionários. O trabalho vincula-se aos princípios teóricos dos
    estudos da Narrativa Oral, Memória, Tradução, Lexicologia, Terminologia e, principalmente,
    da Etnoterminologia. A hipótese da qual partimos, de que haveria um conjunto de etnotermos
    referentes ao universo cultural dos Encantados, foi confirmada nesta pesquisa. A verificação
    desses termos empregados nas narrativas dos pescadores pode trazer mais contribuição para o
    conhecimento da dinâmica e sobrevivência do etnotermo ao longo do tempo em contextos de
    transmissão oral como é a situação vivenciada pelos pescadores da referida região, bem como
    para a reflexão sobre a força que o legado cultural mítico tem de regular as ações humanas a
    fim de que haja um equilíbrio entre ser humano e natureza, no caso específico de Apeú
    Salvador.

  • JOÃO PAULO MARTINS SARMENTO
  • NOVAS TECNOLOGIAS NO UNIVERSO EDUCATIVO: CULTURAL E POLÍTICO DO POVO GAVIÃO KYIKATEJÊ

  • Data: 12/09/2018
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  • Os primeiros contatos das populações indígenas com as tecnologias no território brasileiro ocorreram no período de colonização. Desde então, suas estruturas organizacionais foram sofrendo modificações na busca de conhecimentos e com a ajuda das tecnologias estas populações começam a ser reorganizar e se adequar a sua utilização. A partir do manuseio destas tecnologias, as lideranças indígenas passam a adquirir outros conhecimentos, com isso, conquistar direitos legais inscritos na Constituição Federal de 1988, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB- Lei 9.349/96) e na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Nesta perspectiva, a educação indígena Gaviões Kyikatêjê e a educação escolar para os índios, representada pela escola Tatakiti Kyikatêjê, localizada na própria aldeia, na reserva Mãe Maria, município de Bom Jesus do Tocantins, assim, como os demais espaços utilizados pelos Kyikatêjês, assumem um novo papel, uma nova imagem e significação por parte destas comunidades. Estes espaços, agora passam a serem vistos como espaços estratégicos e de diálogos interculturais respeitando os saberes e valores tradicionais desta comunidade. Na dissertação, apresenta-se a trajetória dos Gaviões Kyikatêjê e procura-se destacar como fazem uso da tecnologia no processo de formação sociopolítica de seu povo. Investiga-se as metodologias utilizadas com as novas tecnologias na aldeia e os caminhos traçados pelas lideranças indígenas na construção social do sujeito “índio”, construindo assim, uma comunidade que preza pela autovalorização e reconhecimentos de valores culturais dos Kyikatêjê.

  • DAMIANA BARROS DO NASCIMENTO
  • MEMÓRIAS, SABERES E BATONS: A INSERÇÃO DAS MULHERES NA PRIMEIRA TURMA MISTA DO CURSO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA, DO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ – CAMPUS DE CASTANHAL

  • Data: 31/08/2018
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  • Desde 1977, as mulheres participam das solenidades de conclusões do curso técnico em agropecuária na modalidade de nível médio, como também dos cursos de graduação, especialização, mestrado e doutorado.

    Ao participarem dos frequentes encontros que trazem à memória as narrativas da trajetória do período em que estudaram Colégio Agrícola Manoel Barata, as mulheres demonstram não querer que suas vozes sejam silenciadas (TROUILLOT, 1995, p. 27).

    O professor Miguel Arroyo, quando esteve proferindo a Conferência Magna Currículo em Movimento: limites, avanços e perspectivas da escola bragantina, como parte integrante da Jornada Pedagógica 2016, em Bragança/Pará, disse ter ouvido de professoras, em uma determinada região do Brasil, que depois que tomaram consciência de quem eram, nunca mais deram aulas do mesmo jeito.

    A pesquisa segue, quebrando silêncios, sobretudo pela importância da produção de saberes a partir da história que essas mulheres pioneiras trazem sempre vivas em suas memórias do que vivenciaram da história do Colégio Agrícola.

    Portanto, muito sobre as relações de gênero estabelecidas na primeira turma mista, ainda serão reveladas por esta pesquisa.

  • JESSICA FEITEIRO PORTUGAL
  •  MEMÓRIAS DE RESISTÊNCIA: arte e oralidade de mulheres atingidas pela UHE Belo Monte (PA) 

  • Data: 28/08/2018
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  • O trabalho aborda a análise de impactos socioambientais, políticos, econômicos e culturais decorrentes da implantação da Usina Hidrelétrica Belo Monte (UHE Belo Monte) em Altamira (PA), por meio de uma narrativa, a qual foi estabelecida pelas memórias de mulheres alvo do deslocamento compulsório das Áreas Diretamente Afetadas (ADA) pelo empreendimento. Metodologicamente, sobre a ótica da História Oral como método de pesquisa e da articulação das linguagens oral e imagética, analisou-se o discurso das mulheres autoras da narrativa, as quais expressam lembranças individuais e coletivas acerca das suas experiências enquanto atingidas pelo sistema socioeconômico brasileiro e sistema energético vigente. O primeiro capítulo compreende as histórias de vida das depoentes até o momento da desocupação das casas nas quais residiam para a formação do lago da usina; o segundo, compõe o conflito da narrativa, do período de cadastramento de suas famílias pela empresa construtora da barragem até a mudança para os Reassentamentos Urbano Coletivo (RUC), no qual, foram desencadeadas ações coletivas e o engajamento das mulheres no Movimento Social; o capítulo final trata do processo organizativo de mulheres pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) através do desenvolvimento da metodologia feminista popular de produção de arpilleras (técnica de bordado originária do Chile), com a qual as mulheres atingidas pela UHE Belo Monte denunciam os impactos ocasionados pela barragem sobre a vida de suas famílias e objetivam garantir a defesa dos seus direitos violados 

  • JOCENILDA PIRES DE SOUSA DO ROSARIO
  • A cronística de Gaspar de Carvajal sobre a Amazônia: rastreamento de marcas da medievalidade

  • Data: 22/08/2018
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  • O presente trabalho apresenta a expedição de Francisco de Orellana e Gonzalo Pizarro em 1541/1542 quando cruzaram o Rio Amazonas em busca de novas riquezas e novos territórios. O objetivo é compreender o processo de achamento da Amazônia e rastrear as marcas da medievalidade presentes em uma das narrativas sobre o Novo Mundo, visto que as primeiras impressões do homem europeu sobre as novas terras estão presentes na cronística do frei espanhol Gaspar de Carvajal, por isso foi escolhida diante de muitas narrativas que apresentam a Amazônia para o mundo, pois possui pontos muito importantes que revelam o olhar europeu sobre a América, também por servir de marco histórico no que diz respeito à colonização da Amazônia. Para isso, desenvolveram-se estudos bibliográficos sobre os temas, utilizando-se autores como Le Goff (1990, 1992), Pizarro (2009), Heufemann –Barría (2014),  Mignolo (1982) e Almeida (2013) entre outros, buscando compreender como o homem medieval, impulsionado pelos ideais de conquista, não media esforços para conquistar novos espaços. As riquezas sempre influenciavam aos novos conquistadores trilhar longos caminhos. Um dos caminhos que mais proporcionou a cobiça dos colonizadores foi, sem dúvida, àquele trilhado por Gonzalo Pizarro, que apresentou a Amazônia para o Velho Mundo. O resultado deste trabalho busca apresentar as marcas da medievalidade presentes no discurso de Carvajal e a contribuição do relato sobre a Amazônia para futuras pesquisas sobre o tema e à linha de pesquisa em Leitura e Tradução Cultural

  • DIONE VIEIRA SALIS
  • Imigração Espanhola: Memória, saberes e práticas na comunidade de Santo Antônio dos Monteiros – Bragança/PA

  • Data: 29/06/2018
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  • Este trabalho apresenta a pesquisa desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Linguagens e Saberes na Amazônia, intitulada “Imigração espanhola na Amazônia Paraense: Memórias, saberes e práticas na Comunidade Santo Antônio dos Monteiros- Bragança-PA”. Trata-se de uma comunidade situada no nordeste paraense, que se estabeleceu na região nas décadas de 1930 e 1940. A pesquisa em questão coletou narrativas orais dos moradores da comunidade, para compreender como ocorreu a imigração espanhola no município de Bragança, influenciada pela construção da Estrada de Ferro de Bragança. A área de estudo caracteriza-se como uma comunidade rural localizada a aproximadamente 60 km da sede. Na pesquisa de campo foram utilizadas entrevistas associadas à análise de documentos e fotografias 

  • MARCOS MURELLE AZEVEDO CRUZ
  • A ARTE EM MOSAICOS NA ARQUITETURA DA AMAZÔNIA, CASTANHAL (PA)

  • Data: 06/06/2018
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  • A construção de imagens em ambientes religiosos, especialmente nos templos do catolicismo entre Ocidente e Oriente, constitui um importante registro de materialidades estéticonarrativas que lançam luzes na redescoberta do simbolismo das imagens pelas ciências humanas, e consequentemente nas diversas formas de apreensões do sagrado no contexto cristão. Nesse sentido, ao estudar a relação entre arte e religião a partir da feitura de imagens em mosaicos por artesãos cristãos numa catedral de rito romano na Amazônia paraense, esta pesquisa tem por objetivo construir reflexões sócio-antropológicas sobre o uso e a produção de imagens na interlocução entre imaginário e a consciência religiosa na Comunidade Católica de Santa Maria, Mãe de Deus, em Castanhal (PA). Os resultados obtidos mostram que esta iconografia em pedras e desenhos estilizados são como que, escrituras dotadas de uma interioridade espiritual que produz e faz circular linguagens, cosmologias, convivialidades e códigos morais que se atualizam no devir histórico, oferecendo outras possibilidades de análise da experiência religiosa na contemporaneidade

  • SAVANA CRISTINA LIMA CARDOSO
  • ENTRE O SEGREDO E O SEGREDINHO: NARRATIVAS ORAIS,
    SABERES, IMAGINÁRIO E ORGANIZAÇÃO SOCIAL EM UMA
    COMUNIDADE AMAZÔNICA

  • Data: 17/05/2018
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  • Segredinho, é uma porção do universo amazônico, encontra-se no município de
    Capanema – PA, seu surgimento surge em torno de histórias místicas que explicam sua
    origem, nesta pesquisa apresento alguns relatos dos moradores acerca dos fatos que
    levaram ao surgimento da Vila intitulada Segredinho, que por sua vez estaria ligada ao
    Lago do Segredo, lago este que encontra-se a uns três metros da Vila. Na pesquisa busco
    compreender a importância da memória como responsável por transmitir significados
    locais. Sendo nesse sentido, por meio desse estudo, pretende-se mostrar a importância
    dos estudos do mito de origem para a compreensão do homem e sua relação com o
    místico, com seu lugar de origem. Para isso mergulho nos caminhos que nos levam ao
    universo imaginário do Segredinho, mergulho nas imagens, nos espaços, nas memórias,
    nas narrativas do lugar, de maneira a compreender esse mundo simbólico do Segredinho
    e sua relação com o Lago Segredo. Imergir no Segredinho é penetrar em uma porção do
    mundo amazônico e descobrir seus valores, e ainda a relação do mundo concreto com o
    imaginário

  • EDUARDO ANDRES VALDERRAMA VIDARTE
  • Tensiones entre el mundo comunitario y el mundo occidental en la localidad de Yacayacá, Vaupés: una mirada a las narrativas míticas e históricas Wachina (Pisamira) en la Amazonia colombiana

  • Data: 14/05/2018
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  • Esta dissertação é o resultado da pesquisa e da reflexão sobre o saber narrativo e saber comunitário na localidade de Yacayacá, Vaupés, na região do noroeste amazônico, na Colômbia. A comunidade de Yacayacá tem 50 anos de fundação, mas a realidade atual é entendida somente no envolvimento com o povo Wachina (Pisamira), que é responsável da decisão de fundar a comunidade, depois de sofrer sua quase extinção devida a guerras territoriais. Por pertencer à família lingüística Tukano-Oriental, compartilha uma forma de organização exogâmica em relação à linguagem, e como todos os grupos indígenas Vaupés, têm enfrentado processos de reorganização, produto da violência dos colonos na região. O argumento serve como guia para esta dissertação é que o conhecimento narrativo sustentado na história mítica, ainda representa um elemento vital de continuidade como povo. O pequeno número de membros do povo Wachina chama atenção, não só pela persistência da recuperação cultural, mas por todas as adversidades que enfrentaram. O texto baseia-se em três visitas na comunidade em que é proposta a consolidação de um sistema de escrita da língua Wachina, e é o resultado do diálogo conduzido na comunidade de Yacayacá, especialmente com Andrés e Félix Londono, Gabriel Madero y Martín Londono. Para este texto, são utilizadas como referências teóricas na metodologia etnográfica Malinowski (1978), Geertz (2005), Malighetti (2007), Rappaport (2007), Hugh-Jones (2013), Cayon (2001, 2014) e Escobar (2012, 2015, 2016); na história mítica em Lévi-Strauss (2005), Eliade (1998) e Subirats (2012); na análise narrativa e da linguagem, Fernandes (2013) e Ong (1998); no conceito de colaboração intercultural, aparecem Mato (2008) e Fernandes (2015); na discussão do mundo indígena de frente para o mundo ocidental, Castro-Gómez (2005), Gondim (2007), Kopenawa & Albert (2015), Means (2015) e Viveiros de Castro (2006); e na discussão sobre a comunidade, são discutidas as abordagens de Escobar (2012, 2015, 2016) e Cayón (2001, 2014).

  • PAULO SANTIAGO DE SOUSA
  • O LÉXICO DOS PASSARINHEIROS NA REGIÃO DO CAETÉ: UM ESTUDO SOCIOTERMINOLÓGICO 

  • Data: 10/04/2018
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  • Este trabalho constitui-se num estudo socioterminológico sobre o léxico empregado pelos passarinheiros, na atividade da passarinhada, na região do Caeté. Abordamos, inicialmente, questões direcionadas à consciência ambiental e preservação de passeriformes, apontando algumas atitudes dos passarinheiros que revelam indícios de um despertar de consciência para a preservação das aves. De forma breve averiguamos alguns apontamentos teóricos da análise do discurso, sob a ótica de Foucault (1996) e Orlandi (2002) que ajudam a interpretar os diversos discursos que legitimam o discurso dos passarinheiros. Buscamos a princípio os estudos de Bauman (2005), Hall (1996) e Santos (1994) para refletir sobre a identidade cultural dos passarinheiros. Desse modo, o presente trabalho tem por objetivo geral realizar um estudo no âmbito da socioterminologia e da Tradução cultural, que possibilite à comunidade acadêmica e aos demais leitores o acesso aos termos usados nos saberes e práticas culturais dos passarinheiros na região do Caeté. E mais especificamente elencamos: estabelecer relações entre língua, cultura e léxico, tendo como suporte teórico e metodológico os estudos de Vilela (1994) e Krieger e Finatto (2004); constituir um corpus lexical com amostras terminológicas do vocabulário dos passarinheiros; criar fichas terminológicas dos termos catalogados e traduzi-los sob a perspectiva socioterminológica dos postulados de Faustich (1995; 2001; 2006) e Cabré (1993; 1999); averiguar as interfaces existentes entre terminologia e Tradução, atentando para as especificidades inerentes a cada área, seus campos de abrangência e aplicabilidade na ciência da linguagem. À vista disso, para inquerir o léxico dos passarinheiros foram realizadas gravações de conversas, mediante a aplicação de questionário semi-estruturado. Os dados foram coletados durante o ano de 2017, com uso de equipamentos audiovisuais, e transcritos grafematicamente segundo Kock (1997), com o auxílio do programa Listen N Write e o programa AntConc. Do total dos termos, selecionamos quinze para análise socioterminológica. E os resultados dessa apreciação indicam a existência de uma língua de especialidade usada comumente pelos passarinheiros na região do Caeté

  • MARCELO DANIEL MARTINS MEIRA
  • Intervenção do Governo Federal na Amazônia: desenvolvimento regional nos governos FHC de 1995 a 2002

  • Data: 05/04/2018
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  • A intervenção do governo federal na Amazônia foi iniciada e orientada por modernas técnicas de planejamento do desenvolvimento, a partir das primeiras iniciativas da administração federal ainda na década de 1940, que levaram a constituição da SPVEA, em 1953. O que levou a uma ocupação e um tipo de desenvolvimento amazônico onde predominaram estratégias nacionais de desenvolvimento do capitalismo para a região, influenciadas por várias correntes de pensamento. Entre as quais destacamos: o nacional-desenvolvimentismo (1950-1964), o desenvolvimentismo-autoritário (1964-1985) e o desenvolvimento de tipo neoliberal (1990-2002). Influenciado por essas correntes e através da aplicação políticas públicas que utilizavam modernas técnicas de planejamento, o governo federal ao longo desse período foi protagonista de profundas transformações que mudaram as estruturas econômicas da região, com severos efeitos sociais e ambientais. A Amazônia, no transcurso dos governos de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) aprofundou a política dos governos militares (1964-1985) adequando-a ao contexto histórico do período. Este ciclo de intervenção federal na Amazônia foi marcado pela autoritarismo e centralização das decisões com que implementou sua estratégia de desenvolvimento, fruto disso são os: eixos de integração e desenvolvimento; o projeto SIVAM e a extinção da SUDAM.

  • ADRIANE TEIXEIRA LIMA DOS SANTOS
  • DIÁLOGO OU DOCILIZAÇÃO: análise da inter-religiosidade na escola estadual Dom Bosco do município de Salinópolis-Pa

  • Data: 09/03/2018
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  • Esta pesquisa trata sobre a inter-religiosidade na escola estadual de ensino fundamental Dom Bosco tendo como objetivo mostrar que a instituição necessita realizar uma retradução de seu conceito de religião, a fim de abrir suas bases sociais e epistemológicas ao diálogo com os outros valores e práticas religiosas ali presentes para inserir-se no contexto discursivo democrático atual. Para isso, realizamos um estudo de seu processo sócio-histórico (de sua “genealogia”) para observarmos as marcas arqueológicas (“o acontecimento”) de seu discurso fundante que permaneceram em seus discursos posteriores a partir da análise de três documentos da instituição: a “Cartilha de Dom Bosco”, o primeiro Projeto (PPP, 2007) e o mais recente Projeto Político-Pedagógico (PPP, 2013).

