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ELTON LUIS DA SILVA JUNIOR
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RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS, SABER HISTORIOGRÁFICO, SABER HISTÓRICO ESCOLAR NO CURSO DE HISTÓRIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ, CAMPUS BRAGANÇA
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Data: 27/12/2019
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Esta pesquisa analisa a configuração das relações étnico-raciais sobre o saber historiográfico e o saber histórico escolar do Curso de História. Problematiza como as relações étnico-raciais tem se configurado nos documentos do Curso de História, no ensino do saber historiográfico e do saber histórico escolar da FAHIST/UFPA/CBRAG. Metodologicamente, para análise da pesquisa optou-se por utilizar as etapas técnicas de análise de conteúdo, organização das informações; leitura do material; exploração e maturação do corpus; tratamento dos resultados, inferência e interpretação. A pesquisa é de abordagem qualitativa em que apresenta os sentidos e significados das Relações Étnico-Raciais atribuídas nos documentos usados na investigação. Utilizamos como fontes os documentos escritos: a) Projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura em História/CBRAG; b) Planos de Ensino da FAHIST. A partir da leitura crítica dos documentos organizamos os principias pontos de discussão em categorias de análise interpretativa. Os resultados da pesquisa apontam para caminhos semelhantes na formação inicial do curso de História da UFPA, Campus Bragança, tanto no PPC, quanto nos planos de ensino: o primeiro refere-se a análise dos núcleos estruturantes do curso onde inferimos que as atividades curriculares proporcionam na formação inicial o desenvolvimento de habilidades e competências voltadas principalmente para o domínio dos saberes historiográficos. O PPC manifesta timidamente as relações étnico-raciais, nesse sentido, a pesquisa evidencia que o documento insere pontualmente a temática étnico-racial em apenas alguns componentes curriculares. Ainda, o estudo indica que o PPC invisibiliza uma formação historiográfica, pedagógica e nem específica para as relações étnico-raciais. Igualmente, os planos de curso selecionados denotam que o percurso curricular do PPC, bem como as propostas de discussão deles não preparam o egresso para uma formação para a educação das relações étnico-raciais, mas sim para o domínio da historiografia e pesquisa histórica, aliado, quando possível, a processos de didatização do saber de referência. Os resultados indicam a necessidade de mudanças estruturais no Projeto Pedagógico do Curso de História para a efetivação de propostas basilares de formação inicial, a serem reconfiguradas, sobretudo, em uma perspectiva da Educação das Relações Étnico-Raciais – ERER e refletidas na elaboração dos planos de curso, o que possibilitará uma formação, concreta para a ERE. Conclui-se, que o Curso de História da UFPA do Campus Bragança, impossibilita uma formação historiográfica, pedagógica ou específica para o domínio das discussões da Educação das Relações Étnico-Raciais, por apresentar uma formação historiográfica e de pesquisador em que o egresso domine o saber historiográfico dos diferentes tempos e espaços, sem contemplar o saber histórico escolar para o ensino de História na Educação Básica pelas questões étnico-raciais.
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KETNO LUCAS SANTIAGO
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Migração negra e as narrativas de moradores na formação do quilombo do América na Amazônia bragantina
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Data: 20/12/2019
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A migração negra é o elemento principal na origem do Quilombo do América da Amazônia Bragantina nas narrativas dos moradores, se inscreve como o objeto de estudo desta pesquisa, por estar relacionado com a presença do negro para o trabalho forçado, pela vinda de pessoas escravizadas do continente África pelo tráfico negreiro, diáspora e com a migração interna da população africana, os libertos e seus descendentes, que se deslocaram de várias regiões do Brasil para a Região da Amazônia Legal[1], no Estado do Pará. Esse tipo de migração se caracteriza como escravidão e deslocamento interno de negros para o Município de Bragança, cuja relação entre trabalho forçado e trabalho livre realizado pelo negro manteve e ampliou economicamente o modo de vida das pessoas da Amazônia paraense.
[1] Fonte: IBGE (2014). A Amazônia Legal corresponde à área de atuação da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM) delimitada no Art. 2o da Lei Complementar Nº. 124, de 03/01/2007. A região é composta pelos Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e Mato Grosso, bem como pelos Municípios do Estado do Maranhão situados ao oeste do Meridiano 44º. Possui uma superfície aproximada de 5 217 423 km², correspondente a cerca de 61% do território brasileiro. Amazônia se estende por 9 países.
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JOSÉ AGNALDO PINHEIRO PEREIRA
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O USO DE PINTURAS CORPORAIS ENTRE OS TENETEHAR TEMBÉ DA REGIÃO DO ALTO RIO GUAMÁ E SEUS SIGNIFICADOS EM NARRATIVAS MÍTICAS
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Data: 12/12/2019
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Esta pesquisa realizada em coautoria junto a meus interlocutores Tenetehar Tembé, da região do Alto Rio Guamá-PA, se apresenta enquanto proposta de reflexão sobre os significados simbólicos inerentes ao uso do jenipapo em forma de pinturas corporais tradicionais ou “pinturas dos mais velhos” (Onça, Cuia, Tamatá, Tocaia/Ywán, Lua/Zahy, Onça Jaguatirica/Marakaza, Menino e Menina Moça/Ywán) e, não tradicionais, ou “invenções dos mais jovens” (Borboleta/Panám, Jibóia, Rastro da Onça e Jabuti), na cosmológia Tembé, enquanto saberes coletivos de expressão simbólica material e imaterial, que no contexto da função de uso obrigatório nos rituais, envolve regras, interdições e tabus, na “passagem” dos iniciados da infância para a vida adulta. São representações de uma dentre as diferentes interfaces da cosmologia Tenetehar Tembé e Guajajara, as quais são possíveis de serem acessadas e compreendidas, a partir da interpretação de suas narrativas míticas “A história dos Tenetehar” (Nelson Tembé, 2018), “A Festa dos Animais” e “A Origem da Festa do Mel” (Nimuendaju, 1951), “A história da Onça Aé” (Moreira Tembé, Ideflor-Bio, 2016), “Criação do Homem” e “A Estrela que acompanha a Lua” (Wagley e Galvão, 1961), “A história de Zahy” (Reis, 2014), “Mito do Jenipapo” e “Mito da Menina Onça” (Tutui Tembé, 2019), e do que denominam de “ciência do jenipapo”, acionada no pré-ritual da Tocaia e nos rituais de iniciação do Mingau da Menina Moça e da Festa da Menina Moça/Wirau haw. Levanto a hipótese que o entendimento dos significados simbólicos e das funções de uso das pinturas corporais elaboradas em seus rituais, é possível a partir da interpretação das memórias de suas narrativas míticas e, dos saberes inerentes a “ciência do jenipapo”, indispensáveis para a compreensão da passagem dos iniciados da infância para a vida adulta e, na construção da autoidentidade étnica ao preparar os corpos e a persona das novas gerações. A metodologia utilizada nesta pesquisa em abordagem qualitativa, se deu a partir da observação e participação direta na realidade sociocultural das aldeias pesquisadas, no diálogo espontâneo e na gravação de entrevistas semiestruturadas sobre as narrativas míticas e o uso de pinturas corporais com pajés, cantores, lideranças e jovens Tembé do Guamá e do Gurupí. Utilizei-me do aporte teórico da literatura clássica e contemporânea sobre os Tenetehar Tembé e Guajajara, e de outros grupos Tupí da Amazônia oriental e ocidental para fins comparativos em Dodt (1939), Nimuendajú (1951), Wagley e Galvão (1961), Gomes (1977:2002), Arnoud (1984/85), Alonso (1996), Zannoni (1999; 2002), Sales (1999), Neves (2015), Reis (2014) e Coelho (2014), aliado ao enfoque multidisciplinar em História, Sociologia, Etnografia e Antropologia em Cunha (1992), Pollak (1989), Halbwachs (1990), Sahlins (1990), Laraia (1986), Ortiz (1987), Strauss (1958; 1962; 1964; 1966; 1978), Eliade (1972), Castro (1977), Lagrou (1989),Vidal (1992) e Gallois (2007). A pesquisa de campo foi realizada nas aldeias Ytaputyr, São Pedro e Sede e, sua relevância contempla a valorização de outras formas de construção, agenciamento e empoderamento de conhecimentos que incidem na construção da identidade étnica dos Tembé do Guamá.
