MERCÚRIO E SELÊNIO EM PEIXES DO ALTO SOLIMÕES, TRÍPLICE FRONTEIRA DA AMAZÔNIA
Amazônia Ocidental, ecotoxicologia, metilmercúrio, Valor benéfico do selênio para saúde.
O Rio Solimões-Amazonas é a porta de entrada mais importante na Bacia Amazônica Ocidental, ele e seus tributários fornecem a maior parte dos peixes capturados pela pesca comercial nesta região. A área abrangida pelo Alto Solimões é a mais preservada da Amazônia. Nessa região ocorre o encontro territorial dos maiores países amazônicos: Brasil, Peru e Colômbia. Com o gradual aumento no preço do ouro desde o início do século XXI, as atividades garimpeiras ilegais estão se intensificando na Amazônia Ocidental. Os garimpos irregulares de ouro são as principais fontes de poluição por mercúrio de origem antropogênica no meio ambiente. Estudos ecotoxicológicos são importantes para o monitoramento de mercúrio em ecossistemas aquáticos, possíveis riscos à saúde animal e humana podem ser detectados através deles. Neste estudo, os níveis de mercúrio total, metilmercúrio e selênio em peixes capturados na região do Alto Solimões serão avaliados. Os peixes foram adquiridos através de pescadores e comerciantes do município de Benjamin Constant (AM), em maio e novembro de 2017. As concentrações de mercúrio total serão analisadas através de Espectrometria de Absorção Atômica com Geração de Vapor Frio (CVAAS). As concentrações de metilmercúrio serão determinadas em Cromatógrafo gasoso com detecção de captura de elétron (GLC-ECD). A análise de selênio será feita em Espectrômetro de massa com plasma acoplado indutivamente (ICP-MS). No capítulo I, as concentrações de mercúrio total em músculo, fígado e brânquias de peixes serão avaliadas. No capítulo II serão avaliadas as concentrações de metilmercúrio e selênio no músculo dos peixes e o Valor Benéfico do Selênio para a Saúde (HBVSe) será estimado. As informações geradas pelo trabalho permitirão avaliar a exposição de organismos aquáticos ao mercúrio e estimar os riscos do consumo de produtos oriundos da pesca na área de tríplice fronteira da Amazônia. Os resultados também poderão servir como base para futuros estudos que avaliem o avanço das atividades garimpeiras na região.