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Banca de DEFESA: ANA LAURA PEREIRA SANTOS

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ANA LAURA PEREIRA SANTOS
DATA: 26/02/2019
HORA: 14:00
LOCAL: LM 09 - ICB UFPA
TÍTULO:

Ecologia alimentar e etnoecologia de pacus (Serrasalmidae) no Rio Xingu após a implementação da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, Pará, Brasil


PALAVRAS-CHAVES:

Myleus; Myloplus; Ossubtus; Tometes; Impactos; Barragens; Conhecimento tradicional.


PÁGINAS: 48
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Ecologia
RESUMO:

A bacia amazônica constitui um típico sistema de pulsos de inundação, e vem sendo impactada pela construção de diversas barragens para a produção de energia elétrica em diversos dos seus principais afluentes. Essas alterações sobre os ambientes fluviais impacta toda a biota do local, especialmente os peixes. Consequentemente,  as populações humanas da Amazônia também são afetadas, visto que elas dependem do peixe como principal fonte de proteína animal. O rio Xingu configura-se como um dos alvos da produção de energia elétrica, sobretudo com a construção da Usina Hidrelétrica (UHE) Belo Monte. O presente trabalho tem como objetivo analisar a ecologia trófica dos pacus (Serrasalmidae) com base no conhecimento tradicional local dos indígenas Yudjá do médio rio Xingu, e de uma descrição quali-quantitativa da dieta desses peixes. O trabalho foi realizado na Volta Grande do Xingu (VGX), onde fica a Terra Indígena Paquiçamba. Os estômagos foram provenientes de pescarias para consumo desses indígenas em dois períodos do ciclo hidrológico (seca/cheia), logo após as pescarias os pacus foram pesados e identificados, e o trato intestinal coletado. Também foram obtidas informações com os Yudjá sobre a alimentação dos pacus. Além disso, os Yudjá cederam dados de espécimes de pacus de antes do barramento do rio Xingu provenientes do monitoramento pesqueiro da Aldeia Mïratu. Os itens alimentares encontrados nos estômagos foram identificados e pesados, essas informações foram utilizadas para a realização do cálculo de Importância Alimentar. As informações de peso e comprimento dos pacus foram usadas no cálculo do índice de Fulton para a verificação do bem-estar fisiológicos dos espécimes. Foram coletados 133 indivíduos no pós-barramento e obtidos os dados de 107 indivíduos no pré-barramento, de 8 espécies taxonômicas. Houve uma predominância de plantas alóctones e frutas na dieta dos pacus durante os dois períodos, e também macroalgas na cheia. Os yudjá descreveram alguns itens da dieta dos pacus, assim como descreveram que os pacus estão “mais magros” após à UHE Belo Monte. Informações corroboradas pela comparação dos fatores de bem-estar fisiológico, peso e comprimento de antes e após o barramento, que demonstrou que os pacus da VGX já estão sendo impactados pelo empreendimento. Os resultados comprovam que os pacus são dependentes do pulso de inundação para a sua alimentação, e que o amonte de água que está sendo convertido para a VGX é insuficiente para a manutenção dessas espécies de pacus e, consequentemente, dos Yudjá da VGX, visto que os pacus representam a maior fonte de alimento de origem proteica dessas comunidades. Dessa forma faz-se necessária uma revisão do hidrograma proposto para a região, afim de evitar impactos maiores e irreversíveis para essas comunidades, assim para o ecossistema aquático.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1287131 - JUAREZ CARLOS BRITO PEZZUTI
Interno - 3016517 - MIGUEL PETRELLI JUNIOR
Interno - 2315294 - RENATA COELHO RODRIGUES NORONHA
Interno - 212.455.528-64 - RENATO AZEVEDO MATIAS SILVANO - UFRGS
Externo ao Programa - 2415811 - THIAGO AUGUSTO PEDROSO BARBOSA
Externo à Instituição - TIAGO OCTAVIO BEGOT RUFFEIL
Notícia cadastrada em: 07/02/2019 16:03
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