ANÁLISE TRANSCRIPTÔMICA DE CÉLULAS DERIVADAS DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL DE
Rattus norvegicus EXPOSTA À AÇÃO DO METILMERCÚRIO.
TRANSCRIPTÔMICA DE CÉLULAS, SISTEMA NERVOSO CENTRAL
1 INTRODUÇÃO
1.1 CONTAMINAÇÃO AMBIENTAL E MERCÚRIO
A atividade antrópica intensa tem produzido cada vez mais uma alta taxa de
poluição ambiental principalmente em corpos hídricos, nos quais a contaminação desses
ambientes por metais se tornou objeto de grande interesse, devido à incapacidade dos
corpos hídricos de suportar tal poluição (ALVAREZ et al., 2002). Os metais ocorrem
naturalmente na crosta terrestre, entretanto atividades antropogênicas, como a mineração,
têm introduzido cada vez mais artificialmente estes metais no ambiente, os quais,
diferentemente dos poluentes orgânicos, podem persistir por muitos anos nos
compartimentos aquáticos, tanto como sedimentos de fundo e em suspensão, como
também por retenção em plantas ou peixes, podendo assim contaminar os seres humanos.
(MANAHAN, 1999; TREVIZANI, 2014).
Uma importante fonte de contaminação por metais, tanto do ambiente aquático
como terrestre, é o descarte inadequado de objetos domésticos que possuem em sua
composição metais, como por exemplo, baterias, pilhas e lâmpadas fluorescentes. Como
consequência do descarte incorreto, pode ocorrer a contaminação por contato direto,
como em pessoas responsáveis pela coleta seletiva de materiais recicláveis; ou indireto,
na qual ocorrerá a exposição de populações por meio de inalação, contato com solo,
poeira e ingestão de água e alimentos contaminados (MARQUES & AMÉRICO-
PINHEIRO, 2018; GOUVEIA et al., 2019).
A presença aumentada destes metais no ambiente pode ser, também, resultado de
efluentes do processo industrial, tendo como principais representantes o Zinco, Alumínio,
Ferro, Cádmio, Chumbo, Cromo, Cobre, Manganês, Mercúrio, Níquel, entre outros. Entre
estes metais, alguns se destacam por serem micronutrientes necessários para manutenção
de organismos como animais e vegetais, dentre os quais podemos citar o zinco, cobre,
manganês, níquel e cobalto; enquanto outros não possuem qualquer função biológica
conhecida, como cádmio, chumbo e mercúrio; os quais são também, conhecidos como
metais pesados. (SOUZA & MORASSUTI & DEUS, 2019).
A preocupação crescente em torno da contaminação ambiental por metais pesados
se dá, principalmente, por conta dos seus elevados níveis de reatividade e capacidade de
bioacumulação e biomagnificação na cadeia trófica. Além disso, a exposição a essas
substâncias pode causar efeitos deletérios à saúde humana, como alterações enzimáticas,
danos neurológicos/musculares, rompimento de cromossomos, entre outros (ABESSA &
AMBROZEVICIUS, 2008; RABELO et al., 2018; SOUZA & MORASSUTI & DEUS,
2019).