"AVALIAÇÃO AMBIENTAL DE IGARAPÉS AFLUENTES DO RIO ITACAIÚNAS"
sistemas aquáticos, pressões antrópicas, ocupação do solo, macroinvertebrados, peixes.
Os ecossistemas de água doce representam sistemas intricados que estão sujeitos a uma
diversidade de perturbações. Na região Amazônica, a exploração dos recursos naturais e a
ocupação do solo têm provocado mudanças na morfologia dos habitats aquáticos,
especialmente nos igarapés, influenciando a estrutura e composição das comunidades bióticas.
Diversos estudos e iniciativas de avaliação têm sido empreendidos para investigar o impacto
dessas alterações sobre as comunidades biológicas, por meio de características ambientais que
se mostram particularmente sensíveis às perturbações. Portanto esta dissertação foi
desenvolvida com o objetivo de realizar uma avaliação ambiental de igarapés afluentes do Rio
Itacaiúnas considerando métricas bióticas e abióticas elaborando protocolos mais assertivos e
calibrados para a mensuração de impactos antrópicos em sistemas naturais para aperfeiçoar o
manuseio e a conservação de fontes dulcícolas. O primeiro capítulo consiste na adequação de
um índice multimétrico biótico para a comunidade de macroinvertebrados aquáticos coletados
em folhiços de corredeira. Já o segundo capítulo compreende a avaliação de impactos
antrópicos na comunidade de peixes de 15 igarapés afluentes do Rio Itacaiúnas. Os resultados
gerais do primeiro capítulo demostram a demonstram a efetividade da riqueza de gêneros
como indicador do nível de distúrbio em igarapés afluentes do Rio Itacaiúnas e comprova a
precisão do índice multimétrico na classificação desses igarapés quanto às condições
ambientais. Embora o índice multimétrico tenha demonstrado boa precisão na classificação
desses igarapés, somente a utilização da riqueza de espécies, sem a possibilidade de
incorporar outras métricas indicadores, restringe a abrangência da avaliação. A escolha do
folhiço de correnteza como único habitat amostrado pode ter limitado a representatividade dos
tipos funcionais encontrados nas amostragens. No segundo capítulo, os resultados
demonstraram que que a riqueza de espécies nos igarapés aumenta com o impacto agrícola e
com a pastagem e diminui em áreas que possuem proximidade com a atividades de
mineração. Já a diversidade de Simpson e a dominância são afetadas pelos tipos de abrigo de
peixes, onde a diversidade de Simpson e a dominância aumentam com a disponibilidade de
abrigos do tipo madeiras grandes, madeiras pequenas e rochas no leito dos igarapés, e a
diversidade de Simpson juntamente com a dominância tendem a cair em ambientes com
disponibilidade de abrigos formados por árvores vivas.