Trajetórias da auto-percepções racial de jovens negras e negros de áreas urbanas periféricas de Belém/PA
Corpo negro; Narrativas; Belém do Pará; Cidadania.
A presente dissertação reflete sobre como foram tecidas as trajetórias de um grupo de jovens negros e negras da área urbana periférica de Belém do Pará acerca da questão racial em suas vidas e de que modo estes compreendem a questão racial dentro de suas vivências. A escolha da temática surgiu da necessidade da compreensão e da reflexão do que pode ser considerado basilar ao pesquisar as populações negras, que é como estas percebem e comunicam a si mesmas em seus cotidianos, em seus espaços ocupados e em suas histórias pessoais, em um viés pró-cidadania de acesso ao direito à palavra (FREIRE, 1983; 2011; AMORIM, 2021) e ao falar por si (ASANTE, 1988), especialmente em uma perspectiva de pesquisa negra e decolonial (QUIJANO, 2005; TORRES, 2019), na região Amazônica urbana e periférica belenense – historicamente marcada pelo apagamento das identidades negras (ALVES-SARRAF, 2015). Através de 06 (seis) entrevistas em profundidade, ocorridas no período de Outubro de 2021 à Abril de 2022, e por meio de arguição teórico-metodológica, de base qualitativa, através de narrativas orais (BROCKMEIER; HARRÉ, 2003; MOTTA, 2013) das sujeitas/sujeitos entrevistados, conforme metodologia centrada nos sujeitos (KILOMBA, 2019), a dissertação é escrita na perspectiva de escrevivência (EVARISTO, 2007) ao também trazer a responsabilidade do pertencimento da pesquisadora à coletividade que é retratada.