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LIVIA REGINA FERNANDES SOUZA
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O LÉXICO DO RIBEIRINHO: UMA ANÁLISE ETNOTERMINOLOGICA DA OBRA LITERÁRIA CHUVA BRANCA
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Data: 03/12/2019
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A presente pesquisa tem como objetivo ampliar os conhecimentos acerca do léxico empregado na obra Chuva Branca (1968) de Paulo Jacob e a relação deste com a cultura ribeirinha da região amazônica. Para analisar essa relação entre léxico e cultura, esse estudo procede a uma análise etnoterminológica de itens lexicais selecionados na obra, tendo como critérios de escolha três pontos cruciais: o espaço, as adversidades e os maus presságios experimentados por um homem, personagem principal da narrativa, que se perde na floresta amazônica. A importância cultural das palavras, tanto no contexto literário quanto na atualidade, assim como a influência delas no romance, serão levadas em consideração. Para subsidiar as questões até aqui citadas, foram tomados como base concepções teóricas de alguns linguistas com trabalhos voltados ao campo das ciências do léxico, como: Vilela (1994), Bidermam (1981; 2001), Barbosa (2005; 2006), Andrade (2012), Faulstiche (1995; 2002), bem como de autores que auxiliaram nas principais reflexões acerca da obra literária em estudo, dentre eles podemos citar: Souza (2015), Coutinho (1978). Assim como de outros cujos estudos sobre a região amazônica foram de grande relevância para este trabalho: Schontag (2015), Peixoto (2009), entre outros.
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WALESSA LUZIA MACHADO DOS REIS
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A COBRA GRANDE E SEU DUPLO: UMA TRADUÇÃO DA EXPERIÊNCIA EM FORMA DE NARRATIVA
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Data: 21/11/2019
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A Cobra Grande é uma narrativa de tecido complexo e de maior importância na região Amazônica. Ela testemunha a alteridade em seu nascimento, por meio da linguagem literária. Irmãos, gêmeos, iguais e opostos, humano e animal, bom e mau. As narrativas da Cobra Grande trazem para o imaginário amazônico uma temática bastante pertinente: o Duplo. Não fortuitamente, esse conceito encontra-se na compreensão da noção de alteridade, presentes nos estudos da psicanálise e da literatura. As noções de duplicidade e, portanto, de alteridade aparecem na literatura séculos antes da concepção desses termos. Desde as tragédias gregas enredos apresentam personagens duplicados e conflitos causados pela relação entre um Eu e seu Outro. Bujaru, do tupi mboy yaru, que significa “boca de cobra”, é um município do nordeste paraense que carrega em seu nome e seu escudo a crença na narrativa de maior importância da região amazônica e, dessa forma, testemunha a alteridade por meio da linguagem. É, portanto, objetivo desta dissertação de mestrado, verificar o desdobramento do Duplo nas narrativas de Cobra Grande no município de Bujaru e a relação que há entre a narrativa, as noções com as quais pretendemos operar, o território, sua história e memória. Para tanto, utilizaremos como aporte teórico o clássico ensaio de Freud Das ‘unheimlich’ (1919), a obra de Victor Bravo Los poderes de la ficción (1985), A obra de Jorge Larrosa, A experiência de la lectura (2003), Octávio Paz e seu Signos em rotação (1996), O segundo sexo de Simone Beauvoir (1970), entre outros.
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KATIA BARROS SANTOS
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SABERES TRADICIONAIS, EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA E MEMÓRIA: PRÁTICAS ETNOEDUCACIONAIS NO ESPAÇO DA ALDEIA KUJUBIM, ALTAMIRA – PA
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Data: 07/11/2019
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A pesquisa busca investigar os saberes tradicionais e os embates da Educação Escolar Indígena sob as perspectivas das interações socioculturais no processo de construção e produção do saber na aldeia indígena Kujubim no Médio Xingu, município de Altamira-Pa. Com apontamentos a partir história do povo, das memórias, dos modos de vida e suas representações culturais dentro do espaço social e escolar. Este processo de transformação e construção do conhecimento requer um intercâmbio entre indivíduos, diretamente inseridos na produção e conservação de saberes por meio de tradições, de comportamentos e de trabalhos. Atribui-se nessa dinâmica componentes sociais e culturais para o desenvolvimento dos saberes no cotidiano dos indígenas aldeados na comunidade. Como procedimentos metodológicos, recorro à revisão bibliográfica, narrativas orais e entrevistas com os interlocutores da pesquisa, inspirado no campo teórico da etnografia. A pesquisa apontou que o povo Xipaia tem entendido seu papel como sujeito étnico, sabedor de seu protagonismo como povos indígenas, em especial para a ressignificação dos saberes tradicionais dentro da Educação Escolar Indígena.
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LAURA NEILA COSTA DA SILVA
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O JOGO DE IDENTIDADES AMAZÔNICAS EM “MIGUEL”, PROTAGONISTA DO ROMANCE AQUELE UM, DE BENEDICTO MONTEIRO
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Data: 08/10/2019
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A presente dissertação objetiva analisar e discutir possíveis construções de identidades amazônicas através do narrador-personagem ́Miguel dos Santos Prazeres ́, no romance Aquele Um (1985), quarta obra da tetralogia do poeta e romancista Benedicto Willfredo Monteiro, antecedida por: Verde Vagomundo (1972), O Minossauro (1975) e A Terceira Margem (1983). Miguel é a personagem mais expressiva do conjunto de romances, ao ponto que críticos literários o analisam e nomeiam como alter ego de Benedicto Monteiro. Trata-se da narrativa das aventuras de um contador de histórias que, dentre tantas funções, é mateiro e barqueiro, e através de suas viagens a trabalho pela região do Baixo Amazonas, descreve características da natureza, do trabalho e das pessoas com quem se relaciona, além de seus anseios e modos de pensar e analisar a região através de saberes locais representados na narrativa. Diante da personagem a investigação inicia através da pesquisa sobre estudos da narrativa de cunho interdisciplinar, com base teórica em Teoria Literária e Estudos Culturais, com o levantamento de pesquisas existentes na academia sobre a obra e, então, a análise das construções narrativas. Compreende-se através da leitura a grande capacidade da literatura em revelar traços históricos e transfigurar realidades da vida ribeirinha em diversos tempos e espaços. A análise se baseia na problemática da construção de uma identidade amazônica, ou seja, em quais construções identitárias podem ser reveladas através desta. Os autores que referenciam a discussão são: Hall (1990) e Bauman (2005) e suas teorias sobre o conceito de identidade, Halbswachs (2013), Ricoeur (2007), Chartier (1990), Bourdieu (1989), e suas concepções de ‘memória’; além de Thompson (1995), Geertz (1989) e Giddens (1990), e suas teorias sobre cultura e narrativas, indivíduo e sociedade; Cândido (1965), Fernandes (2015), Reis e Lopes (1999) e suas teorias sobre texto literário, teoria literária e história, além de dissertações de mestrado e teses de doutorado, entrevistas realizadas por pesquisadores com Benedicto Monteiro e relatos de sua filha Wanda Monteiro, e outros teóricos
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JULIANA PATRIZIA SALDANHA DE SOUSA
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Narrativas fantásticas e lendárias de Quintino Lira no nordeste paraense, Amazônia brasileira
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Data: 26/08/2019
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Este estudo disserta sobre as narrativas fantásticas e lendárias de Quintino Lira, liderança do povo na década de 80 do século XX, liderou os colonos em um conflito agrário na Região Nordeste paraense. As narrativas serviam para camuflar o líder dos colonos que se metamorfoseava em animais ou seres inanimados diante do perigo, ao enfrentar a polícia ou os pistoleiros. A pesquisa tem aporte metodológico no âmbito da literatura e da memória ancorada nos estudos literários. O objetivo principal o de estudar as narrativas lendárias e sociais de Quintino Lira empreendidas nas lutas fundiárias no Nordeste do Estado do Pará, a fim de descrever a origem das narrativas lendárias, as singularidades e fatos extraordinários que caracterizam-as como fantástica e/ou maravilhosa. O método da pesquisa etnográfico de abordagem qualitativa. Os dados coletados são originados de entrevistas, das matérias jornalísticas (Internacional, Nacional e Regional) e documental. Participaram 09 interlocutores. O resultado permitiu imprimir ideias de que as narrativas que se construíram no passado se tornaram parte da memória coletiva do nordeste paraense, assim como, classificá-las como narrativas do gênero fantástico e maravilhoso.Nesse contexto, percebe-se a relevância de tais narrativas no âmbito histórico, político, cultural e social para a população de cidade de Santa Luzia do Pará e região
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JOSÉ ATAÍDE DOS SANTOS
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Quilombola: Juventudes, Identidades, Territórios.
