RITMALIDADE E PERSPECTIVAS SOBRE CALÇADO SONORO:
entre os sons de plataformas, tamancos e sapatos que ficaram
no armário na pandemia do Covid-19
Tarima. Percussao de pés. Sonoridade. Ritmalidade.
O que foi em algum momento um estudo focado especificamente nas semelhanças sonoras entre o tablado do fandango caiçara do sul do Brasil e as tarimas de alguns fandangos do México, foi interrompido pelo silêncio pandêmico que sem dúvida tocou as almas, os corpos e a vida das pessoas em todo o mundo. No caso deste estudo, esse contexto também foi uma oportunidade silenciosa de pensar sobre sonoridade e produzir som; refletir sobre a origem ameríndia da percussão de pés, suas viagens e seu futuro. Encontrei, através dessas sonoridades e por médio de alguns calçados sonoros, parte de uma sonoridade da minha cultura, da cultura brasileira e da cultura paraense. Descobri e procuro explicar por meio dessa sonoridade, uma ritmalidade encarnada que outorga uma categoría liminar aos dançarinos de dança parafolclórica mexicana, o grêmio e a comunidade a que pertenço e que também inspiram esta pesquisa.