  • JESSICA DO SOCORRO LEITE CORREA
  • A CRIANÇA E O MAR: SABERES E INFÂNCIAS EM DOIS CONTEXTOS DE PESCA, BRAGANÇA-PA

  • Data: 27/02/2018
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  • A presente pesquisa foi realizada durante os anos de 2016 e 2017 com crianças no contexto da pesca em duas comunidades localizadas as proximidades da cidade de Bragança-PA: Vila Tucum e Vila Que Era. O objetivo principal consistiu em conhecer os saberes adquiridos pelas crianças em ambos os espaços de convivência social, apresentando como elas se constroem enquanto atores sociais em seus contextos, levando em consideração os espaços de aprendizagem e compartilhamento de saberes, além de apresentar as representatividades do cotidiano dessas crianças. Optei por trabalhar em parceria com as crianças e utilizo como ferramenta de pesquisa algumas imagens produzidas por elas durante atividades dirigidas. Para melhor apresentar os resultados da pesquisa e seu percurso, o trabalho foi organizado em três sessões que se complementam em relação as discussões apresentadas. Assim, as contribuições teóricas em diálogo com os resultados metodológicos da atividade de campo, direcionaram os resultados da pesquisa para a existência de elementos que contribuem significativamente com os espaços de construção do conhecimento que envolvem a pesca, a agricultura e os demais espaços coletivos. Pontuo ainda as contribuições socioculturais dos demais grupos geracionais que se inter-relacionam com as crianças e da existência de uma autonomia representacional existente que deve ser considerada e apresentada a partir de aspectos do cotidiano, como: a corporidade, oralidade, escrita, o desenho e a fotografia. A partir dessas representatividades foi possível elaborar uma leitura interpretativa e reflexiva do cotidiano das crianças em seus diferentes contextos e das manifestações existentes a partir da relação com seus pares e com o ambiente que culminam na construção social do Ser criança e da compreensão dos saberes adquiridos com suas vivências e experimentações.

  • ABILIO CAVALCANTE DANTAS NETO
  • LUGARES DE LINDANOR: UM ESTUDO SOBRE AS PERSPECTIVAS DE REGIÃO E ESPAÇO NOS ROMANCES DE LINDANOR CELINA

  • Data: 12/01/2018
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  • Os conceitos de Região e Espaço, que estruturam as discussões sobre o Regionalismo Literário na Literatura Brasileira, são encontrados com frequência em matérias jornalísticas e textos críticos que abordam a obra de autoras e autores nascidos ou radicados na região amazônica. É o que ocorre com a obra da romancista, cronista, jornalista, pesquisadora e professora Lindanor Celina, nascida na cidade de Castanhal, Estado do Pará, em 1917, moradora do município de Bragança por muitos anos e falecida em Paris em 2003. A despeito de alguns de seus seis romances publicados serem ambientados em cenários europeus e suas temáticas abrangerem diferentes assuntos e culturas, sua produção é classificada como regionalista, paraense ou amazônica. Tendo em vista esse fenômeno de classificação, essa pesquisa parte da identificação das temáticas principais dos seis romances da autora, da abordagem literária da Região em dois romances, Menina que vem de Itaiara e Breve Sempre, e da análise de paratextos para compreender a presença do termo Regionalismo em textos críticos e jornalísticos e identificar como se constituem os caminhos interpretativos da crítica literária que tem a Região como conceito central. Com base na teoria dos paratextos de Gerard Genette (2009 [1982]) e as observações sobre Espaço do mesmo autor, além da utilização de teóricos como Roland Barthes (1971), no tocante ao conceito de efeito de Real, e de Ricardo Kalliman (2013) com a ideia de Regiões Subjetivas, construiu-se uma metodologia indutiva com ênfase nos aspectos da recepção da obra. A pesquisa concluiu que a classificação ou enquadramento de Lindanor Celina no espectro da Literatura Regional baseia-se na reprodução circunstancial da ideia de autoria regional, que se dá tanto no sentido de afirmação positiva ou “defesa” da cultura da região quanto para distinguir negativamente essa produção literária da literatura feita ou referida a territórios centrais nacionais e internacionais 

  • CARLA MELO DE VASCONCELOS
  • Narrativas, Paisagens e Trilhas: poéticas do imaginário e memórias compartilhadas dos antigos da ilha de Cotijuba- Belém (PA) 

  • Data: 10/01/2018
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  • O universo poético das narrativas enlaça o cotidiano da ilha de Cotijuba. Para tanto, esta dissertação pretende apresentar um estudo sobre as narrativas dos cinco narradores antigos da ilha de Cotijuba (PA). Enfocam-se, assim, suas memórias na forma de narrativas orais em que contam sobre o cotidiano do lugar onde vivem, bem como suas trajetórias sociais, com sua peculiar característica insular. Tomando a ilha como um espaço além-rio realiza-se a análise da arte de narrar desses antigos moradores. Procurei, assim, perceber as relações estabelecidas entre as narrativas orais contadas, por esses narradores antigos da ilha de Cotijuba e suas vivências, e, assim, perceber as memórias e imaginários que delas afloram. Nessa travessia, as narrativas orais, enquanto acontecimentos e materialidades são tecidos no cotidiano das paisagens insulares do estado do Pará. Nesse entremeio do espaço do narrador, as histórias são a fonte do vivido no exercício imagético no cotidiano da comunidade. As tessituras de imagens presentes ao repertório de narrativas fantásticas, aparições e assombrações de almas penadas, remetem, a partir da atual paisagem da ilha, ao trajeto poético-antropológico de assimilação e acomodação da figura de um ilhéu. Nesse mergulho, busco perceber nos encontros entre o imaginário poético, que as narrativas evocam, e as memórias dos narradores da ilha de Cotijuba, as representações estabelecidas durante o trabalho de campo 

2017
Descrição
  • PAULA MIRANDA MONTEIRO
  • OS SURUÍ/AIKEWARA NOS TEMPOS DA GUERRILHA DO ARAGUAIA: UMA TRADUÇÃO TECIDA PELA MEMÓRIA

  • Data: 21/11/2017
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    Este estudo intitulado “Os Suruí/Aikewara nos tempos da Guerrilha do Araguaia: Uma tradução tecida pela memória” está vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Linguagens e Saberes na Amazônia (PPLSA) – Mestrado, da Universidade Federal do Pará – UFPA, Campus Universitário de Bragança, na linha de pesquisa “Leitura e Tradução Cultural”. E tem como objetivo geral: Analisar como memória da Guerrilha do Araguaia configura-se como elemento constitutivo da história do povo Suruí/Aikewara (Tupi-Guarani) e de que maneira a educação escolar pode ser um instrumento de ressignificação deste episódio diante deste povo. Uma vez que, a escola indígena deve ter um papel fundamental no que diz respeito à perpetuação da história e cultura de seus povos. Para alcançar este objetivo buscaremos compreender como os conceitos de memória individual e coletiva se materializam nos relatos, identificar as perspectivas de tradução impressas nesses depoimentos e analisar como a educação escolar se constitui como elemento de ressignificação dos fatos ocorridos com os Aikewara no período da guerrilha. O lócus da pesquisa foi a Aldeia Sororó, localizada entre os municípios de São Geraldo do Araguaia e São Domingos do Araguaia, no Estado do Pará. A metodologia da pesquisa centra-se abordagem qualitativa e utiliza as seguintes técnicas de coletas de dados: observação participante, entrevista, notas de campo, conversas informais e análise documental. No que diz respeito às categorias teóricas utilizadas no trabalho de análise, as principais são: memória coletiva (HALBWACHS, 2006), memória pessoal e coletiva (RICOEUR, 2007), memória subterrânea (POLLAK, 1989), hermenêutica (SCHLEIERMACHER,1999), tradução (JAKOBSON, 2005), e educação (BRANDÃO, 2002). 

  • ANTONIO EDSON FARIAS
  • ENTRE O QUILOMBO E O SANTO: DISCURSOS IDENTITÁRIO NA FESTIVIDADE DE SÃO BRAZ, NA COMUNIDADE JACAREQUARA 

  • Data: 14/11/2017
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  • As festas de santo se multiplicam por todo o ano por este que é um dos países com maior número de católicos no mundo, o Brasil. Estas festas constituem-se em tradição oficial e/ou desdobram-se no que se denomina de catolicismo caboclo ou popular, marcam e influenciam a identidade e o modo de vida das comunidades, a partir de seus organizadores. Essa Dissertação: Entre o quilombo e o santo: discursos identitários na Festividade de São Brás, na comunidade do Jacarequara, busca entender o fortalecimento ou não da identidade quilombola para os devotos da Festividade de São Brás. Para tanto, levando em consideração a representação cultural e religiosa, as quais são defendidas por autores como Peter Burke, José Guilherme dos Santos Fernandes, Vicente Salles, Edna Maria Ramos de Castro, Raymundo Heraldo Maués, entre outros. A pesquisa analisa a Festividade a partir dos seus diversos momentos, a saber: a matança; a mordomagem; a comilança; a procissão e a ladainha em latim caboclo são o auge religioso da Festividade, encerrando assim a parte religiosa da festividade. Na sequência, temos a festa de aparelhagem. Analisaremos, ainda, as tensões durante o desenrolar da Festividade, voltados tanto para o religioso quanto pela festa de aparelhagem.

  • JOSE CLEBSON DE CARVALHO ALMEIDA
  • A EXPERIMENTAÇÃO POÉTICO-LINGUÍSTICA EM “TUYABAÉ CUAÁ”: UMA RELEITURA DA IDENTIDADE E MEMÓRIA AMAZÔNICAS

  • Data: 20/10/2017
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  • Este trabalho aborda questões referentes à identidade amazônica fazendo uso de análises das
    experimentações poético-linguísticas e suas representações simbólicas da linguagem
    amazônica presentes nas músicas do disco Tuyabaé Cuaá, do paraense Walter Freitas. Seu
    objetivo é observar aspectos do disco que contribuíram para discutir os termos identidade,
    memória e resistência. A partir de uma perspectiva de tradução cultural, compõem as
    referências bibliográficas autores como Hall (2005, 2012), Woodward (2009), Bhabha (1998,
    2003), Lima (1999), Loureiro (2000, s/d), Rama (s/d) e Pizarro (2005) que discutem questões
    de cultura e identidade, além de outros como Halbwachs (1990), Schleiermacher (1999) e
    Berman (2012) que ajudam na compreensão das concepções de memória e de tradução. Por se
    tratar de um trabalho cujo objeto de estudo é a música e sua linguagem escrita e sonora, a
    metodologia envolve basicamente aspectos de análise textual e fonética. Nesse sentido, as
    análises das canções estão organizadas em dois passos metodológicos. O primeiro passo atenta
    para a correspondência da reprodução oral de fonemas em conformidade com o indicado por
    sinais gráficos específicos. O segundo passo se constitui da análise dos componentes culturais,
    históricos, linguísticos e poéticos representados nas canções. Como resultado dessas análises,
    pode-se ressaltar a importância histórica das línguas amazônicas de origem indígena e africana
    para a constituição da língua portuguesa falada no Brasil. As músicas do disco Tuyabaé Cuaá,
    lançado em 1989, representam a rica diversidade de sons dos falares amazônicos por meio de
    uma construção estrutural poético-linguística, onde a palavra é experimentada no seu aspecto
    sonoro e linguístico dentro de um contexto social representativo da realidade amazônica.
    Ademais de representar os sons das línguas amazônicas, as músicas do disco reafirmam a
    riqueza cultural dos povos amazônicos. Além disso, o processo de transculturalidade, que
    contribui para a paisagem atual da qual se constitui a Amazônia, também serve como
    componente para uma nova compreensão dessa região diante do cenário latino americano,
    revelando assim uma Amazônia latina nos aspectos culturais e identitários, onde a figura do
    caboclo contribui de forma efetiva para a construção e consolidação da identidade amazônica.
    Por fim, esse sujeito amazônico, representado nas canções do disco, parece atuar como a
    personificação da identidade linguística e cultural da Amazônia brasileira.

  • ANA LUCIA ALMEIDA DE OLIVEIRA
  • OS IMPACTOS DA USINA HIDRELÉTRICA BELO MONTE NOS SABERES CULTURAIS E IDENTITÁRIOS NA VILA SANTO ANTÔNIO/PÁ: um diálogo entre memória e tradução cultural

  • Data: 17/10/2017
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  • Este estudo consiste em analisar a percepção dos moradores da vila Santo Antônio, pertencente ao município de Vitória do Xingu/PA, sobre os saberes culturais impactados pela construção da Usina Hidrelétrica Belo Monte. Esta pesquisa busca analisar a percepção desses moradores sobre os impactos da construção da Usina nos saberes locais, a partir da memória e da tradução cultural. Em específico: a) conhecer os saberes culturais e identitários dos moradores da Vila Santo Antônio; b) identificar quais os saberes culturais e identitários foram impactados pelo empreendimento na Vila; c) analisar a percepção dos moradores sobre os impactos da usina por meio da memória e da tradução cultural; d) compreender a memória e a história local como expressões da realidade social. Quanto à metodologia, foi realizada por meio da abordagem qualitativa, cujo método de análise tem por base a hermenêutica com orientação dialética. Como procedimento de campo, para a produção de informação, fizemos uso da entrevista semiestruturada, com registro de imagens. No que diz respeito à análise das informações, utilizamos as técnicas de análise de conteúdo, na perspectiva de assimilação teórico-crítico do objeto de estudo. Os colaboradores da pesquisa foram doze ex-moradores, sendo eles; seis agricultores e seis pescadores. Buscamos analisar as formas simbólicas: as atividades desempenhadas, os saberes praticados, dentre outros componentes que os diferenciavam dentre outras comunidades próximas àquela região. Os resultados indicam que os saberes culturais expressos na Vila Santo Antônio giravam em torno das práticas socioculturais concernentes ao saber da agricultura, particularmente, ao local para o plantio, manejo da terra, tempo para o plantio e para a colheita e, ao saber da pesca, singularmente, ao local preciso para desenvolver esse ofício, os procedimentos adotados para executar essa tarefa e ao tempo específico para a captura das espécies. A construção da Usina Hidrelétrica Belo Monte na percepção dos entrevistados resume-se a uma série de transtornos acrescidos da inexistência de benefícios. Suas narrativas ressaltam a destruição de sonhos e de desejos. Traduzem que as formas de “indenização” não substituíram ou compensaram trocas culturais, modos de vida, se relacionadas aos de antes da implantação do empreendimento, pois o sentimento de perda e de impotência diante das circunstâncias é predominante em seus depoimentos. As narrativas traduzem, ainda, julgamentos que se revelam a partir da mudança do local, adaptação à nova terra, à extinção da atividade desenvolvida anteriormente, deixando claro que não houve ações mitigatórias capazes de suprir a ausência ou substituir os laços familiares e/ou laços afetivos construídos nas relações sociais, nem modos de vida singelos, mas de um valor autóctone e sem igual, pois Santo Antônio era o lugar onde praticavam seus costumes e construíam suas identidades culturais.

  • RAYANA NADYR LUCENA CALLOU
  • O SONHO DE FUNDAÇÃO DE PARAGOMINAS-PA E O PROJETO NACIONAL-DESENVOLVIMENTISTA NA AMAZÔNIA: MEMÓRIAS, NARRATIVAS E IDENTIDADES

  • Data: 11/10/2017
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  • Durante o século XX, a região amazônica passou por significativas transformações. As

    discussões sobre desenvolvimento regional começaram a adentrar o debate nacional; a

    Amazônia institucionalizou-se como espaço de novas oportunidades e sua descrição

    atravessou a tríade “rica/vazia/vulnerável”. Em 1959 foi fundada a cidade de Paragominas

    (PA), em meio ao surgimento de um novo modelo de povoamento. Para compreender os

    primeiros anos da história deste município é importante destacar, além das motivações

    econômicas, a atuação do mineiro Célio Miranda, reconhecido como fundador do município.

    O objetivo desta pesquisa foi analisar discursos referentes à fundação de Paragominas no

    contexto do Projeto Nacional-Desenvolvimentista na Amazônia, considerando questões

    relativas à construção e consolidação de identidades, tendo como suporte teóricometodológico

    fundamental a Análise do Discurso. Foram analisadas narrativas históricas e

    biográficas em confronto umas com as outras e em relação ao contexto de sua produção. A

    primeira e fundamental narrativa é uma gravação deixada por Célio Miranda. Outras fontes

    foram utilizadas para compor o corpus da pesquisa, tais como entrevistas, dados

    bibliográficos temporalmente mais próximos da fundação de Paragominas, entre os quais está

    a obra “A Rodovia Belém-Brasília: estudo de geografia regional” (VALVERDE & DIAS,

    1967), além de textos como o Hino de Paragominas, o brasão do município e sua bandeira.