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Data: 06/08/2019
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Esta pesquisa trata sobre o processo de constituição da identidade e territorialidade em uma comunidade Remanescente quilombola do Município de São Miguel do Guamá, no Estado do Pará. A investigação teve como objetivo analisar o processo de construção da identidade dos jovens no território quilombola de Santa Rita de Barreira. Para chegarmos as respostas pretendidas, utilizamos o tipo de pesquisa que engloba a revisão bibliográfica e pesquisa etnográfica, tendo como técnicas de coleta de dados observação participativa, entrevistas semiestruturadas, os grupos focais e os desenhos. A análise dos dados coletados deu-se do embasamento em referenciais teóricos que discutem juventude, identidade, território, e o processo histórico da constituição dos quilombos no Brasil, como: ALMEIDA 2002, ANDRADE 1998, ARRUTI 2006, BASTIDE 1973, BEZERRA NETO 2001, CARNEIRO 1988, CARNEIRO 2003, CLIFFORD 2001, FERNDES 2008, GOMES 1996, HAESBAERT 2007, LEITE 2010, MARIN 1999, MENDES 2005, MOURA 1972, O’DWYER 2002, SALES 2005, SPOSITO 2005 e HALL 2006. A partir do conceito de juventude apontado pela própria comunidade, constatamos que os sujeitos definidos como jovens se auto reconhecem como remanescentes quilombolas e preservam a cultura de seus antepassados, principalmente pela transmissão de memórias e costumes pelos membros mais velhos da comunidade. Verificou-se, também, que as manifestações culturais são preservadas no território. De acordo com as narrativas de membros mais velhos, os jovens tem papel fundamental na continuidade da cultura, na conquista, manutenção e salvaguarda do território. No entanto, embora sejam apontados como elementos fundamentais, eles não têm participação ativa nas decisões da comunidade. Segundo algumas falas dos jovens, a falta dessa participação, tem sua origem na própria iniciativa juvenil, de alguns, não participarem ativamente das atividades desenvolvidas na comunidade. A partir dos resultados concluímos que há um senso muito grande de pertencimento dos jovens em relação à identidade quilombola e ao território, pois estes se consideram os “guardiões” da memória, dos saberes e de tudo o que envolve o passado, o presente e as projeções para o futuro da comunidade.
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LUDMILLA CUNHA VENTURA DE SOUZA
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Trajetórias de estudantes da UFPA que participaram da ocupação estudantil de 2016 nos Campi de Altamira e Soure
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Data: 31/07/2019
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O objetivo geral deste estudo foi compreender as trajetórias, sonhos e preocupações de alguns discentes que participaram da Ocupação Universitária de 2016 nos campi da Universidade Federal do Pará - UFPA nas cidades de Altamira e Soure. Para tanto, a metodologia escolhida constituiu-se a partir de uma abordagem qualitativa, por ser esta abordagem atenta à experiência, vivência, percepção e ação do sujeito da pesquisa, ao qual se busca compreender, enxergar sob sua própria perspectiva; usou-se o dispositivo metodológico de Bernard Lahire, para se conhecer a trajetória individual dos estudantes envolvidos nas ocupações dos campi citados, de modo a entender os fatores motivadores a esse ocupar e que contribuíram também para a participação dos discentes no referido movimento estudantil; para a coleta de dados utilizou-se a entrevista semiestruturada, com base num roteiro previamente construído, que apresentava perguntas abertas e fechadas e realizou-se a gravação de áudios dos relatos de quatro (04) discentes, dois (02) do campus de Soure e (02) dois do campus de Altamira, com a prévia autorização dos entrevistados e a garantia do sigilo quanto à identificação destes. Os critérios para a escolha desses entrevistados foram: ter participado da ocupação universitária de 2016 como ocupante do espaço físico em um dos dois campi da UFPA; ter tido o vinculo institucional de discente de graduação no respectivo campus da instituição que ocupou, antes, durante ou posterior ao movimento de ocupação; e aceitar participar da pesquisa. As entrevistas ocorreram presencialmente nos campi da UFPA nas cidades de Altamira em 2018, e de Soure em 2019. Os resultados encontrados versam sobre o fato de como as experiências em movimentos comunitários, organizações sociais e movimentos religiosos que prezam pelo bem comum e pela garantia de direitos à população, estiveram presentes no movimento de ocupação, seja no que se refere aos objetivos gerais, no caso a garantia do direito à educação de forma pública, gratuita e com qualidade, ou mesmo na garantia da dignidade humana desses discentes universitários de ter voz e vez dentro da universidade; também foi possível compreender que as lutas individuais, como por exemplo a afirmação da identidade de gênero e da orientação afetiva\sexual, ou pelo enfrentamento aos preconceitos sentidos nesse processo de auto afirmação se mostram como fator influenciados de ações dentro do movimento de ocupação; assim como as experiências dos discentes em movimentos de juventude se mostraram como dispositivos para a atuação dos mesmos dentro de outros movimentos, como no caso do movimento de ocupação dos campi. Compreender a trajetória de vida desses estudantes auxilia no processo e repensar as ações no ambiente acadêmico de modo a possibilitar mudanças no próprio cenário universitário, implicando nos processos de ensino-aprendizagem desse contexto.
