ESTUDO DA BIODIVERSIDADE E RELAÇÕES FILOGENÉTICAS DE ESPÉCIES DO GÊNERO Thyroptera DA AMAZÕNIA BRASILEIRA
Thyroptera; Citogenética; Análise filogenética; Variação genética.
A família Thyropteridae é endêmica da região neotropical, representada por um único gênero, Thyroptera, composto por cinco espécies Thyroptera devivoi, T. discifera, T. lavali, T. tricolor e T. wynneae. Os dados citogenéticos envolvendo tiropterídeos foram pouco explorados até o momento. O cariótipo de T. tricolor foi descrito pela primeira vez em 1970, de um espécime macho em Trinidad e Tobago com número diploide (2n) = 40 e número fundamental autossômico (NF) = 38. Thyroptera discifera foi descrito pela primeira vez em 1981, 2n= 32 e NF=38, um indivíduo do Suriname. Além do uso da citogenética, as análises filogenéticas ajudam a fornecer uma identificação rápida de espécies usando regiões gênicas curtas e padronizadas, auxiliando na detecção de táxons que merecem mais investigações para caracterizar sua ecologia, distribuição e status de conservação. Até o momento existem poucos estudos citogenéticos e de análise filogenética com representantes deste gênero, sendo que esses estudos não são específicos para Thyroptera, além do fato de que não contemplam espécies brasileiras. No entanto, uma alta divergência genética foi relatada entre exemplares de T. tricolor do escudo das Guianas, Suriname, Costa Rica e Equador (distância intraespecífica máxima: 14,97% e três linhagens observadas). Desta forma, é interessante a produção de trabalhos que permitam um maior conhecimento a nível cromossômico e de análise filogenética, na tentativa de elucidar relações evolutivas envolvendo Thyroptera discifera, T. lavali e T. tricolor provenientes da Amazônia brasileira com os demais espécimes descritos na literatura. O presente estudo propõe avaliar a variação genética intra e interespecífica no reconhecimento de espécies, fornecendo mais informações para a compreensão da biodiversidade destas espécies, através das técnicas de bandeamentos cromossômicos e de localização de sequências teloméricas e sítios de rDNA ribossomal 18S. Também utilizaremos os marcadores moleculares COI, 12S rRNA e RAG 2 para analisar as relações filogenéticas existentes nesse grupo. Para conferir uma maior robustez, serão inseridas sequências disponíveis no banco de dados NCBI na análise. Estas sequências serão avaliadas, editadas e alinhadas. Tal análise será complementada pela aplicação de métodos de análise filogenética, como os métodos probabilísticos da máxima parcimônia (MP), máxima verossimilhança (MV) e inferência Bayesiana (IB). A consistência da topologia da árvore será testada através de 1000 réplicas de bootstrap assumindo valores a partir de 70% como confiável.