    Escrevo em diálogo, primeiro, com o narrador desta história – Célio Miranda –, depois com

    os teóricos que estimulam estas reflexões. Lanço um olhar sobre o passado e o presente na

    intenção de reconhecer elementos que compõem o processo de construção de identidades em

    Paragominas desde a fundação do município

  • LORRAM TYSON DOS SANTOS ARAUJO
  • LÍNGUA E CULTURA NO PROCESSO DE TRADUÇÃO KA’APOR: Ajustes Linguísticos em Empréstimos em Português 

  • Data: 06/10/2017
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  • Esta pesquisa versa sobre aspectos da tradução de empréstimos linguísticos do português no léxico da língua ka’apor, via contato linguístico-cultural com o português brasileiro. Os ka’apor compõem uma etnia de 2.000 mil indígenas situados no noroeste do estado do Maranhão e nordeste do Pará. A língua ka’apor integra um conjunto de oito línguas do ramo VIII da família tupi-guarani (RODRIGUES. 2002). O corpus desta pesquisa discute os ajustes de caráter cultural e linguístico que a língua promove no ato da tradução/incorporação de novas palavras e conceitos do português para o ka’apor. Desse modo, esta pesquisa objetivou compreender o estatuto dos empréstimos linguísticos e culturais que vem se incorporando na língua, em campos específicos, como a escola, utensílios domésticos, objetos de uso pessoal, dentre outros. Os dados analisados resultam de levantamento de material bibliográfico, pautados, sobremaneira, nos trabalhos de Caldas (2009; 2013) e Kakumasu & Kakumasu (2007), e contou, também, com pesquisa de campo nas aldeias Ximbo Renda e Gurupiuna – 2015 e 2017. Para tratar de aspectos linguísticos e culturais ka’apor este trabalho ancorou-se em Lopes (2009), Andrade (2010), Ribeiro (1996) etc.; no que tange a reflexões sobre Cultura, pauta-se em Geertz (2008), Boas (2005), Laraia (2011), Kroeber (1993) etc.; e, respeitante a Língua, Empréstimos linguísticos, Contato, Tradução seguem-se discussões de Sapir (1962), Carvalho (2009), Nunes (2003), Santos & Albuquerque (2013), Burke (2009), Berman (2013), Jakobson (2010), entre outros. A investigação renuiu dados que confirmaram a hipótese acerca da relevância dos aspectos culturais e tipológicos do Ka’apor como filtros condicionantes da tradução e acomodação de empréstimos nominais do português brasileiro. Nesse sentido, percebeu-se o peso dos ajustes resultados de visão de mundo ka’apor permeando a tradução cultural dos empréstimos de artefatos e gerando lexias próprias para os artefatos; bem como as adequações fonético-fonológicas por que passam os empréstimos quando do uso mais próximo da forma portuguesa, promovendo ajustes do tipo: [l] > [|]; [l] > [n]; [b] > [m]; [d] > [n]; [z] > [s], além de síncopes, apócopes, próteses e inserção de morfemas ka’apor, como o afixo atenuante ra’yr ou o nominalizador ha/har. A pesquisa constatou, ainda, certo grau de tensão nas relações de contato entre as línguas, favorecendo resistências culturais que fomentam ajustes culturais no uso dos empréstimos

  • PEDRO EDUARDO DE SOUZA OLIVEIRA
  • A AUSÊNCIA DA PRESENÇA DO POVO TEMBÉ NA COMUNIDADE FEIJOAL EM SANTA IZABEL DO PARÁ: uma abertura para o pensamento das comunidades oprimidas no processo da história da modernidade

  • Data: 05/10/2017
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  • Este trabalho traz como proposta um estudo que promove discussão e reflexão sobre a ausência da presença do povo indígena Tembé na comunidade de Feijoal em Santa Izabel do Pará. Segundo os moradores os índios Tembé habitaram o território onde se assenta a referida comunidade. A pesquisa é norteada pelas seguintes questões: a) por que a presença do povo Tembe é ausente dos discursos que compõem a unidade hegemônica que estrutura o conhecimento da comunidade? b) como se processa a disciplinarização que permite a reprodução dessa ausência como condição para manter o fluxo da história da presença? c) como encontrar, na diversidade social que é o Feijoal, um outro caminho para se pensar a comunidade que não seja o caminho da ausência e invisibilidade? d) como lidar com instrumentos terminológicos da compreensão que processam, historicamente a ausência? e) como a presença do povo Tembé ainda se faz notar na dinâmica atual da comunidade? Para tal foram realizadas pesquisas bibliográfica e de campo, participando desta última, 12 moradores da comunidade, nascidos e criados nela. A pesquisa bibliográfica ancorase em princípios teóricos alinhados ao pensamento de Quijano (2010) com o conceito de colonialidade do poder, com os conceitos de mesmo e outro de Levinas (2008), com as noções de tempo messiânico de Benjamin (1991) e com o método do senso comum de Martins (2015), entre outros autores. A discussão toma como ponto de reflexão as noções de modernidade, de desenvolvimento, linguagem e pensamento relacionando tais conceitos à dinâmica da história de resistência da comunidade de Feijoal. As reflexões levantadas nesta pesquisa apontam para a existência de uma estrutura de conhecimentos, notadamente indígena, no micro-espaço do Feijoal com sinais que resistem até os dias atuais e cuja existência serve de modelo para se pensar a recepção da modernidade no processo histórico das comunidades ribeirinhas da Amazônia.

  • PETERSON FRANCISCO DE ALMEIDA PANTOJA
  • A PRÁTICA DOCENTE, SABERES CULTURAIS E EDUCAÇÃO QUILOMBOLA: Estudo da Experiência da Escola Municipal Américo Pinheiro de Brito na Comunidade Quilombola do América - Bragança - Pará

  • Data: 21/08/2017
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  • A presente dissertação trata da relação entre a prática docente, os saberes culturais e a Educação Quilombola, tomando como campo de investigação a experiência da Escola Municipal Américo Pinheiro de Brito localizada no Município de Bragança, no estado do Pará. Inicialmente, contextualizamos os desafios da Educação quilombola, no Brasil e no Estado do Pará, considerando a produção teórica e a legislação educacional vigente, na sequência realizamos uma análise da prática docente e das ações da Escola Municipal Américo Pinheiro de Brito, buscando identificar a relação com os saberes culturais e a educação quilombola. A abordagem de pesquisa é dialética, utilizando-se das referências da pesquisa participante e de entrevistas semiestruturadas para a coleta dos dados e informações. Vários autores fundamentam o estudo: Larchert e Oliveira (2013), Diniz e Souza (2017), Oliveira (2007), Moehlecke (2009),etc. Os resultados revelam que apesar do avanço com relação à discussão teórica e da legislação que trata das populações quilombolas, especialmente na Educação, os saberes culturais quilombolas ainda são pouco afirmados e trabalhados na prática docente e nas ações desenvolvidas pela Escola investigada.

  • JOCÉLIO JORGE MÁCOLA RENTE
  • A DINÂMICA DAS MARÉS E SUA INFLUÊNCIA NO COTIDIANO DA ESCOLA DO CAMPO: Considerações sobre a organização escolar da U.P. São José na Ilha Grande-Belém/PA

  • Data: 21/08/2017
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  • O trabalho apresentado é parte da pesquisa vinculada ao curso em Linguagens e Saberes na Amazônia do Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do Pará, na linha de pesquisa: Memória e Saberes Interculturais, na qual investigo a relação entre a dinâmica das marés e o transporte dos alunos que estudam na Unidade Pedagógica São José por meio da narrativa dos barqueiros que fazem a travessia entre as ilhas vizinhas e a Ilha Grande e de outros sujeitos desse estudo, tais como: uma professora da unidade pedagógica e da coordenadora da Educação do Campo na SEMEC, tendo como problemáticas os questionamentos: de que forma podemos articular os saberes de populações tradicionais ribeirinhas com a escola? E como articular esses saberes com a Educação do Campo? O Objetivo Geral da pesquisa centrou-se em ouvir os saberes expressos nas narrativas orais dos barqueiros da Ilha Grande e como esses saberes são articulados na organização da escola. Como metodologia, adotou-se a abordagem qualitativa, tendo como método de pesquisa para a coleta de dados: a história oral por meio da técnica da entrevista narrativa. Os Referenciais Teóricos que embasaram os estudos foram coletados nas obras de: Le Goff (1992), Bossi (1994), Bachelard (1998), Halbwachs (2006), Ricceur (2007), Thompson (1992), Geertz (1997), Paulo Freire (2015), Brandão (2003), Santos (2006), entre outros que corroboraram com esse trabalho. Os dados obtidos no decorrer da pesquisa, apontam para a existência de tensões entre a SEMEC e as relações de trabalho dos barqueiros que prestam serviço no transporte dos alunos até a unidade pedagógica da Ilha Grande com as atividades realizadas por professores e funcionários, por entenderem que o que determina o funcionamento da escola é a dinâmica das marés.

  • FRANCISCA GALEANA SALGADO
  • O LÉXICO DE SAN LUIS SAN PEDRO, GUERRERO, MÉXICO

  • Data: 30/06/2017
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  • Este trabalho faz um levantamento das variedades linguísticas presentes no léxico dos falantes da comunidade de San Luis San Pedro, estado de Guerrero no México. A abordagem desta pesquisa segue a orientação da Lexicologia e comprova seus usos reais através da Sociolinguística trata de entender as inter-relações deste léxico com os aspectos diagenéricos e diageracionais nessa comunidade. E para a construção deste referencial, também foram utilizadas pesquisas sobre o tema, Elia (1987) e outros lexicólogos que ancoraram as análises realizadas. O intuito desta investigação é levantar as unidades lexicais utilizadas nos dias atuais e compreender quais destas unidades lexicais são variáveis em razão das diferenças de sexo e de faixa etária, especialmente. Os estudos lexicais, aqui retomados, seguem como metodologia a Lexicologia, e se apoiam na Sociolinguística apresentando instrumentos usados antes, durante e após a pesquisa para a análise dos dados coletados, os recursos da informática, especialmente das conversas em redes sociais, entrevistas, transcrições de diálogos orais, registro de imagens e o uso do programa Ant Conc 3.4.4. para a localização das variáveis no corpus. Como de ponto de partida, foram envolvidos doze sujeitos na entrevista e trechos de conversas nas redes sociais. Os recursos e métodos usados na construção do trabalho serviram para uma boa representação do léxico sincrônico, bem como do reconhecimento dos léxicos genéricos e geracionais da comunidade. Tais resultados nos levam a afirmar que o estudo realizado representa um trabalho de sistematização disposto a contribuir para futuros levantamentos do léxico de San Luis San Pedro.

  • FRANCISCA ANDREA RIBEIRO DA SILVA
  • CINZAS DO NORTE E ÓRFÃOS DO ELDOLRADO, MILTON HATOUM: ALTERIDADE E VOZES NARRATIVAS NA CONSTRUÇÃO DAS PERSONAGENS FEMININAS

  • Data: 13/06/2017
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  • A análise centra-se no estudo das personagens femininas das obras Cinzas do Norte e Órfãos do Eldorado, do escritor amazonense Milton Hatoum, notando como se dá a construção das personagens femininas, a partir das perspectivas dos narradores e para tanto, realiza-se discussões sobre vozes, bem como modalizações narrativas, principalmente, apoiando-se nos estudos de Genette. Assim, busca-se a compreensão das peculiaridades das personagens Naiá, Aldisa, Alícia, Ozélia, Ramira, Florita e Dinaura, observando, suas vozes e suas relações com as alteridades, tendo o aporte teórico cedido pelo pensamento de Beauvoir e dos estudos pós-coloniais, com Fanon. Ressalta-se, também, conforme requer a análise, temáticas, como: tradução cultural, hibridismo, categorias de gênero, memória e identidade. Observa-se, então, nessas mulheres fictícias o caráter marginal e subalterno de umas, a autonomia e a independência de outras e a particularidade enigmática de Dinaura, constituídas, assim, a partir da linguagem utilizada pelos narradores. Dessa forma, a análise literária possibilitou pensar a constituição do ser como resultado das relações de alteridades, em decorrência de diferentes perspectivas.

  • MONIK AGUILLA SOUZA PEIXOTO
  • ESCRITOS DE SI E MEMÓRIA COLETIVA: Frida Maria Strandberg (Vingren) e a Missão da Fé Apostólica

  • Data: 19/05/2017
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  • Esta pesquisa trata do anátema entre os escritos de Frida Maria Strandberg Vingren (missionária sueca enviada ao Brasil pela Igreja Filadélfia de Estocolmo, em 1917) e sua memória coletiva, tentando compreender as questões envoltas no silenciamento e marginalização de sua memória, dentre as quais o contraste entre a postura intelectual da missionária e o ethos da missão da fé apostólica no Brasil. Nessas premissas, propõe-se investigar a história e as memórias da sueca que, aos 26 anos, emigrou sozinha, da Europa a Belém do Pará e experimentou a integralidade da vida imigrante no trópico úmido do início do século vinte. O objeto de pesquisa é observado em três aspectos: à luz da lógica do movimento migratório; a partir da memória coletiva construída ao longo de seu trabalho no Brasil e após sua morte na Suécia; e por meio dos registros e publicações feitos pela missionária em solo brasileiro, nos quais descreve suas percepções de identidade, alteridade e enfrentamento. Para responder aos anseios deste trabalho a metodologia parte da pesquisa bibliográfica nos eixos teóricos de imigração, discurso, gênero e memória, a partir de teóricos como Orlandi, Sayad, Le Goff, Ricouer, Joan Scoot e Foucault, por exemplo; e complementa-se nos documentos e registros encontrados em campo.

  • FABRICIO RODRIGUES DOS SANTOS
  • TERRITÓRIO E IDENTIDADE QUILOMBOLA EM TRACUATEUA/PA: HISTÓRIA MEMÓRIA E AFIRMAÇÃO CULTURAL

  • Data: 16/05/2017
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  • Esta pesquisa investigou a trajetória sociocultural, as representações e afirmações no contexto das relações cotidianas dos quilombolas da comunidade do Cigano e de sua localidade mais próxima, chamada “Pontinha”, sobretudo, procurou compreender como estas relações sociais influenciam a realidade contrastante que se agrava cada vez mais no cotidiano desse grupo social e que possivelmente implica na desvalorização dos seus saberes, de seu território e que revela muito sobre a forma como se dá sua interação com outros povos e com a natureza. Nesse contexto, os fundamentos que referenciaram minha inquietação e fortaleceram minhas reflexões surgiram a partir dos seguintes autores: Cardoso (1986), Clifford, (2011), Fernandes (2014), Leite (2000), Marx (2008), Mauss (2003), Simmel (2006), Williams (2011), Weber (1987). Portanto, a investigação teve por finalidade analisar a relação sociocultural dos quilombolas com o seu território no processo de afirmação cultural da comunidade do Cigano, no Município de Tracuateua-PA. Adotou-se, portanto, como percurso metodológico a pesquisa participante, que projeta uma visão integral sobre as ações sociais de vocação popular (Brandão, 2007, p. 53), instrumentos imagéticos (fotos que possibilitaram entender a realidade social da comunidade) e a análise de conteúdo para examinar as narrativas orais de sujeitos: moradores da referida comunidade. “A narrativa oferece leituras plurais e torna possível o aparecimento de outros pontos de vista, requer integração na construção do novo conhecimento, na reconstituição da história” (Nogueira, 2006). Os resultados evidenciaram que a comunidade está certificada pela Fundação Cultural Palmares, mas ainda encontra-se em processo de apropriação do reconhecimento para titulação de seu território, além disso, ainda tem a educação e as práticas de saberes como marco de valor afirmativo, especialmente para os moradores mais velhos que almejam a continuidade de estudos e a profissionalização dos jovens quilombolas. No entanto, as relações da comunidade quilombola com o seu entorno; reveladas nas narrativas dos sujeitos da pesquisa, por um lado, evidenciam o processo de invisibilidade das pessoas dessa comunidade, envolvidas em sociabilidades diversas. Por outro, essas relações fazem emergir processos de afirmação cultural e maior visibilidade quilombola a partir das práticas e saberes desenvolvidos no interior da comunidade. A finalização da pesquisa aponta para a necessidade de maior mobilização dos sujeitos da comunidade pela educação e valorização dos saberes e práticas culturais, com a perspectiva da ampliação da igualdade social.

  • PATRICIA MILENA SILVA SALDANHA
  • A TRAJETÓRIA DO PROFESSOR ITINERANTE NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA: AÇÕES E DESAFIOS NO CONTEXTO ESCOLAR DA LOCALIDADE DO ABADE EM CURUÇÁ-PARÁ

  • Data: 12/05/2017
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  • Este estudo em questão pretende debater como as ações do professor itinerante do AEE no contexto escolar da localidade do Abade perpassam desafios na inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais, tendo como base os princípios que regem a Educação Inclusiva. O objetivo principal é analisar a trajetória deste profissional e como ele desenvolve suas atividades como estratégia de atuação. O sujeito principal da pesquisa envolve o professor itinerante no atendimento do AEE. O levantamento bibliográfico foi baseado em aportes teóricos e metodológicos da Educação Inclusiva e o que circundam o professor itinerante, com base em Oliveira (2014), Mantoan (2003), Junuzzi (2004), Silva (2012), Plestch (2005), Cavalcanti (2007), Lobato e Oliveira (2015), dentre outros. O levantamento dos dados compreende: entrevistas, observação in loco, diário de campo, acompanhamento por meio do relatório e registros fotográficos. Os preceitos conclusivos no estudo apontaram o papel do professor itinerante na Educação Inclusiva diante da dinamicidade de atividades e locais de trabalho para a realização dos atendimentos dos alunos do AEE e o seu papel na implantação da inclusão, mesmo que apresentem ainda barreiras para este processo, além de apontar os desafios encontrados no percurso de sua atuação, que busca garantia de direitos e o respeito à diversidade dos alunos com necessidades educacionais especiais.

  • ERICA PATRICIA BARBOSA COSTA
  • DO NÃO-LUGAR AO LUGAR: A TOPONÍMIA MARAPANIENSE DO ESTADO DO PARÁ

  • Data: 27/04/2017
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  • Este trabalho discute o conjunto toponomástico (especialmente a microtoponímia) que recobre o município de Marapanim-PA, situado na microrregião do Salgado e na mesorregião do Nordeste Paraense. Do ponto de vista teórico-metodológico, seguimos os pressupostos de Dick (2008, 2004, 1990, 1992, 1987, 1975), além de outros pesquisadores que também seguem a vertente dos estudos onomásticos, como Isquerdo (1996, 2006, 2008, 2016); Carvalho (2010); Carvalhinhos (2008), dentre outros. No que tange aos resultados alcançados, analisamos 80 topônimos marapanienses, nomeando acidentes geográficos físicos (rios, praias e ilhas) e humanos (comunidades, vilas). Sob o viés linguístico, destacamos, quanto à estrutura dos termos toponímicos, que, predominantemente, os topônimos simples se sobressaem, contabilizando um total de 44 termos (Bussu, AH-PA; Jarandeua, AH-PA), ou seja, mais de 50% do total analisado. Em seguida, têm-se os topônimos compostos (São José, AH-PA; Itacoã, AH-PA), cerca de 40% do total. Com o menor número de ocorrência (7% do total), têm-se os topônimos híbridos (Taperinha, AH-PA; Guarajubal, AH-PA). Com relação à classificação taxionômica, as taxes de natureza física destacam-se, com ênfase aos fitotopônimos – Samambaia (AH-PA); Cajutuba (AH-PA) – e aos zootopônimos – Tamataquara (AH-PA); Caratateua (AH-PA). A forte presença desses dois conjuntos de topônimos revela o ambiente físico-social como um forte índice motivacional, na designação dos espaços marapanienses. A origem lingual dos termos reflete a presença marcante de topônimos de origem indígena na região, mesmo frente à hegemonia do português, como exemplo, podemos destacar Matapiquara (AH-PA) e Pindorama (AH-PA). Ao todo, os termos de base tupi totalizam pouco mais de 50% do conjunto de ocorrências.

  • GLAYCE DE FATIMA FERNANDES DA SILVA
  • NOTAS SOBRE IDENTIDADES, TERRITORIALIDADES E RELIGIOSIDADES EM UMA COMUNIDADE QUILOMBOLA NA AMAZÔNIA ORIENTAL

  • Data: 16/03/2017
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  • Este trabalho versa a temática quilombola e foi desenvolvido na comunidade quilombola de Jurussaca, comunidade negra rural do município de Tracuateua/PA, localizada na Amazônia Oriental. As terras da comunidade de Jurussaca são definidas como terras de preto e de índio (SILVA, 2014), o que resulta de seu processo de formação. O objetivo geral definido neste trabalho é: interpretar e refletir sobre a construção da identidade social dos moradores da comunidade de Jurussaca como quilombolas, tomando com base os modos de vida de seus moradores, as relações estabelecidas com o território e as religiosidades vivenciados na/pela comunidade, que constituam traços representativos de sua identidade. Os objetivos específicos são: abalizar a possível origem da comunidade quilombola de Jurussaca, com base, sobretudo, em seu mito de origem; refletir sobre os processos de auto-atribuição e reconhecimento legal da comunidade como quilombola, o que gerou sua reterritorialização; compreender a dinâmica territorial interna da comunidade e o uso de seus espaços; interpretar algumas das religiosidades populares presentes na comunidade, destacando os elementos que convergem para a afirmação da identidade do grupo, em especial a Festa de Todos os Santos. Desse modo, foi possível identificar que a identidade social dos moradores de Jurussaca (como quilombolas) foi elaborada (em um primeiro plano) a partir de quatro elementos: a origem comum, a luta pela posse da terra e titulação coletiva, a cor da pele (ser preto) e no sobrenome comum (Araújo), somados a outros elementos dessa identidade (em um segundo plano): as relações de parentesco, o pertencimento e as redes de parentesco, além das práticas religiosas e crenças presentes na comunidade. Todos esses elementos (do primeiro e do segundo plano) representam as identidades quilombolas circulantes na comunidade de Jurussaca, mas, além disso, representam um grupo cuja formação recebeu forte influência afro-indígena, que muito representa a população amazônica, em especial as comunidades da região do salgado paraense.

