QUILOMBOLAS, GRANDES EMPREENDIMENTOS E PODER NA AMAZÔNIA:
TENSÕES TERRITORIAIS VIVIDAS NO BAIXO TOCANTINS (PA).
Tensões territoriais. Terras quilombolas. Grandes Empreendimentos. Baixo Tocantins.
Neste trabalho intitulado QUILOMBOLAS, GRANDES EMPREENDIMENTOS E PODER
NA AMAZÔNIA: TENSÕES TERRITORIAIS VIVIDAS NO BAIXO TOCANTINS (PA),
sustento a tese de que existem tensões territoriais entre os povos quilombolas e os grandes
empreendimentos localizados no Baixo Tocantins (PA). O pressuposto adotado é de que após
a deflagração da Operação Amazônia em 1966 o Estado Brasileiro voltou seus interesses de
forma especial para este fragmento territorial o qual passou a ser alvo de diversos e de distintos
paradigmas de desenvolvimento, acarretando uma série de transformações que atingiram em
cheio não apenas as populações locais e aqui, destaco os povos quilombolas, mas também as
dinâmicas da natureza. O objetivo geral é construir uma reflexão geográfica sobre as tensões
territoriais produzidas no encontro entre os grandes empreendimentos e os povos quilombolas
no Baixo Tocantins, para tanto, observo as dinâmicas territoriais no município de Baião, um
dos onze da região tocantina. A justificativa para a escolha tem relação com a relevância de
suas experiências territoriais para a pesquisa proposta. A categoria analítica que fundamenta
esta reflexão é o território usado. Do ponto de vista metodológico adoto dois procedimentos
complementares: uma metodologia analítica fundamentada nos conceitos de periodização e
evento que me levou a pensar em dois tempos distintos, o tempo 1 (T1), anterior a chegada do
evento, que sinalizo aqui como a inserção do grandes empreendimentos na região e, o tempo 2
(T2), situação posterior a implantação dos empreendimentos; uma metodologia operacional que
contempla a realização de revisão bibliográfica, entrevistas estruturadas e semiestruturadas e
de trabalhos de campo. Os resultados confirmam a tese de que existem tensões territoriais entre
quilombolas e grandes empreendimentos, contudo, essas tensões nem sempre estão
acompanhadas de conflitos e disputas territoriais, posto que, existem formas sutis de exercício
de poder, no e sobre o território, capazes de acionar mecanismos simbólicos, promovendo uma
violência simbólica que faz crer e ver.