VIVÊNCIAS NEGRAS AMAZÔNICAS: Interpretações comunicativas de jovens negras e negros da Amazônia urbana de Belém do Pará
Amazônia negra; Belém do Pará; Comunicação; Declaração racial; Vivências negras.
Esta pesquisa apresenta como tema “Vivências Negras Amazônicas: Interpretações comunicativas de jovens negras e negros Belém do Pará”, por meio de relatos de um grupo de jovens negras e negros dos diversos contextos Na Amazônia urbana de Belém. Neste sentido, a pesquisa tem em sua centralidade os processos comunicativos desse grupo a fim de refletir sobre suas existências e resistências nos espaços ocupados por elas e eles. A questão norteadora da pesquisa foi: Como se constituem os processos comunicativos de um grupo de jovens negras e negros em relação às suas vivências e resistências raciais no espaço amazônico urbano de Belém do Pará? Por meio do percurso aqui chamado “(Afro)centrado nas sujeitas e nos sujeitos” utilizou-se a teoria da Afrocentricidade (ASANTE, 2009) juntamente com os métodos de pesquisa de Grada Kilomba (2019) de forma a abarcar, teórico e metodologicamente, a temática abordada. Por meio de 06 (seis) relatos de vivências, foi possível compreender a existência de dois tópicos centrais nos processos comunicativos abordados em relação a racialidade: uma em âmbito local, tendo a morenidade elencada ao povo e à cidade de Belém do Pará ter sido construída e empregada como ponto de aniquilação e distanciamento de um herança histórica e social negra, (CONRADO; CAMPELO; RIBEIRO, 2015; ALVES SARRAF, 2019) e uma em âmbito nacional, onde a divisão por “cor” ou “raça” do IBGE gera entendimentos controversos, e até o não entendimento acessível sobre ela, levando ao questionamento do quão válido seria definir-se racialmente com base nas diretrizes do órgão censitário. Ainda, a internet surge, nos relatos, como meio importante citado, permeando as vivências das sujeitas e sujeitos interlocutores. Desta forma, as relações comunicativas do grupo pesquisado iniciam impactados pelas construções sociais e simbólicas com base na diferença, no preconceito, na violência, na desigualdade e na segregação odienta social e espacial (SODRÉ, 2019; 2020), entretanto, foi possível verificar que grande parte dos relatos avança no movimento de libertação das consciências e de agência de si (ASANTE, 2009; MAZAMA, 2009), demonstrando que cada pessoa negra apresenta seu próprio ritmo e vontade em romper com os moldes de pensamento limitadores e racistas que impulsionaram/impulsionam a dinâmica da sociedade Amazônica belenense e brasileira.