AVALIAÇÃO DO PROCESSO INFLAMATÓRIO E POSSÍVEIS ALTERAÇÕES NEUROQUÍMICAS DO TECIDO RETINIANO EM MODELO MURINO DE MALÁRIA CEREBRAL INDUZIDO PELA INFCÇÃO POR Plasmodium berghei ANKA
MALÁRIA CEREBRAL, RETINOPATIA, SISTEMA DE NEUROTRANSMISSÃO, PbA.
A malária é uma doença infecciosa aguda ou crônica causada por parasitas protozoários do gênero Plasmodium, transmitidos ao homem pela picada do mosquito Anopheles. A cada ano 300 mil novos casos de malária são registrados no Brasil, sendo que 99% são transmitidos dentro da região Amazônica, incluindo estados como Amazonas, Roraima e Pará. A malária cerebral (MC) é a mais grave complicação resultante da infecção por P. falciparum e a principal causa de morte em crianças. O quadro de MC apresenta uma patogênese complexa, sendo definida como um estado de coma associado a complicações neurológicas provenientes de uma resposta imunológica exacerbada, bem como eventos hemorrágicos. Estudos descrevem um intenso processo de astrogliose nas proximidades de vasos que nutrem o tecido retiniano, no entanto, pouco é considerado sobre as conseqüências deste processo nas alterações na citoarquitetura deste tecido. A retina é considerada estruturalmente simples, porém apresenta processos especializados complexos. Sabe-se que a fisiologia da retina depende de diferentes sistemas de neurotransmissão, principalmente do sistema glutamatérgico, o qual representa a principal via excitatória do SNC e o sistema gabaérgico, principal via inibitória. Apesar de dados sugerirem a participação do glutamato nas disfunções do SNC associada ao quadro de MC, pouco se sabe a respeito do envolvimento dos sistemas de neurotransmissão nesta patologia, principalmente na retina. Neste contexto, o presente trabalho busca caracterizar o processo inflamatório e as possíveis alterações histológicas e neuroquímicas no tecido retiniano de camundongos albino suíço, quando inoculados com a cepa ANKA de Plasmodium berghei (PbA).