A MORTE COMO HIPÓTESE DE TRABALHO: A PERCEPÇÃO DOS RISCOS PROFISSIONAIS PELO POLICIAL MILITAR NAS DIFERENTES REGIÕES DO ESTADO DO PARÁ
riscos policiais; vitimização; polícia militar; percepção de riscos
A vitimização policial militar, considerada como o fenômeno em que o policial é vítima de
alguma ação ou acontecimento em decorrência de sua escolha profissional não é um fenômeno
novo, visto que está diretamente ligado aos riscos da atividade. O risco policial, que se inicia
com a entrada do indivíduo na corporação e somente se encerra após a sua morte, foi definido
nesta pesquisa como a exposição do profissional a diversos perigos relacionados diretamente
ou não a prática diária do policiamento, não se limitando ao turno de serviço, está diretamente
relacionado a vitimização. Compreender, portanto, como tais profissionais percebem o risco
associado à profissão se reveste de grande importância para o desenvolvimento de ações que
venham a diminuir a vitimização policial. Esta pesquisa analisou os diferentes tipos de riscos
associadas ao trabalho policial e as distintas percepções que os policiais militares paraenses têm
em função da região do estado onde exercem suas atividades, especificamente nos municípios
de Belém, Marabá e Santarém. Tratou-se de um estudo de natureza mista, exploratória e
explicativa que utilizou como técnicas de investigação a análise documental, entrevistas
semiestruturadas, grupos focais e aplicação de questionários como técnica de coleta de dados.
Foram obtidos resultados que acenam para uma percepção de riscos que é afetada pelo local de
trabalho sobretudo quando é levado em consideração a questão populacional que diferencia
cidade grande x cidade pequena. Finaliza com sugestões que recomendam o aprofundamento
do estudo da percepção de risco com vistas a reduzir o número de ferimentos e mortes na Polícia
Militar.