DRAMATURGAS PARAENSES E O CONTEXTO DA PRODUÇÃO FEMININA NA DRAMATURGIA BRASILEIRA
dramaturgia; feminismo; dramaturgas brasileiras; dramaturgas paraenses
A insatisfação experenciada ao abrir livros dedicados à escrita dramatúrgica e encontrar um número reduzido de nomes femininos foi o mote inicial para o desenvolvimento da presente pesquisa. Notar que, dentre tais nomes, os de dramaturgas paraenses são majoritariamente ignorados, solidificou o desejo de destacá-los. Tendo em vista que eu, pesquisadora, também sou uma dramaturga paraense, tratar desse tema na Academia tornou-se um imperativo. Este trabalho – que integra o projeto Memória da Dramaturgia Amazônica: Construção de acervo dramatúrgico, coordenado pela professora Bene Martins – objetiva refletir sobre o contexto de silenciamento da figura feminina no decorrer dos séculos, examinando importantes momentos históricos até o advento das dramaturgas brasileiras. A partir deste cenário, buscamos aprofundar questões relacionadas às dramaturgas paraenses, apontando especificidades de suas composições textuais para cena. Optamos por uma abordagem criativa de desenvolvimento, que combina a forma tradicional de escrita acadêmica com diálogos em formato dramatúrgico que transformam as escritoras estudadas em personagens de uma trama teatral, entremeada por conceitos de autores da área. Os dados foram coletados por meio de pesquisas bibliográficas em livros, revistas especializadas, artigos acadêmicos e dissertações que versam sobre temáticas afins; além disso, informações reunidas a partir de entrevistas diretas com dramaturgas paraenses foram fundamentais para o desenvolvimento da pesquisa. Como referenciais relevantes, destacam-se as obras de Gerdal Lerner, bell hooks, Hannah McCann, Simone Beauvoir, Angela Davis, Angela Saini, Mary Wollstonecraft, Virginia Woolf, Heloísa Buarque de Hollanda, Naomi Wolf, Valéria Souto-Maior e Elza Cunha de Vincenzo. Por fim, pretendo contribuir para os esforços de mapeamento dos trabalhos artísticos femininos, buscando reunir trabalhos dramatúrgicos produzidos por escritoras amazônidas, de modo que não sejam relegados ao ostracismo.