BIOMARCADORES BIOQUÍMICOS E METÁLICOS EM ORGANISMOS AQUÁTICOS EXPOSTOS A CHORUME DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS DO RIO AURÁ, AMAZÔNIA, BRASIL.
Especiação Química; Lixiviado; Lixão.
Como na maioria dos municípios brasileiros, na Região Metropolitana de Belém existe lixão a céu aberto (do Aurá) localizado ao lado de bacia hidrográfica (rio Aurá) e próximo aos reservatórios e sistema de captação de água para abastecimento público. Os lixões geram lixiviados (chorume) ricos em patógenos e substâncias tóxicas, fato agravado em climas tropicais por fatores intempéricos e sazonais. Quando não tratado este lixiviado infiltra nos solos e chega aos rios contaminando águas e sedimentos. Uma vez introduzidos nos ecossistemas aquáticos, a biota pode acumular contaminantes, como metais tóxicos, e ocorrerem alterações nas concentrações de biomarcadores bioquímicos. Entre os metais tóxicos o cádmio (Cd), chumbo (Pb), mercúrio (Hg) e arsênio (As) possuem alta toxicidade e podem causar danos a saúde mesmo que ingeridas baixas concentrações diárias. O estudo desses metais em organismos vivos é importante nos ecossistemas aquáticos receptores contínuos de chorume, pois o acúmulo desses na biota podem gerar danos em todos os níveis biológicos. Diante disso, neste estudo serão determinadas as concentrações de metais e suas espécies (Cd, Pb, Hg e As) por LC-ICP-MS e níveis de biomarcadores bioquímicos de exposição (GST e ACAP) e efeito (LPO) em caranguejos, camarões e peixes dos rios Aurá e Uriboca (controle). As coletas são trimestrais e se iniciaram em novembro de 2014 com encerramento previsto para agosto de 2016. Na sequencia todos os resultados de metais e bioquímica serão associados aos teores de metais em águas superficiais e sedimentos subsuperficiais, ambos quantificados por ICP-MS. Esses dados permitirão avaliar as consequências negativas à biota exposta ao chorume do Aurá associando informações do meio abiótico e dosagens de metais e biomarcadores bioquímicos.