DESMATAMENTO EM ÁREAS TRADICIONALMENTE OCUPADAS: DISPUTAS, CONFLITOS E SIGNIFICADOS DO REFLORESTAMENTO E DA RESTAURAÇÃO FLORESTAL NO BICO DO PAPAGAIO
Palavras-Chave: Conflitos socioambientais; Expulsões; Territórios Ameaçados.
Comunidades tradicionais e Povos Indígenas que vivem em áreas de transição entre os biomas
Amazônia e Cerrado estão sofrendo pressões pelo avanço de monocultivos florestais sobre
seus territórios. O presente trabalho tem por objetivo entender a percepção dos indígenas da
Aldeia Cocalinho, na Terra Indígena Apinayé, no Tocantins, e da Comunidade de
Quebradeiras de Coco Babaçu Sete Barracas, também no Tocantins, sobre o significado de
reflorestamento a partir dos projetos desenvolvidos na região do Bico do Papagaio – TO,
pelas empresas transnacionais Suzano e Nobleinvest. A pesquisa propõe observar os projetos
de reflorestamento das empresas florestais em perspectiva às práticas tradicionais das duas
comunidades, de forma a evidenciar as contradições do modelo de reflorestamento
predominante na região do Bico do Papagaio. A abordagem desta pesquisa está pautada na
pesquisa participante e na etnografia, e metodologicamente o trabalho foi realizado com base
em pesquisas bibliográficas e no levantamento de dados secundários e primários, incluindo a
realização de pesquisas de campo nas duas comunidades estudadas. A tese defendida é de que
as empresas florestais Suzano e Nobleinvest causaram várias acumulações por espoliações,
especialmente através dos desmatamentos realizados para a limpeza dos seus terrenos para
implantação de seus monocultivos, e que em suas interações com as comunidades, espoliaram
e continuam espoliando, ou seja, roubam, lesam e privam as comunidades tradicionais em
seus arredores de entender o reflorestamento praticado pelas referidas empresas como uma
técnica que traz benefícios positivos para o ecossistema.
Palavras-Chave: Conflitos socioambientais; Expulsões; Territórios Ameaçados.