ASSOCIAÇÃO DE BIOPRODUTOS COM POTENCIAL TERAPÊUTICO PARA O TRATAMENTO DA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR CAUSADA POR Leishmania (Leishmania) amazonensis
Óleo de Copaíba, Ácido Kójico, Leishmaniose tegumentar, Leishmania (Leishmania) amazonensis, Associação.
As leishmanioses são um complexo de doenças de caráter antropozoonótico distribuídas mundialmente, causada por protozoários do gênero Leishmania. Estes parasitos, dependendo da espécie, são responsáveis por promover infecções como a Leishmaniose Cutânea (LC), Leishmaniose Mucocutânea (LMC) e Leishmaniose Visceral (LV). Os principais quimioterápicos utilizados no tratamento dessa doença são antimoniais pentavalentes (Glucantime®), Miltefosina e Anfotericina B. Esses fármacos são eficazes, porém apresentam elevado custo e toxicidade. A busca por novas substâncias, que sejam viáveis economicamente e atuem sobre o protozoário sem causar dano a célula hospedeira, torna-se necessária. Como alternativa, destaca-se o óleo de copaíba, e o ácido kójico (AK), bioprodutos que já apresentam ação comprovada sobre o protozoário e a célula hospedeira. Desta maneira, o objetivo do trabalho foi analisar a ação in vitro da associação desses bioprodutos sobre a célula hospedeira, o protozoário Leishmania (L.) amazonensis e na interação deste com macrófagos. Foi possível demonstrar que a associação não induziu efeito citotóxico em macrófagos após tratamento. Foi observado também que a associação promoveu mudanças na morfologia do protozoário após tratamento em comparação ao grupo não tratado, observadas por microscopia óptica e microscopia eletrônica de varredura. Análise por microscopia eletrônica de transmissão demonstrou que o tratamento promoveu alteração nuclear (com característica apoptótica), desestruturação do corpo celular e aumento do número de estruturas eletrondensas semelhantes à acidocalcissomos. Essas alterações morfológicas foram observadas principalmente nas concentrações de OC20AK50 e OC30AK50 μg/mL. Outro dado importante observado foi o fato de que a associação promoveu a redução do número de formas amastigotas no interior dos macrófagos, após tratamento com a maior concentração, em comparação ao grupo controle sem tratamento, além da produção de citocinas pró-inflamatórias. Pela primeira vez foi demonstrado que a associação ente AK e OC pode ser um agente promissor no combate a leishmaniose tegumentar.