AVALIAÇÃO in vitro DA ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DA Malpighia glabra Linn. EM AGENTES DA CROMOBLASTOMICOSE
Cromoblastomicose, Malpighia glabra, Quercetina.
A cromoblastomicose (CBM) é uma micose por implantação, crônica, de distribuição cosmopolita, causada por fungos melanizados. Após implantação transcutânea, os propágulos dos agentes da CBM apresentam uma plasticidade celular e morfológica única, ocorrendo a diferenciação celular, resultando nas células muriformes. O tratamento dessa micose é um desafio pela ausência de um antifúngico padrão, com isso vários métodos de terapia são utilizados (físicos e farmacológicos), isoladamente ou associados, no entanto com pouco sucesso de cura clínica. O Brasil, principalmente a região amazônica, tem uma vasta biodiversidade de vegetais que precisam ser melhor caracterizados quanto a sua composição química e aplicabilidade no tratamento de diferentes doenças. Nessa variedade de plantas, o fruto da Malpighia glabra Linn. (acerola) apresenta um alto teor de vitamina C, apresentando também vitaminas do complexo B, A, antocianinas e flavonoides, que destacam-se por apresentarem diferentes ações biológicas e terapêuticas já demonstradas tanto em in vitro quanto in vivo. Um grande interesse está atualmente centrado nas atividades biológicas da quercetina, pertencente à classe de flavonoides, pois exerce múltiplas atividades farmacológicas, apresentando propriedades biológicas únicas que pode melhorar o desempenho mental/físico e reduzir o risco de infecção. Este estudo tem como objetivo avaliar a atividade antifúngica in vitro do extrato da M. glabra em conídios e nas células muriformes de cepas de Fonsecaea spp. O extrato da M. glabra apresentou atividade antifúngica tanto em conídios quanto em céls. muriformes das cepas avaliada. Além do extrato bruto, os conídios de diferentes cepas também foram sensíveis a diferentes diluições do extrato, foram avaliadas a concentração inibitória mínima (CIM) e a concentração fungicida mínima (CFM). A quercetina apresentou CIM e CFM igual a 16 μg/mL, para conídios e células muriformes. No entanto são necessários mais estudo para que futuramente a M. glabra ou a quercetina, isolada ou associada com outro componente isolado do extrato, possa ser usada para o tratamento da CBM.