HABITUS CAMPONÊS-CABOCLO, PRÁTICA SOCIAL CAMELÔ: Duração e adaptação de processos intersubjetivos sobre o mundo do trabalho na Amazônia
Camelôs. Setor Informal. Trabalho. Amazônia. Intersubjetividade.
Este estudo visa demonstrar como o habitus do tipo camponês-caboclo, descrito por Costa (2012) está presente nos camelôs do Centro Comercial de Belém. Para isso, esta tese se apoiou em uma filosofia fenomenológica (Husserl e Heidegger), além de uma sociologia fenomenológica (Schutz) e compreensiva (Weber). Tratou-se, portanto, de identificar a duração de reservas de experiência construídas intersubjetivamente sobre o mundo do trabalho amazônico que atravessaram séculos. Bem entendido, a identificação desses sedimentos foi feita juntamente com a compreensão das especificidades do tipo camelô na contemporaneidade. Por conta disso, realizou-se uma pesquisa de campo de inspiração etnográfica, dentro da lógica da antropologia urbana, para tentar entender a complexidade do trabalho camelô na perspectiva de um fenômeno social total, aos moldes de Mauss (2003), ou seja, com seus aspectos religiosos, sensíveis, políticos e familiares. Para captá-los foram realizadas 10 entrevistas em profundidade, com roteiro flexível, de agosto de 2016 a junho de 2017.