Gestão do “passeio do cavalo-marinho”: etnobiologia, dinâmica populacional e impacto da exploração turística de Hippocampus reidi Gisnburg, 1933 como subsídio à sua conservação em duas Unidades de Conservação no Nordeste do Brasil
Syngnathidae, turismo, manguezal, APA Delta Parnaíba, Parque Nacional de Jericoacoara, ecologia de populações.
Cavalos-marinhos são peixes teleósteos do gênero Hippocampus pertencentes à família Syngnathidae, ameaçados em todo o mundo pela intensa exploração extrativista pela pesca incidental e intencional, além da destruição de seus habitats. Contudo, no Brasil existe um uso diferenciado e não extrativo destes peixes como recurso turístico no Nordeste do país, configurando como um grande atrativo no Parque Nacional de Jericoacoara/CE e Área de Proteção Ambiental Delta do Parnaíba/PI, sendo importante fonte de renda para as comunidades envolvidas na atividade. O passeio para observação de cavalos-marinhos ocorre nas localidades há mais de 10 anos e representa uma forma de interação ainda não investigada, desconhecendo seus impactos e implicações para a conservação dos cavalos-marinhos, de seu habitat e demais espécies associadas. O presente projeto tem como objetivo investigar a etnobiologia, uso antrópico e manejo em ambas Unidades de Conservação através de entrevistas semi-estruturadas aplicadas aos operadores do passeio. No Parque Nacional de Jericoacoara, ainda será pesquisada a dinâmica populacional (transectos aleatórios de 50 x 2 metros para coleta de parâmetros populacionais e ambientais), e o impacto da atividade turística sobre os cavalos-marinhos (experimentos in situ para aferir estresse de confinamento, tendo como indicadores a frequência respiratória e comportamentos estereotipados). Tais objetivos contribuem para o levantamento de dados sobre estes peixes e sobre a população humana que os explora, de modo a otimizar o manejo e conservação dos cavalos-marinhos, prezando pela sua exploração em bases sustentáveis.