“COMO NUNCA ANTES NA HISTÓRIA DESSE PAÍS”: Uma revisão sistemática do lulismo enquanto fenômeno do comportamento político
Lulismo; revisão sistemática; características; condicionantes; fenômeno político.
Luís Inácio Lula da Silva foi eleito presidente da República em 2002 e, de maneira
surpreendente, termina seu primeiro mandato presidencial com 55% de aprovação e, o segundo
mandato presidencial, com 83% de aprovação pessoal (IBOPE, 2010). Em 2006, recebeu apoio
de estratos sociais jamais alcançados pelo Partido dos Trabalhadores, tendo tido uma votação
expressiva no subproletariado, classe excluída do mercado formal. Por isso, André Singer
cunhou o termo ‘lulismo’ para nomear o fenômeno político ocorrido nas eleições presidenciais
de 2006, onde identifica-se um possível realinhamento ideológico eleitoral. O termo se
popularizou no Brasil e, devido a isso, cientistas políticos e sociais tem discutido, ao longo dos
últimos anos, novas análises e reverberações do tema no estudo do comportamento político.
Este presente trabalho se propõe a identificar quais são as características e condicionantes do
lulismo, enquanto fenômeno do comportamento político, que estão presentes na literatura
brasileira. Com o objetivo de responder esse questionamento a partir de uma revisão sistemática
da literatura, examinamos 15 trabalhos acadêmicos publicados entre 2009 e 2023, tendo como
referência metodológica as sete etapas do protocolo de Cooper (2010) para a construção de
revisões sistemáticas. Os resultados encontrados apontam que, o lulismo no Brasil, possui
características de um fenômeno político eleitoral que tem a renda, região e classe dos eleitores
como condicionantes centrais. Com este artigo, espera-se contribuir com o debate sobre lulismo
no Brasil e expandir o uso de revisões sistemáticas em temas de amplos debates na Ciência
Política.