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Banca de QUALIFICAÇÃO: JARDEL PACHECO QUEIROZ

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JARDEL PACHECO QUEIROZ
DATA: 18/08/2023
HORA: 14:00
LOCAL: Laboratório de Neuroquímica Molecular e Celular - ICB
TÍTULO:

Atividade antiproliferativa e antineoplásica de nanoemulsões de lapachol associado a fibroína da seda em modelo in vivo de peixes zebrafish (danio rerio).


PALAVRAS-CHAVES:

Antineoplásico. Tumor Cerebral. Lapachol. Bombyx mori


PÁGINAS: 78
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Farmacologia
RESUMO:

INTRODUÇÃO: O câncer é uma doença que tem crescido exponencialmente nos
últimos anos. O tratamento na maioria das vezes é extremamente agressivo ao paciente, pois
inclui altas doses de quimioterapia, radioterapia ou procedimentos cirúrgicos. O Glioblastoma é
um tipo de tumor desenvolvido em células do tronco encefálico, progenitores gliais e astrócitos
no sistema nervoso central, é o subtipo mais maligno de glioma. Os produtos naturais são fontes
promissoras para a descoberta de novas drogas. O lapachol é uma substância de origem natural
extraído da casca do ipê-roxo (
Tabebuia impetiginosa), pertencente a família das quinonas,
consagrado na literatura científica como um veemente antitumoral, e a fibroína, proteína
extraída do bicho da seda que tem despertado interesse por também apresentar atividade
antitumoral. Ambos serão utilizados ao decorrer deste trabalho para teste de suas propriedades
antitumorais in vitro e in vivo em modelo de peixes Zebrafish xenotransplantados com glioma.
OBJETIVO: Preparar nanoemulsões de lapachol produzidas com fibroína da seda sobre a
atividade antitumoral em células de camundongo de glioma c6
in vitro e em modelo de peixe
Zebrafish (Danio rerio).
METODOLOGIA: o lapachol (LP) foi extraído da casca do ipê-roxo por
métodos químicos e identificado molecularmente por Cromatografia Gasosa e Ressonância
Magnética Nuclear 1H. A fibroína foi extraída do bicho-da-seda e utilizada nesse estudo. Em
seguida foram preparadas duas soluções, uma nanoemulsão com lapachol e tween (NLP) e uma
microemulsão lapachol, fibroína e tween (LP-SF) utilizando como componente aquoso a solução
de fibroína desenvolvida no laboratório de Biocatálise e Síntese orgânica (Universidade Federal
do Amapá). Além disso, soluções brancas também foram preparadas para excluir a inteferência
do tween e DMSO no teste. Testes in vitro foram realizados no laboratório de Neuroquímica
Molecular e Celular da Universidade Federal do Pará em células tumorais de glioma C6,
cultivadas por 72 H e posteriormente eram submetidas a teste em placas de 96 poços com
lapachol (LP), Nanoemulsão de Lapachol (NLP) e Microemulsão lapachol e fibroína (LP-SF) para
analisar o potencial antitumoral, pela técnica de viabilidade celular (MTT). Para analisar a
toxicidade dos compostos em contato com as células, realizou-se o teste de MTT em células
sadias da glia nas concentrações de 10, 25, 50, 75 e 100 µg/ml. Também foi realizado o teste de
hemólise que objetivava analisar se as nanoemulsões eram prejudiciais às células sanguíneas.

Também testes preliminares estão sendo realizados em modelo in vivo com peixes Zebrafish
transplantados com glioma humano.
RESULTADOS E DISCUSSÕES: as análises espectroscópicas
de cromatografia gasosa e ressonância magnética nuclear confirmaram o lapachol.
Nanoformulações foram desenvolvidas com o intuito de testar sua atividade antitumoral e, se
apresenta menor agressão as células. O teste de viabilidade celular (MTT) realizado sobre células
de glioma C6 mostrou que LP apresentou ótima atividade antitumoral, tendo 16,8% de células
vivas apenas, na concentração de 100 µg/ml conforme descrito na literatura. Porém, não tem
uso constante em seres humanos devido sua alta toxicidade conforme constatado em nossos
estudos. NLP apresentou viabilidade celular de 7,9%, ou seja, teve uma mortalidade de 92,1%,
enquanto LP-SF apresentou a melhor atividade antitumoral comparada as duas soluções
apresentando viabilidade celular na maior concentração de 3,5%, ou seja, após o uso da
nanoemulsão 96,5% das células tumorais morreram. Apesar de apresentar uma veemente
atividade antitumoral testes de MTT em células sadias da glia evidenciaram que NLP apresentou
baixa viabilidade celular em células sadias da glia, ou seja, além de causar morte em células de
glioma também matou células sadias. No entanto, a nanoformulações LP-SF apresentou o
melhor resultado no que tange ao desenvolvimento de um antitumoral eficiente e que não
agrida as células sadias, tornando uma droga seletiva e segura, pois apresentou reduzida morte
das células sadias da glia. O teste de hemólise que objetiva analisar se a droga causa morte às
hemácias foi realizado e as três drogas testadas apresentaram taxa hemolítica menor que 10%,
o que é aceitável de acordo com a literatura.
CONCLUSÕES: Portanto, NLP apresenta melhor
atividade antitumoral do que LP, porém apresenta toxicidade às células sadias da glia, o que o
torna uma droga não segura, apesar de no teste de hemólise não apresentar agressão a
integridade da célula eritrocítica. LP-SF apresentou-se como uma droga eficiente como
antitumoral, não apresentou toxicidade às células sadias da glia e não ofereceu danos às
hemácias, caracterizando-se como uma droga segura e seletiva in vitro. São necessários mais
estudos, sobretudo in vivo, para que essa droga promissora seja testada e avaliada sua atividade
antitumoral e redução de sua toxicidade comparada a LP.



MEMBROS DA BANCA:
Externo ao Programa - 2434806 - CHUBERT BERNARDO CASTRO DE SENA
Presidente - 327182 - JOSE LUIZ MARTINS DO NASCIMENTO
Interno - 1226495 - LUIZ CARLOS SANTANA DA SILVA
Interno - 1297519 - MOISES HAMOY
Notícia cadastrada em: 16/08/2023 14:39
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