PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EM CLASSES MULTISSERIADAS: EXPERIÊNCIA DE PROFESSORAS DO CAMPO NA AMAZÔNIA BRAGANTINA
Formação de professores, Interdiscipinaridade, Amazônia, Escola do campo
Pensar sobre a prática do professor, é antes de tudo, pensar sobre sua formação, uma vez que ela é fundamental para que esse profissionnal possa ter condições de analisar criticamente as suas atividades docentes, podendo assim, intervir e transformá-la a partir da realidade do aluno, sendo necessário entender que sua ação docente não é algo acabado e sim um permanente ciclo de ação-reflexão-ação para a melhoria do processo ensino-aprendizagem. Diante desse entendimento, minha proposta de pesquisa toma como base a prática pedagógica do professor do campo, que atua em classes multisseriadas. Também me interessa verificar se os momentos formativos promovidos pela SEMED, ao longo dos últimos cinco (5) anos, vêm contemplando as dificuldades e necessidades desse profissional do campo visando atender os seus anseios frente às classes multisseriadas. Desse modo, traço como objetivo geral de minha pesquisa: Analisar a prática pedagógica dos docentes das classes multisseriadas para entender como ele opera em sala de aula e quais saberes são por ele mobilizados, e como os objetivos específicos pretendo: Descrever a prática pedagógica dos professores de classes multisseriadas que participaram de formação continuada promovida pela SEMED-Bragança; Identificar as lacunas formativas sinalizadas pelos professores em sua formação inicial e continuada; Analisar a importância da formação continuada na prática pedagógica dos professores da classe multisseriada. Percebemos que estes profissionais enfrentam muitos desafios para ingressar na carreira do magistério visto que, além dos concursos públicos para provimento de vagas serem escassos, conseguir uma vaga como professor temporário também não é uma tarefa fácil. Além disso, os contratos temporários não garantem ao professor direitos trabalhistas básicos, tais como férias remuneradas e décimo terceiro salário, pois, nesta condição, os contratos são suspensos no período das férias escolares fazendo com que os professores fiquem alguns meses sem vínculo empregatício e, portanto, sem receber seus salários. Além disso, há uma grande rotatividade de professores nas escolas campesinas pois alguns conseguem remanejamento para as escolas da zona urbana ou para escolas mais próximas de Bragança, abrindo vagas que serão preenchidas por novos contratados ou para aqueles que já atuam há mais tempo.