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ADELSON LUIZ BAYMA DA SILVA
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TOPONÍMIA INDÍGENA: um estudo a partir da zona ribeirinha do município de Porto de Moz - PA
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Data: 30/07/2019
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Esta pesquisa constitui-se num estudo semântico-etimológico da toponímia indígena em uso na zona ribeirinha do Xingu, no município de Porto de Moz-PA. Como aporte teórico citamse: Alves et al. (2010), Barbosa (1951), Carvalho (1987), Sampaio (1987), Dick (1990, 1992, 1994, 2004), Urban (1992), Ghelen (2003), Domenico (2008), Pereira (2013), entre outros autores. Buscou-se identificar os aspectos semânticos e etimológicos que cooperam para a nomeação, principalmente, dos rios, igarapés e comunidades no município citado. A pesquisa bibliográfica a partir de um estudo descritivo, a observação participante, as entrevistadas abertas e semiestruturadas constituíram os princípios metodológicos desse estudo. As abordagens baseiam-se em discussões da Antropologia Cultural, História e, principalmente, em estudos linguístico-onomásticos, complementadas por documentos como mapas e outras representações cartográficas. Por meio da investigação etimológica dos dados verificou-se que os topônimos indígenas coletados têm origem na língua Tupi Antigo. Os resultados apontam que a fitotoponímia, a zootoponímia e a hidrotoponímia são os elementos mais recorrentes na formação/motivação dos topônimos portomozenses por envolverem espaços do rio e da floresta
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ROBSON LUIZ COSTA SANTOS ARRAES
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Os Saberes Matemáticos presentes nas práticas agrícolas de Cálculo de Áreas
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Data: 30/07/2019
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O presente trabalho investiga os saberes matemáticos presentes nas práticas agrícolas de
cálculo de áreas, mais especificamente as questões relacionadas à cubação de terra, o
plantio e a colheita, na comunidade São Francisco das Chagas, município de Brasil Novo-
Pa. A partir de um estudo das dimensões, pedagógicas e organizacional, o trabalho parte da
hipótese de que a dinâmica de organização dos saberes no trabalho da agricultura familiar
caracteriza-se como um processo permanente de construção e reconstrução dos saberes
sociais articulados às experiências profissionais adquiridas a partir dos processos de
ocupação da região da Transamazônica, desencadeada nos anos 70, com a abertura da
Rodovia Transamazônica. Assim, a pesquisa está relacionada ao estudo de um conjunto de
saberes e práticas sociais que constituem as dimensões pedagógica e organizacional do
trabalho rural, ou seja, busca compreender o movimento dialético presente na construção
dos saberes e dos conhecimentos resultantes da relação dos sujeitos com o trabalho diário
de suas atividades do campo, na comunidade São Francisco das Chagas. Por meio deste
estudo, constatou-se a existência de saberes matemáticos empregados nos cálculos de áreas,
baseados nas necessidades econômicas e sociais da região. Assim, durante a pesquisa
percebemos que esses saberes matemáticos estão restritos ao ambiente do trabalho dos
agricultores e ao ambiente não-escolar. Embora, efetivamente, não tenhamos realizado
nenhuma atividade nos ambientes escolares, nas entrevistas notamos que esses saberes não
foram e não são “mostrados” nas escolas do município
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YARA DAS CHAGAS FURTADO
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ANTROPONÍMIA BRAGANTINA NO SÉCULO XIX: UM ESTUDO DAS RELAÇÕES DE PODER
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Data: 30/07/2019
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Este trabalho apresenta uma análise sobre as relações de poder estabelecidas em Bragança, no século XIX, por meio de um estudo dos antropônimos e dos modos de como estes eram registrados em livros oficias da época. Parte-se do pressuposto de que o estudo dos antropônimos pode trazer informações adicionais sobre uma determinada sociedade, revelando os valores e princípios que a sustentam. Bragança, no passado, foi um espaço onde entrecruzaram europeus, indígenas e africanos, fatos que são conhecidos na história. O trabalho objetiva fornecer informações adicionais sobre as relações de poder estabelecidas entre esses grupos distintos. Assim, esta pesquisa analisa antropônimos extraídos dos livros de registros de óbito e de batismo, datados dos anos de 1826 a 1861, usados como fonte de informação documental. O local da pesquisa foi o Museu de Arte Sacra de Bragança. O estudo concentra-se não na análise isolada do antropônimo em si, mas, principalmente nos modos como estes foram registrados e como esses modos revelavam a estrutura de poder da época. Os autores que dão embasamento teórico a esta pesquisa são, principalmente: Brito (2003), Carvalinhos (2007), Dick (1987), Guérios (1981), Silva (2004), Vasconcelos (1928) entre outros. Como resultado geral confirmou-se, que as relações de poder eram marcadas por uma visão colonialista, discriminatória para com os grupos subalternizados como os negros, os indígenas e a mulher. Reafirma-se, assim, que a escolha dos antropônimos e os modos de seus registros revelam aspectos do contexto histórico e a concepção de mundo de uma sociedade em uma dada época
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LÍLIA BATISTA DA CONCEIÇÃO
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O mito das Icamiabas no contexto da Amazônia brasileira: Entre tramas discursivas da História e da Literatura na reescrita de Regina Melo
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Data: 03/07/2019
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A pesquisa ressalta experiências vivenciadas na Amazônia pelos antepassados durante o
processo de colonização, as quais se relacionam com o mito das icamiabas. Essa tradição oral
de origem antiga é apresentada em produções literárias, nas quais é perceptível o produto de
um processo histórico bem complexo que interfere, de fato, na produção de identidades de
sujeitos femininos, bem como na formação discursiva. Este trabalho tem como objetivo geral
abordar uma análise do mito das icamiabas, a partir da literatura comparada, entre as narrativas
Descobrimento do Rio de Orellana (1941), do Frei Gaspar de Carvajal, e o romance Ykamiabas:
Filhas da Lua, Mulheres da Terra (2004), da autora amazonense Regina Melo, por meio de
uma metodologia numa abordagem qualitativa, com ênfase na Literatura Comparada, enquanto
percurso metodológico. Para tanto, as narrativas relacionam-se com discussões teóricas de
Lévi-Strauss (1978, 1985), Eliade (1994, 1995), Loureiro (2001), Geertz (1989), Carvalhal
(2006), Pageaux (2011) e assim por diante. Como hipótese para tais questionamentos,
compreende-se em Ykamiabas: Filhas da Lua, Mulheres da Terra como uma produção literária
que contribui com a (des) construção de discursos que foram produzidos desde o processo de
colonização espanhola na Amazônia. Frente aos resultados e discussões, percebe-se a
confirmação da hipótese, uma vez que essas narrativas mesclam fatos e ficções. Esta pesquisa
acadêmica ressalta uma interseção entre História e Literatura que ultrapassa as fronteiras dos
campos, pois esse breve diálogo cruza fatos e ficções. Embora, haja os limites entre factum e
fictum, mas ambos estão estreitamente relacionados à ordem do discurso. Assim, estas mantêm
um diálogo sobre a narrativa mítica das icamiabas, porém sob ângulos diferentes. Nesta
perspectiva, constata-se que a cronística de Gaspar de Carvajal reproduz o discurso do
colonizador. Enquanto a obra literária de Regina Melo destaca um sujeito subalterno que
adquiriu, aos poucos, vez e voz na Literatura da Amazônia, dado que a romancista fez a
transposição dos elementos coloniais sem aprisionar o indígena feminino no discurso colonial.
Mas sim, apresentou que esses atores sociais podem viver fora dessas amarras, as quais foram
construídas historicamente.
