BIOLOGIA MOLECULAR APLICADA AO CÂNCER COLORRETAL: ESTUDO DE PARÂMETROS GENÉTICOS E EPIGENÉTICO EM UMA AMOSTRAGEM DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
Câncer colorretal, INDEL, microRNA, biomarcador.
O Câncer de Cólon e Reto (CCR) é um processo neoplásico que acomete a região do intestino grosso e reto; sendo o terceiro mais prevalente no mundo e no Brasil, e o segundo com o maior índice de mortalidade. Dentre os fatores associados com a carcinogênese, destacam-se os genéticos e, mais recentemente, o epigenético. O presente estudo avaliou como estes dois fatores podem influenciar na carcinogênese do CCR, investigando variantes genéticas do tipo INDEL em genes que potencialmente contribui para o desenvolvimento do tumor e como um grupo de pequenos RNAs (microRNAs) que regula a expressão de genes a nível pós-transcricional pode impactar nesse processo; a fim de identificar potenciais biomarcadores que possam auxiliar na prática clínica. Dos 16 polimorfismos do tipo INDEL analisados, três foram associados com o risco de desenvolver CCR (IL4, TYMS e UCP2), dois com a localização anatômica do tumor (CASP8 e NFKB1), três com o estadiamento do tumor (ACE, HLAG e TP53 6pb), quatro com o risco de recidiva em 5 anos (ACE, HLAG, TYMS e UGT1A1) e dois com uma sobrevida menor do que 10 anos (SGSM3 e UGT1A1). No que diz respeito a análise diferencial, 20 microRNAs apresentaram diferencialmente expressos; capazes de diferenciar o tecido tumoral, a sua contra-parte e o tecido saudável. Por intermédio da análise de enriquecimento gênico, foi possível observar que estes microRNAs estão envolvidos em diversos processos carcinogênicos e sugere que há um possível feedback positivo para favorecer o crescimento tumoral; onde as alterações no tumor desencadeia um processo inflamatório que impacta molecularmente os tecidos adjacentes, tornando pré-disposto a processo de pré-malignização. Ademais, este processo inflamatório acentua as diferenças na estrutura do tumor, induzindo a ativação de vias proliferativas. Os nossos achados também reforçam a teoria do campo de cancerização, indicando que o tecido adjacente ao tumor não é o mais apropriado a ser usado como referência; mas que é importante para se compreender o aspecto molecular do CCR. Em resumo, o presente estudo pode propor dois painéis que apresentam um potencial aplicabilidade na rotina clínica, o de polimorfismos do tipo INDEL e o de miRNAs. Contudo, mais estudos precisam ser desenvolvidos para confirmar estes achados.