Notícias

Banca de DEFESA: FLAMILDA DE MORAES PAIVA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: FLAMILDA DE MORAES PAIVA
DATA: 20/05/2022
HORA: 09:00
LOCAL: PPLSA
TÍTULO:

(TRANS) VIVER: NARRATIVAS DE RESISTÊNCIA E ESCOLARIZAÇÃO


PALAVRAS-CHAVES:

Corpo. Trans-experiências. Resistência. Escola.


PÁGINAS: 142
GRANDE ÁREA: Outra
ÁREA: Multidisciplinar
SUBÁREA: Multidisciplinar
RESUMO:

A escola é um lugar no qual todas as pessoas da nossa sociedade são conduzidas a ocupar, é um direito/dever previsto em Lei, entretanto, para alguns, exercer esse direito é algo conturbado, principalmente quando se consideram os corpos que desviam ou não se enquadram nas normas hegemônicas heteronormativas e de branquitude. Esse trabalho se propõe a identificar, descrever e analisar os mecanismos de resistência inventados por mulheres trans para existir e permanecer na escola. Para a construção dos dados foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com três mulheres negras transgênero, com idade entre 20 e 51 anos que foram convidadas para falar de si na escola. A análise dos dados estabeleceu diálogos com diversos autores e suas proposições teóricas. Entre eles Michel Foucault, no que tange as relações de saber/poder estruturadas pelo discurso, alinhado com Guacira Lopes Louro, Simone de Beauvoir, Judith Butler. Nesse caminho, autoras como Ludmila Ribeiro, Beatriz Nascimento, Lélia Gonzalez também foram acionadas, e são trazidas para teorizar sobre as marcas de interseccionalidade que atravessam todas as narrativas, além de estudiosas trans como Jaqueline Jesus, Lohana Berkins, Luma Andrade e Amara Moura para o estabelecimento de elos entre nossos textos e pensamentos para fortalecer a resistência feminina trans epistêmica. O resultado desta pesquisa mostra que mulheres trans apontam problemas recorrentes na escola, tais como a negação do nome social, a dificuldade de acessar o banheiro, os currículos escolares que tendem a universalizar os alunos. Tais questões são tão intensas que as direcionam ao abandono da escola. Como linhas de resistências são construídas: a ressignificação do conceito do isolamento e do distanciamento; não ir ao banheiro ou buscar o momento de menor movimento no qual seja possível ser a única naquele lugar; ocupar o cargo de “chefe de turma”, lugar de legitimidade escolar que exige liderança e popularidade ao passo que lhe agrega respeito; ser mais dedicada, mais ágil, mais estudiosa, passar de ano mais cedo que outros alunos, mostrando seu bom desempenho escolar com boas notas e se fazendo digna desse espaço; fazer-se presente e ouvida nas discussões acadêmicas, buscar apoio teórico de outras mulheres trans enaltecendo suas escritas; entrar na sala de aula como professora redirecionando o lugar social do corpo trans. Em síntese, essas são algumas linhas de fuga e resistência desenhadas pelas colaboradoras desta pesquisa como estratégias para permanecer na sala de aula, identificadas nas suas narrativas e analisadas no decorrer do presente texto.


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 3449353 - NORMA CRISTINA VIEIRA COSTA
Externo à Instituição - GEORGIA DE SOUZA TAVARES
Notícia cadastrada em: 17/05/2022 10:49
SIGAA | Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação (CTIC) - (91)3201-7793 | Copyright © 2006-2024 - UFPA - jatoba.ufpa.br.jatoba2