MECANISMOS ESTRUTURASI E FUNCIONAIS DOS RNAs CIRCULARESS NO DESENVOLVIMENTO DA HANSENÍASE
Hanseníase, RNA circular, circuloma, expressão diferencial, epigenética.
A hanseníase é uma doença crônica infeciosa, causada pelas bactérias Mycobacterium leprae e Mycobacterium lepromatosis, que embora curável, ainda constitui um problema de saúde significativo em muitas partes do mundo. Atualmente, o Brasil é classificado como um país de elevada taxa para a doença e ocupa o segundo lugar na relação de países com maior número de casos no mundo. Embora a patogênese da hanseníase ainda não tenha sido completamente compreendida, sabe-se que uma série de fatores aumentam significativamente o risco de desenvolver a doença, entre os quais estão fatores imunológicos, sócio-econômicos, genéticos e epigenéticos, sendo estes últimos os menos estudados. Dentre os fatores epigenéticos, os RNAs não codificantes (ncRNAs) desempenham papeis cruciais em vários processos biológicos. Entre os diferentes tipos de ncRNAs estão os RNAs Circulares (circRNAs) que foram recentemente redescobertos, são abundantes e apresentam extremidades 5’ e 3’ covalentemente fechadas, o que lhes outorga uma alta estabilidade. Adicionalmente, estes elementos podem ser empacotados em exossomos e transportados por meio do sangue, fluido intersticial e saliva para diferentes tipos de sistemas, o que lhe possibilita participar dos processos de regulação da expressão gênica relacionados às doenças humanas. Por esta razão, o objetivo do presente estudo consiste em analisar o conjunto total de circRNAs expressos em amostras de pacientes com hanseníase e de um grupo controle saudável. Para isso, será realizado, pela primeira vez, o circuloma (conjunto de todos os circRNAs expressos) da hanseníase pela técnica Circle-Seq, onde os circRNAs mais diferencialmente expressos serão selecionados para estabelecer as possíveis vias biológicas envolvidas com a doença. Desta forma, pretendemos compreender melhor os mecanismos regulatórios envolvidos com a hanseníase, direcionando assim, a novas abordagens para a prevenção, diagnóstico e tratamento, e o possível uso dos circRNAs como biomarcadores da hanseníase