DESENVOLVIMENTO CAPITALISTA E REPRODUÇÃO CAMPONESA:
A subsunção do trabalho ao capital na dendeicultura da microrregião paraense de Tomé-Açu.
Desenvolvimento capitalista; reprodução camponesa; subsunção do trabalho;
dendeicultura.
A pesquisa versa sobre a relação entre o desenvolvimento capitalista e a reprodução
camponesa. Objetiva-se examinar a reprodução camponesa da microrregião paraense de
Tomé-Açu diante das relações de produção estabelecidas com a agroindústria do óleo de
palma. A base teórica que a sustenta é a teoria marxista do desenvolvimento capitalista. O
método de interpretação e análise é o materialismo histórico e dialético, tendo como elemento
fundamental o princípio da totalidade. A natureza da pesquisa é de tipo qualitativo, sendo os
sujeitos da pesquisa os camponeses saídos para trabalhar como assalariados para as empresas
dendeícolas e os camponeses integrados, produtores de cachos de dendê para as agroindústrias
sob contrato de parceria. Utilizam-se dados secundários e dados primários, estes últimos
coletados mediante as técnicas da observação participante e de entrevistas de
aprofundamento, aplicadas nos locais de moradia e de trabalho dos sujeitos, assim como nos
locais de representatividade qualitativa, como sindicatos e associações. A hipótese é que o
campesinato da microrregião de Tomé-Açu tem sofrido, nesta escala, muito mais do que uma
simples diferenciação interna, mas um processo de desintegração (o que não significa
desaparecimento), metamorfoseando a propriedade camponesa em propriedade para o capital,
ao fornecer forças de trabalho e matérias-primas para a agroindústria, um processo que se
agudiza à medida que avança o modo de produção especificamente capitalista (o
desenvolvimento da subsunção real do trabalho ao capital) e que tem diversas implicações
para a autonomia e a luta camponesa.