CORES DO AÇAÍ:MEMÓRIAS DE UMA CIDADE SUBMERSA
Memória. Ensino de Arte. Jacundá Pará, Açaí, Processos de criação.
A presente pesquisa de mestrado teve como objetivo desenvolver experiências
artísticas e estéticas com o açaí a partir da história da Velha Jacundá, hoje
submersa no lago reservatório da Usina Hiderlétrica de Tucuruí. Neste trabalho,
buscamos compreender a história da cidade e todos os fatores que a cerca. A priori
desenvolver um experimento artístico/estético de pinturas em telas com açaí
baseadas nas fotografias antigas em preto e branco assegurando que parte dessa
memória adormecida não se perca, garantindo assim que os moradores antigos
revivam o passado, enxerguem o açaí não somente como gastronômico, mas como
parte dessa memória, como elemento estético e, ainda contribuir para que a
educação cultural alcance a nova geração. A fundamentação teórica está
estruturada nos conceitos da memória coletiva histórica e da cidade, enquanto obra
de arte, também nos conceitos filosóficos no que diz respeito ao conhecimento, a
existência, aos valores morais e estéticos. Mostra a importância do trabalho coletivo
quando este toma como ponto de partida um objeto do cotidiano dos envolvidos no
processo de criação dentro do ensino de arte e das possíveis relações construídas
com a cultura. Quanto aos meios, a pesquisa-ação baseou-se nos estudos
exploratórios da pesquisa bibliográfica e fontes vivas. Um dos principais métodos de
pesquisa foi a história oral onde foi coletado relatos de ex-moradores da Velha
Jacundá, dos alunos envolvidos no processo de construção do trabalho, como
também os meus relatos de experiências. O acervo imagético é composto por ---
imagens referentes à história da antiga cidade de Jacundá, e que foram muito
importantes no processo de produção da pesquisa, como também a exposição de
arte das pinturas, as quais foram [re] desenhadas e coloridas com o açaí buscando
atender em nuances as fases do passado da cidade submersa, já que as fotografias
quase todas são em preto e branco. Essas imagens expostas para o público
jacundaense despertam curiosidade, preservam momentos e espaços da cidade,
provocam e trazem de volta a história através da arte e mediando a transmissão de
valores culturais para as gerações futuras. O ensino/aprendizagem se torna potente
no cenário de transformações que vive a educação e os processos de escolarização
na contemporaneidade.