GENÉTICA MITOCONDRIAL E A FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA NA HANSENÍASE: VARIANTES MITOCONDRIAIS CODIFICADORAS DO COMPLEXO I COMO POTENCIAIS BIOMARCADORES
Hanseníase, mtDNA, OXPHOS, Complexo I
Mitocôndrias são organelas citoplasmáticas responsáveis por processos importantes na função da geração energética e operação celular, como vias de sinalização e homeostase, regulação de diferentes tipos de morte celular e participação no ciclo celular e no sistema imune. Devido à sua origem evolutiva, as mitocôndrias possuem cópias de DNA circular de fita dupla como material genético próprio (mtDNA), possuindo 37 genes, dos quais 13 são codificadores de polipeptídeos associados à fosforilação oxidativa (OXPHOS), processo que ocorre nas cristas mitocondriais, tendo início no chamado Complexo I, e que é a principal fonte de geração energética. Nesse contexto, ressalta-se que a Hanseníase, altamente comum no Brasil, é uma doença infecciosa crônica causada pelo bacilo Mycobacterium leprae, que parece ser dependente da produção de energia e produtos nutricionais do hospedeiro. Assim, uma disfunção mitocondrial, em particular na OXPHOS, e alterações no mtDNA do hospedeiro poderiam influenciar no processo de adoecimento. O objetivo desse projeto é investigar variantes em genes mitocondriais codificadores do Complexo I da fosforilação oxidativa (OXPHOS) em busca de potenciais biomarcadores de desenvolvimento e progressão da hanseníase. Esse estudo de caso-controle incluirá pacientes acometidos por hanseníase como grupo caso e pacientes contactantes como grupo controle, sendo todos os participantes residentes da região Norte do Brasil. O mtDNA será extraído a partir de amostras de sangue para a amplificação do mtDNA com primers específicos, de forma a cobrir o genoma mitocondrial completo, e prosseguir posteriormente para o sequenciamento, análise de variantes e níveis de heteroplasmia, com a finalidade de comparar os grupos e investigar possíveis influências mitocondriais para a hanseníase.