INVESTIGAÇÃO DE INFECÇÃO POR ARBOVÍRUS (Dengue virus, Zika virus E Chikungunya virus) EM Aedes aegypti (LINNAEUS, 1762) E Aedes albopictus (SKUSE, 1894) (DIPTERA: CULICIDAE) NO ESTADO DO MARANHÃO
arbovírus, mosquitos Aedes, investigação entomovirológica.
Arboviroses são doenças causadas por vírus e transmitidas por artrópodes. Originalmente, são ocorrentes no ambiente silvestre, porém muitas delas se disseminaram e se adaptaram ao ambiente urbano e, atualmente, são responsáveis por grandes epidemias, sendo a dengue, febre chikungunya e febre zika as mais documentadas no Brasil, nos últimos quatro anos. Os vírus causadores destas três arboviroses, Dengue virus (DENV), Zika virus (ZIKV) e Chikungunya virus (CHIKV), são transmitidos por mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus. No Estado do Maranhão, estas duas espécies são ocorrentes e há registros de casos de arboviroses em diversos municípios, além de não possuir laboratórios de diagnóstico para arbovírus na região. Neste contexto, o presente estudo teve por objetivo realizar investigação da infecção por DENV, ZIKV e CHIKV em Ae. aegypti e Ae. albopictus no Estado do Maranhão, além de analisar a distribuição destes vetores nos locais de captura e correlacionar a densidades dos mesmos com as variações climáticas. Para isto, fez-se captura de mosquitos nos municípios Alto Alegre do Maranhão, Caxias, Codó e São Mateus do Maranhão, com auxílio de aspirador de Nasci, seguido de identificação, com separação de cabeça e corpo do mosquito, além de separação de mosquitos engurgitados e não engurgitados de sangue, formação dos lotes, extração do RNA viral e realização de RT-PCR em tempo real Trioplex CDC. Os dados climáticos foram obtidos a partir do banco de dados do Instituto Nacional de Meteorologia. Foram capturados um total de 3.166 artrópodes vetores de arboviroses, destes, 348 Ae. aegypti e 12 Ae. albopictus. O Ae. aegypti foi a segunda espécie mais ocorrente no ambiente domiciliar e, aplicando-se o Teste Anova, verificou-se que não houve diferença significativa de sua densidade populacional entre os quatro municípios estudados. Além disso, a partir do Teste de Regressão Múltipla, constatou-se que a densidade desta espécie não foi influenciada pelas variações climáticas no período de captura. Em relação às duas espécies, foram fomados um total de 162 lotes de mosquitos e, destes, três apresentaram positividade, sendo eles: AR849404 (composto de três corpos de Ae. aegypti fêmeas engurgitadas, no qual foi detectado CHIKV), AR849486 e AR849487 (compostos por cabeça e corpo, respectivamente, de um Ae. aegypti fêmea engurgitada, nos quais foi detectado DENV-2). Estes dados reforçam as informações do Ministério da Saúde sobre a circulação de arbovírus no interior do Maranhão e comprova a atuação do Ae. aegypti como responsável pela transmissão nestas áreas. Este estudo levanta o alerta aos programas de controle ao Ae. aegypti, uma vez que a espécie, reconhecida como vetora de inúmeros arbovírus, encontra-se dispersa nos municípios estudados, habitando ambientes domiciliares, independentemente das variações climáticas sofridas nestas regiões.