ASSOCIAÇÃO ENTRE SEDENTARISMO E TRANSMISSÃO DO SARS-COV-2: EVIDÊNCIAS BASEADAS EM SOROEPIDEMIOLOGIA DE FUZILEIROS NAVAIS E EM METANÁLISE DE DADOS MUNDIAIS
COVID-19, SARS-CoV-2, Anticorpos, Soroprevalência, Atividade Física.
O SARS-CoV-2 (síndrome respiratória aguda severa coronavírus 2), o agente causador da nova doença coronavírus 2019 (COVID-19), tem sido responsável por infecções de caráter pandêmico e causador de um elevado número de mortes em todo o mundo. Vários estudos têm sugerido que a prática de atividades físicas modula a resposta imune a patógenos, principalmente os responsáveis por infecções respiratórias. Assim, 192 militares do sexo masculino, com idades variando entre 19 e 52 anos, do Segundo Batalhão de Operações Ribeirinhas pertencentes ao Comando do Quarto Distrito Naval do Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil tiveram uma amostra de sangue coletada em 09/11/2020 e avaliada para presença de anticorpos IgG anti-SARS-CoV-2 por meio de ensaio de imunoabsorção enzimática (ELISA). Adicionalmente, os indivíduos foram separados em três subgrupos, de acordo com níveis de prática de atividade física: sedentários (sem prática de atividades físicas regulares), atividade leve (atividades físicas regulares duas vezes por semana) e atividade moderada (prática regular de atividade física cinco vezes por semana), objetivando associar estes níveis de atividade com a prevalência de anticorpos. Na amostra total 44,3% foram reagentes, sendo que destes 91,4% relataram algum tipo de sintoma gripal compatível com COVID-19. As prevalências de soropositivos para IgG anti-SAS-CoV-2 foram 82,85%, 58,73% e 16,09% nos grupos de sedentários, com práticas leves e com práticas moderadas de atividade física, respectivamente. Estas taxas de soroprevalências foram estatisticamente diferentes entre si (p<0.05) usando o teste exato de Fisher. A proporção de sintomáticos entre os grupos de atividade física foram altas e similares respectivamente. Estas taxas de prevalência foram estatisticamente diferentes entre si se comparadas por teste exato de Fisher. A taxa de sintomáticos nos três grupos variou de 85,7% a 94,7% não havendo diferenças estatisticamente significantes entre elas. Também não se observou as diferenças estatísticas na distribuição das idades entre os grupos (teste de Mann-Whitney). Conclui-se que o nível de atividade física parece influenciar na dinâmica de transmissão, de contágio e, consequentemente, na formação de anticorpos na COVID-19 e, por conseguinte, reforça ainda amais a importância da atividade física como importante modulador para a o combate a infecção por SARS-CoV-2.