IDENTIFICAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR E FENOTÍPICA DE LEVEDURAS DO COMPLEXO Cryptococcus neoformans/ Cryptococcus gattii EM BELÉM-PARÁ
Palavras chaves: Criptococose; Virulência; Complexo Cryptococcus;
A Criptococose é uma patologia sistêmica causada por duas espécies do gênero Cryptococcus: C. neoformans e C. gattii. Ambas as espécies apresentam tropismo pelo SNC causando meningoencefalite podendo levar ao óbito. O Brasil é o país da América Latina que apresenta maior número de ocorrência de criptococose por essas espécies principalmente nas regiões norte e nordeste. O objetivo deste estudo foi identificar e descrever as características de virulência in vitro dos isolados clínicos de Cryptococcus recuperados a partir da cultura de espécimes clínicos de pacientes atendidos na Unidade de Diagnóstico de Meningite (UDM), na Unidade Hospitalar João de Barros Barreto (UHJBB), em Belém, Pará, Brasil no período de set/2015 a jun/2017. Foram recuperadas 46 amostras de leveduras do gênero Cryptococcus, identificadas com base em características moleculares. O sequenciamento da região ITS1 5.8S, ITS2, identificou as duas espécies C. neoformans (67%) e C. gattii (33%). O tipo sexual α foi o único observado nas amostras. A PCR/RFLP do gene URA5 evidenciou os tipos moleculares C. gattii, VGII (93%), VGI(07%) e C. neoformans VNI (100%). De forma geral a produção de fatores de virulência foi semelhantes entre as duas espécies. A meningite criptocócica foi a principal manifestação. Porém, houve 01 caso de criptococose cutânea, pulmonar e de SNC no mesmo paciente (imunocompetente). Não houve significância estatística entre a produção de fatores de virulência e os insucessos terapêuticos. A taxa de mortalidade foi igual entre os acometidos por (0,5%) , porém foi maior entre os indivíduos que não conviviam com o HIV (0,7%). Devido aos poucos registros de ocorrência do tipo VGI no Brasil, sugere-se maior monitoramento de sua distribuição geográfica, visto que neste estudo também identificou-se sua presença nas amostras estudadas, embora o mesmo não seja referenciado como endêmico na região norte do Brasil.