DISTRIBUIÇÃO DA DENSIDADE LARVAL DE Petrolisthes armatus (Gibbes, 1850) (DECAPODA) NO ESTUÁRIO DE CURUÇÁ, LITORAL AMAZÔNICO BRASILEIRO
Anomura, mesozooplâncton, intertidal, Amazônia
As larvas de crustáceos decápodes sofrem influência das variáveis ambientais e seus estágios larvais podem indicar indiretamente a presença de adultos, como também os períodos e locais de reprodução. O objetivo deste trabalho foi estimar a densidade das larvas de Petrolisthes armatus no estuário do Rio Curuçá, Pará, e verificar quais variáveis influenciam significativamente a abundância deste grupo no mesozooplâncton. As larvas foram coletadas em março e maio (período chuvoso) e em setembro e novembro (período menos chuvoso) de 2003, em oito locais, quatro no Furo Muriá e quatro no Rio Curuçá, na maré vazante, com rede de plâncton de 200um com fluxômetro acoplado, através de arrastos horizontais subsuperficiais durante três minutos. As amostras foram acondicionadas, fixadas em formaldeído neutralizado com tetraborato de sódio. Foram aferidas a temperatura, a condutividade, o pH, o oxigênio dissolvido (OD), a demanda bioquímica de oxigênio (DBO) e a salinidade. As medianas dos fatores abióticos, exceto OD, diferiram significativamente entre os meses mas não entre os locais. Todos os fatores abióticos apresentaram maiores valores no período menos chuvoso, exceto o OD. Foram identificadas 123 larvas de P. armatus, 117 zoea I e 6 zoea II. As zoés foram mais abundantes no período menos chuvoso. Não houve diferença significativa para a mediana das densidades entre os locais ou meses. As larvas zoea I correlacionaram-se positivamente com os fatores abióticos, exceto OD. As zoea II correlacionaram-se positivamente apenas com DBO e pH. A distribuição larval no estuário do Rio Curuçá foi influenciada principalmente pela variação da temperatura, DBO, condutividade, pH e salinidade durante os períodos chuvoso e menos chuvoso. Fato inédito éa zoea I correlacionar-se significativamente com a salinidade e a zoea II não, indicando que a zoea II está adaptada às flutuações da salinidade no estuário, sugerindo retenção larval.