O PERFIL CITOCÍNICO TH9 NA CROMOBLASTOMICOSE: UMA ANÁLISE IMUNO-HISTOQUÍMICA DA RESPOSTA IMUNOLÓGICA TECIDUAL
Cromoblastomicose; Imunologia; Interleucina-9
A cromoblastomicose (CBM) é uma infecção fúngica profunda, granulomatosa e de evolução crônica, que acomete a pele e o tecido celular subcutâneo, causada pelos fungos demáceos Fonsecaea pedrosoi, Phialophora verrucosa, Cladosporium carrioni e mais raramente Rhinocladiella aquaspersa, encontrados no solo e em vegetais em decomposição. Clinicamente, pode apresentar cinco formas: nodular, tumoral, verrucosa, em placa e atrófica. Sabe-se que o mecanismo de defesa do hospedeiro na cromoblastomicose influencia a manifestação e a gravidade das infecções fúngicas, além de que as formas clínicas e prognóstico da doença dependem do agente etiológico. Em lesões verrucosas há uma grande quantidade de citocinas de perfil Th2 presentes. Já nas lesões atróficas/cicatriciais, observa-se grande quantidade de linfócitos produtores de citocinas de perfil Th1. Recentemente, um novo subtipo de linfócitos Th foi descrito, denominado linfócito Th9, que expressa principalmente IL-9. Estudos demonstraram que a IL-9 faz parte de um grupo de citocinas pleiotrópicas que possuem múltiplas funções e regulam a atividade de uma série de células envolvidas na imunidade inata e adaptativa. Assim, o presente estudo teve como objetivo avaliar o perfil citocínico Th9 na CBM. Para tanto, foram analisados aspectos histopatológicos e imuno-histoquímicos de 18 fragmentos de pele de pacientes com diagnóstico de CBM e de controles saudáveis, a fim de realizar a quantificação de IL-9, IL-4, IL-10 e TGF-β. Verificou-se que a imunomarcação dessas citocinas foi superior nos casos de CBM em comparação aos controles, contudo não houve correlação estatística entre a intensidade de imunoexpressão. Assim, os dados apontam para um papel efetivo do perfil Th9 na imunopatogênese da CBM, mas são necessários outros estudos para confirmação utilizando outras técnicas de abordagem.