  • ANA MABELL SEIXAS ALVES SANTOS
  • MÃOS, PENAS E FITAS: O chapéu da Maruja como cultura material em Bragança-PA

  • Data: 15/03/2017
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  • Esta dissertação objetiva estudar o chapéu de maruja, objeto que compõe a indumentária feminina na festividade de São Benedito em Bragança-PA, à luz do conceito de agência proposto por Alfred Gell (1998). como produto de disputas sociais que afetaram as técnicas que o materializam, bem como sua importância na construção identitária das marujas e implicações de suas reproduções imagéticas. Para isto, são primeiramente consideradas as tensões entre catolicismo oficial e catolicismo popular que marcaram esta manifestação afro-brasileira, fundada durante a vigência do sistema escravista. A relevância da indumentária neste contexto é percebida a partir do conceito de “tela de representação” elaborado por Hall (2003), que permeia análises sobre elementos visuais comuns à marujada e a práticas religiosas africanas; e o conceito de “agência” trazido por Hall (1998), que descreve como objetos podem “agir”, estabelecendo interações sociais. São consultadas fontes locais – estudos acadêmicos, crônicas e o romance Menina que Vem de Itaiara, de Celina (1963) – para elencar cronologicamente descrições do chapéu da maruja e assim perceber transformações como a substituição de matérias-primas e o surgimento de novos processos de confecção artesanal. Em seguida, reflexões sobre artesanato e cultura material foram desenvolvidas a partir do referencial teórico de Canclini (2013), Appadurai (2008), Mauss (2015) e Herzfeld (2004). Além da pesquisa bibliográfica, a metodologia utilizada contou com entrevistas a seis artesãs e a alguns membros da marujada a fim de conhecer a produção do chapéu na contemporaneidade e suas implicações identitárias na marujada, estas últimas de acordo com Barnard (2003). Por fim, observações sobre o status simbólico atribuído a este objeto pelo poder público e por outras instituições – que reproduzem sua imagem como forma de representar a própria cidade – são discutidas por uma perspectiva imagética, para além da religiosidade, com base em Canevacci (2001) e Bourdieu (2012).

  • JUCIANY DE LIMA SOARES DO ROSARIO
  • OS TERMOS DA PESCA NA VILA DOS PESCADORES DE AJURUTEUA (BRAGANÇA-PA): uma abordagem socioterminológica

  • Data: 10/03/2017
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  • Este trabalho consiste no registro, por meio de um glossário eletrônico, da terminologia da pesca artesanal, que expressa saberes tradicionalmente construídos durante o seu desenvolvimento diário na comunidade Vila dos Pescadores de Ajuruteua, na cidade de Bragança, estado do Pará. A pesquisa está ancorada nos procedimentos teórico-metodológicos da Socioterminologia, propostos principalmente por Gaudin (1993) e Faulstich (1995,1998,2001,2006), perspectiva que considera o fator social e o fenômeno da variação linguística no estudo e na descrição de línguas de especialidade e visa analisá-las considerando o seu contexto de uso. Os dados que constituem o corpus da pesquisa foram levantados a partir do discurso oral de 11 pescadores (08 homens e 03 mulheres) e 03 marreteiros, por meio de entrevistas e conversas informais, que totalizaram aproximadamente 12 horas de gravação. Os termos foram selecionados considerando-se a pertinência temática e pragmática. Foram utilizados os programas computacionais: AntConc 3.4.4.w para auxiliar na seleção das unidades terminológicas e Lexique Pro 3.6 para organizar os verbetes, conforme a macroestrutura e a microestrutura previstas para a obra.

  • MARIA ADRIANA LEITE
  • EDUCAÇÃO DO CAMPO: Ressignificando saberes matemáticos de jovens agricultores em comunidades Amazônicas

  • Data: 20/02/2017
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  • O ensino da matemática costuma ser conhecido pela distância existente entre o conhecimento
    desenvolvido no âmbito escolar e as situações vivenciadas no cotidiano dos alunos. A
    ECRAMA, escola de campo, realiza um trabalho diferenciado na utilização dos
    conhecimentos e saberes dos jovens agricultores na região bragantina, possui princípios
    voltados para a economia solidária e agroecologia, atuando no formato de Pedagogia da
    Alternância, em que os alunos possuem formações em “tempo escola” em “tempo família
    comunidade”. Nosso trabalho pretendeu entender como alunos das diferentes comunidades
    que compõe a ECRAMA correlacionam os conhecimentos matemáticos adquiridos no tempo
    escola com os saberes matemáticos na vida em comunidade. Os procedimentos metodológicos
    foram: entrevista aberta, a utilização de caderno de campo, roda de conversas com educandos,
    estudo dos documentos da escola e o levantamento de dados locais. O principal objetivo deste
    trabalho foi analisar, partindo da visão dos alunos, como os conhecimentos matemáticos
    inscritos na prática do campo contribuem para o fortalecimento da identidade cultural dos
    alunos da ECRAMA-PA e de que forma esses saberes encontra-se presente em sua formação
    escolar no tempo escola e tempo família comunidade. Com nossa pesquisa observou-se que a
    escola procura desenvolver os conteúdos matemáticos voltados para aplicabilidade prática da
    matemática, se aproximando da realidade vivenciada pelos(as) alunos(as), enfatizando o
    diálogo com outros campos de saberes. No ensino da matemática vem sendo enfatizado a
    importância da educação matemática voltada para o dia a dia dos sujeitos, defendendo a
    utilização do conhecimento matemático vivenciado pelo aluno em sua vida em comunidade,
    relacionado o espaço de trabalho e convivência familiar como subsídio metodológico para o
    processo de ensino-aprendizagem da matemática escolar. No que se refere a transformação
    social dos indivíduos a matemática pode tornar-se uma aliada para a construção da cidadania
    em suas estruturas tanto no âmbito social, cultural e político, levando a possibilidade de
    contribuir para o processo de emancipação dos educandos e educandas. A presente
    investigação se constitui como uma pesquisa participante com elementos da pesquisa-ação,
    cujo objeto é um estudo de caso, que se processa por meio de um estudo teórico-prático
    acerca do ensino e aprendizagem de matemática em uma escola do campo da região
    bragantina, na modalidade educação de jovens e adultos.

  • ANA CLAUDIA RIBEIRO DE CASTRO
  • AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DO EDUCADOR DO CAMPO DO TERRITÓRIO BRAGANTINO: UM DIÁLOGO COM OS SABERES E FAZERES COTIDIANOS DO EDUCANDO

  • Data: 20/02/2017
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  • A pesquisa aqui apresentada investiga as Práticas Pedagógicas de educadores egressos do Curso de Licenciatura em Educação do Campo ofertado pelo Instituto de Educação, Ciências e Tecnologia – IFPA, campus Bragança, no período de 2009 a 2012. A pesquisa foi realizado com sete educadores atuantes em escolas do campo, antes e depois da formação no Curso de LEdoC. Os caminhos metodológicos estão fundamentados em paradigmas teóricos que empregam os métodos e estratégias da pesquisa qualitativas na concepção de Lukde e André (2015), Godoy (1995), Minayo (2003) e Esteban (2003). Os dados foram colhidos através de instrumentos como: Entrevista Narrativa, Observação de Práticas Pedagógicas nos espaços educacionais e documentos fornecidos pelos educadores e escolas do campo. A construção teórica e discursiva está sustentada pelos seguintes autores: ARROYO (2001, 2004, 2007, 2014), ANTUNES-ROCHA (2010, 2011), CALDART (2004,2009, 2010, 2011), FERNANDES (1999, 2001, 2005), FREIRE (1992, 2003, 2009), GHENDIN (2012), HAGE (2005,2008, 2009, 2011, 2014, 2015), MOLINA (2003, 2004, 2011, 2012, 2013,2014, 2015), SOUZA (2014), FRIGOTTO (2008, 2010) e GADOTTI (1991, 1999, 2010) dentre outros que trazem para discussão a temática Educação do Campo, Formação de Educadores entre outras discutidas no âmbito deste estudo. Os achados estão dirigidos para duas construções analíticas: O Território Cultural do sujeito docente e sua influência na construção da identidade de Educador do Campo da zona Bragantina e; As Práticas Pedagógicas dos Educadores do Campo da zona Bragantina. Os dados revelaram que estes educadores construíram suas identidades formadas no interior de suas experiências no contexto de seus territórios culturais que também, lhes proporcionaram uma identidade de classe. E suas Ações/Práticas Pedagógicas estão voltadas à valorização da cultura e preservação da identidade do educando à medida que dialogam com seus saberes, fazeres e realidade cotidiana em seu território de vida, o campo.

  • MARIANA TEREZA ATHAYDE BORDALLO DA SILVA
  • MEMÓRIAS QUE TECEM ARTE: MEMÓRIAS AFETIVAS E RAÍZES CULTURAIS NA OBRA DE VALDIR SARUBBI

  • Data: 27/01/2017
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  • Tem por objetivo analisar como as memórias afetivas e as memórias referentes à origem cultural do artista plástico bragantino Valdir Sarubbi se revelam em sua obra. Para isso, exploramos os dados biográficos retratados por meio das entrevistas cedidas pelos familiares, amigos e conhecidos que conviveram com o artista no período em que ele ainda vivia em Bragança e em Belém; recorremos também aos depoimentos do próprio artista que aparecem no livro de Rosana Bitar (2002); e, a carta escrita pelo artista a seus primos após a morte de sua tia Sabazinha. 

2016
Descrição
  • ALINE COSTA DA SILVA
  • TRAVESSIA NO RIO-TEMPO: A História e a Recepção de Cenas da Vida Amazônica de José Veríssimo.

  • Data: 02/12/2016
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  • Em 1886, José Veríssimo publicou, em Lisboa, Scenas da Vida Amazônica. Em 1889, uma segunda edição, modificada pelo próprio autor, é lançada no Rio de Janeiro e outras saíram com intervalos de mais de meio século. A partir das reflexões da Hermenêutica proposta por Friedrich Schleiermacher [1999], da Estética da Recepção discutida por Hans Robert Jauss [1979], além dos estudos de Karlheinz Stierle [1979] e Gerard Genette [1982], esta pesquisa busca a compreensão de como a crítica leu a obra ao longo de suas publicações e discute sua atualização e importância literária. Como resultado, considera Cenas da Vida Amazônica uma obra com qualidade plenamente literária, o que a torna relevante para o debate a respeito do entreleçamento de gêneros textuais [contos folclóricos, narrativas literárias] como via de acesso ao literário que representa a cultura dita periférica, a qual seja, com todas as ressalvas, a popular amazônica no contexto histórico e literário do séc. XIX, basilar, ainda, para a compreensão da construção intelectual de José Veríssimo.

  • ELENILDA DO ROSARIO COSTA
  • A PRESENÇA DO GÊNERO EXEMPLUM EM NARRATIVAS ORAIS BRAGANTINAS

  • Data: 27/09/2016
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  • Esta pesquisa parte da coletânea Um portal para Bragança. Busca e retira de lá um corpus de cinco narrativas fincadas nas narrativas tradicionais de cunho maravilhoso, as quais foram coletadas pelo projeto Imaginário nas Formas Narrativas Orais Populares da Amazônia Paraense (IFNOPAP) na cidade de Bragança/Pa. Os cinco relatos apresentam um tom didático e transmitem um ensinamento, comunicando valores morais e sociais, assim, tais narrativas recordam o gênero exemplum que, estando presente no século XIII é assinalado pelo seu caráter breve e persuasório. Este trabalho busca empreender também um estudo sobre o maravilhoso alegórico a partir desses contos, utilizando-se de enfoques distintos, particularmente os atribuídos à Tzvetan Todorov (2006; 2010) e Victor Bravo (1985), além de expor, através da distinção de conceitos e significados, a importância das narrativas orais enquanto literatura e manifestação de alteridade. 

  • ROSANA BRITO DA CRUZ
  • DEBATE HISTÓRICO SOBRE A CONSTRUÇÃO DO CULTO DE MARIA E A TRADUÇÃO CULTURAL NO CÍRIO DE NAZARÉ

  • Data: 16/09/2016
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  • Esse trabalho busca analisar a maneira como o culto à Maria, mãe de Jesus tornou-se uma das características principais do catolicismo romano. Além de investigar as raízes históricas dessa forma de culto, faremos uma análise comparativa entre os testemunhos das Sagradas Escrituras, concílios, bulas e os Evangelhos Apócrifos, para compreendermos como se constituiu tal culto, destacando-se ainda as apropriações do passado e as relações, com formas sociais e culturais que constituem o conjunto de nossa tradição cultural na contemporaneidade. A história da exaltação e da devoção à Maria foi marcada por algumas definições particulares acerca da personagem: Maria, a virgem perpétua; Maria, a mediadora da graça; Maria, a mãe de Deus; Maria, a imaculada conceição. Do século I até meados do III d.C., no entanto, os cristãos não mostraram interesse quanto à figura de Maria. Problematizamos o culto mariano, a fim de percebermos como se construiu uma identidade cultural híbrida entre os convertidos ao cristianismo. Para refletirmos sobre circularidade cultural recorreremos às elaborações de Ginzburg (2006), sobre representação buscamos as contribuições de Chartier (2002), Brown (1988) sobre os diversos discursos do corpo na Antiguidade Cristã, também contribuíram para nossa pesquisa os estudos de Falcon (2002), Eliade (1992), Schleiermacher (1999), Burke (2009), Bettenson (2007), Scott (1996), Moraldi (1999), Alves (2002), dentre outros. Buscamos entender as relações de poder que envolveram a formação do culto mariano nos primórdios do cristianismo com base na análise de diferentes fontes canônicas e não canônicas dos séculos III e IV. Por fim, analisaremos a Festa do Círio de Nossa Senhora de Nazaré, para percebermos o modo como se estabeleceu esse culto. Assim, entender a maneira como o discurso religioso se estrutura será fundamental para compreendermos as formas de representações que estão presentes na nossa sociedade.

  • ELIENE ROSA CHAVES
  • O LÉXICO DA FAUNA E DA FLORA NOS REGISTROS DE MAX BOUDIN: PERDA E CONSERVAÇÃO DESSE LÉXICO POR ÍNDIOS TEMBÉ DA REGIÃO DO GURUPÍ.

     

  • Data: 19/08/2016
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  • O presente estudo visa contribuir para o conhecimento da dinâmica do léxico de itens da fauna e da flora da língua Tembé registrada por MAX BOUDIN (1966). O estudo apresenta um levantamento do léxico da flora encontrado nesse registro lexicográfico, publicado há quase 50 anos, em comparação com as atuais denominações empregadas por falantes nativos Tembé, da aldeia Teko-haw e tem como objetivo verificar a dinâmica desse léxico e seus resultados como perda e  conservação desse léxico na atualidade. A pesquisa se justifica pela situação de extremo contato interétnico vivenciada por esses índios na atualidade, ao mesmo tempo, em que vive, como resultado desse contato, uma situação de bilinguismo que tem favorecido o uso do português. Interessa saber como, nesse contexto, os índios Tembé da atualidade denominam itens da fauna e da flora, elementos tão intrinsecamente ligados a práticas de sobrevivência como, por exemplo, a caça, a pesca e a produção da farinha, e de que modo tais resultados podem nos dar mais respaldo para o estudo da relação entre língua, natureza e cultura. Tomamos como parâmetros nesta pesquisa obras lexicográficos e descrições linguísticas e históricas disponíveis sobre os Tembé tais como BOUDIN (1966), GOMES (2002), ZANNONI (1992) E WAGLEY & GALVÃO (1966), SILVA (2010) entre outros. A verificação desse léxico empregado pelos índios Tembé do Gurupí visa trazer mais contribuição para o conhecimento da dinâmica do léxico ao longo do tempo em contextos de intenso contato cultural como é a situação vivenciada pelos índios Tembé da referida região. O estudo vincula-se aos princípios teóricos da Linguística do Contato e da Lexicologia seguindo a vertente e linha de pesquisa Tradução Cultural.

  • NATASCHA PENNA DOS SANTOS
  • A FARINHA DE BRAGANÇA (PA): MEMORIAL INDIVIDUAL E A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE PATRIMONIAL NA REGIÃO BRAGANTINA

  • Data: 18/08/2016
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  • Este estudo com o título “A FARINHA DE BRAGANÇA (PA): MEMORIAL INDIVIDUAL E A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE PATRIMONIAL NA REGIÃO BRAGANTINA” descreve uma pesquisa de campo densa onde o encontro da pesquisadora com um personagem deu subsídio para uma “viagem” pela trajetória da farinha de mandioca desde a preparação para o plantio até a mesa das pessoas. O grande desafio é desvendar como um produto alimentar pode estar carregado de significado, para o público e privado, a partir de uma inquietação particular pela busca da própria identidade. São levantados aspectos comuns a mais de uma pessoa, aguçando a discussão sobre a identidade coletiva. Para tanto teremos como objeto de pesquisa narrativas com foco principal de análise considerando-se conceitos de Memória (Le Goff, 2003) e (Maurice Halbwachs, 2006) Identidade (Stuart Hall, 2005) patrimônio (Oliveira, 2005) metodologicamente privilegiou-se o método da História Oral (Alberti, 2004) que aliada a pesquisa documental proporcionou uma ampla descrição sobre o tema. Pretende-se problematizar algumas questões sobre a relação da farinha como um produto da agricultura familiar que pode representar ou fazer referência a cultura bragantina, bem como discutir como modalidades de políticas sócio - econômicas podem interagir com questões tradicionais sem tanta interferência, ou qual a interferência aceitável para garantir a manutenção do patrimônio. Para o Programa de Pós Graduação em Linguagens e Saberes da Amazônia, a contribuição é acerca da multidisciplinaridade e da capacidade de diálogo entre formas diversas do conhecimento técnico e o acadêmico.

