A marca da ciência na Amazônia: o Instituto Evandro Chagas e o conhecimento produzido fora dos centros hegemônicos
Amazônia, Ciência, Instituto Evandro Chagas, marca, Colonialismo, Hegemonia.
O presente projeto de pesquisa visa analisar a imagem de marca do Instituto Evandro Chagas como forma de observar que valores e conceitos são atribuídos às instituições de ciência originadas e atuantes na Amazônia. Para tanto, por meio de fontes documentais, será realizada uma abordagem crítica quanto aos acontecimentos que tiveram fator determinante em sua institucionalização, como sua participação nos grandes projetos desenvolvimentistas, os convênios e parcerias com instituições de pesquisa internacionais, e mais recentemente
com controvérsias que colocaram sob suspeita a excelência da capacidade técnica do Instituto. Aliado a isso serão realizadas entrevistas semiestruturadas com pesquisadores e colaboradores da instituição sobre o fazer ciência na Amazônia e as suas percepções com relação às controvérsias já mapeadas e outras que possam vir a tona, bem como a aplicação de formulário online ao público em geral a fim de colher também suas percepções sobre o IEC. Serão utilizados aportes teóricos para discussão da ciência enquanto construção social e como responsável por colocar homem e natureza em lugares opostos na cosmovisão moderna (Boaventura, Latour, Stengers), também como fundamento para exercer o controle da subjetividade e subalternização dos povos colonizados (Quijano, Mignolo, Maldonado-Torres). Com essa abordagem busca-se entender como os efeitos que o imaginário e as construções simbólicas sobre a região Amazônica (Gondim, Amaral Filho, Dutra, Costa), enquanto lugar exótico e selvagem, paraíso perdido, desde o início da colonização, e na contemporaneidade como santuário ecológico, têm afetado as percepções sobre o lugar que ocupam esses territórios dentro do sistema/mundo global.