CARACTERIZAÇÃO FÍSICA, MORFOLÓGICA, MECÂNICA E EM TÚNEL DE VENTO DE DO PECÍOLO DO MIRITI COMO UM POTENCIAL MATERIAL PARA APLICAÇÕES EM PÁS DE TURBINAS EÓLICAS
Sustentabilidade, Mauritia flexuosa, Ochroma pyramidale, aero geradores, caracterização de materiais.
Em muitas pequenas pás de turbinas eólicas, o espaço interno entre as cascas laminadas é preenchido por um núcleo de material. Neste contexto, com o objetivo de possibilitar a aplicação em pás pequenas e grandes, neste trabalho é apresentado o pecíolo da palmeira do miriti (PMP), como um material potencial para esse tipo de aplicação, não só em termos de suas propriedades físicas, mas também sua morfologia, resposta mecânica do material e desempenho de partida de pás fabricadas com este. O PMP é abundante na região amazônica e sua colheita não destrói a palmeira porque o pecíolo cresce novamente, então a colheita é totalmente sustentável e pode muito bem ter um papel importante no aumento da sustentabilidade na fabricação de turbinas eólicas. Consideramos os benefícios de usar o pecíolo facilmente trabalhado para o núcleo em termos de fabricação, conforme demonstrado pela construção de uma pá de 0,598 m. O PMP é menos denso em média do que materiais alternativos, como poliestireno expandido (EPS) e madeira balsa (BW). O desempenho inicial é uma questão importante para pequenas turbinas eólicas. A baixa densidade da pequena pá feita usando pecíolo de miriti reduz o tempo de partida em 10% quando comparado ao EPS e 42% quando comparado à BW. A estrutura física e morfológica do PMP e da BW é, em linhas gerais, semelhantes. O comportamento térmico do PMP mostra que este material possui estabilidade térmica e não compromete o seu uso em boa parte dos processos e métodos de fabricação de turbinas eólicas. Em relação às propriedades mecânicas de tração, compressão, flexão e cisalhamento, foi observado que tanto a BW quanto a PMP mostraram ter comportamento elasto-plástico. A maioria das propriedades mecânicas da BW são maiores do que as da PMP, mas as propriedades específicas do PMP, no entanto, são maiores do que as da BW, exceto aquelas em que a aplicação da carga não coincide com a direção dos feixes vasculares. Os resultados de fadiga mostram que o PMP possui uma vida útil em fadiga de cerca de 106 ciclos.