  • CRISTIANE DO SOCORRO GONÇALVES FARIAS
  • UM RIO DE MEMÓRIAS, UM RIO DE HISTÓRIAS: um estudo sobre o imaginário da vila Calheira no rio Canaticu-Curralinho-Marajó-Pá.

  • Data: 23/06/2016
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  • A Calheira é uma vila que se localiza na cidade de Curralinho, cidade pertencente à Ilha do Marajó, na parte em que o Marajó é molhado e labiríntico, dos pescadores de camarão, dos apanhadores de açaí e dos fazedores da farinha de mandioca. O local foi crescendo de acordo com as relações sociais de compadrio, dos casamentos e de trabalho. A relação política também é muito forte. As experiências dos narradores entrevistados sempre foram de uma relação intima e direta com essas matas de igapó e o rio, mas nem sempre harmoniosa. Dessa intimidade quase visceral, surgem narrativas da infância, do trabalho, dos amores, da família. Neste trabalho vou ao encontro do que se conta na vila e traço uma cartografia dessas narrativas a partir das imagens que elas suscitam, advindas das memórias de moradores com mais de 68 anos, tanto homens quanto mulheres, principalmente desse imaginário ribeirinho que pululam de suas memórias e vibram em suas vozes, quase como extensão dessa natureza em momentos de puro devaneio.

  • EVILANIA BENTO DA CUNHA
  • A (RE)SIGNIFICAÇÃO DO LUGAR E AS NOVAS TERRITORIALIDADES DOS KA’APOR NAS ALDEIAS  TURIZINHO E IPU’Y RENDÁ

  • Data: 09/05/2016
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  • O processo de colonização do Brasil pode justificar a situação atual das territorialidades indígenas. Com a expansão do Estado brasileiro, a territorialização e demarcação das terras indígenas permitiu que as demais terras fossem apropriadas por outros grupos, ampliando as fronteiras do Estado e dos latifúndios. Embora, os Ka’apor tenham seu território regulamentado tem ocorrido um processo de construção, perda e reconstrução de relações sociais, o que Raffestin denomina de Territorialização-Desterritorialização-Reterritorialização T-D-R. Os conflitos constantes entre os Ka’apor e os madeireiros transformaram o território Alto Turiaçu num campo de batalha, interferindo no cotidiano, uma vez que, o território indígena pressupõe que ali habita um povo com uma identidade e cultura próprias, exigindo uma territorialização, também própria. Assim, este trabalho objetiva rever através da memória dos anciãos e jovens que viveram a desterritorialização do Itarendá e a reterritorialização do Turizinho e Ipuy renda, e perceber que territorialização se formou em cada uma das novas aldeias. Busquei através das entrevistas com seis Ka’apor, sendo três da aldeia Turizinho e três da aldeia Ipu’yrendá dentre lideranças e sabedores da cultura perceber nas narrativas as memórias do lugar  e suas transformações. Espera-se que esta pesquisa possa contribuir com o registro da memória oral e a (re)significação do lugar para os Ka’apor.

  • BENEDITO UBIRATAN DE SOUSA PINHEIRO JUNIOR
  • MULHERES MARUJAS: A FIGURA FEMININA NA FESTA DE SÃO BENEDITO NA CIDADE DE BRAGANÇA (PARÁ).

  • Data: 02/04/2016
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  • Esta dissertação discute o papel da Mulher na festa de São Bendito na cidade de Bragança no estado do Pará, a partir do Século XX. Analisando a bibliografia constituída por estudiosos de várias áreas como a História, Antropologia e Literatura, o estudo tenta explicar como se constituiu o feminino na festa beneditina e a importância da Maruja, nos vários cultos realizados no período da celebração, principalmente na função da Capitoa, onde ora lhe é dada elevada importância e ora está como coadjuvante em uma festa dividida entre controle eclesiástico católico e o popular, representado pelos marujos envolvidos

  • MÁRCIA SAVICZKI PINHO
  • SABERES QUE CURAM: Uma incursão sobre a tradução da terminologia das plantas medicinais da comunidade Vila-que-era, Bragança-PA

  • Data: 02/04/2016
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  • O presente trabalho é um estudo de tradução terminológica das plantas medicinais da comunidade Vila-que-era, Bragança/Pará. O termo plantas medicinais já nos alude sua significação, devido nossa cultura ainda preservar muitos traços tradicionais. Na literatura botânica, há uma grande gama de autores que procuraram defini-la. Para Campelo e Ramalho (1989), ―Planta medicinal é aquela que contém um ou mais princípio ativo que lhe confere atividades terapêuticas‖. Este trabalho, portanto, tem por finalidade, no âmbito da Terminologia e Tradução, traduzir conhecimentos tradicionais em relação ao poder de cura, por meio do estudo do léxico específico das plantas medicinais nos falares populares da comunidade Vila-que-era, Bragança (PA). A Terminologia, neste trabalho, tem como meta embasar o estudo dos termos das plantas medicinais, e a Tradução contribui para a compreensão dos conhecimentos tradicionais imbricados nos termos e em torno deles, no âmbito da cura. Portanto, o foco deste trabalho é o estudo dos termos das plantas medicinais, a partir de aportes teóricos e metodológicos da Terminologia e da Tradução, fundamentado em autores como: Faulstich (1995), Larrosa (1996) e Lages (2007). O corpus é constituído, plenamente, de 87 (oitenta e sete) termos de plantas medicinais de Vila-que-era. Para a constituição desse corpus foram selecionadas, visitadas e entrevistadas 9 (nove) senhoras, sujeitos da pesquisa, residentes da comunidade. Os dados do corpus foram coletados entre o segundo semestre de 2013 ao primeiro semestre de 2015, com o uso de equipamentos audiovisuais, e transcritos grafematicamente segundo Fávero (1999), com o auxílio do programa Listen N Write. E esse material de pesquisa teve como finalidade a construção de um glossário. A pesquisa revelou que em Vila-que-era as plantas medicinais são os vegetais destinados a curarem não só as enfermidades do corpo, mas, também, as enfermidades da alma.

  • VIVIANE DOS SANTOS CARVALHO
  • JUVENTUDE DO CAMPO E EXPECTATIVA DE VIDA: UM ESTUDO NA COMUNIDADE DE BACURITEUA – BRAGANÇA-PA

  • Data: 28/03/2016
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  • Esse trabalho trata sobre as expectativas de vida da juventude do campo, na maioria filhos de pescadores, pescadoras e marisqueiras da Comunidade de Bacuriteua, Bragança – PA. Com o objetivo de investigar o que os jovens pensam sobre questões de educação, trabalho, lazer, políticas públicas, saúde, sobre seus problemas, a pesca (atividade econômica que se destaca na comunidade) e o contexto de influência da escola, da família e da sociedade em suas escolhas, no intuito de contribuir para a oferta de políticas públicas voltadas para a juventude do campo. Metodologicamente adotamos a pesquisa participante, além de aspectos da etnografia, pela inserção cultural num grupo de jovens pertencentes a comunidade de pescadores e nesta atividade econômica haver tradições; além de traços da história oral, a partir da narrativa de uma mãe pescadora. As informações de campo foram obtidas por meio das técnicas de observação participante, entrevista, questionário semi-aberto e análise de documentos. Referenciamo-nos em autores como Brandão (1988; 2007), Boaventura Santos (2008), Vilanova (1998), Roberto Oliveira (2000), Coulon (1995), Thompson (1992), Kaufmann (2013), Macedo (2000). Outros autores nos possibilitaram a discussão sobre populações da Amazônia, como Hage (2006), Loureiro (2001), sobre Educação do Campo, como Arroyo (2012), Munarim (2009;2011), Freire (2005), Fernandes (2006), Cordeiro (2010;2015), Molina (2010); Pesca, Tradição e Trabalho: Diegues (2004), Lévi-Strauss (1997), Rodrigues (2012), Barra (2013), Moraes (2005), Marx (1996), Bourdieu (2007; 2003); e sobre Juventude Abramo (2008), Silva (2013), Neves (2014), Sposito (2008), Carrano (2008), Guimarães (2008), Carneiro (2008), Almeida e Silva (2009). Concluímos que, segundo os jovens sujeitos da pesquisa da Vila de Bacuriteua, as expectativas de vida da juventude do campo, retratam a busca por direitos negados, tais como educação, lazer, saúde e preparação para o trabalho. Constata-se ainda a luta na superação de problemas como a droga, prostituição e posto de trabalho. Essas situações levam os jovens a desejarem cursos ou profissões urbanocêntricos e morarem em áreas urbanas, enfraquecendo o território dos pescadores artesanais, inclusive com o incentivo da escola e da família. Todos os sujeitos participantes da pesquisa que são filhos de pescadores e estudam, não desejam permanecer na pesca.

  • MICHELLY SILVA MACHADO
  • DESVELANDO OS VESTÍGIOS DA LÍNGUA TEMBÉ NO VALE DO RIO ACARÁ-MIRIM: ESTUDO SOBRE A CARTILHA TENETÊHÁR PORANGATY

  • Data: 29/02/2016
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  • A presente dissertação tem como principal objetivo apresentar um estudo inicial sobre os vestígios da língua tembé na região do Vale do rio Acará-Mirim, localizado em Tomé-Açu, no Estado do Pará. Para isso, utilizamos como corpus de análise a Cartilha Bilíngue Tenetêhár Porangaty, publicada em 2009, pelo projeto Educamazônia como a primeira cartilha bilíngue dos Tembé de Tomé-Açu. O referido material é utilizado até hoje pelos professores indígenas, porém se encontra desatualizado e com algumas incoerências, conforme os relatos de alguns Tembé. A utilização da cartilha partiu do desejo de se verificar algumas ambiguidades encontradas na grafia usada na Cartilha Tenetêhár Porangaty. Também se estudam algumas peculiaridades sobre o contato entre línguas, destacando-se o fenômeno de obsolescência linguística vivenciado pelos Tembé. Encontrar-se-à ainda, neste estudo, uma incursão sobre a história dos Tembé- Tenetehára e sua situação sociolinguística. Como procedimentos metodológicos, utilizamos um conjunto de vocábulos da Tenetêhár Porangaty, organizados em uma lista de 145 palavras, com registros de Boudin (1978), de Silva (2010) e da cartilha (2009). Além desses dados, consideramos também, em nosso estudo, alguns registros atuais do Tembé, coletados com a falante Geciane Tembé. Os embasamentos teóricos sobre o povo e a língua concentraram-se, principalmente, nos estudos de Boudin (1978), Eiró (2001), Gomes (2002) e Silva (2010); a respeito dos estudos sobre línguas obsolescentes, usamos os trabalhos de Campbell e Muntzel (1989), Couto (2009) e Franceschini (2011); sobre a educação escolar indígena e a produção de materiais didáticos bilíngues, utilizamos os trabalhos de Grupioni (2001) e Luciano (2006). Os resultados obtidos com a presente dissertação mostram que a língua tembé, embora em estágio de obsolescência, ainda mantêm suas estruturas gramaticais, apresentado poucas modificações na forma fonológica das palavras. Além disso, verificou-se que a cartilha analisada possui várias ambiguidades em sua representação gráfica, prejudicando, assim, o estudo da língua tembé na região de Tomé-Açu.

  • ANDRÉIA DA SILVA RIBEIRO
  • A TERMINOLOGIA DA CULINÁRIA NOS RITUAIS EM BRAGANÇA-PA: A Alimentação como Representação Simbólica e Identitária de uma Sociedade

  • Data: 08/01/2016
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  • Este estudo disserta sobre a linguagem de especialidade nos rituais da culinária no
    município de Bragança-PA. Apresenta investigação de cunho terminológico,
    ancorado nos pressupostos teóricos da Socioterminologia para a qual o léxico de
    especialidade é elemento capaz de resguardar conhecimentos de determinada área,
    atuando como elemento mediador entre a sociedade e a cultura na medida em que
    carrega consigo cargas conceituais que possibilitam a definição dos saberes e
    fazeres das realidades de áreas de domínios distintos, nessa perspectiva tece um
    diálogo com a Teoria Comunicativa da Terminologia (TCT). Nessa temática
    corroboram os estudos de Alves (2006), Biderman (1996, 2006), Cabré (1999),
    Faulstich (1995, 1998, 2001, 2006) e Krieger & Finatto (2004). Sobretudo, aborda os
    termos de especialidade circunscritos nos rituais, em cuja comida desempenha um
    papel de destaque. Na culinária, o léxico nomeia processos, ingredientes, etapas,
    preparos e a comida. Sobre o viés hermenêutico da tradução cultural contribuem os
    referenciais teóricos de Agra (2007), Geertz (2012); e os estudos de DaMatta (2012),
    Giard (2012), Silva (2007) e Strong (2004), os quais elucidam sobre costumes, ritos
    e práticas culinárias. Na culinária, o rito, assim como o léxico, é pontuado como
    importante recurso para salvaguardar e prover a manutenção dos saberes e fazeres
    circunscritos à arte da cozinha. Em meio aos momentos ritualísticos que envolvem a
    alimentação, bem como, a comida imersa em ritos, este estudo tem como objetivo
    descrever e analisar sob o ponto de vista cultural e linguístico três eventos que
    apresentam em comum as práticas alimentares incorporadas aos ritos socioculturais,
    a saber, a semana santa, o dia de finados e o banquete da Marujada de São
    Benedito. Esses eventos apresentam peculiaridades socioculturais influenciadas
    principalmente pelo fator religiosidade. Além do mais, possuem uma relação
    particular com as práticas alimentares, pois são costumes imersos em ritos que,
    muitas vezes, desvelam elementos próprios da cultura local e que apontam para
    memória coletiva e para as questões identitárias do grupo social. Além disso, aborda
    os tabus alimentares que, permeados às práticas alimentares, são motivados por
    questões socioculturais e religiosas.

  • ANTONIA EDYLANE MILOMES SALOMÃO
  • Estudo Terminológico das Plantas Medicinais da Comunidade Remanescente de Quilombola de Pimenteiras, Santa Luzia do Pará - PA

  • Data: 08/01/2016
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  • O presente trabalho traz um levantamento dos termos sobre as plantas de uso medicinais catalogados e utilizados pelos moradores remanescentes de quilombola da comunidade de Pimenteiras, pertencente à cidade de Santa Luzia do Pará, no Estado do Pará, cujo procedimento de análise parte de conhecer as práticas dos saberes no fazer uso das plantas medicinais nessa comunidade. Foram elencados aspectos relacionados com a comunidade, suas origens e seus saberes sobre as plantas medicinais que se tornaram símbolo de identificação cultural dos moradores quilombolas. Assim, nosso propósito é mostrar que a linguagem é algo que identifica e marca as características de um grupo ou de um indivíduo, do mesmo modo que a língua de especialidade sobre as plantas de uso medicinal utilizada pelos moradores quilombolas revela uma identidade cultural forte desse grupo. Os estudos terminológicos de Krieger e Finatto (2004) serviram de base para analisarmos os termos e suas especificidades no contexto particular da linguagem, assim como a abordagem socioterminológica de Faulstich (1994, 1995, 1996, 2001, 2003, 2006) propiciou observar, por meio dos termos, suas construções, variações e definições no que concerne ao conhecimento repassado entre as gerações. Construímos este trabalho utilizando uma metodologia com instrumentos usados antes, durante e após a pesquisa para a análise dos dados coletados. Os recursos da informática, entrevistas, transcrições de diálogos orais, fichas terminológicas e registro de imagens foram alguns dos métodos usados na construção do trabalho. Em suma, observamos que o saber da cura por meio das plantas medicinais está preservado na memória e na língua dos moradores quilombolas da comunidade de Pimenteiras

2015
Descrição
  • ADRIANA DA SILVA LOPES
  • O CORPUS CHRISTI NA BULA TRANSITURUS DE HOC MUNDO: A relação entre o sagrado e o profano e sua Tradução Cultural nas imagens dos tapetes da procissão em Capanema-PA

  • Data: 09/12/2015
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  • A referida pesquisa volta-se ao estudo da celebração de Corpus Christi da cidade de Capanema, localizada no Nordeste do Pará. Essa festa confirma a presença de uma simbologia que originada desde a Idade Média, cuja institucionalização ocorre no papado de Urbano IV (1195-1264) mediante a Bula Transiturus de Hoc Mundo, alcança nossa época na região Amazônica. A constatação desse fato pode ser apreendida por meio da adoção de uma metodologia de caráter qualitativo que não dispensou as recorrências quantitativas da dimensão imagética que acompanha o Corpus Christi capanemense. Por outro lado, além da persistência da simbologia, a procissão apresenta elementos do sagrado mesclados ao profano, reproduzindo a mesma dinâmica discursiva que se expressava na Idade Média. Ademais, acolhe aspectos da religiosidade popular e do hibridismo cultural, além de contar com a participação de grupos católicos organizados e também da sociedade civil, sublinhando a ingerência do poder secular e da população de Capanema-PA. Por se tratar de uma pesquisa da área de Tradução Cultural, o exame da procissão de Corpus Christi contou com a coleta de fontes historiográficas localizadas na Fundação Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, assim como na pesquisa bibliográfica interligada ao acervo iconográfico da procissão de 1970 à 2015 e os registros dos periódicos paraenses. Faz-se necessário, ainda, regressar ao século XIII para conhecermos a origem do Corpus Christi e todos os aspectos que constituem a sua história e mito. É de suma importância considerar o Período Colonial brasileiro justamente porque representa o momento de chegada dessa festa ao Brasil, nesta época a o Corpus Christi tornou-se uma das principais festas do país na qual a devoção ao sacramento da Eucaristia dividiu espaço com os procedimentos de caráter profano. Ao realizar a gênese histórica da festa e após a compreensão do processo de chegada ao Brasil, irá ser verificado como esta foi estruturada em Capanema, no Pará, a fim de que se possa entender as transformações que ela incorporou e quais fatores contribuíram para que esta sofresse mudanças, atualizações e remodelagens. A procissão de Corpus Christi comprova resistências e a participação do elemento popular em vários momentos de sua efetivação, refletindo a conjunção da cultura erudita e popular exposta exemplarmente nos tapetes que recobrem as ruas da cidade Capanema-PA.

