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Banca de QUALIFICAÇÃO: JOANA EMMERICK SEABRA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JOANA EMMERICK SEABRA
DATA: 12/07/2022
HORA: 16:00
LOCAL: AMBIENTEL VIRTUAL
TÍTULO:

Sentidos de mundo por mulheres diversas de Abya Yala e a defesa dos corpos-territórios: etnografias em movimento – do chão da luta ao espaço virtual


PALAVRAS-CHAVES:

Lutas, mulheres diversas; territorialidades; corpos-territórios; sentipensamentos; mundos


PÁGINAS: 102
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Antropologia
RESUMO:

As políticas que calcam o modelo de desenvolvimento, em Abya Yala, denominado por alguns como um extrativismo predatório, estabelecem um continuum de violência colonial (SANTISTEBAN, 2017) nunca ceifada, mas que adquire renovada gravidade na atual conjuntura. Grandes projetos de desenvolvimento e seus processos de territorialização dominante, capitaneados sobretudo pela mineração e agronegócio, cortam e pressionam à reconfiguração os corpos-territórios de mulheres diversas e suas coletividades, entrando em fricção, tensão ou antagonizando com suas próprias identidades, subjetividades e territorialidades. Nesta pesquisa, acompanhamos mulheres que estão muitas vezes à frente dessas lutas ecológicas-ontológicas (ESCOBAR, 2017), buscando aprender sobre as múltiplas violências enfrentadas por elas, por um lado, e, por outro, as formas como a relação corpo-território é mobilizada em sentipensamentos, territorialidades e estratégias de coletivização das r-existências. Seguindo pistas, histórias, conexões e relações através de uma etnografia inspirada na proposta multi situada de George E. Marcus (2001), construímos uma forma de mapeamento postulando como mulheres diversas constroem, por sua vez, um mundo permeado por muitos mundos na defesa dos corpos-territórios. Costuramos, assim, uma conversa que abarca atividades que ocorreram no espaço virtual, instituídas em plena pandemia global de Covid 19, nos anos de 2020 e 2021, e pisando o chão de algumas de suas/nossas lutas, junto a lideranças comunitárias, parteiras, pajés, benzedeiras, filhas de santo, militantes, corpos plurais e rebeldes, com ênfase em lugares no Pará e no Maranhão. Conversas nas quais dialogamos sobre as dinâmicas que visam interditar os corpos, conhecimentos e saberes de consciência com a terra/natureza, que se agravam com os corpos feminizados e racializados pela modernidade colonial, e que implicam interdições do viver, defender e transmitir a relação território-corpo-terra através de violências contra aquelas e aqueles que detém um notório saber sobre a relação do corpo com seu todo ambiente (PIRES, 2020), sejam estes saberes ancestrais ou adquiridos em trajetórias pessoais e coletivas. Concluímos, por fim, que a defesa dos corpos-territórios e seus sentidos de mundo passa pela sustentação de territorialidades políticas e territorialidades espirituais (PIRES, 2022) que envolvem a defesa de relações de vida (PIRES, 2021) na contramão dos projetos de morte, lidos também como uma necropolítica da expropriação patriarcal extrativista (CORTÉS-CORTÉS; ZAPATA-MARCELO, 2022).


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - DELMY TANIA CRUZ HERNANDEZ
Interno - 1553704 - JULIA OTERO DOS SANTOS
Interno - 2316255 - KATIANE SILVA
Externo à Instituição - PATRICIA MARIA PORTELA NUNES
Presidente - 325725 - ROSA ELIZABETH ACEVEDO MARIN
Notícia cadastrada em: 11/07/2022 10:00
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