DANÇA SENSORIAL: metodologias no processo de criação em dança para pessoa com deficiência visual.
Palavras-chave: Dança. Deficiência visual. Processo de criação. Háptico. Sensorialidade.
RESUMO
O objetivo deste estudo é analisar as metodologias sensoriais de um processo de criação em dança desenvolvido com bailarinos que possuem deficiência visual. Os conceitos que balizam a pesquisa são: a criação como rede, dialogando com Salles (2008); o háptico a partir de Ingold (2018) e Deleuze e Guatarri (1997) e a fenomenologia da percepção de Merleau-Ponty (2011). O processo de criação poética tem ocorrido nas dependências da Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará (ETDUFPA), com a execução de laboratórios de experimentação e criação em dança em dois grandes eixos – 1. A ‘dança háptica’ e 2. O ‘corpo sonoro’, ambos pautados em vivências em dança com a exploração dos sentidos remanescentes dos sujeitos da pesquisa. A análise conta com dois sujeitos, quais sejam um bailarino cego e uma bailarina com baixa visão. O método de abordagem é o fenomenológico-hermenêutico. A pesquisa de campo é alicerçada pelo procedimento de estudo de caso, e tem como técnicas de coleta de dados o uso de diários de bordo escritos e em áudio, entrevistas não estruturadas, registros audiovisuais e fotográficos dos laboratórios. A pesquisa poética e teórica, base desse estudo, ao investigar metodologias sensoriais no processo criativo em dança para pessoa com deficiência visual, trouxe como possibilidade a dança pensada e executada a partir da percepção háptica e sonora. Os laboratórios de criação mostram a urgência de se pensar nas especificidades, necessidades reais do sujeito. A metodologia sensorial denominada ‘dança háptica’ tem revelado elementos importantes para o processo de criação em dança para pessoas com deficiência visual, tanto a cega, quanto a baixa visão.