SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS DOS AMBIENTES COSTEIROS DO MUNICÍPIO DE SALINÓPOLIS –
PA: ANÁLISE E VALORAÇÃO NO CONTEXTO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS.
Serviços ecossistêmicos, Ambientes costeiros, Perigos costeiros, Salinópolis.
Os Serviços Ecossistêmicos (SE) são definidos como bens e benefícios tangíveis e intangíveis produzidos pelos ecossistemas e usufruídos pela sociedade, vide fornecimento de alimentos, suporte abiótico para a diversidade biótica e produção científica, além de inúmeros aspectos da vida. Os SE estão categorizados em quatro classes, intituladas de provisão (alimentos, água potável, combustível, madeira e fibra), suporte (ciclagem de nutrientes, formação do solo e produção primária), regulação (regulação climática, proteção contra inundações e purificação da água) e cultural (recreação, estética, educacional e espiritual). Hotspots de provimento de SE, a zona costeira abriga ambientes costeiros como manguezais, florestas, recifes de coral, pântanos, recifes de ostras, dunas altas e baixas, lagoas, lagunas, ilhas, deltas, os quais promovem a multiplicidades e particularidades na oferta dos serviços ecossistêmicos. Tais ambientes são propensos a reduzir a exposição à erosão, inundações de tempestades e níveis futuros de elevação nível do mar a proteger pessoas (incluindo habitantes de menor poder aquisitivo, crianças e idosos) e propriedades vulneráveis. Desse modo, em relação as consequências das mudanças climáticas os SE prestam uma contribuição a sociedade como a proteção aos perigos costeiros vinculados a categoria de regulação. Essas abordagens estão alinhadas com as atuais possibilidades de ofertar “Soluções Baseadas na Natureza” que promovem medidas para a mitigação e adaptação às mudanças climáticas e cooperar nos desafios da adaptação humana. Adicionalmente, face ao futuro aumento da urbanização das cidades costeiras e aos impactos das alterações climáticas, reconhecer o valor das funções de proteção dos SE garantem um desenvolvimento urbano sustentável e equitativo. O município costeiro de Salinópolis, parte da Zona Costeira Paraense, possui ambientes costeiros comprometidos em virtude da intensificação da ocupação com múltiplas atividades antrópicas e o aumento do turismo marcado pela expansão de empreendimentos e loteamentos de condomínios e resorts de alto padrão, concomitante com os intensos processos erosivos recorrente nessa região. Na perspetiva de evidenciar a potencialidade de adaptação costeira às mudanças climáticas a presente tese objetiva analisar e valorar os SE dos ambientes costeiros do município de Salinópolis (Pará) no contexto de adaptação às mudanças climáticas. Para o alcance dos resultados foi realizado uma revisão no âmbito do estado da arte sobre o uso dos ambientes costeiros na função de SE na Amazônia Brasileira, uso do software InVest, por meio de um índice que qualifica a vulnerabilidade costeira e atribuição do valor econômico do manguezal na função de proteção costeira via Método de Custo Evitado. Essas abordagens são essenciais para absorção e a implementação de estratégias de proteção costeira, viabiliando os tomadores de decisão o conhecimento de análise e ferramentas que possam sintetizar dados físicos demográficos e ecológicos para identificar de forma espacialmente explícita onde os ecossistemas são mais propensos a reduzir a exposição das comunidades vulneráveis. Além de fomentar pesquisas acadêmicas direcionados aos Serviços Ecossistêmicos de regulação que ainda são incipientes a nível amazônico costeiro, e mais particulamente no contexto da zona litorânea paraense.