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MYRCÉIA CAROLYNE GUIMARÃES DA COSTA
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AMAZÔNIA CINZA: AS NARRATIVAS ORAIS DO MITO DO ATAÍDE NAS ENTRANHAS DOS MANGUEZAIS BRAGANTINOS
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Data: 26/06/2019
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A presente dissertação propõe-se a realizar análises e reflexões, partindo da figura mitológica do Ataíde, o encantado que habita os manguezais de Taperaçu-Porto em Bragança/PA. Do universo que circunda o Ataíde emergem comportamentos e discursos que interferem nas vidas dos moradores e dão sinais de como eles interagem e fazem suas leituras do mundo ao qual pertencem. Busca-se, então, evidenciar quais são esses comportamentos e discursos e compreender sua relação com o mito e com as dinâmicas sociais na comunidade estudada. O trabalho é fundamentado na coleta de narrativas através da observação participante junto aos narradores, seguindo um procedimento de pesquisa de caráter etnográfico, por meio do qual foi possível adentrar no seio do grupo e perceber as dimensões que orientam as interpretações do que advêm da presença ímpar do Ataíde nas suas paisagens de pertencimento, tais como a função que este mito tem para a comunidade, bem como as formas como são traduzidas as questões do negro, da mulher e da homossexualidade naquele contexto, e como os temas intrínsecos ao mito são considerados proibidos para as crianças da vila. Os encaminhamentos teóricos que conduziram este trabalho são assentados em Eliade (1972 ) e (1992), Bachelard (1988) e (1997), Bosi (1994) e Eckert e Rocha (2001), que orientam o olhar sobre temas como mito, paisagem, memória e imagem. O Ataíde, portanto, integra-se à comunidade entrelaçando-se à vida e às vivências materiais e imateriais das pessoas de Taperaçu-Porto
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PEDRO IVAN OLAIA RIBEIRO FILHO
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TRANSMARGINALCABOCA: sophias, drags e outras dissidências nas Amazônias
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Data: 13/06/2019
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Este processo de escrita é a ousadia de um devir marginal coletivo que se propõe ser chamado de narrativa performática transdisciplinar, pois pensa-se a performance como arte-vida na perspectiva etnográfica em que “pesquisador” e “pesquisado” são a mesma pessoa, ou seja, o observador está na observação do processo de pesquisa que também inclui a observação de outras pessoas que observam o pesquisador-pesquisado e contribuem com a formação identitária de Sophia. Pedro é o pesquisador, Sophia é sua drag queen – as duas identidades pertencem ao mesmo corpo, porém, Pedro refere-se à identificação cisnormativa designada no nascimento do corpo e reforçada performativamente a partir do convívio com a família, igreja, escola, trabalho e outros contextos socioculturais em um determinado período da história; e Sophia – da mesma maneira sendo uma construção performativa a partir do convívio em contextos socioculturais de determinado tempo, se difere da performatividade cisnormativa (do corpo primeiramente identificado como Pedro) por ser processo artístico inacabado onde eus, outros e outros eus se diluem e tomam uma dimensão maior que o corpo, para além do físico, dialogando sobre possíveis descolonizações do corpo a partir de questões de gênero e sexualidade. Este trabalho tem o objetivo de – a partir da relação com teóricos da antropologia, teoria queer e artes, refletir a respeito das performances de Sophia como práticas de resistência poética e política por uma encruzilhada transdisciplinar onde teoria dialoga com prática em interações extra-muros acadêmicos próximas do convívio social e discussões do cotidiano de corpos dissidentes e as normatizações impostas sobre estes corpos
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ADELSON DA CRUZ
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EDUCAÇÃO DO CAMPO E A PRODUÇÃO DE CONHECIMENTOS NA AMAZÔNIA TOCANTINA: DIÁLOGOS ENTRE SABERES E SUJEITOS
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Data: 06/06/2019
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Movimentos sociais; educação do campo; formação de professores; saberes;
Esta dissertação tem por objetivo investigar o Curso de Licenciatura Plena em Educação do Campo da Universidade Federal do Pará (UFPA), Faculdade de Educação do Campo (LEDOC), do Campus Universitário do Tocantins/Cametá (CUNTINS) que funciona em Vila do Carmo, comunidade ribeirinha do interior de Cametá-Pa, com o propósito de compreender como se dá a relação dialógica entre saberes populares, a universidade e os movimentos sociais na produção de conhecimento dentro deste curso de formação de educadores. O recorte temporal da pesquisa é de 2017 a 2018, foi empreendida por meio da observação participante no tempo universidade e no tempo comunidade. A postura dialética que foi estabelecida com os sujeitos envolvidos no ato educativo permitiu que a obtenção dos dados partisse de uma relação fundamentada pelo diálogo entre os sujeitos que se envolveram na pesquisa. A fundamentação teórica advém de autores como: Molina (2004), Caldart (2004), Arroyo (2007), Araújo (2014), Silva (2007), Carvalho (2003), Xavier (2015), Diniz (2008), Freire (2014), Santos (2007). A sistematização dos dados foi dividida em três capítulos que se unificam através da complementariedade de ideias, sendo que o primeiro e segundo fundamentam-se numa pesquisa de caráter bibliográfico, empreendida em referenciais teóricos que irão fornecer embasamento para a análise dos dados da pesquisa de campo no terceiro capítulo. A Seção I é fundamentado numa análise discursiva que dialoga sobre a produção de conhecimentos numa perspectiva epistemológica das classes populares como produtoras de saberes, no entanto, um saber que não é aceito pelo rigor cientifico moderno. A seção II irá discutir a relação entre o movimento social e educação, abordando a luta que os movimentos sociais do campo tiveram que travar para consolidar uma proposta de educação aos povos campesinos marcas e identidades condizentes aos múltiplos territórios que compõe este espaço social; por fim, A Seção III, traz as discussões empreendidas na pesquisa de campo, onde será abordado como é estabelecido o diálogo entre saberes populares, universidade e movimento social. Partindo destas acepções, será analisado como esse diálogo se dá entre saberes, sujeitos e universidade.
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DANIELLE PINTO SILVA
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MÉDICOS CUBANOS E COMUNIDADE BRAGANTINA: notas sobre o contato linguístico espanhol/português em terras brasileiras
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Data: 04/06/2019
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Esta pesquisa tem por objetivo apresentar alguns aspectos da situação do contato linguístico que se estabeleceu entre médicos cubanos e parte da comunidade bragantina, configurado a partir do Programa “Mais Médicos” do Governo Federal, instituído a partir de 2013 em todo o território brasileiro, inclusive no município de Bragança-Pa. Tal contato foi propiciado por uma política pública que criou uma situação em que médicos estrangeiros – cubanos - falantes do espanhol, e pacientes bragantinos, falantes do português, foram colocados face a face, tendo que interagir por meio da linguagem verbal falada, durante os momentos de atendimentos médicos. Neste contexto temos o objetivo de empreender a análise dos processos de entrelaçamento de culturas, fatores linguísticos e extralinguísticos, visando compreender diferenças e semelhanças e identificar estratégias utilizadas por cada um dos grupos para o sucesso da interação comunicativa nas situações específicas das consultas médicas. Para isso foram realizadas entrevistas, aplicação de questionários e observações de campo vinculadas aos referenciais teóricos da Sociolinguística (WEINREICH, 1953; LABOV, 2008; CALVET, 2004; FARACO, 2004) uma vez que ela trata especificamente da relação entre linguagem e sociedade, assim como da área de Línguas em Contato (WEINREICH, 1953; TARALLO, 1986; GOROVITZ, 2012; THOMASON, 2001), que fundamentam as questões oriundas dos contatos linguísticos se desenvolvendo de maneira articulada com as definições de tradução (JAKOBSON, 1995; BERMAN, 2013; BURKE, 2009). Metodologicamente a pesquisa ancorou-se na abordagem hermenêutica, que considera para a sua experiência a importância da linguagem como meio de comunicação e objeto da compreensão. A pesquisa realizada confirma e reitera a relevância de se considerar a variação linguística nos espaços onde acontece o contato linguístico como imprescindível para os processos de tradução que ocorrem nesses contextos
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KARLA OEIRAS DE ALMEIDA
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NARRATIVAS ORAIS E ESCOLA: REFLEXÕES SOBRE AS PRÁTICAS DOCENTES NA COMUNIDADE DE PESCADORES PORTO ALEGRE MARAPANIM/PARÁ
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Data: 27/05/2019
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Esta pesquisa se fundamenta nas narrativas orais da comunidade de pescadores Porto Alegre, que objetiva focalizar o trabalho com histórias locais contadas pelos moradores antigos da comunidade e pelos professores que moram e trabalham na escola da comunidade. Diante das histórias que os moradores antigos contaram, pude perceber a grandiosidade e a riqueza dessas histórias que me levaram a pesquisar sobre as narrativas orais em uma comunidade tradicional, na qual se falam sobre o curupira, a feiticeira, a visagem, a lenda da porca, entre outras. Logo, pude perceber que todas essas histórias resistem na memória de quem as contam, passando de geração para geração. Crianças, jovens e adultos participam da interação que além de proporcionar uma fascinação aos mais novos, gera também um momento de descontração e risos. A propósito deste estudo, cabe ressaltar o meu ingresso no Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Saberes e Linguagens (PPSLA), e por meio do grupo de Pesquisa Copain, pude ampliar os meus horizontes nas formas de debates e discussões sobre alguns autores, determinados pela escolha do meu orientador, que por sua vez apresenta uma vasta experiência nos estudos de Narratologia. Este realiza pesquisas voltadas para as narrativas orais na região do nordeste paraense, e como a minha pretensão era realizar um estudo na comunidade de Porto Alegre, município de Marapanim, acerca das narrativas da região, decidimos elaborar um projeto de pesquisa sobre as narrativas orais inseridas no currículo.