  • ALDILENE LOPES DE MORAIS
  • IMAGENS DE SANT‘ANA: história, cultura e representação na Amazônia Paraense

  • Data: 07/12/2015
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  • A presente pesquisa tem como finalidade fazer uma investigação a respeito da representação de Sant‘Ana na Amazônia paraense, tendo como ponto de partida a região de Bragança – Pará. Nesta perspectiva, buscar-se-á enfatizar o significado que Sant‘Ana tem para essas comunidades religiosas. Para tanto, será estabelecido uma relação com o culto mariano nos Primórdios do Cristianismo, fazendo um cotejo entre passado e presente. Entendendo a história cultural e as formas como ela se desenvolveu ao longo dos tempos, analisando as representações que estão presentes na sociedade. A pesquisa buscará compreender também o poder simbólico e suas estruturas. Conceber a maneira como o discurso religioso se estrutura é imprescindível, tendo em vista que ele regula socialmente as pessoas, algo explicará o surgimento do culto mariano e, posteriormente, o culto a Sant‘Ana, em uma sociedade cristã que não via com bons olhos a figura feminina. No que diz respeito à representação de Sant‘Ana no contexto cultural em Bragança, observou-se que as pessoas ainda atribuem os mesmos significados que foram fomentados no início do culto à santa. Nesse sentido, entende-se que Sant‘Ana tem forte representação no cenário bragantino, tendo em vista que foram encontradas imagens da santa em ambientes diferenciados, como o Museu de Arte Sacra Nossa Senhora do Rosário, na igreja Nossa Senhora do Rosário e na comunidade do Campinho

  • ELIZABETH CONDE DE MORAIS
  • TERMOS DA CERÂMICA ICOARACIENSE: uma abordagem socioterminológica

  • Data: 12/10/2015
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  • O presente trabalho tem como objetivo identificar os termos e seus significados no seu contexto de uso, ao fazer um estudo acerca dos termos da cerâmica icoaraciense, cuja base socioterminológica segue orientação funcionalista de Gaudin (1993) e Faulstich (1998, 2001). A pesquisa utiliza como base os termos nas narrativas dos artesãos de Icoaraci e analisa nos recursos linguísticos o uso desses termos nos contextos das etapas de produção da “Cerâmica Icoaraciense”. Essa prática, presente na cidade de Belém, no estado do Pará, distrito industrial de Icoaraci, na região chamada de Paracuri, foi pesquisada a partir de 4 (quatro) artesãos e 1 (uma) artesã, pessoas que confeccionam as peças e se destacam pelo valor expressivo dessa atividade. O percurso metodológico da pesquisa seguiu o levantamento de materiais relativos à Cerâmica Icoaraciense para a sistematização da investigação de pesquisa de campo com artesãos de Icoaraci que remetessem aos saberes desses artesãos. Foram entrevistados cinco artesãos, dentre os quais uma mulher e quatro homens. A pesquisa considera as áreas afins com o conhecimento da linguagem e da cultura (GEERTZ, 1989). No plano da oralidade segue para transcrição grafemática e, a partir de então, para a análise dos termos que caracterizam especificamente a prática da confecção da Cerâmica Icoaraciense considerando as etapas do produção do saber cerâmico estudado. Os termos foram analisados em modelos de ficha terminológica (FAULSTICH, 2001) e as entradas foram registradas conforme as definições dadas pelos informantes e exemplificadas em contextos de uso, considerando também as observações in loco.

  • CÁSSIO JOSÉ DE SOUSA SILVA
  • O “ALÍVIO” INCONTIDO: ÊXTASE, DESEJO E SEXUALIDADE EM UMA FEIRA LIVRE, BRAGANÇA-PA

  • Data: 29/08/2015
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  • Acreditando na construção mútua entre cidade e sexualidade, este trabalho se propõe a entender os modos de organização social, cultural e político presentes em cenários onde transitam sujeitos que vivenciam práticas eróticas, afetivas e sexuais com o mesmo sexo, no contexto urbano bragantino, tomando como lócus de pesquisa uma feira livre municipal. Considerado um espaço compartilhado e misto, a feira é um espaço de trocas e trânsitos entre gentes, lugares, objetos e simbologias. Essa dinâmica possibilitou o desenvolvimento de uma sociabilidade entre “homens”, “bichas” e “travestis”, cuja temporalidade é a noite. Ao vivenciarem-na constroem outros modos de viver a cidade. Ao longo dos tempos a (homo) sociabilidade masculina perfez pontos distintos na cartografia de um sistema de espaços interligados. À medida que esta sociabilidade se deslocava geograficamente, mudanças socioculturais também ocorriam, reajustando internamente o grupo social. Com base numa pesquisa de campo orientada por uma perspectiva antropológica, aponta-se para uma forma de organização social que se desenvolve na ambiguidade dos estigmas que sobre ela são produzidos, aproximando-se de um modo amazônico de ser e estar no tempo. Como estratégia de permanência, a ocupação regular confere unidade no grupo, possibilitando a reivindicação de um espaço legítimo da vivência homossexual na cidade.

  • ARIANE BALDEZ COSTA
  • A SÉTIMA ARTE APORTA NA “PÉROLA DO CAETÉ”: MEMÓRIA, HISTÓRIA e CINEMA EM BRAGANÇA ENTRE OS ANOS DE 1960 E 1990

  • Data: 28/08/2015
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  • Este trabalho procura investigar o significado do cinema na vida sociocultural da cidade de Bragança, ―Pérola do Caeté‖, entre os anos de 1960 e 1990, visto que as experiências com a sétima arte a cada geração se reconstruía e trazia novos significados através do processo de mudanças que ocorreram no decorrer do tempo, como as adequações dos espaços de exibições, as formas de socialização, os gêneros de mais sucessos e a mudança do público, entre outras. De um modo geral, o cinema passou a ser expressão de significados, entre eles: revelador das formas de sociabilidade e cultura. Dessa forma, procuramos compreender a importância do cinema como componente sociocultural na dinâmica da cultura local, discutindo aspectos relacionados à relevância das exibições cinematográficas, analisando os laços simbólicos e afetivos entre espectador e a sétima arte. Traçando, assim, o movimento das salas de cinema em Bragança, por meio da memória de uma cidade e de seus contornos sociais, políticos e econômicos. O estudo se desenvolveu a partir de uma abordagem interdisciplinar, a qual dialoga com os diversos campos de conhecimento, como a História oral, a Antropologia, a Sociologia e a História, apresentando três principais perspectivas metodológicas: uma enveredada pela pesquisa de campo, com metodologias de pesquisa com a História Oral; a bibliográfica e documental; e a imagética (fotografias e cartazes de cinema).

  • RAFAELLA CONTENTE PEREIRA DA COSTA
  • O CONSUMO NA VILA CEARAZINHO: RESISTÊNCIAS E APROPRIAÇÕES MIDÍÁTICAS

  • Data: 29/06/2015
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  • Este trabalho centra-se em investigar o consumo de bens materiais na Vila Cearazinho, a partir da relação com as mídias rádio, televisão e internet. Busca-se abordar as formas de consumo no local, bem como discutir a dinâmica das mídias no processo de constantes ressignificações da cultura. Como principal fonte de pesquisa utilizou-se as fontes orais para compreender as intersubjetividades nas experiências a fim de ampliar percepções de como os sujeitos interpretam e vivenciam o consumo. O estudo permitiu a compreensão de quais costumes foram transformados, apropriados ou sofreram resistências pelas novas relações com outras culturas das quais as mídias são os canais, em decorrência das diferentes interpretações e incorporações das mensagens midiáticas. As memórias se mostraram importante instrumento no sentido de compreender como as pessoas coletivamente constroem e dinamizam processos sociais, como a subjetividade se expressa e como atribuem significados às situações sociais.

  • ANDREIA DO SOCORRO CRUZ COSTA
  • O SISTEMA EDUCATIVO RADIOFÔNICO DE BRAGANÇA E SUAS IMPLICAÇÕES NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS DO CAMPO

  • Data: 08/06/2015
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  • Esta dissertação fala do sistema radiofônico de Bragança (SERB) e suas implicações na Educação de Jovens e Adultos do Campo. O SERB foi fundado em 12 de novembro de 1960 por D. Eliseu Mª Corolli, inicialmente tinha por objetivo promover a evangelização. Atualmente o SERB funciona em regime de convênio, sendo que o funcionamento das aulas via rádio acontece nos estúdios da Rádio Educadora de Comunicação, ministradas por professores, organizados por disciplinas. Os alunos acompanham as aulas em suas casas utilizando rádio ou celular. Atua com o público de Jovens e Adultos moradores do meio rural e urbano do município de Bragança. Os participantes da pesquisa são seis alunas, sendo quatro da comunidade do Monte Negro e duas da comunidade do Apicum. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, e para a obtenção dos dados foi realizado trabalho de campo com entrevistas semiestruturadas. Como referencial teórico dialogamos com conceitos de memória, EJA, Educação do Campo, Saberes, como: Zumthor (1993); Thompson (1992); Le Goff (1990); Maurice Halbwuachs (1990); Rivero (2009); Freire (2000); Capucho (2012); Molina (2004); Candau (2005); Arroyo (2005); Freire (1991), entre outros. Conclui-se que as alunas deram continuidade a seus estudos pela facilidade em conciliar seus serviços domésticos e da agricultura, com o estudo pelo rádio. Dentre os resultados dessa investigação destaca-se o fato de que os conteúdos trabalhados pelos docentes são os mesmos ministrados para os alunos da área urbana, não sendo acessível ou direcionado às condições de vida do campo.

  • ALINE DE FÁTIMA DA SILVA LUCENA
  • A ESCRITURA DE MIM: MEMÓRIA, (AUTO)BIOGRAFIA E FICÇÃO EM QUARTO DE HORA, DE MARIA LÚCIA MEDEIROS

  • Data: 20/05/2015
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  • A dissertação “A escritura de mim: Memória, (Auto)biografia e Ficção em Quarto de Hora, de Maria Lúcia Medeiros” tem por objetivo estudar a ficção desta autora pelo viés da memória, entrelaçando a tênue fronteira entre ficção e realidade; pretende-se ainda estabelecer relações entre o texto da escritora, suas memórias e vozes de entrevistados sobre a sua poética, considerando o estudo e análise de sua obra Quarto de Hora (1994). Nesta abordagem, procuraremos verificar como se intercruzam o texto literário, as vivências e memórias de Maria Lúcia e a versão dos entrevistados acerca de sua obra. Para tanto, utilizaremos os conceitos de mimesi, memória, ficção, autobiografia com os respectivos autores, Aristóteles (1959), Erich Auerbach (1987), Paul Ricouer (2007), Beatriz Sarlo (2007). O procedimento metodológico está pautado em descrever as bases diferenciais de uma escrita que congrega elementos reais e criação ficcional; com base na leitura dos textos – literários e não literários – de Maria Lúcia Medeiros (contos, depoimentos) investigaremos como Maria Lúcia representa em sua escrita elementos reais que são transfigurados para a esfera da ficção por meio de uma leitura interpretativa da vida e obra da escritora. Preliminarmente, conclui-se que ao nos debruçarmos sobre uma obra memorialística representa uma forma de tentar se compreender a realidade que circunda a atmosfera do autor, os rastros de vida transpostos para a narrativa literária conduzem a experiências íntimas intrinsicamente ligadas à realidade, comportando uma obra dotada de intenção autobiográfica. A importância deste trabalho para os estudos literários consiste em uma abordagem da produção desta escritora, em que se traça um paralelo entre vida e obra literária por meio da recuperação da memória, convertendo-se em fonte de pesquisa para outros estudiosos como uma nova possibilidade de reescritura do texto de Maria Lúcia.

  • ROSELI DA SILVA CARDOSO
  • OS SABERES DA GENTE DO MAR: O IMAGINÁRIO E AS EXPERIÊNCIAS DE VIDA DOS PESCADORES DA VILA DO TREME, BRAGANÇA (PA)

  • Data: 06/05/2015
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  • Neste estudo apresento as análises das narrativas orais dos pescadores da vila do Treme-Bragança (PA), constituídas a partir dedepoimentos das experiências de vida e narrativas míticas dos pescadores, coletadas na comunidade durante a realização da pesquisa de campo com técnicas e procedimentosmetodológicos da história oral com base etnográfica, considerando a presença do pesquisador, mesmo que em curto espaço de tempo, no local da pesquisa. O objetivo central é compreender a formação de identidades dos pescadores da referida vila por meio do seu ponto de vista, ou melhor, priorizando os saberes tradicionais repassados de geração a geração no contexto social desta prática milenar, a pesca artesanal. As reflexões apresentadas estão fundamentadas nos estudos sobre a memória no percurso das reminiscências dos pescadores (HALBWACHS, 2004; LE GOFF, 1996; RICOEUR, 2007; SARLO, 2007). Abordarei sobre importância das fontes orais na geração de dados por informarem mais do que simples acontecimentos, não somente fatos, mas o significado destes para quem os vivenciou e os reconta (PORTELLI, 2001; ALBERT, 2005; THOMPSON, 2002). No que concerne as narrativas míticas, pressupõe-se que o narrado e o vivido pelos pescadores, na medida que se constituem de elementos que representam o comportamento desses sujeitos, são a expressão do seu próprio modo de vida e sua representação da realidade(GREIMAS, 2001; ELIADE, 1976; BARTHES, 2011; GENETTE, 1985). A pesquisa na comunidade da vila do Treme permitiu a elaboração de um conjunto de informações sócio-histórica que não pode ser considerada em toda sua complexidade, porém, mediante as informações apresentadas neste estudo temos a possibilidade de estabelecer algumas considerações basilares sobre a importância das narrativas e da história oral para os pescadores artesanais, tais como: a perpetuação dos saberes passados de pai para filho, a manutenção da tradição dos pescadores, a simbologia mítica discursiva como representação da realidade, a variedade discursiva como constructo social (BOURDIEU, 1998), a formação ambígua e ambivalente da identidade dos pescadores (BAUMAN, 2005). Este estudo pretende contribuir para a valorização e legitimação dos saberes tradicionais no âmbito acadêmico e ampliar o conhecimento acerca da pesca artesanal na região amazônica.

  • AMILCAR DE SOUZA MARTINS SOBRINHO
  • ENTRE BEBEDORES E DIAMBISTAS: O ÁLCOOL E A MACONHA NO PARÁ – 1930 A 1950

  • Data: 17/03/2015
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  • Este trabalho tem como escopo entender o universo do Álcool e da Maconha no Pará, entre os anos de 1930 a 1950, período caracterizado pela construção de uma ideologia trabalhista e, sobretudo, moralizadora, que pretendia controlar os hábitos e costumes de homens e mulheres.Escolhemos como fontes de pesquisa jornais,processos-crimes, decretos,portarias, cartas oficiais. Como suporte teórico, utilizamos as contribuições de Henrique Carneiro, Sidney Chaloub,Maria Izilda Matos,Margareth Rago, Jonatas Carvalho,Michel Focault,Eliana Dutra, dentre outros.Abordamos o consumo das bebidas e da maconha como uma prática que, segundo as ações do Estado, atentava contra o projeto disciplinador e civilizador.Constatamos que determinados sujeitos sociais, como as prostitutas, traficantes de bebidas e de drogas, bebedores, usuários do cânhamo, sofreram com as diligências promovidas pelo aparelho policial.Percebemos que a zona do meretrício, bares e botequins eram ambientes de conflito e de lazer,por isso, eram alvo das batidas policiais.O controle não foi suficiente para impedir que bebedores e amantes da liamba(maconha) fizessem uso dos alucinógenos.

2014
Descrição
  • SARA CONCEPCION CHENA CENTURION
  • RASTROS INDÍGENAS:Busca pelos topônimos do tupi na cidade de Castanhal/PA

  • Data: 07/10/2014
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  • Neste estudo procedemos a analisar os topônimos de origem Tupi da cidade
    de Castanhal-PA, sistematizando-os e catalogando-os. Com este objetivo queremos
    evidenciar os topônimos como parte integrante da identidade do castanhalense
    entremeando o imaginário social com pistas e rastros deixados pelos indígenas que
    outrora habitavam a região que hoje é nomeada de Castanhal. Para alcançar o
    objetivo citado nos munimos de informações de eventos históricos, como a construção
    da estrada de Ferro Belém-Bragança, acompanhando sua história que se origina em
    Belém até chegar à cidade de Bragança, passando pela cidade de Castanhal. Foi no
    ano de 1883, momento que se iniciou a construção das vias férreas, que surgem os
    topônimos, objeto de nossa investigação e elemento constitutivo da identidade do
    castanhalense. A análise dos topônimos evidenciou que a maior ocorrência é de
    natureza física, em ordem de porcentagem temos os fitotopônios, os zootopônimos e
    os hidrotopônimos. Foram utilizadas cartas do IBGE (1990, escala de 1:100.000 e de
    1998 escala de 1:10.000), assim como mapas elaborados pelos agentes de saúde da
    SESMA. Dentre os principais teóricos que nortearam este trabalho estão DICK (1990,
    1999, 2007); CARVALINHOS (2002); CUNHA (1992); e CRUZ (1956).

  • EDILEUZA AMORAS PILLETTI
  • A PEDAGOGIA DA ALTERNÂNCIA NA FORMAÇÃO DE EDUCADORES E EDUCADORAS DAS ESCOLAS DO CAMPO: UMA ANÁLISE DO PROCAMPO NA AMAZONIA ORIENTAL, BRAGANÇA - PA.

  • Data: 29/09/2014
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  • Este estudo tem como foco o Programa de Apoio à Formação Superior em Licenciatura em Educação do Campo (Procampo) que oferta formação acadêmica ancorada na Pedagogia da Alternância, uma proposta pedagógica que surgiu na França, em 1935, num vilarejo chamado Lot-et-Garone, que tem como pressupostos a formação integral do jovem ou adulto que vive no campo, aliando o conhecimento tradicional ao científico. O educando vive um período na escola e outro em sua comunidade de origem. Na Pedagogia da Alternância, na escola, os educandos estudam segundo um ritmo de alternância, havendo dois tempos de estudo: o Tempo Escola e Tempo Comunidade, que se alternam entre os períodos letivos. A partir disso, a pesquisa teve como objetivo central analisar como se materializa a formação dos/as educadores/as do campo, formandos do curso de LPEC em Bragança, no Nordeste Paraense no decorrer do Tempo Comunidade. Os demais objetivos buscou-se, numa perspectiva geral, refletir sobre a concepção e os princípios pedagógicos que norteiam Programa de Apoio à Formação Superior em Licenciatura em Educação do Campo (Procampo) no âmbito do IFPA, considerando o lugar de onde se fala, isto é, de uma instituição centenária que tem suas bases alicerçadas na educação profissional, na qual a experiência com a Educação Superior é muito recente. Pretende-se também constatar os desafios enfrentados e as estratégias utilizadas pelos sujeitos envolvidos na execução da referida licenciatura. Para esta pesquisa, propus como metodologia de estudo a Pesquisa Qualitativa por meio de um Estudo de Caso. Os dados iniciais foram obtidos através de observação direta e participante. A análise documental foi a nossa fonte primordial para obtenção dos dados da pesquisa, leitura dos documentos da instituição referentes a matricula dos educando e análise introdutória do Projeto Político Pedagógico da LPEC. Utilizou-se também questionário fechado para coletar dados com todos os educandos da referida turma. Como resultado, este trabalho sinaliza com dificuldades e limites de ordem estrutural que, de certo modo, comprometeu a dimensão pedagógica da formação.

