TONS E ENTRETONS DO FEMINICÍDIO: a (in)visibilidade de mulheres negras interseccionadas por racismo e sexismo ante o sistema de acesso à justiça na Região Metropolitana de Belém
Feminicídio; Interseccionalidade; Racismo; Sexismo.
Mulheres negras são brutalmente interseccionadas por racismo e sexismo, enquanto matrizes de opressão, condição esta que as situa na base da pirâmide social. Em se tratando do contexto que envolve, notadamente, a mulher negra no território paraense, tal circunstância apresenta-se em maior grau de complexidade, cuja interseccionalidade entre gênero, raça e classe é agregada ao componente regional, refletindo fortemente nas experimentações que compõem tal vivência. Nessa perspectiva, o estudo realizado teve por objetivo geral compreender como o sistema de acesso à justiça1 aborda a interseccionalidade entre racismo e sexismo, ante o processamento dos casos de feminicídio negro na Região Metropolitana de Belém2 . Em termos metodológicos e para o alcance dos objetivos que orientaram pesquisa ora apresentada, foi adotado o estudo de caso como estratégia de investigação, o qual foi conduzido sob o método indutivo e abordagem qualitativa, desdobrando-se em pesquisa bibliográfica e documental. A pesquisa bibliográfica foi pautada nos estudos de livros e artigos científicos situados no campo do Pensamento Feminista Negro3 , ao passo que a pesquisa documental consistiu na análise de dois casos emblemáticos de feminicídio negro que se deram na Região Metropolitana de Belém entre os anos 2020 e 2022, o que possibilitou mapear como a problemática se manifesta no plano prático local.