Anemia falciforme, hidroxiúreia, SLC, patogenicidade, metabolismo
A anemia falciforme é uma doença autossômica recessiva ocasionada pela troca do aminoácido ácido glutâmico por valina no sexto codón da cadeia da globina beta. Essa alteração faz com que na ausência de oxigênio as cadeias de hemoglobina se polimerizem dentro dos erotrócitos fazendo com que assumam a forma de foice, além dessa alteração morfológica a célula perde a capacidade de se deformar em pequenos vasos e causa o fenômeno da vasooclusão, que leva o paciente a episódios de dores, além das alterações levarem a hemólise e consequente anemia hemolítica. Para o tratamento da doença são indicados transfusões e tratamento com analgésicos pra crises dolorosas, além do tratamento com hidroxiúreia que é o único fármaco liberado para o tratamento da anemia falciforme, por sua capacidade de elevar os níveis de hemoglobina fetal e consequentemente reduzir os sintomas da doença. No entanto 25% dos pacientes submetidos ao tratamento não respondem a droga, que pode relacionada a mecanismo de absorção, distribuição, metabolismo e excreção do fármaco realizados por transportadores de solutos (SLC) em nível celular, tendo a participação de genes da superfamília SLC (solute carrier) que modulam esses transportadores A superfamília SLC é dividia em 66 famílias, contendo 400 genes codificadores de proteínas em humanos. Os genes da superfamília SLC codificam proteínas transportadoras na membrana plasmática, que contribuem inclusive com funções farmacocinéticas e farmacodinâmicas, através de papeis de absorção, distribuição, metabolismo e eliminação. As classes de transportadores codificados por essa superfamília são os transportadores de ânions orgânicos (OATs), transportadores de cátions orgânicos (OCTs), transportador de cátions/carnitina orgânicos (OCTNs), polipepitídeos transportadores de ânions orgânicos (OATPs) e os transportadores de ureia (UT). Sete genes dessa família foram identificados atuando no metabolismo celular da hidroxiúrea, sendo eles SLC22A4, SLC22A5, SLCO1B3, SLC14A1, SLC14A2, SLCO1B1, SLCO1A2. Com ajuda dos mecanismos de bancos de dados genéticos e de programas de preditores de patogenicidade pode-se identificar variantes missenses e descobrir se as mesmas possuem algum grau de patogenicidade e compara-las a amostras de pacientes com anemia falciforme do estado do Pará