Efeitos das atividades recreacionais sobre a fauna bentônica em praias arenosas amazônicas
Atividades recreativas; Bentos; Costa amazônica; Praias arenosas.
Praias arenosas são ambientes de fácil acesso para a população humana e por conta disso estão sujeitas a diversas pressões antrópicas, que em sua maioria estão ligadas a atividades turísticas. As praias amazônicas atraem uma grande quantidade de turistas ao longo do ano e, até o momento, não existem trabalhos avaliando impactos ambientais relacionados ao turismo na fauna bentônica para a região. Diante desse cenário, o presente trabalho averiguou os efeitos das atividades recreativas (pisoteio e tráfego de veículos) na macrofauna (Capítulo 1), assim como na meiofauna e nematofauna (Capítulo 2). Para isso, três praias com diferentes níveis de pressão recreativa (Atalaia: intensidade alta e veículos permitidos; Farol-Velho: intensidade moderada e veículos permitidos; e Corvinas: intensidade baixa e sem permissão de veículos), localizadas em Salinópolis (NE paraense), foram analisadas em 4 períodos (antes, durante, 1 mês depois e 2 meses depois da alta temporada de verão - julho) de 2017. A macrofauna apresentou uma drástica redução na densidade e na riqueza principalmente nas praias do Atalaia e Farol-Velho durante a alta temporada. Por outro lado, a praia das Corvinas permaneceu sem grandes alterações durante todo o estudo. A recuperação da fauna foi observada 2 meses após a alta temporada. Além disso, a vulnerabilidade dos poliquetas Scolelepis squamata e Paraonis sp. às atividades recreativas encontradas no estudo, indica que elas possam ser potenciais indicadores de impactos recreativos nesse ambiente. Por sua vez, meiofauna e a nematofauna apresentaram padrões similares aos da macrofauna, onde a grandes reduções na densidade e na riqueza foram observadas nas praias do Atalaia e Farol-Velho durante a alta temporada. Entretanto, a recuperação da fauna foi observada 1 mês após a alta temporada. Além disso, Copepoda, Tardigrada e os gêneros de Nematoda, Daptonema e Chromadorita apresentaram vulnerabilidade às atividades recreativas e podem ser usados como potenciais indicadores de impactos ambientais.