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SUZANNY DA SILVA LIMA
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CONSTRUÇÕES CULTURAIS EM ESPAÇO DE MIGRAÇÃO: IDAS, VINDAS E PERMANÊNCIAS
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Data: 22/05/2019
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Esta pesquisa tem por objetivo apresentar discussões acerca das construções culturais dos moradores da Agrovila Princesa do Xingu (APX), no espaço rural do município de Altamira/Pará, transitando áreas do conhecimento como a Antropologia e Letras, abrange métodos e instrumentos da etnografia que foram aplicados para a coleta e análise de dados como a observação participante, entrevistas orais, conversas informais, diário de campo, gravações e registros fotográficos. A partir, fundamentalmente, do entendimento de cultura para Geertz (1989), este compreende que, em analogia, o homem está amarrado a uma teia e que seus sentidos são conferidos na inter-relação entre os componentes dessa teia. Dessa forma, pode-se entender que as construções culturais supracitadas correspondem aos sentidos construídos na cotidianidade dos residentes da comunidade e que também indicam significados próprios e únicos a cada um dos diversos contextos sociais no quais os moradores estão inseridos. A fundação da Agrovila está circunscrita ao período de abertura e construção da Transamazônica (BR 230) na década de 1970; a primeira geração de moradores foi composta majoritariamente por migrantes agricultores vindos da região Nordeste do Brasil e que, portanto, participaram de um movimento migratório motivado pelo governo nacional e gerenciado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). Após aproximadamente 46 anos desde sua fundação, os pioneiros e demais gerações de moradores da APX apresentam características próprias e particulares do seu modo de vida, relações de pertenças, estrutura de organização, comportamento das gerações que evidenciam peculiaridades de sua trajetória histórico-social de formação, consolidação e afirmação de sua identidade como sujeitos da Amazônia
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TAIANE LIMA SILVA
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Identidade e Educação Escolar Indígena: o caminhar da Escola Francisca Juruna rumo à interculturalidade
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Data: 22/05/2019
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Este trabalho tem como objetivo discutir a construção da identidade Juruna na sua relação com a escola da aldeia Boa Vista, sinalizando, nas práticas escolares, o atendimento aos preceitos legais da política de educação escolar indígena que, entre outros, se pauta em um projeto de autonomia e valorização da cultura indígena. Foram utilizadas técnicas de pesquisa etnográfica, entre elas: a observação participante, entrevistas abertas, registros fotográficos e diário de campo. Percebeu-se que os Juruna do Km 17 elegeram a Escola Indígena Francisca de Oliveira Lemos Juruna como principal estrutura social responsável pelo suporte ao permanente processo de afirmação identitária do grupo e que a mesma vem desempenhando relevante papel na demarcação das fronteiras que os fazem afirmar-se Juruna na medida em que buscam zelar pela manutenção das suas diferenças, contribuir com a atualização dos sinais diacríticos, fomentar o sentimento de pertença étnica, atrelando ensino à luta por direitos, de modo a tornar as crianças partícipes daquilo que pensam ser o melhor para suas vidas e para a aldeia Boa Vista. Tal discussão ganha relevância por narrar a dinâmica social de uma comunidade indígena marcada por transformações decorrentes de inúmeros projetos pensados e executados para/na região Amazônica, sendo a construção da hidroelétrica Belo Monte o mais recente. Demonstra-se ainda que a efetivação de uma escola indígena diferenciada, intercultural, específica e bilíngue é um desafio de múltiplos sentidos, inclusive para etnografias, considerando que apesar das conquistas, como a construção do Projeto Político-Pedagógico e a renomeação da escola como forma simbólica de marcar suas lutas por uma educação que possua o rosto indígena, a Escola Francisca Juruna ainda precisa avançar significativamente para a efetivação das disposições normativas que caracterizam a educação escolar indígena. Para isso, é imprescindível que o Estado cumpra seus deveres, reconhecendo-a oficialmente como tal, de modo que o discurso de interculturalidade encontre também meios de concretude.
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MARIA DO CARMO ALVES DE ARAUJO
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A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DOCENTE E OS DESAFIOS NA EJA: E.M.E.F. SOL NASCENTE/ASSURINI
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Data: 21/05/2019
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Nessa dissertação relaciona-se à discussão sobre identidade e atuação docente. O objetivo projetado foi compreender se elementos da prática pedagógica contribuem para a reconstrução da identidade docente da EJA e como esses elementos refletem em suas práticas pedagógicas no contexto educacional rural. A pesquisa foi realizada no ano de 2018 e constituíram-se como participantes, sete professores que atuam na Educação de Jovens e Adultos da escola Municipal Sol Nascente localizada na Agrovila Sol Nascente, município de Altamira/PA e dois moradores da região que forneceram dados sobre aspectos relacionados à agrovila e a escola, locus da pesquisa. A abordagem da pesquisa é qualitativa e foram utilizados instrumentos de pesquisa etnográficos para coleta de dados, dentre eles a observação participante, entrevistas abertas e semiestruturadas. Os resultados revelam que os professores ressignificam sua prática, constroem e reconstroem novos saberes, que são efetivados em sala de aula, e em seu cotidiano. Porém, sua identidade é mantida, ainda que haja novos posicionamentos e ações que são reflexos das novas experiências vividas nesse contexto educacional.
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VANIELY CORREA BARBOSA
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IMPACTOS NO PATRIMÔNIO CULTURAL (I)MATERIAL DOS ASURINÍ DO XINGU COM A CONSTRUÇÃO DA UHE BELO MONTE
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Data: 21/05/2019
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A investigação tem como objetivo compreender as transformações no fazer artístico da etnia Asuriní do Xingu, índios de origem Tupi-Guarani, que habitam a Terra Indígena Koatinemo no estado do Pará, após a construção da Usina Hidrelétrica Belo Monte – UHE Belo Monte. Para tanto, desenvolve-se um estudo de natureza qualitativa, de forma a possibilitar o alcance do objetivo traçado, utilizando o levantamento bibliográfico e a realização de entrevistas semiestruturadas em campo com os Asuriní, funcionários da FUNAI e Funcionários da Fundação Ipiranga. Para a análise dos resultados utiliza-se o método da Análise de Conteúdo. Os resultados demonstraram que após a unificação dos indígenas em um movimento crescente em busca de seus direitos no cenário regional e nacional com os ribeirinhos, pescadores, trabalhadores rurais e moradores de Altamira, conquistaram a elaboração de um programa, denominado Plano Básico Ambiental do Componente Indígena – PBA-CI. Conclui-se que apesar da elaboração do plano pelo Consórcio Norte Energia e execução pela Fundação Ipiranga, empresa contratada para trabalhar com o Programa de Patrimônio Cultural Material e Imaterial do PBA-CI, houve modificações na forma do fazer artístico, devido as intervenções externas e as demandas do comércio de seu patrimônio material. Para mais, compreendeu-se que tanto os homens quanto as mulheres confeccionam os objetos constitutivos de seu patrimônio cultural (i)material, assim como o processamento da matéria prima necessária, e destinam grande parte de seu dia à confecção desses objetos. Além disso, pôde ser entendido que a arte gráfica Asuriní compõe um conjunto de expressões associadas aos diferentes sistemas de significação, como os elementos da natureza, da cultura e do sobrenatural.