  • EMERSON ARAUJO DE CAMPOS
  • O TRABALHO DOCENTE EM EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA DO CAMPO NO MUNICÍPIO DE BRAGANÇA-PA

  • Data: 29/09/2014
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  • ESTE ESTUDO INVESTIGA O TRABALHO DOCENTE DOS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA QUE ATUAM NA ESCOLA DO CAMPO. PARA TANTO, APRESENTAMOS COMO PROBLEMA DE PESQUISA A SEGUINTE QUESTÃO: COMO OS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA ARTICULAM SEU TRABALHO DOCENTE FRENTE À CULTURAL LOCAL E ÀS CONDIÇÕES DE ORGANIZAÇÃO DA ESCOLA DO CAMPO NO MUNICPIPIO DE BRAGANÇA, NO ESTADO DO PARÁ?PARA CONTRIBUIR COM A ELUCIDAÇÃO DESSA PROBLEMÁTICA, APRESENTAMOS AS SEGUINTES QUESTÕES NORTEADORAS: O QUE SIGNIFICA SER PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA DO CAMPO? QUE EXPECTATIVAS OS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA TÊM EM RELAÇÃO AO SEU TRABALHO NA ESCOLA DO CAMPO? QUAIS SÃO AS ESTRATÉGIAS CONSTRUÍDAS PELOS PROFESSORES PARA ALCANÇAR AS DEMANDAS E EXIGÊNCIAS DOS PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO DO CAMPO? OS SEGUINTES TEÓRICOS SERÃO UTILIZADOS COMO REFERÊNCIA NO ESTUDO: CALDART (2002;2004;2011), HAGE (2005;2010;2011;2012), MOLINA (2003;2011), MUNARIM (2011), CASTELLANI FILHO (1997;1998), CONTRERAS (2002), COSTA (1995), ENGUITA (1991), GIMENO SACRISTÁN (1995), HYPÓLITO (1991), MOLINA NETO (1998), NÓVOA (1992; 1995), OLIVEIRA (2002;2003), SAVIANI (2011). A PESQUISA TEM ABORDAGEM QUALITATIVA COM ENFOQUE CRÍTICO DIALÉTICO. A COLETA DE DADOS FOI FEITA ATRAVÉS DE ENTREVISTAS GRAVADAS, FORMULÁRIOS E QUESTIONÁRIOS, COM ENFOQUE PARA A HISTÓRIA ORAL COMO POSSIBILIDADE TEÓRICO-METODOLÓGICA. A ANÁLISE DOS DADOS ESTÁ ORGANIZADA A PARTIR DA ANÁLISE DAS NARRATIVAS ORAIS, COM CATEGORIZAÇÃO DE TEMAS IMPORTANTES AO TRABALHO DOCENTE.

  • FRANCISCO DIOGO LOPES FILHO
  • OS SABERES MATEMÁTICOS PRESENTES NA PRÁTICA DOS ALUNOS AGRICULTORES CAMPONESES EM TAMATATEUA E A RELAÇÃO COM O SABER MATEMÁTICO ESCOLAR.
  • Data: 20/08/2014
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  • Esta pesquisa teve como objetivo reconhecer o Saber Matemático dos alunos agricultores, bem como relacioná-lo à Matemática como um saber escolar. Para isso, buscou-se no Programa Etnomatemática a possiblidade de análise desses saberes, como ponte de interação entre o saber matemático e o saber escolar. O ponto de partida se deu na observação das atividades produtivas da Vila de Tamatateua, uma localidade com predominância da agriculta familiar, especificamente no plantio da mandioca e também da produção de farinha. Por tratar da agricultura familiar, buscamos fundamentar a relação teórica e prática sob o paradigma da Educação do Campo. A pesquisa foi desenvolvida em uma abordagem qualitativa, e como instrumentos de coleta de dados foram utilizados entrevistas (com modelos semiestruturados) e a pesquisa de campo. Para possibilitar a interface de saberes, houve a aplicação de atividades tendo como tema abordado as práticas agrícolas da comunidade. Nas atividades, foram analisadas as técnicas de resolução de problemas pelos alunos agricultores e mediante a análise das respostas encontradas foi desenvolvida uma aula teórica. A aula teórica direcionou-se a aplicação de conteúdos relacionados a resolução das atividades. A referida pesquisa possibilitou uma interação entre o cotidiano do aluno agricultor e a matemática escolar, sendo possível o reconhecimento da cultura particular do aluno no desenvolvimento do conteúdo. No decorrer da aplicação das atividades, os alunos demonstraram um maior interesse pela matemática escolar, segundo eles, conseguiram reconhecer a importância do conhecimento que já possuíam.
  • CÍCERO PEREIRA DA SILVA JUNIOR
  • MEMÓRIA, DÁDIVA E DISTOPIA: IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DA UHE DE ESTREITO SOBRE A ILHA DE SÃO JOSÉ - TO

  • Data: 01/08/2014
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  • Este trabalho possui o intento de compreender os impactos sociais, ambientais e culturais da Usina Hidrelétrica de Estreito – MA, a partir da memória dos ribeirinhos atingidos que moravam na Ilha de São José – TO, localidade diretamente impactada pelo empreendimento. Os depoimentos mostram que os transtornos ocasionados pelos empreendimentos hidrelétricos começam antes mesmo de sua construção, já com o anuncio do projeto, que por um lado causa euforia e expectativa com as promessas de emprego e indenizações e, por outro, acarreta insegurança ocasionada pela incerteza e o receio de que as novas condições de vida nos reassentamentos não reproduzam as anteriores. Para compreender isso apropriei-me do conceito moussiano de Dádiva abstraindo-o como uma tradução da relação travada entre ribeirinho, terra e rio, que possui como elo simbólico o trabalho. Por meio do conceito de Distopia procurei compreender a maneira como os moradores da Ilha de São José, mormente os mais velhos, a partir de suas memórias, mostram a tessitura que foram tomando os conflitos entre moradores e o CESTE, assim como dos atingidos entre si. São examinadas também a maneira como mídia local tratou o empreendimento e a forma como as elites políticas e econômicas locais procuraram se apropriar dele a partir de um discurso desenvolvimentista.

  • LANNA BEATRIZ LIMA PEIXOTO
  • CIDADE NAS ÁGUAS: Um estudo sobre o imaginário em Salvaterra-PA
  • Data: 18/07/2014
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  • Salvaterra é um município localizado no Arquipélago do Marajó, Estado do Pará, envolvido em águas, teve sua vida cultural, econômica, política estruturada em torno do diálogo entre humanos e os rios. Uma relação nem sempre harmoniosa, mas que constituiu um universo aquático rico em imagens, narrativas, saberes e fazeres sobre o lugar habitado, lugar esse aqui entendido a partir da extensão da experiência de moradores da terra para as águas. Neste trabalho investigo a formação dessas imagens e narrativas geradas nos rios da região, considerando seus entrelaçamentos, e o processo criativo que dá sentido a existência afetuosa no tempo e no espaço. Para isso mergulho no cotidiano das criações minúsculas e do fértil terreno das repetições, nas narrativas encharcadas, me abandono ao fluxo da memória para compreensão e adesão às paisagens de antigos moradores, filhas e filhos de Salvaterra, mais especificamente da área urbana da sede do município, de 70 anos ou mais, que guardam os segredos da constituição de território físicos e subjetivos.
  • ADAO SOUZA BORGES
  • NARRATIVAS DE REMANESCENTES DE QUILOMBO: divergências e convergências na construção da identidade negra no Engenho do Calixto, em Aurora (PA)

  • Data: 01/07/2014
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  • O presente trabalho preocupou-se em analisar as narrativas dos remanescentes de quilombo do Engenho do Calixto, enquanto exercício capaz de enxergar as estratégias utilizadas por eles num momento em que suas identidades encontram-se num processo de ambivalências, e cujas recorrências se dão ora ao coronel José Calixto Furtado, dono do engenho e dos escravos, para atender ao branqueamento colonial, ora ao lado materno da escrava, para sustentar seus domínios no território em que vivem nos dias atuais. Essas ambivalências tornam-se entraves para a positivação da identidade negra no território em estudo, uma vez que se distanciam das políticas públicas. As narrativas orais dos sujeitos estudados são matérias-primas para o conhecimento histórico dos escravos do século XIX, formando, assim, um bloco interdisciplinar em consonância com a história oral e os estudos da memória na pretensão de suprir as carências da historiografia e das lacunas deixadas pela literatura de viajantes, como é o caso do naturalista Alfred Russel Wallace, que priorizou a descrição do engenho e das virtudes do escravista, deixando lacunas ao silenciar sobre as condições dos escravos do engenho do Calixto, de onde foi hóspede. Coube recorrer aos códigos barthesianos para interpretação e percepção dos elementos culturais presentes nas narrativas dos remanescentes do Engenho do Calixto

  • FERNANDO ALVES DA SILVA JUNIOR
  • REPRESENTAÇÃO FEMININA NO MITO DA MATINTAPERERA EM TAPERAÇU CAMPO, BRAGANÇA (PA)
  • Data: 30/05/2014
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  • A proposta dessa dissertação é compreender como a representação feminina ocorre nas narrativas orais acerca da matintaperera de Taperaçu Campo (Bragança/PA), bem como discutir dois aspectos desse mito: a transformação da protagonista em ave (bicho) e a oferta (café, tabaco etc.) realizada a ela em virtude de seus trinados. No que concerne à questão da representação feminina, mais precisamente no diálogo com o conceito de bruxaria/feitiçaria, os principais teóricos são: Delumeau, Evans-Pritchard, Ginzburg, e Souza. Realizamos uma leitura dos conceitos de sacrifício e dádiva (MAUSS, 2003, 2005) sobre a prenda que os moradores oferecem à matinta com o intuito de cessar seus cantos. No que diz respeito à transformação do humano em animal, ou seja, a metamorfose em um ser voejante, articulamos com o perspectivismo ameríndio de Viveiros de Castro (2008, 2011). O procedimento metodológico desta pesquisa tem relação estreita com a história oral e com a etnografia, por ser uma pesquisa de campo realizada nos anos de 2012 e 2013. Durante esse período, gravamos com nove moradores de Taperaçu Campo com o intuito de registrar as narrativas acerca da matintaperera nessa comunidade, o que nos permitiu perceber, de um lado, questões que oscilam entre olhar o outro com matizes de velha e/ou curandeira, expressa na costumeira imagem da bruxa europeia (FARES, 1997), e, por outro, constatamos uma alteridade que se expressa tanto na oferta quanto na possibilidade de alguns sujeitos se metamorfosearem em animais. Pois, por detrás desses bichos (que são no fundo gente) encontramos questões que incitam o reconhecimento do outro para além de sua representação.
  • MERIVANIA ROCHA BARRETO
  • Makunaima/Macunaíma, Theodor Koch-Grünberg e Mário de Andrade, entre fatos e ficções.
  • Data: 17/05/2014
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  • O presente trabalho trata de uma análise comparativa e crítica sobre dois diferentes tipos de textos: a coleção de narrativas referentes a Makunaima, reunidas pelo etnólogo Theodor Koch-Grünberg no segundo volume de Vom Roroima zum Orinoco (1917 e 1924) e o texto ficcional, Macunaíma: O herói sem nenhum caráter, de Mário de Andrade. Assim, esta dissertação será bibliográfica e apresenta como objetivo geral um estudo voltado para a discussão do processo de criação dos fatos e ficções nas narrativas relacionadas a figura de Makunaima e no livro Macunaíma e, como objetivos específicos, traçar uma discussão sobre a realidade e imaginação na literatura dos dois viajantes da Amazônia, Mário de Andrade e Theodor Koch-Grünberg; mostrar o percurso do trabalho literário de Mário de Andrade para compor Macunaíma, que foi um leitor atencioso do trabalho etnológico de Koch-Grünberg realizado em tribos indígenas da Amazônia. Este estudo comparativo também provoca discussão sobre fidelidade versus traição nos escritos de Theodor Koch-Grünberg sobre as tribos indígenas da região Circum-Roraima. Para tanto, se faz necessário, principalmente, os estudos relacionados à teoria da recepção e sobre facticidade e ficcionalidade, bem como da cultura e mitologia indígena.
  • YLEANA DO SOCORRO DOS SANTOS LIMA
  • LINGUAGEM, MEMÓRIA E NARRATIVA ORAL: TRÊS FORMAS DE REFLETIR SOBRE AS PRÁTICAS DE MILAGRES EM SÃO BENEDITO, BRAGANÇA-PA

  • Data: 30/04/2014
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  • Esta dissertação discute as práticas de devoção a santos católicos e populares buscando enriquecimento nas discussões teóricas, metodológicas e historiográficas acerca das práticas de milagres alcançadas graças ao culto a São Benedito (de acordo com as crenças dos fiéis) em Bragança, no Pará. O estudo tenta explicar como se construíram as relações entre os depoentes, o tempo vivido no passado (segunda metade do século XX) e o presente. A pesquisa adota uma abordagem histórica, antropológica de cunho etnográfico e sociológico, utilizando-se da história oral como método imprescindível para a construção de uma memória mais democrática do passado.

  • YLEANA DO SOCORRO DOS SANTOS LIMA
  • LINGUAGEM, MEMÓRIA E NARRATIVA ORAL: TRÊS FORMAS DE REFLETIR SOBRE AS PRÁTICAS DE MILAGRES EM SÃO BENEDITO, BRAGANÇA-PA

  • Data: 30/04/2014
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  • Esta dissertação discute as práticas de devoção a santos católicos e populares buscando enriquecimento nas discussões teóricas, metodológicas e historiográficas acerca das práticas de milagres alcançadas graças ao culto a São Benedito (de acordo com as crenças dos fiéis) em Bragança, no Pará. O estudo tenta explicar como se construíram as relações entre os depoentes, o tempo vivido no passado (segunda metade do século XX) e o presente. A pesquisa adota uma abordagem histórica, antropológica de cunho etnográfico e sociológico, utilizando-se da história oral como método imprescindível para a construção de uma memória mais democrática do passado.

  • WANNA CÉLLI DA SILVA SOUSA
  • CURA, SABERES E MODOS DE VIDA NA PRÁTICA DO CURANDEIRISMO EM BRAGANÇA-PARÁ.

  • Data: 25/04/2014
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  • Esta dissertação trata essencialmente dos sentidos socialmente construídos em torno do curandeirismo em Bragança (PA); entendendo que tal prática não se realiza de forma isolada, mas, ela se manifesta em meio a um dado campo social de relações e trocas simbólicas com a medicina dita científica, a sociedade e com os diversos discursos construídos em torno dela. Ancorada na oralidade, este trabalho procura conhecer a história de vida de três curandeiros, que envolvidos por diversas divindades exercem, em terras bragantinas, a exímia arte de curar. Esses sujeitos, donos de um saber empírico oriundos das relações de trocas e diálogos interculturais com a natureza constroem modos de vida e saberes junto à população e assim criam identidades próprias a partir destas relações. No campo dessas representações, surge a necessidade de realizar um processo de rememoração através da história da construção do discurso, para entender sua materialização no contexto atual de Bragança e assim relacionar tal termo às construções que são difundidas a respeito das práticas de curandeiros. Por isso essa investigação coloca-se nos domínios de procurar entender porque parte da população bragantina recorre aos saberes dos curandeiros, ora como um uma possibilidade a mais para sua cura, ora como único meio que leve a esta. Mais do que registrar vozes por meio das entrevistas, tal trabalho agrega uma valorização do saber empírico desses sujeitos, refletido na linha dos elementos que vão construindo suas identidades em meio a rezas, orações, remédios, partos e curas, orientados de um envolvimento com a natureza, o local e imaginário social. Diante deste quadro, a dissertação dedica-se a entender os modos de vida e as relações que os curandeiros possuem com a sociedade bragantina, de modo que, alguns pacientes, orientam e constroem modos de vida a partir de tais práticas, chegando a reservar um espaço considerável de valorização do curandeirismo em sua vida cotidiana. Então este trabalho aborda três eixos, pensados a partir dos documentos adquiridos com a pesquisa de campo e com a narrativa de 1906 de Benedito César Pereira, a saber, os discursos políticos, cultural e social envolvidos na prática do curandeirismo, trajetória de vida de curandeiros e modos de vida da população.

