Tradicionalidade da pesca e avaliação das capturas de uma espécie criticamente ameaçada: o caso de Epinephelus itajara no Brasil
Juvenis; Gestão pesqueira; Manguezais amazônicos; Comunidades tradicionais; Espécies ameaçadas.
O mero (Epinephelus itajara), uma espécie de peixe nativa do Atlântico ocidental, com distribuição desde a Flórida até o sul do Brasil, é classificado como criticamente ameaçado devido à sua reprodução lenta, crescimento prolongado e vulnerabilidade à sobrepesca. Apesar de medidas de proteção, como a proibição da pesca, a recuperação populacional tem sido lenta, refletindo os desafios enfrentados após décadas de exploração intensa. A pesquisa sobre o mero é dificultada pela raridade da espécie, o que limita a coleta de dados biológicos e ecológicos abrangentes, tornando o processo mais longo e complexo. Diante desses desafios, o objetivo desta pesquisa é atualizar, levantar e analisar informações socioeconômicas, biológicas e sobre os estoques de E. itajara nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. A pesquisa visa subsidiar medidas de gestão mais eficazes, que garantam a manutenção da biomassa da espécie e integrem a participação ativa das comunidades tradicionais. Para isso, serão coletados dados ecológicos, sociais e econômicos em cinco estados (Pará, Maranhão, Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte), utilizando o conhecimento tradicional, estatísticas de pesca e bancos de dados. Além disso, será realizado o primeiro monitoramento de juvenis em um estuário amazônico. Os resultados esperados têm o potencial de direcionar esforços para medidas de gestão mais eficazes e para a primeira avaliação de estoques da espécie no Brasil.