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NADIA GRINGS BATISTA
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GÊNERO E TERRITORIALIDADE NA CONFIGURAÇÃO DAS PERSONAGENS FEMININAS INDÍGENAS NAS OBRAS DOIS IRMÃOS E ÓRFÃOS DO ELDORADO
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Data: 20/05/2019
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A Crítica Feminista, juntamente com os temas gênero, etnia e territorialidade, são os
instrumentos utilizados neste trabalho para discutir a questão feminina indígena na literatura
produzida por Milton Hatoum, especificamente, nas obras Dois Irmãos (2006) e Órfãos do
Eldorado (2008). Para tanto, são analisadas as personagens Domingas, Dinaura e Florita na
perspectiva de refletir sobre as estratégias de resistência desenvolvidas por essas mulheres ao
longo de suas vidas. Uma análise que só é possível a partir da Crítica Feminista, que permite
uma releitura das personagens femininas ao mudar o foco da análise, dando ênfase a aspectos
menos evidentes em sua constituição. No intuito de compreender como as indígenas brasileiras
se posicionam em relação ao movimento feminista, analisou-se a formação do movimento das
mulheres indígena que surge em paralelo à organização do movimento indígena na década de
1970. Suas organizações são atuantes e se fortaleceram com o tempo, contudo, não se sentem
contempladas pelas pautas feministas das mulheres não indígenas. Perpassando essa discussão,
percebe-se que Domingas, Dinaura e Florita, em função de sua condição de gênero e de etnia,
são forçadas a se deslocarem de seus territórios e transformarem suas identidades. O
deslocamento compulsório vivido por estas personagens suscita a discussão sobre
territorialidade, desterritorialização e reterritorialização. Os critérios de análise da Crítica
Feminista são ainda usados para identificar o quanto de resistência Milton Hatoum conseguiu
imprimir nas personagens em estudo, numa proposta de desconstruir a imagem de mera
subjugação, em que são postas inicialmente. Nesse contexto, mulheres indígenas e não
indígenas estão percebendo a necessidade de buscarem um diálogo agregador, capaz de romper
com a lógica colonial, construindo assim uma proposta decolonial, na qual sugerem que os
conhecimentos locais sejam incentivados e potencializados, num movimento de construção de
novos paradigmas capazes de contemplar a diversidade cultural e política da sociedade
brasileira.
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KEILA DE PAULA FERNANDES DE QUADROS
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MEMÓRIA E IDENTIDADE AFRODESCENDENTE: A CONSTRUÇÃO SIMBOLICO-POÉTICA NEGRA NO QUILOMBO DE TIPITINGA EM SANTA LUZIA-PA
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Data: 29/04/2019
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A presente pesquisa tem como objetivo geral realizar uma análise de duas poesias escritas por Rozalvo Ramos Farias, poeta quilombola da comunidade de Tipitinga, no município de Santa Luzia do Pará -PA. A análise deu-se a partir dos fundamentos do poema, das unidades expressivas, da estrutura e dos significados que podem ser considerados no processo de análise poética, assim, buscou-se analisar as categorias presentes no poema, em especial aquelas mais exploradas pelo poeta, logo, centrou-se nos elementos mais recorrentes de forma explícita e implícita dentro das poesias, que foram precisamente os dispositivos da memória e da identidade, além do símbolo enquanto recurso poético utilizado para a construção de novos sentidos dados ao significado da palavra. Analisou-se duas poesias intituladas “AMORQUIT” e o “Brasil e a Política”, a primeira aborda sobre a história social do negro no Brasil desde o processo de escravidão até a situação atual das pessoas negras quilombolas, a segunda trata sobre o contexto sócio-Político-cultural, especificamente sobre a corrupção que tem dominado a maioria dos envolvidos no Brasil à cargos políticos. Nos procedimentos metodológicos adotou-se a abordagem qualitativa, a pesquisa bibliográfica e a pesquisa documental, uma vez que as poesias são documentos escritos que nunca haviam recebidos quaisquer tipos de tratamentos. Utilizou-se como instrumento para coleta de dados a entrevista semiestruturada. A pesquisa teve como lócus a comunidade Quilombola de Tipitinga, sendo que os poemas são o objeto de estudo e o poeta Rozalvo Farias o sujeito. A partir da análise empreendida detectou-se que as poesias são permeadas pelo sentimento de identidade e pertencimento do sujeito, cujas temáticas centrais geralmente apontam para o contexto de produção que é a comunidade de Tipitinga. Também se constatou uma construção poética pautada nos recursos como figuras de linguagem, imagem, símbolo, metáforas, versos, tema, rimas, sonoridade, linguagem figurada e não figurada, dentre outros elementos que possibilitaram a construção poética fundamentada na concepção e na leitura de mundo, nos conhecimentos e nos saberes socioculturais e históricos do poeta. Dessa forma, a produção feita por Rozalvo Farias traz um conteúdo exatamente inverso da maioria das obras literárias produzidas que mostram o negro apenas como sujeito inferiorizado etnicamente, a escrita do poeta pesquisado vem contra o discurso de silenciamento do negro na história geral. Assim sendo, por meio dos fragmentos de lembranças que se entrecruzam na construção dos poemas, detectou-se a recorrência dos dispositivos da memória individual e coletiva como norteadoras da escrita do poeta Rozalvo Ramos Farias.
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ODILIA CARDOSO
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Cultura, Narrativas e Saberes na Festividade São Tomé em Porto de Moz-PA
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Data: 26/04/2019
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Porto de Moz é localizado no Estado do Pará, à margem direita do rio Xingu. O espaço que se propôs investigar foi a Vila Maripi ou como é conhecida pelos seus pares comunidade São Tomé. Esta se encontra a 3 km da sede localizada também à margem direita do rio. Este trabalho se propõe a um estudo entre culturas e práticas sociais presentes nas festas de santos, na tentativa de entender sua complexidade e constantes transformações. Para isto descreve-se e interpreta-se a Festa de Santa Luzia a partir das pessoas que a celebram e mantém as festas de santos na vila, em especial Seu Vicente, mantenedor das tradições locais. Para tanto foram utilizados instrumentos com ares etnográficos que permitiram de maneira qualitativa reunir relatos antes e durante a festa a fim de posteriormente adentrar nas interpretações e tentar ler as entrelinhas das falas compartilhadas. Os resultados dessa jornada apresentam uma relação entre celebração e conflitos próprios da natureza humana. Por fim espera-se que ao compartilharmos a Festa de Santa Luzia da comunidade São Tomé, esta sirva como contribuição para pesquisas futuras que envolvam culturas, relatos e interpretações a partir dos sujeitos que compõem este fenômeno.
