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Banca de DEFESA: FERNANDA DE NAZARE PEREIRA GOMES

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: FERNANDA DE NAZARE PEREIRA GOMES
DATA: 31/03/2022
HORA: 15:00
LOCAL: CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE BRAGANÇA
TÍTULO:

MITOGENÔMICA DA SUBFAMÍLIA CALLITRICINAE SENSU SCHNEIDER, 2000.


PALAVRAS-CHAVES:

Filogenia, mtDNA, Origem da Cadeia Leve, Primatas do Novo Mundo, Callitrichinae


PÁGINAS: 154
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Genética
SUBÁREA: Genética Animal
RESUMO:

Os primatas Neotropicais são endêmicos das Américas do Sul e Central. Dentre eles, a subfamília Callitrichinae possui a maior diversidade de espécies, reunindo os primatas de pequeno porte que ocorrem na Amazônia e na Mata Atlântica, os quais são distribuídos em sete gêneros: Saguinus, Leontocebus, Leontopithecus, Callimico, Callithrix, Mico e Cebuella. A subfamília Callitrichinae é sem dúvida uma das mais complexas quanto a taxonomia e aos relacionamentos inter e intra-genéricos. As principais questões em aberto e que norteiam o desenvolvimento desta tese referem-se i) às discussões a respeito das relações filogenéticas entre as espécies do gênero Callithrix, ii) quanto ao posicionamento do emblemático M. humilis, iii) à relação de parentesco entre Saguinus e Leontopithecus e iv) a relação do grupo irmão desta subfamília. Diante disso, o presente estudo teve como objetivo inferir as relações de parentesco dentro de um quadro biogeográfico condizente com a distribuição dos primatas Neotropicais e, desta forma, avançar o conhecimento acerca da história evolutiva da subfamília Callitrichinae com base em sequencias do genoma mitocondrial. Os resultados produzidos sobre a mitogenômica comparativa evidenciaram que o genoma mitocondrial dos primatas Neotropicais corresponde a uma molécula de dupla fita circular, composta por 38 genes, dos quais 13 genes são codificadores de proteínas, 22 de tRNA, 2 de rRNA e duas regiões não codificadoras. Com exceção do gene ND6 e de oito genes de tRNA, todos os outros genes são codificados na cadeia pesada. Os resultados do presente estudo evidenciaram a presença de uma sequência não codificadora com cerca de 32 pb entre os genes de tRNA Asparagina e Cisteína. Os genes codificadores de proteínas apresentaram quatro diferentes códons de iniciação: ATG, ATA e ATT e GTG. Foram observados quatro stop códons completos: TAG, TGA, TAA e AGG, este último exclusivo do gene COI. O uso de aminoácidos mostra que a Isoleucina, Leucina, Prolina, Serina e Treonina foram dominantes em relação aos demais aminoácidos. Estes aminoácidos são, em sua maioria, compostos por A ou T na segunda e terceira posição do códon, contribuindo para o viés A+T em todo o mitogenoma. Não observamos rearranjos de genes em todo o genoma mitocondrial, e nas famílias Cebidae, Atelidae e Pitheciidae, a região controle é a principal fonte de variação no tamanho dos mitogenomas. As análises de Máxima Verossimilhança e de Inferência Bayesiana foram congruentes e recuperaram o monofiletismo do gênero Mico, incluindo o mico-anão M. humilis. A estimativa de tempo de divergência mostrou que o surgimento de M. humilis e de C. aurita ocorreu praticamente num mesmo momento e reforça a proposta de que “humilis” pertence a Mico e não ao gênero Callibella. As topologias refutaram Saguinus e Leontopithecus como grupo-irmãos. No presente estudo, Aotus foi recuperado como grupo-irmão dos Cebídeos, estando estes mais proximamente relacionados com a subfamília Callitrichinae. A reconstrução do cenário biogeográfico revelou que o ancestral dos calitriquídeos possuía ampla distribuição nas regiões florestais de Imeri, Napo e Negro há 19.3 Ma. O padrão de diversificação dos gêneros Leontopithecus e Callithrix corroborou a hipótese de conexão entre a Amazônia e a Mata Atlântica. Ocorreram várias colonizações na Mata Atlântica, primeiro por Leontopithecus há cerca de 18 Ma e mais tarde por Callithrix por volta de 5.1 Ma. Na bacia Amazônica, a diversificação dos gêneros Leontocebus e Saguinus ocorreu aproximadamente há 13.1 Ma, e posteriormente, Cebuella e Mico diversificaram há 8.1 Ma. As mudanças no sistema de drenagem fluvial da Amazônia, formações geológicas e as mudanças climáticas do Plio-Pleistoceno foram os principais impulsionadores da origem e diversificação das espécies atuais de Calitriquíneos. Este estudo, traz pela primeira vez, dados de todos os gêneros de Calitriquíneos refletindo as reais relações de parentesco e discutindo os principais eventos que norteiam a história biogeográfica deste importante grupo de primatas do Novo Mundo.


MEMBROS DA BANCA:
Externo ao Programa - 2478965 - JULIANA ARARIPE GOMES DA SILVA
Interno - 2378657 - MARCELO NAZARENO VALLINOTO DE SOUZA
Presidente - 326353 - MARIA IRACILDA DA CUNHA SAMPAIO
Externo ao Programa - 2646631 - PERICLES SENA DO REGO
Externo ao Programa - 2315294 - RENATA COELHO RODRIGUES NORONHA
Notícia cadastrada em: 30/03/2022 08:29
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