POLIMORFISMOS GÊNICOS DO TIPO INDEL: O PAPEL DA VULNERABILIDADE GENÉTICA NO DESENVOLVIMENTO DA NEUROINFLAMAÇÃO E NA FISIOPATOLOGIA DO TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR
Depressão, Polimorfismos Gênicos, Genes ADRA2B, PAR-1 e NFKB1, Neuroinflamação.
A fisiopatologia da depressão ainda permanece não totalmente compreendida. E apesar das contribuições da hipótese monoaminérgica para a compreensão de parte dos aspectos neurobiológicos desse transtorno, surgiram estudos com o objetivo de investigar o papel da neuroinflamação, dos polimorfismos em genes que influenciam a atividade inflamatória e as funções dos receptores monoaminérgicos no desenvolvimento do transtorno depressivo maior (TDM). Contudo, são poucas as pesquisas que analisaram o papel de vias inflamatórias upstream (como o papel dos genes NFKB1 e PAR1, capazes de influenciar a transcrição gência de citocinas pró-inflamatórias) e do polimorfismo do gene codificante do autorreceptor alfa 2 adrenérgico (gene ADRA2B) em indivíduos com o diagnóstico de depressão. Portanto, o objetivo deste estudo é analisar o papel dos polimorfismos do tipo INDEL dos genes NFKB1 (rs28362491), PAR1 (rs11267092) e ADRA2B (rs34667759) no desenvolvimento do transtorno depressivo maior. Doze pacientes com diagnóstico de TDM e 145 controles saudáveis tiveram amostras de sangue coletadas e os polimorfismos dos 3 genes foram genotipados por uma única reação multiplex. Os produtos do PCR multiplex foram separados por electroforese capilar e os dados analisadas no software GeneMapper 3.7 (Applied Biosystems). Esta pesquisa encontrou uma associação estatisticamente significante entre a variável depressão e os portadores do genótipo Del/Del do gene ADRA2B (p = 0,002): esses indivíduos apresentaram uma chance 6,41 vezes maior de desenvolver depressão quando comparados aos portadores dos genótipos Del/Ins e Ins/Ins. Não houve significância estatística entre os polimorfismos INDEL dos genes NFKB1 e PAR1 e o fenótipo depressivo. Nosssos resultados sugerem que o marcador INDEL do gene ADRA2B (rs34667759), especificamente o alelo deleção, seja um possível biomarcador genético de vulnerabilidade para o desenvolvimento do TDM.