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AUGUSTO CÉSAR PINTO FIGUEIREDO
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AS FILHAS DO BELO MONTE: Prostituição e grandes projetos na Amazônia
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Data: 16/04/2019
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O fenômeno da prostituição tem acarretado diversos questionamentos, desde os períodos mais remotos até os dias de hoje. Costuma-se aceitar a prostituição como um fator de degeneração moral, ideia corrente no meio do imaginário popular. Para esse intento, foi necessário compreender também as raízes dessa prostituição nesse contexto, que são os grandes projetos da Amazônia e aqui verificar como estão intimamente imbricados, grandes projetos e prostituição. Pensando nisso, nessa relação e nos padrões sociais estabelecidos por parcela significativa da sociedade, que vislumbramos a pesquisa “As filhas de Belo Monte: prostituição e grandes projetos na Amazônia”. Para tal intento, procuramos, antes, realizar uma pesquisa bibliográfica que retratassem, socialmente, o fenômeno da prostituição e sua reatualizacão no tempo e mostrasse um panorama geral dos grandes projetos idealizados para a Amazônia. Por fim, procuramos buscar entender a relação de prostituição e os grandes projetos aqui implementados, tanto no passado recente, quanto no lócus escolhido, ou seja, Belo Monte. Em relação a metodologia escolhida, ou seja, o estudo de caso, foi feita por entender que esta é uma metodologia que recomenda olhares mais meticulosos e detalhados de um contexto natural. O próximo passo foi estabelecer os espaços e sujeitos de minha pesquisa. Procurei pessoas que vivenciaram a prostituição no período do recorte temporal escolhido, ou seja, 2010-2015, a fim de entender suas atuações nesse mercado do sexo em Belo Monte. Após a escolha do agente informante, trabalhamos nos procedimentos da coleta de dados, estabelecendo uma ordenação do trabalho, bem como a definição, coleta e processamento dos dados coletados. Para analisar os dados, foi utilizado um questionário de entrevista semiestruturado. Os questionários abriam caminho para conversas mais abertas e espontânea, que serviram para dar voz as profissionais do sexo durante todo o processo de escrita dessa dissertação. O primeiro capítulo, portanto, foi totalmente dedicado a compreender a prostituição se originou, desenvolveu e se estruturou no mundo ocidental, mesmo diante de tantas implicações morais e religiosas, levantadas pela ética judaico-cristã. No segundo capítulo, nos debruçamos e traçar uma narrativa linear dos maiores acontecimentos econômicos que marcaram a história da Amazônia brasileira, até os dias de hoje. No terceiro capítulo, apresentamos todas as nuances, por intermédio de depoimentos, que nos permitiram compreender como o fenômeno da prostituição se organizou durante a construção da barragem e suas implicações para a sociedade local. Por fim, a presente dissertação pode desempenhar um papel relevante para a construção de um painel emoldurado, que permita uma melhor percepção dos dramas socioeconômicos e psicológicos vivenciados pelas profissionais do sexo, as quais foram seduzidas por expectativas de ganhos substanciais, entoadas por aqueles e aquelas que acreditaram na falácia do progresso chamada Hidrelétrico Belo Monte.
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NICELEIA MURIBECA DA CRUZ
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Artefatos da cultura material marajoara em contexto de tradução cultural no Museu do Marajó/PA
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Data: 11/02/2019
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O presente trabalho investiga artefatos que compõem o acervo interativo do Museu do Marajó, localizado na Ilha de Marajó na Amazônia Marajoara. Os artefatos denominados de Computadores do Caboclo Marajoara tornaram-se atração turística do arquipélago, devido à singularidade de sua composição material e ao conteúdo apresentado. Em razão disso, a pesquisa tem como objetivo investigar esses computadores a partir do contexto territorial, analisando sua materialidade e conteúdo. O percurso metodológico contemplou as etapas de levantamento, listagem, registro fotográfico, elaboração de fichas descritivas, agrupamento e tabulação de 67 artefatos como corpus para as análises. A abordagem da pesquisa discutiu os resultados obtidos sobre a materialidade na perspectiva teórica da cultura material (GELL, 2005; INGOLD, 2012 e MILLER, 2013) e dos dados sobre o conteúdo na teoria da tradução cultural (ALMEIDA 2007; BURKE e HSIA, 2009 e FERNANDES, 2014); além da museologia interativa descrita por Gallo, o idealizador do Museu do Marajó. Os dados apontam que os computadores criados pelo italiano Giovanni Gallo podem ser considerados como artefatos da cultura material marajoara cuja materialidade e o conteúdo foram interculturalmente traduzidos em linguagem amazônica, revelando saberes territoriais de culturas em contato.
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LAIS DE NAZARE DOS SANTOS SANTOS
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Um estudo toponímico no município de Vigia de Nazaré - PA
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Data: 06/02/2019
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Este trabalho se constitui em um estudo acerca da Toponímia do município de Vigia de Nazaré-PA, no qual se objetivou, de maneira geral, identificar e analisar os designativos geográficos das comunidades, rios e igarapés do referido município, conforme os pressupostos teórico-metodológicos de Dick (1990, 1999). Para tanto, realizou-se pesquisa bibliográfica, documental e pesquisa de campo. Dessa forma, este estudo se pauta, principalmente, nos pressupostos teóricos de Dick (1990, 1999), além de considerar trabalhos de Andrade (2010), Isquerdo (1996, 2016), entre outros autores que seguem as orientações teóricas e metodológicas de Dick. Assim, foram analisados 78 topônimos, sendo 63 nomes de comunidades, 12 de rios e 3 de igarapés. A partir das análises realizadas, em relação à classificação taxeonômica e à morfologia dos designativos geográficos do município, concluiu-se que a taxe mais recorrente entre os topônimos vigienses foi a dos fitotopônimos, que são topônimos cuja motivação é de índole vegetal, com 16 ocorrências (Acaputeua, AH-PA; Açaí Grande, AH-PA; Cumarú, AH-PA; Juçarateua do Pereira, AH-PA). Já em relação à classificação morfológica, é possível afirmar que os topônimos analisados, em sua maioria, possuem estrutura composta, totalizando 39 nomes que correspondem a 53% dos topônimos analisados (Agua Branca, AH-PA; Boa Vista, AH-PA; Cabeceira do Pereira, AH-PA; Igarapé Itapepoca, AF-PA).
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ELZIANE AMBROSIO DA SILVA
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Formação Continuada de Educadores/as de classes multisseriadas: Programa Escola da Terra e as contribuições para a Educação do Campo no Município de Bragança/Pa.
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Data: 25/01/2019
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No modo geral, o contexto investigado aponta que o processo de formação continuada dos/as educadores/as que atuam em classe multisseriadas no âmbito da educação do campo na Amazônia Paraense evidencia uma série de questões sociais e históricas que interferem diretamente no cotidiano escolar, que a necessidade de formação específica para educadores/as do campo é um dos instrumentos que possibilita mudanças nesse cenário. Para além da política de formação continuada destinada aos educadores que atuam no campo, os arranjos administrativos e políticos da Semed é essencial para a permanência dos profissionais nas escolas multisseriadas no campo. O estudo aponta ainda que, o Programa Escola da Terra contribuiu para compreensão sobre as concepções da educação do campo; possibilitou práticas pedagógicas voltadas as questões inerentes a realidade e o reconhecimento da valorização das práticas sociais e culturais dos/as educandos/as, assim como, a defesa das escolas multisseriadas no território.
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PEDRO SERGIO SANTOS DA COSTA
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AGROVILA LEONARDO D’VINCI E HIDRELÉTRICA BELO MONTE: Um Encontro Impactante Entre Cotidiano e Desenvolvimentismo
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Data: 07/01/2019
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A Rodovia Transamazônica e a Usina Hidrelétrica Belo Monte representam muito mais que apenas duas obras do Governo Federal, elas são concretizações de um modo de pensar desenvolvimentista vigente desde a década de 1950. Entre elas, há um elo sócio-histórico, geográfico e metafórico, a Agrovila Leonardo D’Vinci, um distrito do município de Vitória do Xingu, estado do Pará. Este trabalho tem por objetivo analisar e compreender de que modo os grandes projetos tem gerado custos socioeconômicos e culturais no cotidiano dessa comunidade, e como ela reage a isso, uma vez que esta surge como resultado da grande rodovia e “renasce”, quarenta e dois anos depois, no contexto da hidrelétrica. Para tanto, foram realizadas entrevistas com migrantes da localidade, bem como pesquisa documental. Os resultados apontam para a ocorrência de profundas e aceleradas transformações econômica, desde o início da construção da Usina Hidrelétrica Belo Monte.
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