DETECÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE VÍRUS EM MORCEGOS DO GÊNERO ARTIBEUS (PHYLOSTOMIDAE, MAMMALIA) DA REGIÃO NORTE DO BRASIL
Morcegos, Vírus, Metagenômica
Os morcegos atuam como reservatórios de diversos vírus com potencial zoonótico, como o vírus da raiva e o rotavírus. A grande diversidade ecológica, aliada a alguns fatores fisiológicos, característicos desses animais, faz com que eles sejam excelentes mecanismos de manutenção e dispersão de vírus na natureza. No Brasil, poucos estudos concentraram seus esforços em acessar a diversidade viral existente em morcegos, com isso, dificultando o trabalho de vigilância, uma vez que não são conhecidos os vírus circulantes nesses animais. Para a pesquisa utilizou-se 16 amostras (pool de vísceras - fígado e pulmão) de quatro espécies de morcegos do gênero Artibeus – A. obscurus (Pool 02 – Timon e Pool 08 – Carolina), A. cinereus (Pool 01 - Timon e Pool 05 - Caxias), A. lituratus (Pool 04 – Gurupi, Pool 6 – Timon e Pool 10 – Carolina) e A. planirostris (Pool 03 – São João do Sóter, Pool 07 – Timon, Pool 09, 11 – 16 – Carolina) que foram sequenciadas pelo método de Sequenciamento de Nova Geração no aparelho Illumina MiniSeq. Após as análises obteve-se 39 sequências parciais relacionadas a vírus, pertencentes, sobretudo às famílias Retroviridae, Mimiviridae, Siphoviridae e Myoviridae. A América do Sul é considerada um “hotspot” que favorece a emergência de novas viroses provenientes de morcegos, tendo em vista que mais da metade das famílias de vírus que parasitam quirópteros já foram registradas, portanto, é fundamental que estudos visando a identificação de patógenos virais sejam realizados. Esta pesquisa é importante, sobretudo pois é um trabalho pioneiro para o Estado do Maranhão, uma vez que a análise de vírus associados a morcegos geralmente está restrita a pesquisa da família Rhabdoviridae.