NARRATIVAS FAMILIARES: UMA ANÁLISE DOS MOVIMENTOS DE REESCRITA EM TEXTOS ESCOLARES
reescrita; análise de textos escolares; escrita como trabalho; narrativas familiares; retextualização.
A presente pesquisa analisou movimentos de reescrita em textos escolares de alunos do sexto/sétimo ano do ensino fundamental, a partir da concepção teórica de escrita como trabalho, respaldada nos estudos de Geraldi (2012 [1984], 1997 e 2015), Riolfi (2011) e Fairchild (2013), e dos procedimentos da retextualização, na
perspectiva de Marcuschi (2010). Objetivou-se acompanhar o desenvolvimento da escrita dos alunos a partir do momento em que a visualizam como um processo. O contexto do trabalho foi a produção de textos de narrativas orais familiares dos alunos, os quais foram compartilhados com a comunidade escolar. A investigação
se configura como uma pesquisa-ação, de abordagem qualitativa e natureza aplicada; apoiada nos estudos de Thiollent (1986) e Chisté (2016). O trabalho com narrativas familiares, por sua vez, inspira-se na proposta de Geraldi (1984), ao defender que o ensino de Língua Portuguesa seja pautado em uma concepção da
linguagem como forma de interação entre os sujeitos, fazendo-se necessário, portanto, voltar o ensino para a realidade do educando. O local de realização da pesquisa foi uma escola da rede municipal de ensino, no município de Afuá, no estado do Pará. Do ponto de vista metodológico, em primeiro momento, os alunos
realizaram uma entrevista para conhecer a origem familiar e de sua comunidade e em seguida houve a produção de narrativas pessoais pelos alunos. O segundo momento de pesquisa está sendo a pesquisa de narrativas (reais ou ficcionais) que circulam nas comunidades que os discentes pertencem, bem como a escrita e
reescrita de textos. Busca-se, por meio do trabalho com as produções dos discentes, entender os movimentos realizados por eles na escrita e reescrita de seus textos, bem como rastrear mecanismos capazes de auxiliar os educandos na produção textual nas modalidades oral e escrita.