RESISTIR ATRAVÉS DA REDE: Análise netnográfica do movimento #adiaenem na Região Amazônica.
Enem; Twitter; Resistência; Sujeito; Pandemia
A pandemia do Coronavírus, covid-19 mudou profundamente as relações e rotinas das pessoas ao redor do mundo. A impossibilidade de sair de casa e de ter contato direto com colegas, amigos e familiares devido ao isolamento social, recomendado pelas principais autoridades sanitárias, tem causado profundos impactos e consequências, ainda, impossíveis de serem concluídas. Com as inúmeras cepas do vírus se espalhando com mais velocidade, as previsões para a volta da “normalidade” são incertas. Nesse período pandêmico, vários setores foram afetados, como empresas, comércio e principalmente a educação, visto que o isolamento social foi imposto em todo o mundo o que automaticamente impede que o estudante ocupe seu espaço habitual, a escola. Algumas instituições educacionais adotaram o modelo de educação online (EAD), porém muitos foram os problemas, para uma execução de qualidade, encontrados como veremos ao longo dessa pesquisa. Um evento em particular, que será objeto de deste estudo, ganhou amplo debate não apenas na mídia, mas também nas redes sociais online: a aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio ( ENEM 2020). Surgiu então o movimento social online #adiaenem, cujo objetivo era adiar a aplicação da prova que a princípio estava agendada para novembro de 2020 e foi transferida para janeiro de 2021. Diante desse contexto, o objetivo central deste estudo é analisar o movimento online #adiaenem na rede social Twitter no período pandêmico do Covid-19. Esta pesquisa propõe então uma reflexão sobre a pandemia e as manifestações online através do Twitter sobre o adiamento da prova no Norte do país. Este estudo possui base teórica na compreensão dos movimentos sociais online (CASTELLS, RECUERO) e as relações de poder (FOUCAULT,SCOTT) construídas por intermédio das desigualdades, resistências cotidianas, lutas transversais e a autonomia do sujeito (MIGUEL). Tendo como proposta metodológica uma análise de conteúdo netnográfica (BARDIN; KOZINETS) e um estudo comparado (FACHIN) para compreender quais são as semelhanças e as diferenças no do movimento em dois momentos, Maio/2020, quando o movimento surgiu, e em Janeiro/2021 quando o exame foi aplicado.