  • LARISSA FONTINELE DE ALENCAR
  • NO RASTRO DOS PÉS DESCALÇOS: DA MARUJADA À NARRATIVA LITERÁRIA
  • Data: 05/04/2014
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  • A presente dissertação visa perscrutar os rastros silenciados de memória afrodescendente no contexto histórico-antropológico da Marujada de São Benedito de Bragança/Pará que permanecem no texto literário, mais precisamente, a obra de Lindanor Celina, Menina que vem de Itaiara. Inicialmente, investigo por bases histórico-antropológicas a manifestação cultural de louvação a São Benedito. Na sequência, para compor o tópico teórico-metodológico, propus observar noção de memória, esquecimento e silêncio a partir do olhar de estudiosos de diferentes áreas do conhecimento, mas que convergem para esclarecer mais precisamente o conceito de rastro, como Ricoeur (2007), Gagnebin (2006), Assman (2011), Benjamim (1987), Ginzburg (2012), Pollak (1989), dentre outros, que tracejam o percurso para entender o rastro silenciado tanto na manifestação cultural, quanto no texto literário. Partindo desses pressupostos, faço a interpretação que relaciona rastros da memória com a cultura originária dos negros; são códigos embrionários da cultura da Marujada que também surgem nas narrativas literárias. E, por isso, são essenciais para a compreensão do texto de Lindanor Celina, Menina que vem de Itaiara. Os rastros silenciados foram observados com a proposição de ponderar a transição de silenciamento dos rastros da memória cultural para o código ficcional. Portanto, o principal objetivo deste estudo é verificar como os rastros da memória transitam do código cultural para a narrativa literária através do viés do silenciamento.
  • KARINA PARAENSE MONTEIRO
  • Da leitura à tradução: um estudo comparativo da narrativa “A madrasta” em Mário de Andrade, Monteiro Lobato e Câmara Cascudo
  • Data: 03/04/2014
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  • Mário de Andrade, Monteiro Lobato e Luís da Câmara Cascudo foram escritores que tiveram uma vasta produção no século XX e fizeram uma imensa pesquisa sobre o folclore brasileiro. No capítulo XV de Macunaíma, de Mário de Andrade, há uma narrativa que foi recolhida por Câmara Cascudo em Literatura Oral do Brasil sob o título de “A madrasta”, e, esta, por sua vez, teve uma versão compilada por Monteiro Lobato em Histórias de Tia Nastácia, com o mesmo título. É válido apontar que, as três versões da narrativa diferem umas das outras, apesar de, Mário de Andrade, Monteiro Lobato e Câmara Cascudo terem sidos coetâneos. No entanto, na obra marioandradina essa divergência é maior, posto que a tradição oral em questão não foi vertida tal como é encontrada no imaginário popular, mas sim totalmente transformada, como se apresenta e discute em momento específico desta dissertação. Diante disso, o trabalho busca examinar “A madrasta” e suas diferentes leituras e traduções nas obras dos autores assinalados anteriormente. Mais especificamente, a pesquisa procura entender as mudanças ocorridas na narrativa em questão nas obras de Mário de Andrade, Monteiro Lobato e Câmara Cascudo, verificando se as transformações ocorridas em cada uma das variantes da narrativa estão em consonância com o projeto estético dos três escritores. Para isso, utiliza-se uma metodologia essencialmente bibliográfica, e, debruça-se sobre Larrosa (1996), Venuti (1994) e Brunel; Pichois; Rousseau (1995) para entender sobre tradução, no sentido amplo do termo. Como resultados, a pesquisa apreendeu que as variantes de “A madrasta” presentes nos três escritores e suas respectivas traduções, se relacionam com os seus projetos estéticos.
  • GREUBIA DA SILVA SOUSA
  • Dos GRIMM ao IFNOPAP: entre o ouvido e o traduzido
  • Data: 03/04/2014
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  • o presente trabalho se propôs a realizar um estudo de cunho aproximativo entre o projeto de compilação pensado pelos irmãos Jacob e Wilhelm Grimm na Alemanha no século XIX, com o projeto compilatório do “Imaginário nas Formas Narrativas Orais Populares da Amazônia Paraense” (IFNOPAP), no século XX. Desde modo, esta dissertação será de cunho bibliográfico e apresenta como objetivo geral o estudo dos projetos de compilação alemão e amazônico, e como objetivo específico se propõe a investigar e refletir sobre o processo de transposição (tradução) do corpus narrativo coletado pelo projeto IFNOPAP e posto em circulação na forma da coleção de narrativas populares Pará conta... Os objetivos desta dissertação suscitam discussões a respeito de temas como fidelidade ao original e transcrição literal. Para tanto, se faz necessário, sobretudo, estudos relacionados as teorias da tradução, bem como referentes a memória e a escrita
2013
Descrição
  • SILVIA DO NASCIMENTO OLIVEIRA
  • MEMÓRIAS DE SABERES CONSTRUÍDOS NO PROCESSO DE SE CONSTITUIR PROFESSOR EM VILA QUE ERA (BRAGANÇA-PARÁ).
  • Data: 25/09/2013
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  • Este estudo apresenta registro e reflexões sobre a trajetória de formação docente de um professor do campo aposentado que atuou na década de 80 e 90 na Localidade de Vila Que Era, próximo ao Município de Bragança, nordeste do Estado do Pará, Brasil. Como fonte para recontar e relembrar parte de sua trajetória docente foi necessário rememorar as histórias de vida do sujeito em questão, sendo a memória um elemento revitalizador de lembranças. Para esse estudo foi preciso percorrer pela trajetória da Educação do Campo no Brasil, na perspectiva de visualizar se as políticas públicas que foram desenvolvidas atendem as necessidades desse segmento e de que maneira essas políticas contemplaram a formação continuada de professores no Brasil. Como objetivo geral, analisei como se deu a trajetória de formação docente de um professor do campo aposentado para conhecer saberes presentes nas suas práticas. Trata-se de uma pesquisa qualitativa e para obtenção dos dados foi realizado trabalho de campo com entrevistas parcialmente estruturadas, com observação participante, para analisar através de narrativas do entrevistado que, ao relembrar as histórias de vida sua e da localidade, indicam o processo de constituir professor e traçar um perfil identitário do mesmo, levando em consideração a importância que esta localidade representa para seus moradores, haja vista que a mesma possui 400 anos de existência, e carrega consigo, uma enorme história de tradição religiosa e cultural. Para suporte teórico dialogamos com alguns teóricos que discutem sobre identidade, formação de professores, memórias, educação do campo como Almeida (2007), Brandão (1988), Boaventura (2004), Bosi (2004), Caldart, Josso (2004), Soares (2002), Freire (2005), Hall (2006) Chauí (2007) entre outros. Por fim, conclui que ao longo de sua trajetória docente o professor utilizou o ambiente, a cultura local, a tradição, os saberes prévios dos alunos como eixos norteadores na construção da sua prática educativa. Outra realidade constatada neste trabalho, foi a respeito da ausência de políticas públicas para atender as necessidades das escolas do campo e também a falta de formação de professores como prioridade para suprir as demandas do campo e oportunizar melhorias na educação de crianças, jovens e adultos.
  • FABIOLA APARECIDA FERREIRA DAMACENA
  • HISTÓRIA DE VIDA DE PROFESSORES E SUAS IMPLICAÇÕES NA PRÁTICA PEDAGÓGICA: UM ESTUDO NA VILA DO TREME EM BRAGANÇA - PARÁ.
  • Data: 25/09/2013
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  • Este estudo tem como objeto histórias de vida de professores da Vila do Treme, localizada no município de Bragança, no Estado do Pará, que atuam na Escola Municipal de Ensino Fundamental Lúcia de Fátima Miranda do Rosário. O objetivo central consistiu em analisar o processo formativo dos educadores do campo da Amazônia e relacionar com a prática pedagógica em desenvolvimento na escola em que trabalham, refletindo sobre aspectos da identidade, dos saberes e culturas presentes no contexto de constituição da Vila do Treme, elementos estes fornecidos por depoimentos de moradores e professores da Vila. Trata-se de um estudo que se envereda pela abordagem qualitativa, no âmbito dos estudos (auto)biográficos articulados às contribuições da educação do campo, ancorado na história oral de vida, para identificar os desafios enfrentados e as estratégias utilizadas pelos professores na prática pedagógica a partir de seus processos de formação docente. Utilizou-se da entrevista aberta com professores e outros sujeitos moradores da Vila, que abordaram aspectos de constituição da identidade cultural da comunidade. Os procedimentos analíticos pautaram-se na inter-relação da base teórica, com a análise de documentos e o material coletado em campo e por meio da técnica da análise de conteúdo. Os resultados apontaram que o processo de formação dos educadores da Escola Lúcia de Fátima, localizada na Vila do Treme, apresenta relações com suas práticas desenvolvidas em sala de aula, interfaces com seus saberes culturais e que, embora tenham buscado a formação inicial pelo magistério e Licenciatura em de Pedagogia, ainda encontra-se presente referencias da metodologia consideradas tradicionais, a exemplo dos processos de memorização e silabação, utilizados na alfabetização dos alunos. Além disso, dado o contexto em que se constitui a identidade cultural da Vila do Treme, se faz necessário afirmar o reconhecimento da realidade do campo e dos moradores como sujeitos de direitos tendo em vista a localização da Vila, situada no meio rural e inserida na Reserva Extrativista Marinha Caeté Taperaçú que abrange o município de Bragança. Essa ação pode constituir-se numa possibilidade concreta de se construir e efetivar na prática uma educação capaz de superar a visão urbanocêntrica, que há muito tempo direciona a educação dos povos que habitam a área rural, assumindo-se enquanto educação do campo em consonância com os saberes culturais dessas populações.
  • HELENICE APARECIDA CARVALHO SILVA
  • A RESISTÊNCIA NO MUNDO DA INFÂMIA: UMA LEITURA DA POESIA DESVIANTE EM MAX MARTINS
  • Data: 30/08/2013
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  • Esta dissertação de mestrado consiste em uma pesquisa temática acerca da condição humana baseada nos poemas “Ver-O-Peso”, “Sou homem sem títulos” e “O não da fome”, do poeta Max da Rocha Martins, todos componentes da obra H’era (1971). Apresentamos como hipótese de nosso estudo que os poemas selecionados constituem um desvio de toda a produção artístico-poética, percebidos sob mais dois aspectos como, o distanciamento de temas ou idéias sobre questões políticas, assim como tratam das relações do homem e sua força de trabalho, dando ênfase à exploração da condição humana, no interior de um processo exploratório. A escolha dos poemas “Ver-O-Peso”, “Sou homem sem títulos” e “O não da fome” selecionados para a pesquisa se ancora em uma idéia de que o poeta recorre a algo em particular (o cotidiano), para dar forma e conteúdo ao seu pensamento. A temática em si proporciona um estudo acerca da infâmia como categoria manifesta na linguagem poética, capaz de reivindicar para esses poemas uma poética da resistência. Entre algumas questões investigamos como podemos aplicar a teoria da resistência imanente à escrita proposta por Bosi nos textos em estudo? Em qual momento percebemos a infâmia segundo Michel Foucault, Jorge Luis Borges e Giles Deleuze como categoria inerente aos textos? Ocorre realmente uma resistência nos poemas em estudo? A abordagem desenvolvida apresenta o sentido de uma obra que traz a essência reveladora sobre a sobrevivência humana, que tem como representação maior, a condição do homem explorado como signo universal de um esvaziamento de sua existência.
  • ANA PATRICIA REIS DA SILVA
  • SABER FAZER E PODER FAZER: A CONSTRUÇÃO SOCIAL E POLÍTICA DA RESEX CAETÉ-TAPERAÇÚ
  • Data: 09/08/2013
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  • Neste estudo apresenta-se uma pesquisa sobre a construção social e política da RESEX Caeté-Taperaçú, no nordeste do Pará, analisando os conflitos existentes neste cenário e focalizando as relações de poder e de identificação. Para tanto, fez-se necessário entender como se desenvolveu o movimento de criação das reservas extrativistas no Brasil, bem como a trajetória de criação da Reserva Extrativista Marinha Caeté-Taperaçú, através do olhar de alguns dos atores sociais envolvidos nesse processo. Observou-se que a RESEX Caeté-Taperaçú é objeto de representações diferentes, que dependem do envolvimento de seus usuários e do espaço em que eles desenvolvem os seus saberes e as suas práticas. Defino a RESEX Caeté-Terapaçú como sendo representada em dois "mundos": o primeiro volta-se para as relações sociais e políticas, internas e externas e manifesta-se no centro administrativo da RESEX, diretamente ligado à Associação dos Usuários da Reserva Extrativista Marinha de Caeté-Taperaçú- ASSUREMACATA, onde os usuários que o frequentam encontram-se envolvidos em processos administrativos, burocráticos e também políticos. O outro "mundo" é o que se volta para as relações com o espaço natural, com o território e com as práticas de trabalho: nele os usuários não participam das reuniões na sede da ASSUREMACATA e têm uma relação com o meio ambiente diferenciada, uma forma de preservar a natureza através das suas práticas diárias sem utilizar nenhum instrumento de gestão por parte da Associação dos Usuários da RESEX. Estes usuários não se identificam com a forma de organização social de uma reserva extrativista.
  • CAMILLA DA SILVA SOUZA
  • Relações de Gênero em Bacuriteua (PA): imaginário do homoerotismo masculino entre coletores de caranguejo
  • Data: 04/07/2013
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  • O presente trabalho evidencia as relações de gênero no que se refere ao homoerotismo masculino na comunidade de Bacuriteua, no interior de Bragança, Amazônia. Neste complexo universo, busca-se compreender as condições de produção do discurso de negação das práticas afetivo-sexuais entre pessoas do mesmo sexo, assim como, as práticas que problematizam esse discurso. A partir da observação participante realizada junto aos moradores, método da pesquisa de natureza etnográfica, foi possível apreender aspectos singulares do grupo que norteiam as interpretações, relativos ao imaginário mítico, ao trabalho na coleta de caranguejo e às formas de sociabilidade. Dessa forma, a abordagem da pesquisa desenvolve as noções de imaginário de Gilbert Durand (2010) e de socialidade de Michel Maffesoli (2001), destacando principalmente as construções das identidades de gênero a partir de Judith Butler (1990) e suas mobilidades. Os dados apontam para a existência de tensões sociais quanto às práticas homoeróticas por parte dos membros da comunidade, assim como, a não fixidez de uma “identidade gay” e a importância das narrativas ligadas ao ser mítico Ataíde, que operam de maneira ambígua, pois ao mesmo tempo em que as mascaram trazem à tona tais relações.
  • DEGIANE DA SILVA FARIAS
  • ENTRE O PARTO E A BENÇÃO: MEMÓRIAS E SABERES DE MULHERES QUE PARTEJAM
  • Data: 28/06/2013
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  • O presente trabalho buscou fazer uma reflexão sobre o saber-fazer de mulheres que partejam a partir da narrativa de vida de uma parteira da cidade de Bragança (Pa). Para tanto, foi utilizado o conceito de memória e identidade em Halbawchas (2006) e Bosi (1994). Compreendendo esse oficio inserido na lógica da cultura popular, foram utilizados os conceitos de cultura em Burke (1989) e Cuche (1999) e Cultura Popular em Bosi (1992), sempre na perspectiva da heterogeneidade. A problematizarão dessa temática só foi possível mediante um olhar mais sensível e aproximado desses sujeitos, assim, a etnografia ofereceu os subsídios necessários nessa relação, apoiado nas fomentações de Clifford (2002) e Laplantine (1995). E por ser um conhecimento tácito a Historia Oral foi a base metodológica que sustentou toda a pesquisa, sendo constantemente aplicadas as orientações metodológicas proposta por Thompson (1992) e Delgado (2006). A pesquisa possibilitou compreender que existe uma representação feita por essas mulheres e pela sociedade sobre o trabalho de partejar, e que o mesmo se constitui um dom, ou um aprendizado adquirido através do contato com os mais antigos. A importância deste estudo se dá no fato de que existem diversos sujeitos sociais, que cotidianamente constroem seus saberes, mas que em função da forma hierárquica como foi concebida a sociedade, foram deixados de lado. Igualmente, é que em virtude do processo da Política de Humanização do Parto, tem-se percebido que diversos profissionais ligados à saúde da mulher tem se autodenominado parteiras, o que denota uma tentativa de apropriação e homogeneização de um saber que é especifico.
  • JOSE SENA DA SILVA FILHO
  • Cinema e Modernidade na Amazônia Marajoara: Vivências em Códigos Refratados na Cidade de Breves.
  • Data: 25/06/2013
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  • SENA FILHO, José. Cinema e Modernidade na Amazônia marajoara: vivências em códigos refratados na cidade de Breves. Dissertação de Mestrado em Linguagens e Saberes na Amazônia. Universidade Federal do Pará – Bragança, 2013. O presente trabalho constitui uma narrativa sobre a vida cultural do município de Breves na temporalidade havida na segunda metade do século XX, contexto da Amazônia marajoara. Tem como objetivo investigar a experiência social do cinema, na referida cidade, no ensejo de compreender como ela configurou aspecto fundamental no desenvolvimento do cenário cultural urbano da cidade. Busca discutir, ao mesmo tempo em que registra sentidos de uma cultura vivida, a importância desse ícone de Modernidade na dinâmica histórica daquela sociedade, atento a ação de diferentes temporalidades que constituíram aquele espaço-tempo particular, entre sua memória de passado e sua memória de futuro. Para tanto, a proposta é imergir em vivências entre os códigos manifestos em uma Modernidade refratada e singrados na rala estrutura urbana da cidade e na narrativa de seus habitantes.
  • ANDRE LUIS VALADARES DE AQUINO
  • UM PASSEI NOS CAMPOS SERIA UMA VIAGEM PELO MUNDO: LINGUAGEM E EXPERIÊNCIA EM DALCÍDIO JURANDIR
  • Data: 22/06/2013
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  • Trabalho pela pluralidade do texto de Dalcídio Jurandir, Chove nos campos de Cachoeira (1941). O trabalho é uma prática semiológica, principalmente com R. B. par lui-même (1975) de Roland Barthes, a sua teoria do texto plural. Assim, persigo a teoria do texto de Dalcídio Jurandir, a que é a sua própria, a que nasce da sua própria prática significante, Dalcídio Jurandir por Dalcídio Jurandir. Nesse passo, Dalcídio Jurandir com Augusto e Haroldo de Campos, com Roman Jakobson, Dalcídio Jurandir um poeta na prosa; com Maurice Blanchot, com a tradição de invenção, Dalcídio Jurandir produtor de metalinguagem; com a antropologia e a geopoética, Dalcídio Jurandir das paisagens do arquipélago do Marajó. Tudo em função da abertura dos sentidos do seu texto. O texto de Dalcídio Jurandir contradiz todo empreendimento ledor que o submete à determinação referencial e ao fechamento dos seus sentidos. O texto de Dalcídio Jurandir está sempre para ganhar novos campos de experiência. O texto de Dalcídio Jurandir solicita que se continue a escrevê-lo.
  • HADSON JOSE GOMES DE SOUSA
  • DO DISCURSO CIENTÍFICO AO DISCURSO PEDAGÓGICO: O TRABALHO DE TRADUÇÃO NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA
  • Data: 24/05/2013
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  • Com este estudo analisamos os procedimentos tradutórios operados nas tarefas verbais do professor, no jogo interlocutivo da sala de aula de Língua Portuguesa. Nosso objetivo é analisar efeitos de sentido produzidos no trabalho de transposição do discurso científico a discurso de sala de aula, assumindo como pressuposto teórico de base o dialogismo bakhtiniano, em que a palavra é sempre dividida, tem sempre o outro como medida. Desta perspectiva teórica, defendemos que a passagem de conhecimento científico a conteúdo de ensino não se faz sem orientações históricas de dois discursos: o científico e o pedagógico. Por considerarmos o trabalho didático-pedagógico que o professor realiza ao transformar o conhecimento científico em objeto de ensino um trabalho de “tradução”, partimos de uma breve abordagem de tradução num sentido bem específico - tanto no sentido interlingual quanto intralingual. Desta noção primeira de tradução chegamos à noção de “tradução” numa perspectiva discursiva, em que o conceito de heterogeneidade discursiva se mostrou muito produtivo, uma vez que estamos considerando diferentes vozes na cena discursiva de sala, e, neste sentido, o conceito de tradução ganha um sentido bem específico. Ao analisarmos os procedimentos discursivos a que recorre o professor de Português, constatamos que há um investimento/trabalho desse sujeito, no discurso de sala de aula, de modo que, ao transformar o discurso científico em discurso de sala de aula, este movimento imprime marcas deste trabalho no discurso do professor. Os diferentes recursos linguísticos que dão fluxo ao processo de tradução de um conhecimento a outro não se faz naturalmente, mas, sobretudo, porque a posição social assumida pelo professor o orienta a explicar/traduzir o que pretende ensinar, até mesmo porque as representações que ele tem do aluno, do conteúdo e de si mesmo, enquanto professor, o orientam a fazer escolhas linguísticas que tornem sua explicação supostamente compreensível e os conteúdos assimiláveis aos alunos. É este jogo que orienta o trabalho de tradução do professor. Por essa via, as projeções culturais e ideológicas interferem no modo como o professor traduz, com que textos ele traduz os outros discursos, num movimento de descontextualizar e (re)contextualizar para sala de aula.
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