CARACTERIZAÇÃO GENÉTICA E MOLECULAR DE Leishmaniavirus ISOLADOS NA AMAZÔNIA
Leishmaniavirus, genoma viral
Leishmaniavirus foi descoberto em 1988, ainda muitos aspectos associados ainda não foram esclarecidos. Os vírus deste gênero não têm nenhuma forma infecciosa, indicando transmissão vertical e uma relação simbiótica com o parasita de Leishmania. Leishmaniavirus (LRV) pode interferir com a patogenicidade do parasita e potencialmente modular as manifestações clínicas da leishmaniose. Atualmente, existem poucos estudos baseados em análises de genômica e evolução de espécies neste gênero. Diante disso, realizou-se a caracterização genética e molecular de cepas de Leishmaniavirus oriundas da região amazônica. A detecção e reconstrução da estrutura gemômica de LRV consistiu na precipitação do RNA dupla fita total de cepas do gênero Leishmania., seguidas de sequenciamento. A análise comparativa de genômica e evolução foi realizada. Além disso, realizou-se a análise transcriptômica comparativa entre cepas de Leishmania braziliensis com a presença e ausência de LRV. As cinco cepas obtidas foram classificadas no grupo monofilético de Leishmania RNA virus 1. A filogenia demonstrou que a maioria das cepas obtidas são do genótipo A, destacando a possíbilidade de outro mecanismo evolutivo estar atuando sobre a diversificação do vírus. A estrutura gênomica revelou novas perspectivas sobre a ORF1, a qual apresentou sequências relacionadas a sinal-peptídico. Além disso, o motif Adenovirus GP19K foi detectado na RNA polimerase de LRV1 e pode ser uma chave para entender a correlação entre a presença do vírus e a persistência de leishmanisis no hospedeiro. A analise transcriptômica reforçou a influência do vírus sobre a biologia do protozoário, indicando 100 genes diferentemente expressos na presença de LRV. Esses genes estão relacionadas a regulação gênica, regulação celular e fatores de virulência. Pesquisas adicionais são necessárias para abordar a correlação entre esses achados e a patogenicidade da leishmaniose.