Preditores ambientais das assembleias de peixes de riachos intra-insulares da Amazônia Oriental.
Condições ambientais, ecologia de peixes de riachos, ecossistemas intra-insulares, conservação.
Entender as estruturas das assembleias de peixes e suas relações com as condições de seus hábitats é fundamental para desenvolver estratégias de manejo e conservação. O presente estudo investigou a estrutura das assembleias de peixes em riachos intra-insulares da Amazônia Oriental, bem como sua resposta às condições ambientais locais, ao uso e cobertura da terra e a distância. Foram avaliados 23 riachos do arquipélago do Marajó, na Amazônia brasileira, onde foram coletadas variáveis ambientais locais, avaliação do uso e cobertura do solo, mensuração da distância fluvial entre os trechos amostrados e coleta dos peixes. As amostragens ocorreram em outubro de 2022 e junho de 2023, períodos de menor precipitação na região. A relação entre a estrutura das assembleias de peixes e os preditores ambientais foi avaliada através de Modelos Lineares (LM), além da Análise de Redundância (RDA) para examinar as relações entre as condições ambientais locais, uso da terra e a composição das espécies de peixes. Foram coletados 8.219 indivíduos pertencentes a 8 ordens, 22 famílias e 68 espécies. O modelo linear explicou 61% da variação na riqueza de espécies, identificando a cobertura de dossel, o pH, a condutividade e a porcentagem de banco de folhas como principais preditores. A Análise de Redundância sugere que as condições ambientais locais são os principais preditores da riqueza e composição das espécies de peixes, as quais também sofrem influência da do uso da terra e da distância fluvial entre os pontos. Nosso trabalho conclui que a estrutura das assembleias de peixes de riachos intra-insulares é fortemente influenciada pelas condições ambientais locais, com uma contribuição adicional do uso da terra e da distância espacial, evidenciando as relações entre esses fatores com a estruturação das assembleias de peixes nos riachos intra-insulares. Esses achados reforçam a importância de considerar múltiplos fatores ambientais e espaciais na conservação e manejo das comunidades aquáticas da Amazônia.